30 de maio de 2014

NAVIOS ESTRANGEIROS NÃO TÊM OUTORGA E NÃO PAGAM PARTE DO ISS NO THC!

Denúncia de sonegação de tributo municipal (ISS no THC). (UPRJ) 1. Trata-se de denúncia para apurar sonegação de milhões de reais de tributo municipal (ISS) incidente sobre serviço portuário prestado efetivamente por terminais portuários situados no município do Rio de Janeiro, mas que, ironicamente, é pago pelo usuário ao armador estrangeiro que opera (embarca e desembarca seus contêineres) nos citados terminais. A base legal (imoral) que permite o pagamento pelo exportador ou importador aos armadores transnacionais que, ressaltamos, atuam ilegalmente no Brasil, pois operam sem outorga de autorização, foi dada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ, através da Res. 2.389/2012.

2. Tal serviço portuário, quando cobrado pelo armador, mundialmente, recebe o nome de THC – Terminal Handling Charge. Na realidade, esse preço cobrado pelo armador vem sendo expurgado em, praticamente, todos os países do mundo. Ademais, é um serviço portuário nas mãos de uma indústria de rede poderosa composta por armadores cujos navios são registrados em paraísos fiscais (bandeiras de conveniência), o que prejudica sobremaneira a concorrência dos produtos dos exportadores de cada país.  Após anos de pressão política, em 2012, a ANTAQ decidiu criar a Res. n. 2389 para regular o THC, o que foi uma espécie de “cala boca” para os usuários mais exaltados, tendo definido que: (a) Os armadores negociariam com os terminais a Cesta de Serviços (Box rate), cuja definição está no Inciso VI do Art. 2° da Res. 2.389; (b) O THC, definido no inc. VII do Art. 2°, da citada norma, “poderia” ser cobrado pelos armadores diretamente dos exportadores e importadores, APENAS A TÍTULO DE RESSARCIMENTO, conforme o Art. 3° da Res.; (c) A aplicação da Cesta de serviços seria feita conforme determina o Art. 4° da Res.

3. Então, o panorama do THC é o seguinte: a) os armadores têm os valores do THC negociados com os terminais, que emitem NF’s para os armadores. Os terminais são corretos nesse ponto, pois são fiscalizados por conta dos seus alfandegamentos. Já os armadores cobram os THC`s dos exportadores e importadores, através dos seus conhecimentos de transporte marítimo internacional (Bill of Lading) e apenas entregam simples “recibos” aos exportadores e importadores, documentos sem valor fiscal. A ANTAQ admitiu que jamais controlou e fiscalizou esse “ressarcimento” e denúncias chegaram até mim dando conta que os armadores cobram, em média, R$600,00 por contêiner dos usuários e “ressarcem” os terminais, em média, R$150,00, sobrando R$450,00 por container, que fica sem cobertura de NF, vez que a cobrança do armador é feita sem documento fiscal, caracterizando enriquecimento sem causa e sonegação dos tributos incidentes sobre o serviço.

4. Em resumo, considerando que foram movimentados milhões de contêineres e de toneladas de cargas soltas no Porto do Rio de Janeiro nos últimos 05 anos, pelo teor das denúncias, calcula-se que os armadores deixaram de pagar aos cofres da Prefeitura do Rio de Janeiro entre 100 e 150 milhões de reais, pois recebem a maior (do usuário) e “ressarcem” valor menor ao terminal. Isso sem falar em outros serviços de pequena monta que cobram por contêiner, ou por tonelada. Prefeituras como a de Santos, por exemplo, podem ter mais de R$ 500 milhões a receber. Em nível nacional, mais de R$1 bilhão de reais.

5. Um detalhe importante, para finalizar, é que os armadores estrangeiros, que transportam mais de 95% das cargas do nosso comércio exterior não são registrados formalmente no Brasil (omissão da ANTAQ) e todos os pagamentos feitos a eles são realizados nas contas dos seus agentes marítimos (mandatários ou representantes). Ou seja, os investigados deverão ser os agentes marítimos, que movimentam o dinheiro dos armadores estrangeiros. É preciso investigar, cruzar o valor da NF emitida por terminal portuário carioca, com os conhecimentos de transporte e os recibos emitidos pelos armadores/agentes cujos valores devem ser exatamente o mesmo, sob pena de, comprovada a diferença, ficar comprovada a sonegação fiscal, ser restituído ao Município, por meio dos procedimentos administrativos e judiciais competentes.

* * *

MARACANÃ, FORNECEDORES E CABRAL!

(ESPN, 30) 1. Entre os fornecedores levantados pela reportagem está a Sunset Vigilância e Segurança LTDA. A empresa é dirigida por Anderson Fellipe Gonçalves, o coronel Fellipe, ex-chefe da segurança pessoal do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. O oficial, que foi braço direito de Cabral durante os últimos quatro anos, também dirige a empresa que faz a limpeza do Maracanã, a Sunplus Sistemas de Serviço LTDA. O Maracanã foi concedido à iniciativa privada pelo ex-governador, em um processo polêmico que enfrentou dezenas de manifestações populares, além de questionamentos da Defensoria Pública da União e do Ministério Público do Estado.

2. O oficial nega que tenha participação na empresa. Mas, mês passado, a reportagem recebeu um cartão de visitas do policial em que ele se apresenta como diretor da companhia. Na quarta-feira 29 de maio, a reportagem ligou para a sede do grupo, na Tijuca, e a atendente disse que o coronel ficava na sede do Leblon e que mais informações poderiam ser dadas pela diretoria. Além disso, o jovem oficial pode ser visto em todo dia de jogo, à beira do gramado do Maracanã.

3. Link da matéria.

* * *

RESULTADOS DA SEGURANÇA PÚBLICA NO PRIMEIRO TRIMESTRE NO RIO!

(Paula Cesarino Costa – Chefe da Sucursal da Folha de S.Paulo no Rio Folha de SP, 29) De janeiro a março, na comparação com 2013, a chamada letalidade violenta (homicídios, latrocínios, mortes pela polícia e lesão seguida de morte) subiu 25%. Os roubos a transeuntes e em coletivos, somados aos de celulares, aumentaram 46%, e os a estabelecimentos comerciais, 55%. Das 41 Áreas Integradas de Segurança Pública, que agrupam um batalhão da PM e delegacias, só três cumpriram suas metas no segundo semestre (93% fracassaram) e 6 no primeiro (85% falharam).

* * *

CUT/PT PERDE ELEIÇÃO NO FUNDO PREVI-BANCO DO BRASIL! ANTES NA CEF!

(Estado de SP) 1. O governo sofreu esta semana a segunda derrota significativa em um fundo de pensão desde que o PT chegou à Presidência da República em 2002. Por cerca de 9 mil votos, a chapa apoiada pelo Planalto perdeu a eleição na Fundação dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), maior fundo do País, com um patrimônio de R$ 170 bilhões. Na semana passada, uma chapa formada por auditores da Caixa Econômica Federal já havia vencido a disputa para representantes eleitos do Fundo de pensão do órgão, a Funcef, o terceiro maior do Brasil. O grupo levou a melhor frente a representantes mais tradicionais no cenário político dos fundos de pensão.

