29 de maio de 2015

O QUADRO PRÉ-ELEITORAL DO RIO, 15 MESES ANTES DAS ELEIÇÕES DE 2016!

1. Normalmente, as pesquisas pré-eleitorais começam a ser feitas um ano antes das eleições. Ou seja, começariam em outubro, logo após a data-limite para os candidatos firmarem suas filiações partidárias. Mas, neste ano, dada a imprevisibilidade, o instituto GPP (que nos últimos anos tem antecipado com maior precisão as tendências eleitorais no Rio) realizou uma ampla pesquisa na Cidade do Rio de Janeiro entre 9 e 10 de maio com 1.200 entrevistas.

2. De uma forma geral, os resultados informam o que já se tinha visto em pesquisas nacionais dos principais institutos: o enorme desgaste de Dilma e do PT. No caso do Rio, esse desgaste –provavelmente em função dos graves problemas financeiros e o recrudescimento da violência- se estende ao governador.  E, embora em patamar um pouco melhor, o prefeito da capital não escapa disso. As avaliações setoriais de governo aprofundam isso.

3. A pesquisa elencou todos os nomes de candidatos possíveis, adjetivando por suas funções: Romário e Crivella, senadores; Freixo do PSOL; Cesar Maia vereador; Pedro Paulo candidato do prefeito Eduardo Paes; Clarissa Garotinho deputada do PR; e Molon deputado do PT.

4. Com pequenos ajustes, Romário e Crivella se situam no patamar dos 20%. Freixo e Cesar Maia no de 10%. Pedro Paulo 5%, Clarissa e Molon 3%. Depois se excluem alguns nomes e o disco passa a contar com uns 3 ou 4 nomes, o que permite se ver para onde o voto migra. Por exemplo: sem Crivella, sem Cesar Maia, sem Clarissa e sem Molon, Romário sobe para 33,7%, Freixo para 19,2% e Pedro Paulo para 7%.

5. Todos os cruzamentos mostram que Romário e Crivella têm um voto mais concentrado entre os de menor renda e nível de instrução e na zona oeste popular. Freixo, ao contrário, e na Zona Sul e Tijuca. Um corte político dos pré-candidatos indica que o voto na antipolítica –Romário e Crivella- é muito forte no Rio, somando mais de 40% numa lista com todos os nomes.

6. O x da questão é na verdade saber quem serão os candidatos. Romário indicou o secretário de esportes da prefeitura. Há compromisso definitivo em não ser candidato? O PSB nacional garante que será. E Crivella depois de uma eleição para governador em que foi ao segundo turno e venceu em boa parte das áreas populares?  Será candidato? Se Romário não for candidato, Crivella cresce muito e passa a ter a certeza de ir para o segundo turno. Será candidato outra vez para manter seu nome divulgado dois anos antes de disputar um novo mandato de senador?

7. Pedro Paulo, secretário principal do prefeito, o acompanha em todas as inaugurações e movimentos. Com um tempo elástico de TV tenderá a crescer? Quanto? Essa, na verdade, é a questão de fundo na busca de apoio do PT ao PMDB no Rio. Pensam: só um grande tempo na TV lhe dará visibilidade. Sendo assim, Molon não teria apoio do PT. Cesar Maia –calçado na experiência e na prudência- responde sempre que é decisão para abril ou maio de 2016. Clarissa talvez mantenha a candidatura para relançar seu sobrenome. Seu entorno afirma que Crivella se comprometeu em apoiá-la como retorno ao apoio que recebeu de Garotinho no segundo turno de 2014. Será?

8. Enfim, há que acompanhar este quadro de candidatos. Menos para conhecer tendências e muito mais para ter informações e saber quem destes manterão seus nomes. Certeza só com Freixo e Pedro Paulo.

* * *

COMÉRCIO DO CENTRO DO RIO OFERECE ESCOLTA PARA CLIENTES!

(UOL, 28) 1. Preocupados com a onda de assaltos e esfaqueamentos no Rio de Janeiro, comerciantes do centro da cidade estão oferecendo escolta a grupos de clientes, principalmente mulheres, no percurso entre o estabelecimento e o local de trabalho ou estudo. A iniciativa partiu dos restaurantes localizados na Rua Santa Luzia e na Avenida Graça Aranha, onde almoçam trabalhadores de empresas como Petrobras, Vale do Rio Doce, Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio), entre outras.

2. A escolta funciona de maneira informal e gratuita. Uma vez solicitada ao estabelecimento, os seguranças que trabalham para o comércio da região são orientados a acompanhar os clientes no trajeto de volta. “Tem umas duas ou três semanas que a gente faz isso. As pessoas pedem mais no sábado, quando o centro fica deserto”, relatou um dos seguranças que atuam na Rua Pedro Lessa, nas imediações do prédio do MEC (Ministério da Cultura) e da Ancine (Agência Nacional de Cinema).

3. Foto de um cartaz no Centro do Rio.

* * *

IBOPE: PESSIMISMO ATINGE NÍVEIS RECORDES!

(José Roberto Toledo – Estado de SP, 28) 1. Pesquisa inédita do Ibope mostra que faz 22 anos que o otimismo não ficava tão por baixo quanto hoje: 48% se dizem pessimistas ou muito pessimistas em relação ao futuro do País, enquanto só 21% se declaram otimistas ou muito otimistas. O resto não está lá nem cá, ou não sabe responder.  Os muito pessimistas chegam a 16% no Sudeste e 17% nas periferias das metrópoles (são 12% na média).

2. Na ressaca do governo Fernando Collor, quando a economia ia de mal a pior e não havia sinal de que ela voltaria a melhorar: 22% de otimistas contra 48% de pessimistas, em setembro de 1993. No governo FHC, o pessimismo bateu em 42% em junho de 2000. No governo Lula, não chegou nem perto disso.

28 de maio de 2015

PACOTE FISCAL, A POLÍTICA E A MULHER-BOMBA!

1. O Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, apresentou na sexta-feira o Decreto de Programação Orçamentária e Financeira com um corte de uns 70 bilhões de reais. Até aí nada diferente do que normalmente é feito no final de janeiro com o Decreto contingenciando despesas para ajustar os duodécimos à inflação e evitar que ministros antecipem empenhos, criando expectativas.

2. Mas a questão de fundo não é orçamentária, mas POLÍTICA. Esse é o nó dos problemas da conjuntura brasileira, que não permitem se ver luz no fim do túnel. A presidente tem sua autoridade diluída, o Congresso estabelece um parlamentarismo fake, já que não tem iniciativa de gestão. O governo e a CUT, sua base social, confrontam.  O PT, numa longa tradição da esquerda, estilhaça com senadores dizendo que votarão contra as MPs do governo.  As investigações de corrupção se estendem além da Petrobrás, para S. Paulo, Paraná e o Carf da Receita Federal. E por aí vai.

3. Quando se pensava que o pacote reduzindo despesas levaria em conta a racionalidade política, o que se viu foi exatamente o contrário. O primeiro quadro da apresentação do ministro estima que o PIB, em 2015, cairá –1,2%, bem acima das mais pessimistas projeções do mercado e de agências internacionais. Isso projeta o ciclo de recessão para depois de 2016.

4. E não ficou nisso.  Sem nenhuma necessidade, cortes significativos foram adjetivados, como PAC ,em vez de simplesmente constarem de seus ministérios. Se o alvo não foi Lula, parece.  E apontou também para o Congresso, com corte substancial das emendas dos parlamentares, que poderiam ter sido roladas até o final do ano só empenhando aquilo que não seria contingenciado. E para si mesma, com o Minha Casa Minha vida, cujo corte elegante teria sido no crédito.

5. Para completar, os dois ministérios puro-sangue do PMDB (Turismo e Portos) tiveram um corte de 70% de seu orçamento livre, ou seja, fora dos gastos compulsórios de pessoal, despesas de funcionamento administrativo…  E deu lenha para a fogueira da oposição e para o pessimismo das ruas ao destacar os cortes em saúde e educação, ao meio das crises que atravessam.

6. Tudo isso às vésperas das votações das MPs do ajuste fiscal, da segunda votação da terceirização, do ajuste no fator previdenciário e da reforma política. Seria uma espécie de reação dos animais quando acuados? Ou um ato de autoflagelação para purificação, como algumas ordens católicas na Idade Média? Ou as mulheres e homens bomba em atos de terrorismo islâmico? Ou o vento divino kamikaze?

7. Não se trata de questionar o conteúdo fiscal-financeiro dos cortes anunciados. Mas a cenografia, a coreografia e a comunicação dos mesmos. Um desastre. A ausência do ministro Levy no anúncio das medidas só pode ter sido orientação presidencial, para permitir que ele tenha uma condição mínima de continuar negociando com o Congresso.

8. Em anexo a apresentação de 17 telas, apresentada pelo ministro Nelson Barbosa na sexta-feira.

* * *

VELÓDROMO DO RIO: ENTREVISTA DE CESAR MAIA À RÁDIO NACIONAL DA ALEMANHA!

1. Reportagem sobre o velódromo veiculada na Rádio Nacional da Alemanha. A visão da matéria, em alemão, é que é uma loucura trocar o velódromo e cita o interesse imobiliário. Há sonoras de Cesar Maia, Camila Coelho, Claudio Santos, do jornalista Vinicius Konchinski, Roberto Ainbinder e do projetista holandês.

2. Olympia 2016 Radsportler fühlen sich verraten.

3. Áudio da matéria.

27 de maio de 2015

CÂMARA DE DEPUTADOS DECIDE MANTER O ATUAL SISTEMA ELEITORAL: “DEIXA COMO ESTÁ PARA VER COMO É QUE FICA”!

1. Aconteceu o que era mais lógico, apesar da expectativa criada com a proposta do Distritão e as alternativas mais elegantes do voto em Lista e do voto Distrital Misto. Mais lógico na medida em que deputados eleitos por um sistema (e a maior parte deles o foram), o atual voto Proporcional Aberto, sentiram-se inseguros em alterar o sistema atual o que poderia colocar em risco os seus mandatos.

2. Numa Câmara de Deputados pulverizada com 28 partidos e que o maior não tem 14% deles, imaginar que uma mudança de sistema eleitoral que exigiria 308 votos teria passagem se mostrou ilusão ou ingenuidade.

3. O próprio encaminhamento das votações pelos líderes mostrou isso, com a maior parte deles deixando em aberto o voto, à escolha dos deputados.

4. Um fato novo surgiu durante as negociações por todo o dia. Os dirigentes partidários –especialmente dos partidos de tamanho médio e pequeno- temerosos de que as novas bancadas em 2018 pudessem ser afetadas e, com isso, perderiam fundo partidário e tempo de TV, mudaram a orientação a suas bancadas. O PR, através de seu anterior presidente, foi um exemplo.

5. A votação a favor do voto em Lista obteve votação pífia. Da mesma maneira o voto Distrital Misto. E o Distritão, com 210 votos a favor, ficou 98 votos aquém do requerido.

6. Da mesma forma a constitucionalização do financiamento privado e público da campanha ficou longe do requerido. Hoje seguem alternativas de financiamento que devem ser rejeitadas, voltando a atenção para a decisão suspensa do STF. Fica pendente a proibição de reeleição, que é a que mais chance tem de ser aprovada por não criar riscos para os deputados e ainda abrir espaço para concorrerem ainda em 2016 às prefeituras e em 2018 aos governos dos estados.

7. Também pendentes, a proibição de coligações e a cláusula de barreira, da mesma forma, enfrentarão a resistência dos partidos médios e pequenos pelos riscos para seus mandatos e provavelmente a do próprio PMDB por solidariedade a eles e necessidade de manter a unidade em plenário passada a votação da reforma política. Prevaleceu a lógica do “deixa como está para ver como é que fica”.

* * *

“DUAS MULHERES PODEM MUDAR O MAPA POLÍTICO DA ESPANHA”!

(BBC, 26) 1. As eleições municipais e regionais da Espanha, realizadas neste domingo, marcaram a ascensão de duas mulheres ao centro das atenções políticas do país – e, possivelmente, ao comando das duas principais cidades espanholas. Barcelona deverá ser comandada pela ativista Ada Colau, 41, conhecida por ter liderado um movimento social contra os despejos habitacionais decorrentes da crise econômica. Colau lidera a agremiação de esquerda independente Barcelona En Comú, que venceu os partidos independentistas catalães.

2. E, em Madri, a juíza aposentada Manuela Carmena, 71, do movimento esquerdista Ahora Madrid, foi a segunda mais votada (com 31,8% dos votos), mas tem grandes chances de se tornar prefeita da capital caso o seu partido faça uma coalizão com os socialistas do PSOE. Se isso de fato ocorrer, o Ahora Madrid porá fim à hegemonia de 23 anos do direitista Partido Popular (PP) no controle da capital espanhola.

3. Colau e Carmena representam uma mudança no cenário político espanhol, tradicionalmente dominado pelo bipartidarismo do direitista PP (atualmente no governo nacional) e do socialista PSOE.

* * *

CIRCULAÇÃO DOS 5 GRANDES JORNAIS CRESCE COM EDIÇÕES DIGITAIS!

(Meio e Mensagem) 1. O digital tem uma forte participação nesses dados. Em abril deste ano, 44,6% da circulação total da Folha já era composta por edições digitais. No Globo, a fatia do digital já corresponde a 37%.

2. Os cinco maiores jornais em circulação no Brasil tiveram crescimento no primeiro quadrimestre de 2015 na comparação com o mesmo período do ano anterior.  De acordo com dados do Instituto Verificador de Comunicação (IVC), a Folha, líder entre os jornais do País, teve uma circulação média de 361.231 exemplares nos quatro primeiros meses do ano, o que configura uma alta de 6,4% na comparação com 2014.

3. A circulação média de O Globo – o segundo colocado no ranking do IVC – registrou alta de 3,7%, alcançando o montante médio de 320.374 exemplares. Houve aumento também na circulação do Super Notícia, que atingiu média de 314.766 (um acréscimo de 1,7%) e no Estadão, que alcançou circulação média de 250.045 exemplares (alta de 5,5%).

4. Entre os cinco primeiros do ranking, o maior crescimento foi do Zero Hora, que fechou o quadrimestre com circulação média de 201.178 (13% mais do que o registrado no mesmo período de 2014).

26 de maio de 2015

POR QUE AS FUSÕES DE PARTIDOS AGORA SÃO TÃO IMPORTANTES?

1. O PSB e o PPS anunciaram a fusão de seus partidos. O PTB e o DEM informaram que analisam a fusão de seus  partidos. Outras fusões estão em análise ainda de forma discreta ou especulativa. Por que tudo de uma vez só? E agora?

2. Os sêniores do Congresso e os líderes partidários com força de aglutinação sabem que um elemento componente da crise política é a desintegração da Câmara de Deputados –representação do Povo- com 28 partidos. O partido com maior número de deputados é o PT com 13,6% dos deputados. Segue o PMDB com 12,8%. O PSDB maior partido de oposição tem 10,5% dos deputados. PSD, PP e PR uns 7% cada. PTB, DEM, PRB e PDT uns 4,5% cada. Etc.

3. Num quadro de crise e executivo fraco, ninguém manda. Cada caso é um caso, cada lei é uma lei, cada momento é um momento, cada dia uma manchete nova na imprensa. Ou com Mateus 6:34: “Não se preocupe com o dia de amanhã: ele trará suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.”

4. O PT e o PSDB convergem para uma reforma política de seus interesses com o voto distrital misto. Mas do outro lado há 76% dos deputados que não estão ali para ver seus partidos e mandatos desaparecerem –ou quase isso. Todos sabem que essa pulverização da Câmara de Deputados é insustentável. O tal presidencialismo de coalizão passa a ser presidencialismo de varejo, presidencialismo-quitanda.

5. Dessa forma, a reforma política que virá tenderá a reduzir esses 28 partidos à metade, uns 15, na eleição de 2018. Nunca as maquininhas de calcular dos parlamentares foram tão usadas, com seus assessores fazendo todo tipo de cálculos, de forma a avaliar quem ganhará ou perderá em cada hipótese.

6. Sendo assim, com a redução das representações partidárias à metade de hoje na Câmara de Deputados, os partidos de representação de 3% ou menos ou desaparecem ou se tornam irrelevantes. Essa é a razão de fundo para que as fusões sejam estimuladas e venham ao centro do palco para serem efetivadas, discutidas ou mesmo especuladas.

7. Todos precisam estar no grupo intermediário de 7% a 10%, de forma a que sejam relevantes mesmo num efetivo presidencialismo de coalizão.

* * *

“MERCADO DE GAMES NO MUNDO FATURA MAIS QUE CINEMA E MÚSICA SOMADOS”!

(George Vidor – Globo, 25) O mercado de jogos eletrônicos ainda cresce a um ritmo superior a 10% ao ano, em contraste com a média da economia (que no momento pode estar negativa). No mundo, os games já faturam mais que cinema e música, juntos. Os profissionais que produzem esses jogos têm geralmente alguma formação em computação gráfica, projeção em 3D, efeitos especiais ou mesmo na elaboração de sites de empresas para internet. Os cursos de formação são livres, ainda que já tenham reconhecimento pelo MEC. Duram geralmente dois anos. A universidade Full Sail, da Flórida, investiu em uma rede de cursos no Brasil, que já tem 12 unidades (oito no Rio, quatro em São Paulo), cada uma com uma média de 800 alunos. Um “geniozinho” de apenas 19 anos, de Nova Iguaçu, foi descoberto lá e acabou atraído para os Estados Unidos. Mas pode voltar. É que a namorada dele ficou por aqui e não está gostando muito dessa história.

25 de maio de 2015

ANTIMAQUIAVELISMO: AS DIFERENÇAS QUALITATIVAS DOS AJUSTES FISCAIS ESTADUAIS E DO FEDERAL!

1. Justiça seja feita ao ministro Levy: em entrar no mérito, o fato é que o ajuste fiscal proposto pelo governo federal é de outra qualidade se comparado aos estaduais. A diferença principal está em que os estaduais são provisórios e o federal é permanente.

2. Um ajuste permanente é aquele que incide sobre Receitas e Despesas sustentáveis. Por exemplo, aumento de alíquotas de impostos, ou mudança por lei do critério de cálculo de despesas correntes. Claro que um ajuste desse tipo gera reações porque incide imediata ou mediatamente nos bolsos das pessoas e das empresas.

3. Mas reconstrói a estrutura orçamentária que se reestabiliza a partir disso. E como ocorre em plena recessão, em médio prazo, quando a economia voltar a crescer, o ajuste permanente constrói uma nova situação de conforto pelo aumento compulsório –real- das receitas e pelo novo patamar –real- das despesas.

4. Mas os Estados, em geral, estão adotando medidas provisórias, ou seja, aquelas que só impactam o dia de hoje e não reconstroem a estrutura orçamentária. Se estivessem ao meio do período de governo, se poderia dizer que preparam uma “herança perversa” para o próximo governo. Mas como estão no início de suas administrações, essa “herança perversa” será recebida por eles mesmos.

5. Mesmo que em 2015, através de medidas eventuais consigam equilibrar receitas e despesas com seus orçamentos –estruturalmente- desequilibrados, terão que adotar medidas mais amargas na segunda metade de seus governos, mesmo com a economia crescendo. Ou seja: esgotarão os ciclos políticos de seus grupos em 2018.

6. O que vemos, em geral, são medidas provisórias, ou seja, por uma vez. Não que elas não devam ser adotadas, mas o deveriam ser para terem fôlego e, simultaneamente, adotarem medidas estruturais em receitas e despesas. O que se vê, em geral, é uma concentração dos estados, em medidas aumentando receitas (por uma vez), portanto, provisórias.