2. Para um ex-executivo da Previ, o resultado dessas eleições mostra um esgotamento do modelo de gestão do PT e uma insatisfação muito grande com o posicionamento dos sindicatos nos últimos anos. “Houve uma grande rejeição aos sindicatos, especialmente nos votos dos aposentados”, disse. A chapa apoiada pelo governo na Previ tinha como base nomes ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).

* * *

BRASIL: O QUARTO DO MUNDO EM QUE SE FICA MAIS TEMPO EM FRENTE ÀS TELINHAS! 

1. Os dados vêm do relatório Milward Brown AdReaction, reunidos para uma apresentação da analista Mary Meeker na Code Conference.  Claramente a Indonésia e as Filipinas estão colados às suas telas, mas há grandes diferenças no tipo de gadget mais usado. EUA e Vietnã possuem totais semelhantes, mas os americanos assistem muito mais TV. E curiosamente, no Japão e Coreia do Sul, as pessoas passam pouquíssimo tempo no tablet – menos até que os brasileiros.

2. No Brasil, passamos em média 113 minutos na TV, 149 min no smartphone, 146 min no laptop e 66 min no tablet. São quase oito horas diárias no total. A média global é de aproximadamente 7 horas diárias.

3. A pesquisa fez a pergunta: “grosso modo, quanto tempo você passou ontem vendo TV (não online)/usando a internet no laptop ou PC/no smartphone/no tablet?” A pesquisa foi realizada nos 30 países listados no gráfico, representando 70% da população mundial.  Os participantes eram pessoas entre 16 e 44 anos que têm acesso a uma TV e a um smartphone/tablet. Ou seja, se fossem calcular uma média da população em geral, talvez os números no Brasil fossem menores – já que muitos ainda não possuem smartphone, por exemplo.

4. Conheça o gráfico.

BRASIL: O QUARTO DO MUNDO EM QUE SE FICA MAIS TEMPO EM FRENTE ÀS TELINHAS!

1. Os dados vêm do relatório Milward Brown AdReaction, reunidos para uma apresentação da analista Mary Meeker na Code Conference.  Claramente a Indonésia e as Filipinas estão colados às suas telas, mas há grandes diferenças no tipo de gadget mais usado. EUA e Vietnã possuem totais semelhantes, mas os americanos assistem muito mais TV. E curiosamente, no Japão e Coreia do Sul, as pessoas passam pouquíssimo tempo no tablet – menos até que os brasileiros.

2. No Brasil, passamos em média 113 minutos na TV, 149 min no smartphone, 146 min no laptop e 66 min no tablet. São quase oito horas diárias no total. A média global é de aproximadamente 7 horas diárias.

3. A pesquisa fez a pergunta: “grosso modo, quanto tempo você passou ontem vendo TV (não online)/usando a internet no laptop ou PC/no smartphone/no tablet?” A pesquisa foi realizada nos 30 países listados no gráfico, representando 70% da população mundial.  Os participantes eram pessoas entre 16 e 44 anos que têm acesso a uma TV e a um smartphone/tablet. Ou seja, se fossem calcular uma média da população em geral, talvez os números no Brasil fossem menores – já que muitos ainda não possuem smartphone, por exemplo.

4. Conheça o gráfico.

CUT/PT PERDE ELEIÇÃO NO FUNDO PREVI-BANCO DO BRASIL! ANTES NA CEF!

(Estado de SP) 1. O governo sofreu esta semana a segunda derrota significativa em um fundo de pensão desde que o PT chegou à Presidência da República em 2002. Por cerca de 9 mil votos, a chapa apoiada pelo Planalto perdeu a eleição na Fundação dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), maior fundo do País, com um patrimônio de R$ 170 bilhões. Na semana passada, uma chapa formada por auditores da Caixa Econômica Federal já havia vencido a disputa para representantes eleitos do Fundo de pensão do órgão, a Funcef, o terceiro maior do Brasil. O grupo levou a melhor frente a representantes mais tradicionais no cenário político dos fundos de pensão.

2. Para um ex-executivo da Previ, o resultado dessas eleições mostra um esgotamento do modelo de gestão do PT e uma insatisfação muito grande com o posicionamento dos sindicatos nos últimos anos. “Houve uma grande rejeição aos sindicatos, especialmente nos votos dos aposentados”, disse. A chapa apoiada pelo governo na Previ tinha como base nomes ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).

RESULTADOS DA SEGURANÇA PÚBLICA NO PRIMEIRO TRIMESTRE NO RIO!

(Paula Cesarino Costa – Chefe da Sucursal da Folha de S.Paulo no Rio Folha de SP, 29) De janeiro a março, na comparação com 2013, a chamada letalidade violenta (homicídios, latrocínios, mortes pela polícia e lesão seguida de morte) subiu 25%. Os roubos a transeuntes e em coletivos, somados aos de celulares, aumentaram 46%, e os a estabelecimentos comerciais, 55%. Das 41 Áreas Integradas de Segurança Pública, que agrupam um batalhão da PM e delegacias, só três cumpriram suas metas no segundo semestre (93% fracassaram) e 6 no primeiro (85% falharam).

MARACANÃ, FORNECEDORES E CABRAL!

(ESPN, 30) 1. Entre os fornecedores levantados pela reportagem está a Sunset Vigilância e Segurança LTDA. A empresa é dirigida por Anderson Fellipe Gonçalves, o coronel Fellipe, ex-chefe da segurança pessoal do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. O oficial, que foi braço direito de Cabral durante os últimos quatro anos, também dirige a empresa que faz a limpeza do Maracanã, a Sunplus Sistemas de Serviço LTDA. O Maracanã foi concedido à iniciativa privada pelo ex-governador, em um processo polêmico que enfrentou dezenas de manifestações populares, além de questionamentos da Defensoria Pública da União e do Ministério Público do Estado.

2. O oficial nega que tenha participação na empresa. Mas, mês passado, a reportagem recebeu um cartão de visitas do policial em que ele se apresenta como diretor da companhia. Na quarta-feira 29 de maio, a reportagem ligou para a sede do grupo, na Tijuca, e a atendente disse que o coronel ficava na sede do Leblon e que mais informações poderiam ser dadas pela diretoria. Além disso, o jovem oficial pode ser visto em todo dia de jogo, à beira do gramado do Maracanã.

3. Link da matéria.

NAVIOS ESTRANGEIROS NÃO TÊM OUTORGA E NÃO PAGAM PARTE DO ISS NO THC!