7. Exemplo: anistias e remissões parciais para aumentar receitas na dívida ativa. Acesso a depósitos judiciais. Venda de patrimônio fixo. Negociações conjunturais com credores e devedores. Pires nas mãos junto ao governo federal, o que, aliás, não funcionará pelo menos até 2016. E por aí vai.

8. Se seus períodos de governo se encerrassem em 2016, até se entenderia, pois lavariam as mãos e passariam a “herança perversa” ao próximo governo. Veja o que ocorreu com o governo Dilma, que adotou medidas tipo pedaladas por uma vez, na segunda metade do governo. Ela recebeu sua própria herança e desgaste terminal. Só que agora estão todos de olho – tribunais de contas, MPs, imprensa, servidores, PF e cidadãos.

9. O que os governadores, em geral, estão fazendo em relação a seus ajustes fiscais é adotar medidas antimaquiavélicas e terão que fazer maldades aos pouquinhos. Um grave erro político.

* * *

“FIM DO FINANCIAMENTO PRIVADO É CARTA DE ALFORRIA AO PT”!

(Entrevista do deputado Rodrigo Maia, presidente da Comissão de Reforma Política à Veja, 24/05). 1. Trecho.  Quais interesses estão por trás do fim do financiamento privado? A minha crítica é que o PT quer uma carta de alforria dizendo que o problema era o financiamento privado e que, com a sua proibição, tudo estará resolvido. A gente sabe que a corrupção só vai diminuir se a punição continuar existindo e se o sistema de controle do governo funcionar. Eu discordo da ideia de que acabar com o financiamento privado vai diminuir a corrupção. Acho que as restrições do financiamento privado vão garantir maior equilíbrio na eleição, e é isso que interessa.

2. Leia a entrevista completa.

* * *

O PROVÁVEL FIM DO BIPARTIDARISMO NA ESPANHA!

I- As eleições locais desse domingo (24), na Espanha, apontaram 3 situações e tendências:

1. A tendência ao fim do bipartidarismo e a ascensão dos partidos e coligações lastreados nos movimentos sociais e nas redes sociais e em grande medida, na antipolítica. Em 2007, os dois grandes partidos (PP e PSOE) somados alcançaram 71% dos votos. Levando em conta que a maior proporção residual era de partidos regionais, do ponto de vista do poder nacional, afirmava-se a alternância entre os dois grandes partidos. Em 2011, a soma do PP + PSOE caiu para 65%. E agora em 2015 caiu para 52%.

2. Mais que uma queda quantitativa, a queda em 2015 significa uma mudança na estrutura política. Os novos partidos criados a partir de movimentos e redes sociais, como Podemos e Cidadãos, somados a outros que apesar de nomes distintos regionalmente, têm o mesmo caráter, são partidos que se expressam nacionalmente. Por isso explicam a quebra do bipartidarismo.

3. E há uma tendência clara da política espanhola caminhar à esquerda, na medida em que os partidos emergentes não admitem coligar-se com o PP, mas, eventualmente com o PSOE.

II. Apesar da redução de votos sofrida, o PP obteve a maior votação, com 27% dos votos, ficando o PSOE em segundo com 25%. Em 2007 e 2011, o PP obteve 36% e 37% dos votos e o PSOE 35% e 28%.

III. Em Madrid, apesar de vitorioso, o PP não alcançou, por pouco, a maioria absoluta e o PSOE + Podemos e forças próximas, poderão se coligar e levar a uma ministra do STF -Ahora Madrid- a assumir o governo.  Em Barcelona uma ampla coligação de partidos e movimentos venceu liderada pela líder do movimento dos despejados pelas hipotecas. Longe da maioria absoluta é provável que obtenha o apoio do PSOE local e outros à esquerda e assuma o governo.

IV. Em geral o quadro de maiorias parciais levará a definição de coligações nos próximos dias, onde a tendência será coligar pela esquerda.  Esse quadro aponta para o PP -nas eleições nacionais no final do ano-  uma enorme dificuldade de formar coligação e maioria para governar.  O tempo é curto para os governos locais coligados frustarem o eleitor, o que reforça esta tendência.

V. A lei eleitoral na Espanha determina que se não havendo maioria absoluta que se realizem coligações e que se estás não forem realizadas, o partido de maioria simples, assuma o governo.  P

22 de maio de 2015

CICLO FISCAL E CICLO POLÍTICO: 2015 – 2018!

1. Neste grande ciclo de eleições municipais e estaduais/nacionais entre 2015 e 2018 não ocorre, como outras vezes, uma convergência entre ciclos fiscal/econômico e político. A recessão que o país enfrenta é ao mesmo tempo econômica e política.

2. Cada dia fica mais claro que o governo federal concentrará em 2015-2016 suas políticas de ajuste por mais rigorosas que sejam. A expectativa é que entre 2017 e 2018 possa reverter este ciclo. Do ponto de vista econômico é possível e até provável. Do ponto de vista político, com a enorme impopularidade da presidenta e sem liderança parlamentar, é improvável.

3. Os governos estaduais enfrentam -como é natural- a mesma recessão econômica e, em grande medida, a mesma recessão política. Aqueles governadores que acompanharem no estribo do ciclo federal poderão ver a luz no fim do túnel e reverter seus ciclos entre 2017-2018.

4. Os governadores que sonharem em resolver ainda em 2015 suas recessões reequilibrando suas contas e gerando assim a base de um ciclo positivo já em 2016 serão perdedores. Não apenas não conseguirão alavancar seus partidos em 2016 como afundarão seus próprios partidos em 2018.

5. Os candidatos a prefeito -especialmente das cidades maiores- que estiverem acreditando na puxada de seus governadores em 2016 vão se arrepender, tanto dos efeitos fiscais como dos efeitos políticos.

6. No caso do Rio de Janeiro, com certeza, o prefeito da capital não está esperando reforço significativo do governo estadual.  E até deve estar preocupado com as repercussões dos problemas que enfrenta a população e que são de responsabilidade do governo estadual, como segurança pública.

7. Mas a expectativa que o prefeito do Rio tem -pelo menos é o que transparece das visitas da presidenta Dilma- de parcerias com o governo federal, pode gerar decepções. Claro, excluam-se dessa previsão os JJOO-2016, em que, pelo impacto internacional, o governo federal deverá cumprir seus compromissos.

* * *

GOVERNO DESALFANDEGA ÁREAS PÚBLICAS E SÓ MANTÉM AS PRIVADAS!

(UPRJ, 20) 1. No dia 13 de maio de 2015, foi publicado no Diário Oficial da União o ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO N°. 16, DE 27 DE ABRIL DE 2015, assinado pela Superintendente da 7ª Região Fiscal da Receita Federal Eliana Polo, determinando, em seu Art. 1°, o desalfandegamento dos recintos administrados pela Cia. Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) no Porto do Rio e, em seu artigo 2°, revogando o ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO SRRF07 Nº352, DE 19 DE 23 DEZEMBRO DE 2004, que declarava alfandegada as áreas da CDRJ, bem descritas e detalhadas no normativo. Cabe salientar, que o desalfandegamento não afeta as áreas arrendadas pela iniciativa privada, ou seja, Libra, Multiterminais (MultiRio e Multicar), Triunfo e outros estão operando normalmente.

2. Lamentavelmente, a Receita Federal desalfandegou as áreas da CDRJ, porque a empresa passa por gravíssimos problemas financeiros e deve muito ao fisco e ao Governo Federal que, apesar de ser seu principal acionista, ao invés de injetar dinheiro na companhia, injeta apenas sanguessugas de partidos políticos que, por décadas, aparelharam, fatiaram e detonaram a Autoridade Portuária. Segundo informações, a CDRJ já acionou seu departamento jurídico para correr atrás de mais um prejuízo, de tantos, deixados pelas sanguessugas.

* * *

ESTADO ISLÂMICO JÁ OCUPA 50% DO TERRITÓRIO DA SÍRIA!

O problema maior não está no Iraque, mas na Síria. Lá, 50% de seu território já estão ocupados pelo EI; e as potências ocidentais se recusam a ajudar o Bacher Al-Assad. Porém, acima de tudo o problema está na baixa qualidade de seus soldados árabes. Já o EI tem combatentes animados por uma grande fé religiosa.

Cesar Maia é o vereador mais transparente

O Índice de Transparência Parlamentar do Rio, idealizado e divulgado pela ONG Ação Jovem Brasil, avaliou o trabalho dos 51 vereadores ano passado e neste ano.

O Ranking é feito com base em informações do Tribunal Superior Eleitoral e de um questionário enviado pela ONG que procura saber se o vereador justifica faltas, divulgam gastos de campanha, atos legislativos, etc.

Em 2014, Cesar Maia foi o vereador mais transparente, obtendo 5 pontos, com ampla vantagem sobre a média dos vereadores, com 2,64 pontos.

21 de maio de 2015

CÂMARA QUER RETIRAR IMÓVEL DE BOTAFOGO DA APAC! GRAVE PRECEDENTE!

1) 1.1 Vereadores debateram ontem na Câmara Municipal do Rio um PLC (PROJETO DE LEI Nº 1827/2008 do ex-vereador Adilson Pires) retirando o imóvel da Rua Álvaro Ramos, 504, em Botafogo, da lista da APAC.

1.2. A alegação do interessado é que quer fazer um estúdio. Para isso basta fazer um retrofit, não precisa tirar da APAC. Isso seria um grave precedente para todo o sistema de APACs. Mas se sair da APAC as consequências são graves.

1.3. Este Ex-Blog pediu que a arquiteta Andrea Redondo, uma das responsáveis pelos projetos de APACs desde 1993 até 2007, comentasse.  Ela foi subsecretaria de urbanismo e presidente do Conselho de Patrimônio.

2) (AR) 2.1. O imóvel é preservado pela APAC de Botafogo. Se sair da listagem poderá ser demolido e a nova construção, nesta rua, usar o gabarito anterior vigente. Residencial não afastado – 5 pav. residenciais + 2 (garagem e puc); residencial afastado – 11 pav. resid. + 2 (idem). Porém, se for sede de empresa fica restrita a 3 andares de qualquer natureza.

2.2. Caso seja mantido preservado, o projeto deve manter a fachada e telhado, e o prédio pode ser todo remodelado por dentro (retrofit). O prédio tem 3 andares. Provavelmente o proprietário quer unir aos vizinhos que não são protegidos.

2.3. Aprovar essa lei é decretar o fim da APAC Botafogo e das demais.

2.4. Foto do imóvel em novembro de 2014.

* * *

VENEZUELA EM MARCHA BATIDA PARA UM NARCOESTADO!

(Editorial do Globo, 20) 1. Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional, seria um dos líderes, ou mesmo o chefe supremo, de um cartel de drogas.  Acusações contra Cabello e outras figuras proeminentes do chavismo, de atuarem, de alguma forma, no tráfico da Colômbia para os Estados Unidos — na cobrança de propinas ou mesmo como “empresários” — já vêm de algum tempo. Mas agora elas começam a aumentar, tudo indica porque, com o desmoronamento do país no governo de Nicolás Maduro, e num ciclo de baixa do preço do petróleo, surgem deserções no chavismo de gente do núcleo do próprio regime. Busca-se refúgio nos Estados Unidos, onde alguns se tornam informantes do DEA (órgão de repressão às drogas, com atuação global), do Departamento de Justiça e promotoria.

2. Na edição de segunda, o jornal americano “The Wall Street Journal” trouxe um amplo relato da ação de autoridades americanas — nem todas ligadas ao Executivo, caso de promotores — na coleta de informações sobre a atuação de militares de alta patente e autoridades chavistas junto ao tráfico. Cabello é um dos alvos do trabalho em curso, feito pelo DEA em Washington e promotores federais em Nova York e Miami. O denunciante de Diosdado é o ex-chefe de sua segurança pessoal, o capitão da Marinha Leamsy Salazar, que diz ter testemunhado Cabello supervisionar o despacho de uma remessa de cocaína para território americano. Cabello, por óbvio, nega e ainda acusa Leamsy de ter sido “infiltrado” pelos americanos no chavismo.

3. Nesta passagem, muito dinheiro estaria sendo faturado por autoridades venezuelanas. Há uma lista VIP sob investigação: general Hugo Carvajal, ex-diretor da inteligência militar; Nestor Reverol, comandante da Guarda Nacional; José David Cabello, irmão de Diosdado, ministro da Indústria e chefe da Receita, e o general Luís Motta Dominguez, responsável por tropas na região central do país. E como não há perspectiva de melhoria na situação venezuelana, a perspectiva é de o país se converter em um narcoestado, para azar, mais um, da América Latina.

* * *

Ô MP! MARACANÃ NÃO TERIA QUE SER LICITADO OUTRA VEZ? MENOS 80%! MUDA TUDO!

(Globo, 21) 1. A renegociação do contrato de concessão do Maracanã por 35 anos do governo do Rio à Maracanã S. A., que vem sendo discutida nos últimos meses entre as partes, resultará numa redução de 80% dos investimentos que a administradora terá de fazer em troca de ficar com o estádio.

2. Pelo edital de licitação e o contrato original, em vigor há dois anos, os investimentos seriam de R$ 594 milhões. Porém, após o governo decidir não mais demolir o estádio de atletismo Célio de Barros e o parque aquático Julio Delamare, a Maracanã S. A. pediu a revisão do contrato. A empresa alegou que, como não poderia mais construir o shopping e o estacionamento que ficariam onde está o Célio de Barros, o complexo perdeu rentabilidade.

* * *

“COOPER”: “A FALTA DE SEGURANÇA ESTÁ IMOBILIZANDO AS PESSOAS”!

(Globo, 21) O chefe do Serviço de Cardiologia do Fundão, João Manoel Pedrosa, observa que a cardiologia recomenda atividade física. E Jaime praticava aquilo que prescrevia e em que acreditava. Sem receios, percorria a Lagoa, mas também subia o Alto da Boa Vista ou ia até a Vista Chinesa. Nos fins de semana, a corrida — chegou a participar da São Silvestre — ou as pedaladas começavam antes das 6h. — A cardiologia recomenda atividade física. Era isso o que Jaime estava fazendo, e num cartão-postal. O Rio poderia ser a cidade ideal para a prática de exercícios, mas a falta de segurança está imobilizando as pessoas — diz João Manoel.

20 de maio de 2015

O ACORDO PT-PSDB LEVARIA A UMA REFORMA POLÍTICA VICIADA!

1. Do ponto de vista estratégico é ilusão de ótica, ou mesmo um grave equívoco, supor que PSDB e PT são opositores, são antagônicos. O confronto existe apenas na luta pelo poder conjuntural entre os dois. Mas são totalmente aliados para criar impedimentos políticos e legais quando se trata de um quadro aberto que inclua outros partidos na luta pelo poder.

2. O debate da reforma política mostra isso claramente. Buscando legitimar suas propostas com opiniões acadêmicas, constroem uma aliança que os preserva como alternativas de poder e elimina possibilidade de que outros partidos participem deste jogo. É esse o único sentido da proposta do voto distrital-misto.

3. O PT sapateia de um lado defendendo o voto em lista. O PSDB apresenta proposta de voto distrital começando pelos grandes municípios. Como afirmou nesta terça-feira, no Panorama Político/Ilimar Franco do Globo, um dos líderes do PT: “Nós queremos voto em lista; o PSDB quer o voto distrital. Por isso nos somamos no voto distrital-misto”. E agregam a isso o término das coligações e a cláusula de barreira para lustrar a tese. Tudo arrumadinho para, a partir da aprovação da reforma política –deles-, se institucionalizar um sistema binário, com os outros partidos como periferia distante e rarefeita.

4. Será que seus acadêmicos domesticados não sabem que o voto distrital-misto foi uma criação pragmática alemã no pós-guerra para eliminar quaisquer riscos de disputa do poder por mais de 2 partidos? Justificaram com a tese da eliminação do jogo político e eleitoral das extremas – esquerda e direita. E voltaram a uma disputa de décadas antes, entre uma direita cristã e uma socialdemocracia. Deu totalmente certo. Os demais partidos de lá, até hoje, passaram a ser paisagem, apenas figurantes.

5. Com graxa acadêmica dão verniz à tese e em nome da elegância política, somam a favor editoriais, artigos e entrevistas. Tudo uma farsa, mal escondida, para concentrar poder num sistema binário de disputa do poder apenas entre eles. Em eleição, semana passada, no Reino Unido, o Partido Conservador no poder, obteve 36% dos votos, mas elegeu 51% dos deputados. Ajustando com lista partidária, é isso que eles sonham: implantar aqui um modelo anglo-saxão que pré-define o jogo do poder efetivo.

6. Se o PSB-PPS, PDT-PCdoB, Marina, PMDB-SD, DEM-PTB, PP-PR…, não se dão conta disso, é por pura ingenuidade. Ou por vocação periférica, batizada de presidencialismo de coalizão. Na verdade, aqueles no centro do poder e os demais simples agregados. O resultado disso hoje se conhece bem: mensalões, petrolões, etc.

7. Todos os sistemas eleitorais de todos os países são teleológicos. Ou seja, são construídos para um fim em si. Por isso os ditos demais partidos brasileiros, de todos os perfis políticos ou ideológicos, na câmara de deputados, que representam 75% do plenário, não devem entrar nesse jogo de roleta viciada. Devem teleologicamente aprovar uma reforma político-eleitoral que os mantenha no jogo, que tenha flexibilidade para se ajustar aos ciclos políticos e que garanta a todos os partidos caminhos para a relevância e o acesso direto ao poder.

8. Esse é o sentido do Distritão: não permitir um sistema eleitoral viciado com ganhadores pré-definidos.

* * *

CHINA ULTRAPASSA O MÉXICO EM EMIGRANTES PARA EUA!

(Andrés Oppenheimer – La Nacion, 12) 1. A candidata democrata a presidência Hillary Clinton, tem um trunfo formidável para desarmar os candidatos republicanos de linha dura que nas questões da imigração querem praticamente fechar a fronteira sul dos EUA, que é o seguinte: há mais imigrantes vindos da China que do México.

2. Curiosamente novos dados da pesquisa sobre a Comunidade Americana, do Escritório do Censo dos Estados Unidos, mostram que, em 2013 – o último ano de que se têm levantamento – chegaram ao país 147 mil imigrantes chineses e 125 mil mexicanos. A pesquisa anual inclui tanto os imigrantes legais quanto os ilegais, e pela primeira vez mostrou um aumento do fluxo de imigrantes da China em relação aos do México.

3. O número de mexicanos que se mudam para os Estados Unidos despencou nos últimos anos, e atingiu o seu nível mais baixo em mais de meio século no ano de 2011. As causas desta diminuição são muitas, incluindo a crise financeira de 2008, a queda nas taxas de fertilidade no México – passaram de uma média de 5,5 filhos por mulher na década de 1970 para 2,5 atualmente – e o aumento das medidas de segurança nas fronteiras implementadas por Barack Obama.

4. Enquanto isso, o número de imigrantes chineses está aumentando rapidamente, de cerca de 75 mil por ano há uma década, até o dobro disso atualmente. Especialistas dizem que isso ocorre porque há mais chineses ricos que estão enviando seus filhos para estudar nos Estados Unidos e a recente desaceleração da economia chinesa está causando muitos “imigrantes internos” que buscam encontrar uma nova vida no exterior.

5. Cerca de 250 milhões de chineses se mudaram das áreas rurais para as grandes cidades nas últimas décadas. O aumento do desemprego no setor da construção chinês está levando muitos deles a procurar novos empregos no exterior.