Denúncia de sonegação de tributo municipal (ISS no THC). (UPRJ) 1. Trata-se de denúncia para apurar sonegação de milhões de reais de tributo municipal (ISS) incidente sobre serviço portuário prestado efetivamente por terminais portuários situados no município do Rio de Janeiro, mas que, ironicamente, é pago pelo usuário ao armador estrangeiro que opera (embarca e desembarca seus contêineres) nos citados terminais. A base legal (imoral) que permite o pagamento pelo exportador ou importador aos armadores transnacionais que, ressaltamos, atuam ilegalmente no Brasil, pois operam sem outorga de autorização, foi dada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ, através da Res. 2.389/2012.

2. Tal serviço portuário, quando cobrado pelo armador, mundialmente, recebe o nome de THC – Terminal Handling Charge. Na realidade, esse preço cobrado pelo armador vem sendo expurgado em, praticamente, todos os países do mundo. Ademais, é um serviço portuário nas mãos de uma indústria de rede poderosa composta por armadores cujos navios são registrados em paraísos fiscais (bandeiras de conveniência), o que prejudica sobremaneira a concorrência dos produtos dos exportadores de cada país.  Após anos de pressão política, em 2012, a ANTAQ decidiu criar a Res. n. 2389 para regular o THC, o que foi uma espécie de “cala boca” para os usuários mais exaltados, tendo definido que: (a) Os armadores negociariam com os terminais a Cesta de Serviços (Box rate), cuja definição está no Inciso VI do Art. 2° da Res. 2.389; (b) O THC, definido no inc. VII do Art. 2°, da citada norma, “poderia” ser cobrado pelos armadores diretamente dos exportadores e importadores, APENAS A TÍTULO DE RESSARCIMENTO, conforme o Art. 3° da Res.; (c) A aplicação da Cesta de serviços seria feita conforme determina o Art. 4° da Res.

3. Então, o panorama do THC é o seguinte: a) os armadores têm os valores do THC negociados com os terminais, que emitem NF’s para os armadores. Os terminais são corretos nesse ponto, pois são fiscalizados por conta dos seus alfandegamentos. Já os armadores cobram os THC`s dos exportadores e importadores, através dos seus conhecimentos de transporte marítimo internacional (Bill of Lading) e apenas entregam simples “recibos” aos exportadores e importadores, documentos sem valor fiscal. A ANTAQ admitiu que jamais controlou e fiscalizou esse “ressarcimento” e denúncias chegaram até mim dando conta que os armadores cobram, em média, R$600,00 por contêiner dos usuários e “ressarcem” os terminais, em média, R$150,00, sobrando R$450,00 por container, que fica sem cobertura de NF, vez que a cobrança do armador é feita sem documento fiscal, caracterizando enriquecimento sem causa e sonegação dos tributos incidentes sobre o serviço.

4. Em resumo, considerando que foram movimentados milhões de contêineres e de toneladas de cargas soltas no Porto do Rio de Janeiro nos últimos 05 anos, pelo teor das denúncias, calcula-se que os armadores deixaram de pagar aos cofres da Prefeitura do Rio de Janeiro entre 100 e 150 milhões de reais, pois recebem a maior (do usuário) e “ressarcem” valor menor ao terminal. Isso sem falar em outros serviços de pequena monta que cobram por contêiner, ou por tonelada. Prefeituras como a de Santos, por exemplo, podem ter mais de R$ 500 milhões a receber. Em nível nacional, mais de R$1 bilhão de reais.

5. Um detalhe importante, para finalizar, é que os armadores estrangeiros, que transportam mais de 95% das cargas do nosso comércio exterior não são registrados formalmente no Brasil (omissão da ANTAQ) e todos os pagamentos feitos a eles são realizados nas contas dos seus agentes marítimos (mandatários ou representantes). Ou seja, os investigados deverão ser os agentes marítimos, que movimentam o dinheiro dos armadores estrangeiros. É preciso investigar, cruzar o valor da NF emitida por terminal portuário carioca, com os conhecimentos de transporte e os recibos emitidos pelos armadores/agentes cujos valores devem ser exatamente o mesmo, sob pena de, comprovada a diferença, ficar comprovada a sonegação fiscal, ser restituído ao Município, por meio dos procedimentos administrativos e judiciais competentes.

29 de maio de 2014

RIO: O ESTRANHÍSSIMO CASO DAS PERMUTAS NO PORTO MARAVILHA!

1. Para viabilizar a revitalização da área portuária do Rio, o conselho do FGTS/CEF liberou R$ 3,5 bilhões de reais. Os recursos do FGTS precisam ter uma rentabilidade real de 6% ao ano. A prefeitura do Rio aprovou lei aumentando o gabarito dos prédios a serem construídos na região. Mas para isso se teria que comprar CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção). Num primeiro leilão não surgiu interessado. A CEF comprou com aqueles R$ 3,5 bilhões todos os CEPACs disponibilizando os recursos para as obras. A valorização dos mesmos garantiria para o FGTS –patrimônio dos trabalhadores – a rentabilidade exigida. Mas até aqui uns 90% –ou mais- desses CEPACs não foram comprados, não houve interessados.

2. Um empreendimento lastreado pelo financiamento da prefeitura do Rio aos servidores foi lançado, incluindo a aquisição dos CEPACs, quase na esquina com a avenida presidente Vargas, longe do coração da área portuária. Não se tem notícia do sucesso ou insucesso nas vendas dos apartamentos desse empreendimento.  A Vila dos Juízes e dos Jornalistas, programada para a área que seria construída pelo poder público e depois revendida ao setor privado, foi cancelada e transferida para a Barra da Tijuca –na linha com Jacarepaguá.

3. Com a Perimetral derrubada e raras decisões de investimento privado na área, o que desqualificaria a antecipação da demolição, foi definido um projeto esperto para desencalhar os CEPACs. Esperto, nebuloso e que tem levantado sérias dúvidas sobre a qualidade ética. Especialmente por se tratar de recursos do patrimônio dos trabalhadores.

4. São as PERMUTAS que já estariam sendo usadas em pelo menos 5 empreendimentos. Em vez de comprar CEPACs, o empreendedor permuta CEPACs por andares do imóvel que construirá. Os contratos de permuta falam em 15% da área/andares desses imóveis. A primeira crítica que se levanta é que esses andares, escritórios ou apartamentos, que seriam geridos em seus aluguéis ou posterior revenda, entram no mercado sem nenhuma garantia de rentabilidade exigida em lei para o FGTS.

5. Mas há coisa mais grave. Os analistas financeiros, após cálculos atuariais, chegaram à conclusão que os 15% de partida na verdade serão 8% de fato, reduzindo o custo dos CEPACs quase à metade, ampliando o lucro imobiliário no uso dos novos gabaritos de 24 andares e ainda colocando em grave risco o valor do FGTS utilizado.

6. O mínimo que se pode exigir é que pelo menos os auditores técnicos e concursados da CEF e de seu Fundo Imobiliário mergulhem nessa estranhíssima operação. E que a representação sindical presente no Conselho do FGTS acompanhe ou realize paralelamente auditorias a respeito. E que se informe publicamente a respeito.

7. De outra forma o Porto será Maravilha, mas para os especuladores a custa do patrimônio dos trabalhadores.

* * *

UMA NOVA DEMOCRACIA DIRETA!

1. (Globo, 29) A crise de representatividade detectada na raiz de diversas manifestações ocorridas pelo país desde junho do ano passado parece estar atingindo agora os sindicatos. Essa é pelo menos a opinião de alguns especialistas que estudam o setor e que enxergam nas paralisações lideradas, nos últimos dias, por dissidentes sindicais no Rio de Janeiro e em São Paulo um distanciamento da base em relação a suas lideranças sindicais. Elas estariam inclusive sendo colocadas em xeque em algumas categorias.

2. (Ex-Blog) Ex-Blog já tratou dessa questão alguns meses atrás. A expansão e importância das redes sociais afetam radicalmente a democracia direta que passa a ser horizontal e desverticalizada. A democracia direta com intermediação –sindicatos, associações…- perde força e importância. As redes sociais –ao contrário do que muitos pensam- não mudará a lógica da democracia representativa, mas mudará profundamente a lógica da democracia direta. Já está mudando.

* * *

O QUE GOVERNOS E POLÍTICOS DEVEM FAZER EM MOMENTOS DE EXAUSTÃO!

1. “É preciso ganhar o tirão (ter a iniciativa). É preciso não esquecer que o espírito popular reage negativamente diante das situações e dos espetáculos que peia repetição, peia continuidade, acabam dando a sensação de monotonia, de cansaço, de envelhecimento.”

2. “A necessidade de mudar, de ver caras e coisas diferentes, ou que pareçam diferentes, não ocorre só na vida individual. O povo se cansa dos figurantes da encenação governamental, como se cansa e se desinteressa dos comediantes que se apresentam usando dos mesmos truques e fazendo as mesmas momices. Quando isso acontece, o teatro fica às moscas.”

3. “Como procedem os empresários inteligentes e os artistas verdadeiros? Trocam os cartazes, substituem os figurantes, mudam de repertório e às vezes até o teatro de lugar. Isso significa oferecer coisas novas, dar novidades, prender a atenção do público e evitar-lhe o cansaço, a sensação desagradável de monotonia, de rotina.”

4. “Assim acontece, ou deve acontecer no palco maior da vida política.”

5. (Luiz Vergara – assessor especial do presidente Getulio Vargas – Agosto de 1944, durante a discussão de como mudar o regime. Página 451 em Getulio -tomo 2- de Lira Neto)

* * *

SECRETÁRIO DE TURISMO DA PREFEITURA DO RIO: DEFICIENTES NÃO SÃO O PÚBLICO-ALVO DA COPA DO MUNDO!

(CBN, 28) 1. O secretário municipal de Turismo, Antônio Pedro Figueira de Melo, disse que não existe planejamento específico para receber pessoas com deficiência durante a Copa do Mundo porque os deficientes não são o público-alvo do evento. Como o Rio de Janeiro sediará as Olimpíadas e as Paralimpíadas em dois anos, a CBN conversou com o secretário para saber se o legado do Mundial poderia ser aproveitado para os Jogos de 2016. Segundo o Censo, em 2000, o Brasil tinha 14,5% da população com algum tipo de deficiência mental, auditiva, visual ou motora. Atualmente, o número de pessoas surdas no país chega a seis milhões.

2. No entanto, para Antônio Pedro Figueira de Melo, o deficiente não é o público-alvo da Copa: “A gente analisa muito o público que vem para um evento como esse e o público que vem para a Copa não é este”. Teresa Amaral, superintendente do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência se manifestou contra a posição do secretário: “Esta declaração foi das mais absurdas que eu já ouvi nos últimos tempos. O brasileiro tem direito de ir à Copa e de transitar na cidade. O deficiente é brasileiro.”

SECRETÁRIO DE TURISMO DA PREFEITURA DO RIO: DEFICIENTES NÃO SÃO O PÚBLICO-ALVO DA COPA DO MUNDO!

(CBN, 28) 1. O secretário municipal de Turismo, Antônio Pedro Figueira de Melo, disse que não existe planejamento específico para receber pessoas com deficiência durante a Copa do Mundo porque os deficientes não são o público-alvo do evento. Como o Rio de Janeiro sediará as Olimpíadas e as Paralimpíadas em dois anos, a CBN conversou com o secretário para saber se o legado do Mundial poderia ser aproveitado para os Jogos de 2016. Segundo o Censo, em 2000, o Brasil tinha 14,5% da população com algum tipo de deficiência mental, auditiva, visual ou motora. Atualmente, o número de pessoas surdas no país chega a seis milhões.

2. No entanto, para Antônio Pedro Figueira de Melo, o deficiente não é o público-alvo da Copa: “A gente analisa muito o público que vem para um evento como esse e o público que vem para a Copa não é este”. Teresa Amaral, superintendente do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência se manifestou contra a posição do secretário: “Esta declaração foi das mais absurdas que eu já ouvi nos últimos tempos. O brasileiro tem direito de ir à Copa e de transitar na cidade. O deficiente é brasileiro.”

O QUE GOVERNOS E POLÍTICOS DEVEM FAZER EM MOMENTOS DE EXAUSTÃO!

1. “É preciso ganhar o tirão (ter a iniciativa). É preciso não esquecer que o espírito popular reage negativamente diante das situações e dos espetáculos que peia repetição, peia continuidade, acabam dando a sensação de monotonia, de cansaço, de envelhecimento.”

2. “A necessidade de mudar, de ver caras e coisas diferentes, ou que pareçam diferentes, não ocorre só na vida individual. O povo se cansa dos figurantes da encenação governamental, como se cansa e se desinteressa dos comediantes que se apresentam usando dos mesmos truques e fazendo as mesmas momices. Quando isso acontece, o teatro fica às moscas.”

3. “Como procedem os empresários inteligentes e os artistas verdadeiros? Trocam os cartazes, substituem os figurantes, mudam de repertório e às vezes até o teatro de lugar. Isso significa oferecer coisas novas, dar novidades, prender a atenção do público e evitar-lhe o cansaço, a sensação desagradável de monotonia, de rotina.”

4. “Assim acontece, ou deve acontecer no palco maior da vida política.”

5. (Luiz Vergara – assessor especial do presidente Getulio Vargas – Agosto de 1944, durante a discussão de como mudar o regime. Página 451 em Getulio -tomo 2- de Lira Neto)

UMA NOVA DEMOCRACIA DIRETA!

1. (Globo, 29) A crise de representatividade detectada na raiz de diversas manifestações ocorridas pelo país desde junho do ano passado parece estar atingindo agora os sindicatos. Essa é pelo menos a opinião de alguns especialistas que estudam o setor e que enxergam nas paralisações lideradas, nos últimos dias, por dissidentes sindicais no Rio de Janeiro e em São Paulo um distanciamento da base em relação a suas lideranças sindicais. Elas estariam inclusive sendo colocadas em xeque em algumas categorias.