6. Embora existam cerca de seis milhões de imigrantes mexicanos ilegais e apenas cerca de 300 mil chineses ilegais, a maioria dos recém-chegados não são pessoas que atravessam a fronteira ilegalmente, mas pessoas que vieram como turistas ou estudantes e permaneceram além da expiração do seu visto. “O debate sobre o fechamento da fronteira é um absurdo, porque o maior percentual de trabalhadores em situação irregular está aqui por terem prolongado a sua estadia legal”, acrescentam os especialistas.

19 de maio de 2015

AVALIAÇÃO DE DILMA, DE LULA E A INFLAÇÃO!

Pesquisa GPP na cidade do Rio de Janeiro – 1200 entrevistados entre 9 e 10 de maio.

1. A avaliação geral de Dilma: ótimo+bom 7,6%, e ruim+péssimo 71,6%.

2. Quando é feito o cruzamento com a Percepção da Inflação os resultados mudam.  Os que acham que a inflação anual é superior a 10% dão a Dilma 4,8% de ótimo + bom e 78% de ruim+péssimo. Os que acham que a inflação está perto de 10% dão a Dilma 6,5% do ótimo+bom e 72,2% de ruim+péssimo.

3. Porém, os que acham que a inflação está em 5% ou menos dão a Dilma 23% de ótimo+bom e 46% de ruim+péssimo.

4. Ou seja: elas por elas, a inflação no Rio está tirando uns 30 pontos da avaliação de Dilma.

5. Na intenção de voto para presidente, Aécio tem 26,8%, Marina 24,9% e Lula 19,4%. Da mesma forma cruzando a percepção da inflação com intenção de voto para presidente entre os que acham que a inflação é maior que 10% Aécio tem 27,9%, Marina 26,5% e Lula despenca para 13,5%. Entre os que acham a inflação está próxima de 10%, Aécio tem 33,9%, Marina 26,5% e Lula 15,6%.

6. Mas entre os que acham que a inflação está em 5% ou menos, Aécio tem 18,1%, Marina 17,1% e Lula dispara, tem 41,4%.

7. De forma geral, o crescimento da inflação tem impactado negativamente em Dilma e Lula. Ou seja, a inflação é um componente significativo da impopularidade de Dilma e Lula.

* * *

REUNIÃO DA PARLA-ODCA!

O Democratas  esteve representados por dois deputados federais da Bahia, Elmar Nascimento e Paulo Azi, e pelo vice-presidente da ODCA Cesar Maia.

1. A ODCA (Organização Democrata-Cristã da América) reuniu no Panamá sua executiva e 20 parlamentares representando 12 países no dia 14 de maio. A reunião foi na sede do Parlatino. Ocejo, presidente da ODCA, sublinhou a importância de a ODCA construir uma rede de deputados nacionais para intercambiar experiências e atuar como bloco nos organismos internacionais de partidos políticos. O coordenador da Fundação Konrad Adenauer disse que a prioridade nos debates e publicação da FKA é a modernização e reforma dos partidos políticos e que a FKA tem uma revista que para estimular essas reflexões.

2. O presidente do PP do Panamá falou sobre reforma política e defendeu um semiparlamentarismo, citando o exemplo do Peru e da França. Falou da crise dos partidos políticos e da necessidade de uma legislação que os fortalecesse.

3. Senadora mexicana, vice-presidente do Parlatino, listou as chamadas leis-marco, ou seja, leis aprovadas no Parlatino e que servem de referência ou influência para os legisladores dos países participantes. Citou leis-marco aprovadas em relação ao meio ambiente, a questão genética, aos diretos humanos em especial das mulheres, crianças e indígenas, a segurança pública, saúde pública, etc. Os deputados que intervieram, a maior parte que representa seus partidos no Parlatino, acentuaram a falta de informação em tempo hábil para votarem essas leis-marco.

4. O ministro da presidência criticou o governo anterior que invadiu as competências do judiciário adotando práticas antidemocráticas e que o governo atual está redemocratizando  o Panamá. O deputado panamenho, presidente do Parlatino, lembrou que o Parlatino tem 50 anos e foi fundado por 3 parlamentares entre os quais o senador Nelson Carneiro do Brasil.  Que a sede no Panamá -um equipamento amplo e moderno- construído nos últimos anos, onde a reunião estava sendo realizada, custou 19 milhões de dólares e que a China foi fundamental ao dar a partida com 3,5 milhões de dólares. Os governos mexicano e panamenho contribuíram com 1 milhão cada. E que a sede saiu de S. Paulo por divergências entre o governo federal e o de S. Paulo.

5. Abriu-se o debate entre os parlamentares presentes sobre as ações da Parla-Odca. Decidiu-se trabalhar em 4 frentes. A agenda legislativa priorizando meio ambiente, segurança pública, educação e saúde pública. A reforma política. A comunicação entre partidos e sociedade. E a afirmação dos princípios.

6. Finalmente, a reunião foi encerrada com uma visita ao auditório plenário do Parlatino. No hall de entrada destacam-se os bustos dos fundadores -Nelson Carneiro entre eles- e na galeria de fotos de 40 estimuladores ganha destaque o deputado Ulysses Guimarães.

* * *

A CRISE NO MERCADO IMOBILIÁRIO!

(Folha de SP, 19) 1. Com menos brasileiros dispostos a comprar imóveis, 6 das 13 maiores incorporadoras de capital aberto do país decidiram não lançar empreendimentos novos nos três primeiros meses do ano. A ausência de lançamentos de tantas empresas ao mesmo tempo num único trimestre não ocorria desde pelo menos 2007. A pesquisa considerou as incorporadoras brasileiras cuja receita líquida superou R$ 100 milhões no trimestre.

2. Além do recorde de incorporadoras sem lançamentos, as que ofertaram novas unidades decidiram reduzir o ritmo. No total, o grupo ofereceu ao mercado menos 14.662 imóveis, uma queda de quase 57% ante os três primeiros meses de 2014.   Após a onda de aberturas de capital na Bolsa, entre 2006 e 2007, as incorporadoras investiram pesado em lançamentos. Capitalizadas, tentavam aproveitar o momento de bonança econômica.

3. A velocidade de vendas, contudo, começou a cair de 2012 para cá, e a desistência de clientes, os chamados distratos, a aumentar. Quando isso acontece, a empresa tem de investir em propaganda e equipe de vendas até encontrar um novo interessado, o que aumenta seus custos.  Com a economia parada, o problema agravou-se neste ano. Se por um lado a confiança dos consumidores caiu, por outro o governo restringiu o acesso ao crédito.

4. Estudo do Secovi-São Paulo, sindicato das empresas do setor imobiliário, mostrou que há 27.471 unidades à espera de comprador na capital paulista. Considerando o tempo médio de venda neste ano, seriam necessários três anos e dois meses para que todas fossem adquiridas.

5. Das 13 analisadas, só MRV, Gafisa e Eztec tiveram resultado melhor que o do início de 2014. Três delas registraram prejuízos (PDG, Brookfield e João Fortes). O lucro das 13, no total, caiu mais de R$ 400 milhões.  Para a Moody’s, o setor lançará menos e terá queda de 10% nas receitas.

18 de maio de 2015

PESQUISA GPP – 1200 ENTREVISTAS, 09-10 MAIO 2015!

Cite o nome de três vereadores da cidade do Rio de Janeiro? (Espontânea)

Respostas

1ª Citação

(%)

2ª Citação

(%)

3ª Citação

(%)

Global

(%)

Não sabe / Não lembra

77,5

91,1

98,6

77,5

Politico citado que não é vereador

11,6

3,8

0,2

15,6

Rosa Fernandes

2,7

1,1

3,8

Cesar Maia

1,2

0,7

1,9

Carlos Bolsonaro

0,8

0,1

0,9

Elton Babú

0,1

0,6

0,1

0,8

Chiquinho Brazão

0,5

0,1

0,1

0,7

Jorge Felippe

0,5

0,1

0,1

0,7

Prof Uoston

0,5

0,2

0,7

Renato Moura

0,1

0,3

0,1

0,5

Leila do Flamengo

0,3

0,1

0,4

Marcelino D Almeida

0,3

0,1

0,4

Zico

0,3

0,1

0,4

Eduardão

0,1

0,1

0,1

0,3

Junior da Lucinha

0,1

0,2

0,3

Marcelo Piuí

0,2

0,1

0,3

Paulo Pinheiro

0,1

0,1

0,1

0,3

Rafael Aloisio Freitas

0,2

0,1

0,3

Vera Lins

0,1

0,1

0,1

0,3

Paulo Messina

0,2

0,2

Willian Coelho

0,2

0,2

Atila A Nunes

0,1

0,1

0,2

Carlo Caiado

0,1

0,1

0,2

Dr Eduardo Moura

0,1

0,1

0,2

Dr Gilberto

0,1

0,1

0,2

Dr Jairinho

0,1

0,1

0,2

Jimmy Pereira

0,1

0,1

0,2

João Mendes de Jesus

0,1

0,1

0,2

 

 

Continuação da tabela acima

 

Respostas

1ª Citação

(%)

2ª Citação

(%)

3ª Citação

(%)

Global

(%)

Reimont

0,1

0,1

0,2

Leonel Brizola

0,1

0,1

0,2

Renato Cinco

0,2

0,2

Tânia Bastos

0,1

0,1

0,2

Veronica Costa

0,1

0,1

0,2

Alexandre Isquierdo

0,1

0,1

Dr Carlos Eduardo

0,1

0,1

Dr Jorge Manaia

0,1

0,1

Edson Zanata

0,1

0,1

Eliseu Kessler

0,1

0,1

Ivanir de Mello

0,1

0,1

Jefferson Moura

0,1

0,1

Jorge Braz

0,1

0,1

Jorginho da S O S

0,1

0,1

Marcio Garcia

0,1

0,1

Prof Célio Lupparelli

0,1

0,1

S Ferraz

0,1

0,1

Teresa Bergher

0,1

0,1

Thiago K Ribeiro

0,1

0,1

Total

100,00

100,00

100,00

Respostas

1ª Citação

(%)

2ª Citação

(%)

3ª Citação

(%)

Não sabe / Não lembra

77,5

91,1

98,6

Politico citado que não é vereador

11,6

3,8

0,2

Citou vereador corretamente

10,9

5,1

1,2

Total

 100,00

100,00

100,00 

* * *

RJ: APOSENTADOS E PENSIONISTAS CORREM RISCO DE NÃO RECEBER SE NÃO TEM COMPUTADOR!