2. (Ex-Blog) Ex-Blog já tratou dessa questão alguns meses atrás. A expansão e importância das redes sociais afetam radicalmente a democracia direta que passa a ser horizontal e desverticalizada. A democracia direta com intermediação –sindicatos, associações…- perde força e importância. As redes sociais –ao contrário do que muitos pensam- não mudará a lógica da democracia representativa, mas mudará profundamente a lógica da democracia direta. Já está mudando.

RIO: O ESTRANHÍSSIMO CASO DAS PERMUTAS NO PORTO MARAVILHA!

1. Para viabilizar a revitalização da área portuária do Rio, o conselho do FGTS/CEF liberou R$ 3,5 bilhões de reais. Os recursos do FGTS precisam ter uma rentabilidade real de 6% ao ano. A prefeitura do Rio aprovou lei aumentando o gabarito dos prédios a serem construídos na região. Mas para isso se teria que comprar CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção). Num primeiro leilão não surgiu interessado. A CEF comprou com aqueles R$ 3,5 bilhões todos os CEPACs disponibilizando os recursos para as obras. A valorização dos mesmos garantiria para o FGTS –patrimônio dos trabalhadores – a rentabilidade exigida. Mas até aqui uns 90% –ou mais- desses CEPACs não foram comprados, não houve interessados.

2. Um empreendimento lastreado pelo financiamento da prefeitura do Rio aos servidores foi lançado, incluindo a aquisição dos CEPACs, quase na esquina com a avenida presidente Vargas, longe do coração da área portuária. Não se tem notícia do sucesso ou insucesso nas vendas dos apartamentos desse empreendimento.  A Vila dos Juízes e dos Jornalistas, programada para a área que seria construída pelo poder público e depois revendida ao setor privado, foi cancelada e transferida para a Barra da Tijuca –na linha com Jacarepaguá.

3. Com a Perimetral derrubada e raras decisões de investimento privado na área, o que desqualificaria a antecipação da demolição, foi definido um projeto esperto para desencalhar os CEPACs. Esperto, nebuloso e que tem levantado sérias dúvidas sobre a qualidade ética. Especialmente por se tratar de recursos do patrimônio dos trabalhadores.

4. São as PERMUTAS que já estariam sendo usadas em pelo menos 5 empreendimentos. Em vez de comprar CEPACs, o empreendedor permuta CEPACs por andares do imóvel que construirá. Os contratos de permuta falam em 15% da área/andares desses imóveis. A primeira crítica que se levanta é que esses andares, escritórios ou apartamentos, que seriam geridos em seus aluguéis ou posterior revenda, entram no mercado sem nenhuma garantia de rentabilidade exigida em lei para o FGTS.

5. Mas há coisa mais grave. Os analistas financeiros, após cálculos atuariais, chegaram à conclusão que os 15% de partida na verdade serão 8% de fato, reduzindo o custo dos CEPACs quase à metade, ampliando o lucro imobiliário no uso dos novos gabaritos de 24 andares e ainda colocando em grave risco o valor do FGTS utilizado.

6. O mínimo que se pode exigir é que pelo menos os auditores técnicos e concursados da CEF e de seu Fundo Imobiliário mergulhem nessa estranhíssima operação. E que a representação sindical presente no Conselho do FGTS acompanhe ou realize paralelamente auditorias a respeito. E que se informe publicamente a respeito.

7. De outra forma o Porto será Maravilha, mas para os especuladores a custa do patrimônio dos trabalhadores.

28 de maio de 2014

BUSCAR VOTOS SIM, MAS NÃO SE ESQUECER DE EVITAR PERDAS!

1. Os candidatos a presidente estão abertamente em campanha. A tática deles é semelhante: agressividade na busca de votos e na desqualificação dos adversários. É uma espécie de estratégia do óbvio. Mas isso não basta e muitas vezes o saldo é negativo entre o que ganha e o que perde no imaginário do eleitor.

2. Nesse sentido, os candidatos procuram atingir os pontos fracos dos adversários, mas se esquecem de obstruir perdas que poderão vir pela memória de seus pontos frágeis.

3. Dilma tem falado para seus principais eleitores, os que têm níveis de renda e instrução menores. Tem até falado procurando reduzir suas perdas junto ao empresariado. A cada dia novos índices mostram a insegurança deles com a candidatura dela. Eduardo Campos –na carona de Marina- afirma valores cristãos. Busca mitigar as perdas que teve com o “marinaço” sobre o deputado Caiado no agronegócio. Aqui só se for para o segundo turno com Dilma, igualmente afetada pelo setor, mas precisa fazer uma lista muito mais ampla de seus pontos frágeis. Por exemplo, o caso dos royalties do petróleo para o Rio e Espírito Santo e tantos outros e o que Marina tira de votos, além do que traz.

4. Aécio tem priorizado amplamente os ataques a Dilma e as afirmações de algumas de suas prioridades. Tem grande favoritismo entre os empresários. Seus economistas-assessores sinalizam medidas. Mas não basta. Precisa listar os pontos frágeis da memória do último governo FHC/PSDB. Seus assessores devem fazê-lo racionalmente por pontos de risco e, simultaneamente, através de pesquisas buscando elementos de memória. E depois comparar as duas listas.

5. Um fato que pode atingi-lo e está na lista racional e não está na memória tem que gerar uma comunicação atenta e preventiva. Afinal, os adversários, em campanha, se encarregarão de avivar a memória do eleitor.

6. Eleição é um jogo estratégico que envolve muito mais que os candidatos: envolve a imprensa, envolve centenas de perfis de eleitores, envolve a conjuntura, envolve as viroses virtuais… E quase sempre a atenção de todos esses atores aponta aos pontos negativos, principalmente.

* * *

ENSINA A POLITOLOGIA: QUEM DEFINE A –AGENDA- GANHA A ELEIÇÃO!

(Eliane Catanhêde – Folha de SP, 25) 1. As oposições parecem não perceber ou não dar bola, mas o governo e o PT estão ganhando a batalha mais importante a esta altura da eleição: são eles que determinam como vai ser a guerra. Aécio e Eduardo Campos vinham bem quando o debate (ou o “terreno”) era Petrobras, crise ética, crescimento baixo, inflação alta, o preço do tomate. Mas Dilma, que patinava, deu uma guinada e puxou tucanos e pessebistas para o campo social. Este é o forte do PT e de Lula e a única área que salva o discurso de Dilma.

2. Com a CPI da Petrobras no Senado enterrada e a CPI mista natimorta, lá se foram vários cartuchos da oposição. E os novos anúncios do governo –aumento do Bolsa Família, correção da tabela do IR, investimentos em saneamento básico– reforçaram a munição de Dilma. O anúncio do medo e dos fantasmas fez a liga. As menores faixas de renda querem Bolsas; as classes médias querem emprego, renda e status; as mais remuneradas querem privilégios; as ricas querem ficar mais ricas. E todas querem segurança etc. Mas há mensagens que perpassam todas elas.

3. Exemplo? A fofoca de que os tucanos privatizariam a Petrobras. Isso não atingia diretamente o interesse de quase nenhum eleitor e de nenhuma faixa de renda e de escolaridade, mas fez um corte transversal por todas. A campanha de Dilma planta agora o medo da “volta ao passado” e a “inclusão social versus medidas impopulares e elitistas”, para colher depois nos programas, nos debates e, claro, nos votos.

* * *

PREFEITO DO RIO FALA UMA COISA E FAZ OUTRA! RIO NÃO SOUBE FAZER, NOS JJOO, COMO LONDRES OU BARCELONA!

(Folha de SP, 27) 1. Crítico de arquitetura do jornal “New York Times”, Michael Kimmelman. Tive uma decepção com o Rio. Nem tudo é culpa da Olimpíada. O prefeito Paes fala coisas certas, mas para fazer áreas urbanas saudáveis, você não joga uma área nas mãos de empreiteiras para construir torres corporativas e bota um museu do Calatrava do lado. Você precisa um mix de funções, ter prédios residenciais, de escritórios, varejo, mistura de classes sociais, algo que o Brasil parece não ter muita familiaridade. Tem que ter empregos por ali, parques, espaço público. O que vi não é satisfatório. Já a Vila Olímpica faz com que a cidade cresça como um subúrbio americano sem fim, levando tudo para muito longe. Não dá para querer uma cidade densa e ficar espalhando novos bairros distantes ao mesmo tempo.

2. Cidades precisam ter um plano do que querem, que faça a cidade melhor no final. Londres tinha uma ideia, desenvolver o East End, criar um novo centro, melhorar o transporte coletivo até lá e usar os jogos, com a energia, o dinheiro, os investimentos que eles atraem, um prazo limitado, o que força as coisas acontecerem mais rapidamente.  Ter um prazo é bom. O Rio teve uma oportunidade de seguir Barcelona e Londres e claramente não o soube fazer.

PREFEITO DO RIO FALA UMA COISA E FAZ OUTRA! RIO NÃO SOUBE FAZER, NOS JJOO, COMO LONDRES OU BARCELONA!

(Folha de SP, 27) 1. Crítico de arquitetura do jornal “New York Times”, Michael Kimmelman. Tive uma decepção com o Rio. Nem tudo é culpa da Olimpíada. O prefeito Paes fala coisas certas, mas para fazer áreas urbanas saudáveis, você não joga uma área nas mãos de empreiteiras para construir torres corporativas e bota um museu do Calatrava do lado. Você precisa um mix de funções, ter prédios residenciais, de escritórios, varejo, mistura de classes sociais, algo que o Brasil parece não ter muita familiaridade. Tem que ter empregos por ali, parques, espaço público. O que vi não é satisfatório. Já a Vila Olímpica faz com que a cidade cresça como um subúrbio americano sem fim, levando tudo para muito longe. Não dá para querer uma cidade densa e ficar espalhando novos bairros distantes ao mesmo tempo.

2. Cidades precisam ter um plano do que querem, que faça a cidade melhor no final. Londres tinha uma ideia, desenvolver o East End, criar um novo centro, melhorar o transporte coletivo até lá e usar os jogos, com a energia, o dinheiro, os investimentos que eles atraem, um prazo limitado, o que força as coisas acontecerem mais rapidamente.  Ter um prazo é bom. O Rio teve uma oportunidade de seguir Barcelona e Londres e claramente não o soube fazer.

ENSINA A POLITOLOGIA: QUEM DEFINE A –AGENDA- GANHA A ELEIÇÃO!

(Eliane Catanhêde – Folha de SP, 25) 1. As oposições parecem não perceber ou não dar bola, mas o governo e o PT estão ganhando a batalha mais importante a esta altura da eleição: são eles que determinam como vai ser a guerra. Aécio e Eduardo Campos vinham bem quando o debate (ou o “terreno”) era Petrobras, crise ética, crescimento baixo, inflação alta, o preço do tomate. Mas Dilma, que patinava, deu uma guinada e puxou tucanos e pessebistas para o campo social. Este é o forte do PT e de Lula e a única área que salva o discurso de Dilma.

2. Com a CPI da Petrobras no Senado enterrada e a CPI mista natimorta, lá se foram vários cartuchos da oposição. E os novos anúncios do governo –aumento do Bolsa Família, correção da tabela do IR, investimentos em saneamento básico– reforçaram a munição de Dilma. O anúncio do medo e dos fantasmas fez a liga. As menores faixas de renda querem Bolsas; as classes médias querem emprego, renda e status; as mais remuneradas querem privilégios; as ricas querem ficar mais ricas. E todas querem segurança etc. Mas há mensagens que perpassam todas elas.

3. Exemplo? A fofoca de que os tucanos privatizariam a Petrobras. Isso não atingia diretamente o interesse de quase nenhum eleitor e de nenhuma faixa de renda e de escolaridade, mas fez um corte transversal por todas. A campanha de Dilma planta agora o medo da “volta ao passado” e a “inclusão social versus medidas impopulares e elitistas”, para colher depois nos programas, nos debates e, claro, nos votos.

BUSCAR VOTOS SIM, MAS NÃO SE ESQUECER DE EVITAR PERDAS!

1. Os candidatos a presidente estão abertamente em campanha. A tática deles é semelhante: agressividade na busca de votos e na desqualificação dos adversários. É uma espécie de estratégia do óbvio. Mas isso não basta e muitas vezes o saldo é negativo entre o que ganha e o que perde no imaginário do eleitor.

2. Nesse sentido, os candidatos procuram atingir os pontos fracos dos adversários, mas se esquecem de obstruir perdas que poderão vir pela memória de seus pontos frágeis.

3. Dilma tem falado para seus principais eleitores, os que têm níveis de renda e instrução menores. Tem até falado procurando reduzir suas perdas junto ao empresariado. A cada dia novos índices mostram a insegurança deles com a candidatura dela. Eduardo Campos –na carona de Marina- afirma valores cristãos. Busca mitigar as perdas que teve com o “marinaço” sobre o deputado Caiado no agronegócio. Aqui só se for para o segundo turno com Dilma, igualmente afetada pelo setor, mas precisa fazer uma lista muito mais ampla de seus pontos frágeis. Por exemplo, o caso dos royalties do petróleo para o Rio e Espírito Santo e tantos outros e o que Marina tira de votos, além do que traz.

4. Aécio tem priorizado amplamente os ataques a Dilma e as afirmações de algumas de suas prioridades. Tem grande favoritismo entre os empresários. Seus economistas-assessores sinalizam medidas. Mas não basta. Precisa listar os pontos frágeis da memória do último governo FHC/PSDB. Seus assessores devem fazê-lo racionalmente por pontos de risco e, simultaneamente, através de pesquisas buscando elementos de memória. E depois comparar as duas listas.