( Servidor – Pâmela Oliveira – Extra, 16) 1.  A partir de junho, servidores inativos do estado só poderão acessar seus contracheques e informes de rendimento por meio do site do Rioprevidência (www.rioprevidencia.rj.gov.br). O portal do servidor (www.servidor.rj.gov.br), administrado pela Secretaria estadual de Planejamento e Gestão (Seplag) continuará publicando somente os contracheques e informes de rendimentos dos servidores ativos.

2. A partir de agora, os serviços voltados para inativos e pensionistas serão prestados exclusivamente pelo Rioprevidência, enquanto os servidores ativos continuarão sendo atendidos pelos RHs de seus órgãos e pela Seplag.

3. Os postos da Seplag também não vão mais imprimir contracheques e informes de rendimentos a partir de junho, como foi feito em maio — primeiro mês em que o estado interrompeu a emissão de contracheques impressos.

15 de maio de 2015

PESQUISA GPP – AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DA PREFEITURA DO RIO, 1200 ENTREVISTAS, 09-10 DE MAIO 2015!

Depois de 8 anos como prefeito do Rio, você aprova ou desaprova a administração do prefeito Eduardo Paes nas seguintes áreas:

Aprova ou desaprova: Saúde pública de uma forma geral (%)
Aprova         11,7
Desaprova    84,6
Não sabe Avaliar    3,7
Total     100,0

Aprova ou desaprova: Hospitais e Emergências (%)
Aprova         11,4
Desaprova    83,9
Não sabe Avaliar    4,7
Total     100,0

Aprova ou desaprova: Postos de Saúde (%)
Aprova         21,3
Desaprova    72,0
Não sabe Avaliar    6,7
Total     100,0

Aprova ou desaprova: Clínica da Família (%)
Aprova         27,5
Desaprova    55,1
Não sabe Avaliar    17,4
Total     100,0

Aprova ou desaprova: Escolas (%)
Aprova         24,4
Desaprova    66,5
Não sabe Avaliar    9,1
Total     100,0

Aprova ou desaprova: Trânsito (%)
Aprova         11,6
Desaprova    86,5
Não sabe Avaliar    1,9
Total     100,0

Aprova ou desaprova: Obras (%)
Aprova         37,8
Desaprova    58,8
Não sabe Avaliar    3,4
Total     100,0

Aprova ou desaprova: Segurança/Ordem pública (%)
Aprova          8,3
Desaprova    89,2
Não sabe Avaliar    2,5
Total     100,0

Aprova ou Desaprova: Tratamento dado aos Servidores Públicos (%)
Aprova         15,1
Desaprova    64,1
Não sabe Avaliar    20,8
Total     100,0

* * *

ACORDO PARA JJOO-2016 TIRA 30 TRENS DOS SUBÚRBIOS DO RIO!

(Folha SP, 15) 1. A população do Rio terá menos trens à disposição do que o prometido graças a um acordo do Estado com uma concessionária para a reforma de estações ferroviárias para a Olimpíada de 2016.

2. O negócio transferiu do poder público para a Supervia (concessionária de trens urbanos) o custo da reforma de seis estações. Ao mesmo tempo, previu a redução de 13% no total de trens prometidos.

3. Em vez de 231 composições com ar condicionado em 2020, como anunciado há cinco anos, o Estado manterá as 201 atuais, trocando 47 trens antigos, sem refrigeração, por novos.

4. O nono aditivo ao contrato de concessão, assinado em agosto do ano passado, livrou a concessionária de reformar 41 trens antigos e comprar dez novas composições.

14 de maio de 2015

PESQUISA GPP (AVALIAÇÃO DOS GOVERNANTES), 1200 ENTREVISTAS, 09-10 MAIO 2015!

Avaliação do Governador Pezão (%)
Ótima/Boa    13,5
Regular     42,7
Ruim/Péssima    37,1
Não Sabe/ Não Respondeu    6,7
Total    100,0

Avaliação da Presidente Dilma:    (%)
Ótima/Boa    7,6
Regular                  20,1
Ruim/Péssima    71,6
Não Sabe/ Não Respondeu    0,7
Total    100,0

Avaliação Eduardo Paes     (%)
Ótima/Boa    27,3
Regular     36,7
Ruim/Péssima    34,2
Não Sabe/ Não Respondeu    1,8
Total    100,0

Intenção de voto Presidente (%)
Aécio Neves    26,8
Marina         24,9
Lula    19,4
Senador Ronaldo Caiado    1,9
Nenhum / Nulo              23,0
Não sabe / Não respondeu    4,0
Total    100,0

* * *

“ÍNDICE DE INFELICIDADE” É O MAIOR EM 9 ANOS!

(Folha de SP, 14) 1.  A sensação de bem-estar da população brasileira medida pelo “índice de infelicidade” –soma das taxas de desemprego e inflação– atingiu no primeiro trimestre de 2015 seu pior patamar em mais de nove anos.

2. Entre os três últimos meses de 2014 e os três primeiros deste ano, o indicador (também conhecido como “índice de miséria”) saltou de 13,5 para 15,5 pontos. Trata-se do maior nível registrado desde o último trimestre de 2005, segundo a LCA Consultores.  O cálculo considerou a inflação, acumulada em 12 meses, de 8,1% em março e a taxa de desemprego de 7,3% (com ajuste sazonal), entre janeiro e março deste ano, segundo a Pnad Contínua, pesquisa que mede o nível de ocupação em todo o país.

* * *

UNIVERSIDADES NO RIO ESTÃO NO LIXO!

(Paula Cesarino da Costa – Folha SP, 14) 1. O portão do campus da Urca está fechado “por questão de segurança”, informa cartaz na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

2. No restaurante da Universidade Federal Fluminense (UFF), a suspensão das atividades foi anunciada “para preservar as condições sanitárias”. Pelos campi, sacos de lixo se espalham pelos corredores, e os banheiros estão em porca miséria. Focos de dengue se multiplicam.

3. Alunos trocam cadernos por vassouras. Professores revezam-se na portaria. A clínica de odontologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro deixou de atender 3.000. A UERJ não tem limpeza nem segurança porque não paga fornecedores em razão da contenção de verbas do governo Pezão.

* * *

NOSSOS BILIONÁRIOS PODERIAM SEGUIR O EXEMPLO!

(BBC, 13) 1. Um bilionário chinês realizou o sonho de muita gente ao pagar uma viagem de férias de quatro dias na França a nada menos que 6,4 mil empregados.  E não foi uma viagem qualquer. Li Jinyuan, o presidente da Tiens Group – multinacional que atua em áreas distintas, como biotecnologia, logística, turismo, educação e comércio – reservou 140 hotéis em Paris de quatro ou cinco estrelas e mais de 4,7 mil quartos em Cannes e também em Mônaco.

2. O maior grupo turístico que já visitou a França foi recebido no sábado em um complexo hoteleiro em Nice, uma cidade costeira no sul do país, banhada pelo Mar Mediterrâneo.

Pesquisa do GPP mostra o quadro eleitoral para Prefeito do Rio

Entre os dois cenários em que Cesar Maia está presente, o vereador aparece como 1º e 4º colocado.

Pesquisa do Instituto GPP – Prefeito do RJ – 09-10 de maio de 2015.

Intenção de voto Prefeito cenário 1 (%)
Romário – Senador 22,5
Crivella – Senador 18,9
Marcelo Freixo – Deputado do PSOL 11,5
Cesar Maia – Vereador 9,9
Pedro Paulo – Deputado, candidato do prefeito Eduardo Paes 4,3
Clarissa Garotinho – Deputada 2,8
Molon – Deputado do PT 2,4

Intenção de voto Prefeito cenário 2 (%)
Cesar Maia 23,5
Marcelo Freixo 22,0
Pedro Paulo 8,9

13 de maio de 2015

PESQUISA GPP PARA PREFEITO DO RIO! 1200 ENTREVISTAS EM 09-10 DE MAIO 2015!

Intenção de voto Prefeito cenário 1 (%)
Romário – Senador 22,5
Crivella – Senador 18,9
Marcelo Freixo – Deputado do PSOL 11,5
Cesar Maia – Vereador 9,9
Pedro Paulo – Deputado, candidato do prefeito Eduardo Paes 4,3
Clarissa Garotinho – Deputada 2,8
Molon – Deputado do PT 2,4
Nenhum/ Nulo 23,8
Não sabe/ Não Respondeu 3,9
Total 100

Intenção de voto Prefeito cenário 2 (%)
Cesar Maia 23,5
Marcelo Freixo 22,0
Pedro Paulo 8,9
Nenhum/ Nulo 37,8
Não sabe / Não respondeu 7,8
Total 100

Intenção de voto Prefeito cenário 3 (%)
Romário 27,7
Crivella 19,6
Marcelo Freixo 16,6
Pedro Paulo 5,7
Nenhum/ Nulo 24,9
Não Sabe/ Não respondeu 5,5
Total 100,0

Intenção de voto Prefeito cenário 4 (%)
Romário 33,7
Marcelo Freixo 19,2
Pedro Paulo 6,9
Nenhum / Nulo 33,1
Não sabe / Não respondeu 7,1
Total 100,0

Você votaria num candidato do PT, sim ou não? (%)
Sim 25,3
Não 69,3
Não sabe 5,4
Total 100,0

Na próxima eleição para prefeito do Rio, você votaria num candidato da Dilma, sim ou não? (%)
Sim 18,5
Não 77,2
Não sabe 4,3
Total 100,0

Na próxima eleição para prefeito do Rio, você votaria num candidato do Lula, sim ou não? (%)
Sim 27,3
Não 68,5
Não sabe 4,2
Total 100,0

12 de maio de 2015

COMO A CRISE VAI INFLUENCIAR AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2016?