5. Um fato que pode atingi-lo e está na lista racional e não está na memória tem que gerar uma comunicação atenta e preventiva. Afinal, os adversários, em campanha, se encarregarão de avivar a memória do eleitor.

6. Eleição é um jogo estratégico que envolve muito mais que os candidatos: envolve a imprensa, envolve centenas de perfis de eleitores, envolve a conjuntura, envolve as viroses virtuais… E quase sempre a atenção de todos esses atores aponta aos pontos negativos, principalmente.

27 de maio de 2014

AS MANIFESTAÇÕES DE RUA ESTÃO VAZIAS? SERÁ? QUE RUAS?

1. As notícias e os analistas entrevistados insistem que as manifestações de rua nesta conjuntura estão vazias, que são ou pequenos grupos ou não conseguem atrair mais que umas 5 mil pessoas. E que as manifestações dos grevistas atraem mais que as mobilizações difusas. Será?

2. Manuel Castels (Redes de Indignação e de Esperança) mostra que exigem dois tipos de ruas. Um tipo real, feito de asfalto e calçadas e outro VIRTUAL, ruas por onde circulam as pessoas nas redes sociais. A saída das ruas virtuais para as ruas reais depende de um momento mágico de um tipping point. Por isso, além de mensurar o que passa nas ruas reais, há que mensurar o que passa nas ruas virtuais.

3. As pesquisas de opinião –mesmo não sendo suficientes- permitem avaliar como andam as ruas virtuais. E mais do que elas, as mensurações técnicas específicas do uso das redes e dos temas que debatem e incorporam. Há que sublinhar que os temas difusos –catalisados pela rejeição aos políticos e a perplexidade com os fatos de corrupção- que estavam nas ruas reais em abril de 2013, passaram a ordem do dia.

4. Além da ordem do dia das redes sociais, para a ordem do dia da imprensa. Impulsionados pelas ruas virtuais os meios de comunicação passaram a dar uma centimetragem e um tempo de exposição proporcionalmente muito maior aos vetores mobilizadores de abril de 2013. Curiosamente, as redes sociais multiplicam o noticiário da mídia e especulam a respeito, mas a audiência das TVs e rádios e a circulação dos jornais até caem.

5. Dessa forma, as projeções oficiais para a Copa do Mundo que extrapolam a quantidade de pessoas nas ruas e programam a contenção das mesmas devem tomar muito cuidado. Nas ruas virtuais são multidões de manifestantes. O que poderá levá-los às ruas reais. E durante a campanha eleitoral? A rejeição aos políticos e à política, anotada em pesquisas, que em geral dobrou após abril de 2013, levará as ruas virtuais a um não-voto (abstenção + brancos + nulos) recorde?

6. Ou haverá “impulsionadores” levando as ruas virtuais para as ruas reais em passeatas –não de apoio a candidatos- mas de protestos contra todos? Portanto, as lentes dos analistas focalizadas nas ruas reais deveriam estar mais preocupadas e com foco muito maior nas ruas virtuais.

* * *

ESPANHA: COM TRÊS MESES DE EXISTÊNCIA E DISCURSO ANCORADO NAS REDES, “PODEMOS” ELEGE 5 DEPUTADOS CONTRA 6 DA TRADICIONAL “ESQUERDA UNIDA”! 

(El País, 27) 1. Três meses de existência (inscrito 11 de março), bastaram ao PODEMOS para conquistar 5 cadeiras no Parlamento Europeu e converter-se na grande surpresa da eleição europeia na Espanha. A IU -esquerda unida- conquistou apenas 6 cadeiras, PP 16 e PSOE 14.

2. Com um orçamento limitado, em comparação com os demais, um plano de campanha baseado na difusão pelas redes sociais e o boca a boca, e liderado por Pablo Iglesias – um televisivo professor universitário de 35 anos, PODEMOS alcançou 8% do total de votos, rompendo com a política tradicional, qualificando os dois maiores partidos -PP e PSOE – de “casta” e repetindo continuamente esse jargão por seus simpatizantes.

* * *

CANDIDATOS A PRESIDENTE FAZEM JOGO DE CENA NA INTERNET!

(Ricardo Noblat – Globo, 26) 1. A BITES CONSULTORIA, empresa com sede em São Paulo, monitora as redes sociais. A meu pedido, ela compilou dados do Facebook e do Twitter entre 1º de janeiro e anteontem, e do Google somente em abril, relativos aos três principais aspirantes a presidente da República na eleição de outubro próximo — Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).  Juntos, em números redondos, eles atraíam no Facebook 2.185.000 fãs até às 16h de sábado. Quer dizer: alcançavam apenas 2% dos usuários do Facebook, que tem 92 milhões de contas ativas no Brasil. Campos liderava com 952 mil fãs, seguido por Aécio, com 714 mil, e Dilma, com 520 mil. A página do guaraná Antártica conta com 17 milhões de fãs.

2. A Bites valoriza mais o percentual de compartilhamentos sobre cada mensagem postada em nome dos candidatos. Nesse caso, quem lidera é Dilma, com uma taxa de 26%. Campos e Aécio empatam com 18%.  No Google 131.480 buscas sobre Dilma, 81.030 sobre Campos e 33.360 sobre Aécio. O nome de Campos costuma aparecer associado ao de Marina Silva, que deverá ser sua vice. Eu quis saber, em resumo, se os três candidatos entraram de verdade no jogo digital. Ou se estão fazendo cena, como tantos fizeram em eleições anteriores. Resposta de Manoel Fernandes, diretor-executivo da Bites: “Tudo indica que fazem cena. Há muitos gastos em publicidade digital e pouco resultado político. Os candidatos carecem de uma estratégia consistente de ocupação dos espaços digitais”

* * *

COLÔMBIA SE DIVIDE NO SEGUNDO TURNO COM AS FARC COMO POLO!

1. O segundo turno -em geral- é uma eleição de opinião pública. O fato de o presidente Santos estar negociando com as FARC abriu as portas para o apoio da esquerda colombiana. O prefeito de Bogotá -Petro- ex-guerrilheiro e de uma esquerda sem adjetivos- cassado por ato de Santos e reempossado pela justiça, abriu as portas ontem (26) para que 3 secretários seus entregassem seus cargos para participar diretamente da campanha de Santos no segundo turno.

2. Estima-se que os 60% de abstenção no primeiro turno tendam a diminuir pela polarização, o que não sinaliza tendência. A candidata da esquerda -polo democrático- 15%, apontará a favor de Santos. A candidata do partido conservador- também 15%- mesmo que sinalize seu voto, não tem força para aglutinar seus eleitores. Peñaloza -ex-prefeito de Bogotá -8%- menos ainda.