1. Há 3 vetores que tendem a envolver a decisão de voto para prefeitos nas eleições de 2016.  O primeiro é a situação econômica entendida como riscos de desemprego, redução de renda real e inadimplência, que desde já é sentida.

2. O segundo é o ambiente moral afetado pela sensação de ampla corrupção associada à política, exponenciada pelo Petrolão. Basicamente foi este o impulsionador das manifestações nas ruas, panelaços e especialmente as vozes sistemáticas nas redes sociais.

3. O terceiro é a crise política sublinhada pela entressafra de lideranças políticas. Sem referências e alternativas, as pessoas não conseguem ver luz no fim do túnel e a indignação vem acompanhada de ansiedade.

4. Quanto e de que maneira os prefeitos atuais serão atingidos por estes vetores, sejam candidatos à reeleição ou referenciais de seus sucessores? Nos Estados em que os desdobramentos dos 3 vetores são maiores -como o Rio de Janeiro e São Paulo- as repercussões eleitorais serão maiores. Mas apenas maiores, pois o ambiente de opinião pública já mensurado pelos principais institutos de pesquisa mostra que é generalizado, seja por região, seja pelo tamanho da cidade, seja pelos cortes etários, níveis de renda e de instrução.

5. A probabilidade que o NÃO VOTO, ou seja, a soma de abstenção, brancos e nulos, seja recorde em 2016 é muito grande, o que aumenta o grau de imprevisibilidade dessas eleições. É um campo farto para a oposição. Mas não para a oposição partidária tradicional, mas para os candidatos que emitam sinais ante os 3 vetores e que os comuniquem construindo alternativas e confiança.

6. Por isso, as forças políticas que disputarão as eleições em 2016 devem antecipar as pesquisas de opinião política para já. Normalmente elas começam um ano antes da eleição. Agora devem começar um ano e meio antes das eleições.

7. E aprimorar a comunicação direta, tornando-a sistemática desde já. A comunicação direta deve tratar de temas locais e do cotidiano e deve agregar a abordagem pessoal nas ruas e a virtual nas redes.

8. Em ambos os casos não deve emitir os tradicionais sinais de interesse partidário, sombreando a comunicação. E, ao mesmo tempo, evitar o oportunismo da antipolítica, porque se essa levar a vitória, não terá sustentabilidade. É um quadro complexo e, por isso mesmo, exige antecipar as análises e reflexões como nunca.

* * *

VOTO DIRETO É CLÁUSULA PÉTREA DA CONSTITUIÇÃO, DIZ JURISTA YVES GANDRA MARTINS!

CONSELHO SUPERIOR DE DIREITO – FECOMERCIO – São Paulo, 28 de abril de 2011.

DD. Senador. Senhor Senador, Francisco Dornelles.

O Conselho Superior de Direito da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo – FECOMERCIO SP, reunido em 28 de abril de 2011, concluiu pela inconstitucionalidade da proposta do Sistema de Voto em Lista, porque fere a cláusula pétrea prevista no artigo 60, §4°. inciso II, da Constituição Federal.

Manifestamente, o voto em Iista é incompatível com o voto direto, secreto, universal e periódico, porque afronta o preceito constitucional citado.

Outrossim, a proposta Iegislativa retira do eleitor o poder de escolha de seu representante, como estabelece o parágrafo único do artigo 1° da Carta Magna.

Se todo poder emana do povo, como proclamado pelo referido parágrafo único. O Voto em Lista é inconcebível no Estado Democrático.

IVES GANDRA DA SILVA MARTINS
Presidente do Conselho Superior de Direito
FECOMERCIO-SP

* * *

IPCA DEVE ATINGIR 9% EM 2015!

(Estado de SP, 11) 1. Pela quarta semana consecutiva, os analistas elevaram a previsão para o IPCA deste ano. Pior do que isso, pela primeira vez, o grupo que mais acerta o resultado da inflação, o chamado Top 5, projeta agora que o índice ficará acima de 9%, bem acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, de 6,5%. A expectativa da pesquisa geral é que o índice oficial de inflação encerre 2015 em 8,29%, contra 8,26% da semana anterior. Há um mês, essa projeção estava em 8,13%.

2. No Top 5 de médio prazo (grupo de economistas que mais acertou projeções) o movimento foi de alta, e forte. A mediana das estimativas para o IPCA deste ano passou de 8,73%, patamar em que estava há quatro semanas, para 9,02% esta semana. Na semana passada, o Banco Central afirmou, em ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que só vê a convergência da inflação para a meta ao final de 2016.

11 de maio de 2015

SEGURANÇA PÚBLICA: PALESTRA DO CORONEL ÍBIS PEREIRA, CHEFE DE GABINETE DO COMANDANTE GERAL DA PM-RJ, NO DIA 28 DE ABRIL DE 2015, NA AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA CÂMARA MUNICIPAL DO RIO!

Transcrição das notas taquigráficas.

1. Vereador, gostaria de saudar Vossa Excelência e todas as autoridades que compõem esta Mesa. Minhas Senhoras e meus Senhores, eu serei muito breve.  Nós estamos reunidos nesta Casa, há mais ou menos 40 minutos. E eu posso afirmar aos senhores que, pelas nossas estatísticas, pelos números da violência no Brasil, quatro brasileiros foram vítimas de homicídio doloso, durante esses últimos 40 minutos. No Brasil, a cada 10 minutos uma pessoa é vítima de homicídio doloso. Em 2013, foram mais de 56 mil. Brasileiros e brasileiras, vítimas desse crime, que acontece com a vontade de matar! São outros 50 mil que morrem nas nossas estradas; e mais de 140 mil estupros, num único ano! Num único ano!

2. Eu creio que, aqui nesta Casa, ao longo desta Audiência, nós vamos discutir um ponto central para o aperfeiçoamento da democracia no Brasil, para o aperfeiçoamento do Estado Democrático de Direito, que é compreender a segurança como direito. No Brasil, nós precisamos avançar muito no sentido desta compreensão. Aqui, nós temos reduzido – e eu diria, historicamente isso tem a ver com o viés autoritário do Estado Brasileiro; isso tem a ver com a hierarquização brutal da nossa sociedade -, temos reduzido segurança, sobretudo segurança pública, à Polícia!

3. Basta ver o nome da própria Secretaria: Secretaria de Segurança. Quando a gente olha para ela, o que tem ali? Polícia – Polícia Civil e Polícia Militar. Segurança é muito mais do que Polícia! Muito mais do que Polícia! Aliás, o último ator é a Polícia! Mas, no Brasil, a gente tem dificuldade de entender isso. Enquanto a gente não alargar essa compreensão, nós não vamos caminhar no sentido da consolidação da democracia.

4. Porque se nós quisermos, na minha maneira de perceber, saber se um Estado é efetivamente uma democracia é preciso olhar a Polícia que esse Estado tem. Porque a Polícia tem a cara do Estado, e reflete muito da sua sociedade. A Constituição que aí está tem 26 anos. Foi a primeira Constituição da República a trazer um capítulo sobre Segurança Pública. Quando a gente olha para esse capítulo, o que tem nele é Polícia! Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda, Polícia Federal!

5. Há 26 anos que esse capítulo espera regulamentação… 26 anos. O tempo que ele tem de existência, ele está esperando de regulamentação. Ou seja, no Brasil, nós criamos alguma coisa, em 1988, que nós queríamos que fosse um sistema, que queríamos que funcionasse como um sistema, e até hoje nós não instituímos o que nós criamos.

6. Nós somos um povo, uma sociedade – como eu disse – tremendamente hierarquizada; somos uma República construída por sobre anos e anos de escravidão – e eu diria que a gente ainda não conseguiu solucionar a obra que a escravidão deixou neste País; a obra ainda está aí para ser resolvida; nós temos problemas sociais imensos, que a gente tenta resolver com Polícia. Nós temos uma obsessão pela palavra “ordem”, pela ideia de ordem.

7. A gente não consegue entender que democracia convive com conflito. A nossa obsessão é tanta que colocamos essa palavra na própria bandeira. Essa palavra está na nossa alma. Então, eu acho que nós temos um grande desafio como sociedade: pensar que tipo de modelo a gente quer; que tipo de Polícia a gente quer, que seja compatível com o Estado Democrático de Direito que a gente pretendeu fundar em 1988.

8. Se forem as que aí estão, vamos então fazer esse dever de casa, que deveríamos ter feito desde 1988: vamos criar esse sistema; fazer com que o Sistema de Justiça Criminal funcione efetivamente como um sistema. Se não é esse o modelo, façamos outro. O que eu penso que nós não podemos continuar fazendo é reduzir segurança à Polícia. Porque enquanto permanecermos com essa mentalidade, a gente não vai avançar.

9. Saúdo mais uma vez esta Casa e esta Comissão de Direitos Humanos pela coragem de discutir publicamente esse tema, que eu reputo central para consolidar o Estado Democrático entre nós. É isso. Bom dia, mais uma vez, a todos. (PALMAS)

* * *

PROJETOS DE LEI SOBRE LICENÇA PATERNIDADE PARA SERVIDORES MUNICIPAIS DO RIO!