3. No final será uma eleição dos dois mais importantes personagens políticos: Uribe, ex-presidente, e Santos, presidente, e de um só tema as FARC. Eleição 15 de junho. Em mais 10 dias com a decantação da opinião pública é que se poderá saber de tendências. Afinal, Zuluaga e Santos somados alcançaram 54% no primeiro turno! Menos que abstenção e menos ainda se somada aos votos brancos e nulos -10%.

COLÔMBIA SE DIVIDE NO SEGUNDO TURNO COM AS FARC COMO POLO!

1. O segundo turno -em geral- é uma eleição de opinião pública. O fato de o presidente Santos estar negociando com as FARC abriu as portas para o apoio da esquerda colombiana. O prefeito de Bogotá -Petro- ex-guerrilheiro e de uma esquerda sem adjetivos- cassado por ato de Santos e reempossado pela justiça, abriu as portas ontem (26) para que 3 secretários seus entregassem seus cargos para participar diretamente da campanha de Santos no segundo turno.

2. Estima-se que os 60% de abstenção no primeiro turno tendam a diminuir pela polarização, o que não sinaliza tendência. A candidata da esquerda -polo democrático- 15%, apontará a favor de Santos. A candidata do partido conservador- também 15%- mesmo que sinalize seu voto, não tem força para aglutinar seus eleitores. Peñaloza -ex-prefeito de Bogotá -8%- menos ainda.

3. No final será uma eleição dos dois mais importantes personagens políticos: Uribe, ex-presidente, e Santos, presidente, e de um só tema as FARC. Eleição 15 de junho. Em mais 10 dias com a decantação da opinião pública é que se poderá saber de tendências. Afinal, Zuluaga e Santos somados alcançaram 54% no primeiro turno! Menos que abstenção e menos ainda se somada aos votos brancos e nulos -10%.

CANDIDATOS A PRESIDENTE FAZEM JOGO DE CENA NA INTERNET!

(Ricardo Noblat – Globo, 26) 1. A BITES CONSULTORIA, empresa com sede em São Paulo, monitora as redes sociais. A meu pedido, ela compilou dados do Facebook e do Twitter entre 1º de janeiro e anteontem, e do Google somente em abril, relativos aos três principais aspirantes a presidente da República na eleição de outubro próximo — Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).  Juntos, em números redondos, eles atraíam no Facebook 2.185.000 fãs até às 16h de sábado. Quer dizer: alcançavam apenas 2% dos usuários do Facebook, que tem 92 milhões de contas ativas no Brasil. Campos liderava com 952 mil fãs, seguido por Aécio, com 714 mil, e Dilma, com 520 mil. A página do guaraná Antártica conta com 17 milhões de fãs.

2. A Bites valoriza mais o percentual de compartilhamentos sobre cada mensagem postada em nome dos candidatos. Nesse caso, quem lidera é Dilma, com uma taxa de 26%. Campos e Aécio empatam com 18%.  No Google 131.480 buscas sobre Dilma, 81.030 sobre Campos e 33.360 sobre Aécio. O nome de Campos costuma aparecer associado ao de Marina Silva, que deverá ser sua vice. Eu quis saber, em resumo, se os três candidatos entraram de verdade no jogo digital. Ou se estão fazendo cena, como tantos fizeram em eleições anteriores. Resposta de Manoel Fernandes, diretor-executivo da Bites: “Tudo indica que fazem cena. Há muitos gastos em publicidade digital e pouco resultado político. Os candidatos carecem de uma estratégia consistente de ocupação dos espaços digitais”

ESPANHA: COM TRÊS MESES DE EXISTÊNCIA E DISCURSO ANCORADO NAS REDES, “PODEMOS” ELEGE 5 DEPUTADOS CONTRA 6 DA TRADICIONAL “ESQUERDA UNIDA”!

(El País, 27) 1. Três meses de existência (inscrito 11 de março), bastaram ao PODEMOS para conquistar 5 cadeiras no Parlamento Europeu e converter-se na grande surpresa da eleição europeia na Espanha. A IU -esquerda unida- conquistou apenas 6 cadeiras, PP 16 e PSOE 14.

2. Com um orçamento limitado, em comparação com os demais, um plano de campanha baseado na difusão pelas redes sociais e o boca a boca, e liderado por Pablo Iglesias – um televisivo professor universitário de 35 anos, PODEMOS alcançou 8% do total de votos, rompendo com a política tradicional, qualificando os dois maiores partidos -PP e PSOE – de “casta” e repetindo continuamente esse jargão por seus simpatizantes.

AS MANIFESTAÇÕES DE RUA ESTÃO VAZIAS? SERÁ? QUE RUAS?

1. As notícias e os analistas entrevistados insistem que as manifestações de rua nesta conjuntura estão vazias, que são ou pequenos grupos ou não conseguem atrair mais que umas 5 mil pessoas. E que as manifestações dos grevistas atraem mais que as mobilizações difusas. Será?

2. Manuel Castels (Redes de Indignação e de Esperança) mostra que exigem dois tipos de ruas. Um tipo real, feito de asfalto e calçadas e outro VIRTUAL, ruas por onde circulam as pessoas nas redes sociais. A saída das ruas virtuais para as ruas reais depende de um momento mágico de um tipping point. Por isso, além de mensurar o que passa nas ruas reais, há que mensurar o que passa nas ruas virtuais.

3. As pesquisas de opinião –mesmo não sendo suficientes- permitem avaliar como andam as ruas virtuais. E mais do que elas, as mensurações técnicas específicas do uso das redes e dos temas que debatem e incorporam. Há que sublinhar que os temas difusos –catalisados pela rejeição aos políticos e a perplexidade com os fatos de corrupção- que estavam nas ruas reais em abril de 2013, passaram a ordem do dia.

4. Além da ordem do dia das redes sociais, para a ordem do dia da imprensa. Impulsionados pelas ruas virtuais os meios de comunicação passaram a dar uma centimetragem e um tempo de exposição proporcionalmente muito maior aos vetores mobilizadores de abril de 2013. Curiosamente, as redes sociais multiplicam o noticiário da mídia e especulam a respeito, mas a audiência das TVs e rádios e a circulação dos jornais até caem.

5. Dessa forma, as projeções oficiais para a Copa do Mundo que extrapolam a quantidade de pessoas nas ruas e programam a contenção das mesmas devem tomar muito cuidado. Nas ruas virtuais são multidões de manifestantes. O que poderá levá-los às ruas reais. E durante a campanha eleitoral? A rejeição aos políticos e à política, anotada em pesquisas, que em geral dobrou após abril de 2013, levará as ruas virtuais a um não-voto (abstenção + brancos + nulos) recorde?

6. Ou haverá “impulsionadores” levando as ruas virtuais para as ruas reais em passeatas –não de apoio a candidatos- mas de protestos contra todos? Portanto, as lentes dos analistas focalizadas nas ruas reais deveriam estar mais preocupadas e com foco muito maior nas ruas virtuais.