(Pamela Oliveira- coluna do Servidor – Extra, 10) 1. Propostas para aumentar a licença-paternidade (Servidor – Pâmela Oliveira) Dois projetos de Emenda à lei Orgânica do município e que propõem a ampliação da licença-paternidade dos servidores de oito para 30 dias tramitam na Câmara Municipal do Rio. O primeiro foi apresentado pelo vereador Renato Cinco (PSOL). O segundo, do vereador Cesar Maia (DEM), propõe outras duas alterações na Lei Orgânica. A proposta do vereador é que tanto a licença-maternidade quanto a paternidade somente tenham os dias contados a partir do momento em que o recém-nascido receber alta da Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal.

2. Pai poderia ter benefício da mãe morta após o parto. A segunda emenda apresentada por Cesar Maia propõe que, em caso de morte da mãe devido a complicações do parto, o pai tenha o direito de utilizar os 120 de licença-maternidade. Os dois projetos que ampliariam a proximidade entre os pais e os recém-nascidos, no entanto, não têm data para entrar na Ordem do Dia de votação. Segundo a Câmara, estão tramitando nas Comissões Permanentes.

* * *

NOTAS INTERNACIONAIS!

1. (El País, 11) Polônia. Andrzej Duda, candidato dos ultranacionalistas de Lei e Justiça (PiS) tem 2 pontos de vantagem sobre o atual presidente, o europeísta Komorowski (34% contra 32%). O resultado exato é irrelevante, porque ambos deverão passar ao segundo turno em 24 de maio, mas reflete uma mudança de tendência no país. Em outubro virão as eleições parlamentares para definir o novo governo.

2. (El País, 11) Daniel Martínez, da Frente Ampla, é o novo prefeito de Montevidéu, vencendo amplamente. Dobrou os votos da outra candidata do FA, Lucía Topolansky, esposa do ex-presidente Mujica. FA, que governa o Uruguai, perdeu o departamento de Maldonado, um dos mais ricos do país, e não melhorou sua posição no interior onde o Partido Nacional venceu na maioria dos departamentos. Depois de 25 anos no poder a atual eleição deu sinais de ruptura dentro da FA.

3. (El País, 11) A UE prepara uma operação militar na Líbia para frear as máfias. A diplomacia europeia espera conseguir o aval da ONU na próxima semana e assim combater o tráfico de imigrantes no Mediterrâneo. A operação contemplará “todos os meios necessários”, incluindo ações repressivas para destruir o negócio de extorsão aos estrangeiros para levá-los a Europa desde a Líbia.

4. (El País, 11) Bachelet desenha seu novo gabinete num completo hermetismo.  Desde quarta-feira a política chilena se encontra em compasso de espera. A presidenta Bachelet anunciou na TV que havia pedido a renúncia a todo o seu gabinete e que em 72 horas informaria o novo gabinete. Mas esse quebra-cabeça era mais complexo e a presidenta desde sua residência estendeu este prazo.

* * *

NOVO REITOR DA UFRJ MOSTRA UM QUADRO CRÍTICO NA UNIVERSIDADE!

(Trecho da entrevista a ‘O DIA’, 10) ROBERTO LEHER. 1. Precisamos de um novo pacto de financiamento das universidades federais. Entre 2007 e 2014, tivemos um aumento de 55% no número de alunos da UFRJ. Mas hoje nós temos metade da verba de custeio: em 2011, era R$ 230 milhões para manutenção e pagávamos 870 terceirizados. Hoje, são R$ 301 milhões para 5 mil terceirizados. Em 2014, não houve verba para investimento, por isso essa degradação de infraestrutura. A previsão é que as universidades federais não passem de setembro. Nosso primeiro desafio é conseguir um orçamento complementar.

2. Como a terceirização foi muito ampliada, provavelmente não teremos como pagar as empresas, vamos ter dificuldades de honrar os compromissos. É o cobertor curto: se pagar o terceirizado, faltará dinheiro para energia elétrica. Lembre-se que as aulas começaram atrasadas neste período por causa dos atrasos.

3. Sou uma pessoa que tem formação de esquerda, no campo marxista, e historicamente a esquerda sempre foi muito generosa no campo da ciência. Einstein, Freud… São formuladores. Serei um reitor preocupado com a autonomia da ciência dentro da universidade, sem perspectiva partidária. Quem faz a afirmação de que a universidade é usada para doutrinar não tem nem a menor noção de como funciona esse ambiente.

08 de maio de 2015

REINO UNIDO: PESQUISAS ATÉ O DIA DA ELEIÇÃO ERRARAM ABSURDAMENTE! POR QUÊ!

1. Este Ex-Blog já comentou várias vezes que um sistema eleitoral de voto distrital uninominal de maioria simples com distritos de uma pequena fração do eleitorado não reproduz necessariamente a opinião proporcional do eleitor e, portanto, as pesquisas de opinião eleitoral devem ter um extremo cuidado ao projetar intenções de voto.

2. Por exemplo: Suponhamos uma situação de 2 partidos em 10 distritos. Se um partido ganha em todos os distritos com 51% dos votos e o outro obtém 49%, as pesquisas vão falar de um empate técnico de 51% a 49%. Mas se o resultado for esse, na representação na câmara de deputados, o partido que obteve 51% dos votos terá 100% das cadeiras.

3. Um exercício assim pode ser feito com vários partidos. A probabilidade dos partidos menores não reproduzirem na urna o que as pesquisas informam é bem maior que os partidos maiores. No caso do Reino Unido os Distritos são de mais ou menos 40 mil eleitores, o que acentua a probabilidade do resultado de eleitos não corresponder ao da pesquisa.

4. Vamos ao caso concreto das eleições no Reino Unido ontem. No mesmo dia de ontem a Reuters informou que as pesquisas davam um empate entre os Conservadores e os Trabalhistas com 33% das intenções de voto. E mais que no mesmo dia de ontem os Trabalhistas haviam ultrapassado com uma leve vantagem de 1 ou 2 pontos.  Ou seja: teriam um número igual de cadeiras na Câmara dos Comuns. Com isso, o governo só se formaria por coligação.

5. Mas havia um problema adicional. A vitória do PN da Escócia era –e foi acachapante- ficando com quase todas, 58 de 59 cadeiras ou 9%. Numa situação dessas a probabilidade das pesquisas coincidirem com os resultados é muito, muito grande. Os liberais-democratas teriam 10%, os nacionalistas eurocéticos (UKIP) 10%, e os verdes 5%. Transformando em cadeiras, seriam 214 cadeiras para Conservadores e Trabalhistas, 65 para os liberal-democratas, 65 para o UKIP e 32 para os verdes.

6. Mas, uma vez abertas as urnas e definidas as cadeiras por distrito, os Conservadores chegaram a 318 cadeiras (49%), 100 cadeiras a mais que as pesquisas ou 48% a mais. No voto nominal tiveram 36,6. Os trabalhistas chegaram a 227 cadeiras (34,9%), beneficiando-se do voto distrital, mas tirando cadeiras dos partidos menores. No voto nominal 30,6%. Os liberal-democratas ficaram com 8 vagas (1,2%) do total, muito menos que as 65 cadeiras previstas e dos 7,7% nominais. O UKIP elegeu apenas 1 deputado, radicalmente diferente dos 65 que elegeriam e dos 12,6% nominais. E o PN-E confirmou as previsões, elegendo 56 deputados ou 8,6% e 4,9% nominais, portanto beneficiando-se do voto distrital. E os pequenos partidos ficaram com 23 cadeiras ou 3,5% ou 7,5% dos votos nominais, beneficiando-se por seu voto localizado.

7. Nesse momento em que se discute um novo sistema eleitoral para o Brasil, é bom os partidos analisarem bem as propostas dos que propõem um modelo de voto distrital de maioria simples e com distritos pequenos e variáveis. Isso poderia produzir um gigantesco desvio de proporcionalidade. Isso só é suportável em países com instituições sólidas e seculares, onde variações desse tipo já fazem parte da tradição eleitoral.

8. Lembre-se que na coligação entre conservadores e liberal-democratas (sempre prejudicados), foi feito um acordo para que fosse submetida a plebiscito uma correção nesse sistema. Com larga vantagem, o sistema atual de voto distrital uninominal de maioria simples em pequenos distritos foi amplamente vitorioso.

* * *

ALGUNS DADOS SOBRE DESPESAS E DÍVIDA DA PREFEITURA DO RIO!

1. (LDO -2016) Serviço da Dívida. 2013: R$ 912 milhões/ 2014: R$ 1.019 milhões / 2015, em transição, não informado / 2016: R$ 782,2 milhões (em função da lei de aplicação dos novos indexadores) / 2017: R$ 1.021 milhões. / 2018: R$ 1.281,1 milhões. Obs.: Deflacionado em 2018 o serviço da dívida volta aos mesmos níveis de 2014 e 12% maior que 2013. Ou seja, o significativo ganho resultante da aplicação da lei dos novos indexadores desaparece em 2018 pela projeção dos contratos de empréstimos.

2. (CG-2008/CG-2014) Custo geral Comlurb. 2014: R$ 1.552,9 milhões. / Em 2008 eram R$ 537,7 milhões. Ajustando 2008 pelo IPCA teríamos R$ 799,2 milhões. Um crescimento real de 94,3% em 6 anos.

3. (CG-2008/CG-2014) Dívida Consolidada. Em 2008 eram R$ 8.684 milhões. Ajustada para dezembro de 2014 seriam R$ 12.907 milhões. Em 2014 foram R$ 14.156 milhões. Crescimento real de 9,7% ou R$ 1.249 milhões. Em 2016 em moeda de 2015 –depois do ajuste da lei que mudou os indexadores- a dívida projetada pela LDO é de R$ 10.915.  A redução conseguida pela lei dos indexadores, de R$ 3.241 milhões, cobre o aumento da dívida desde 2008 de R$ 1,25 bilhão deixando um saldo de R$ 2 bilhões ou 18% do total da dívida.

07 de maio de 2015

AJUSTE FISCAL: PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE!

1. Um desdobramento problemático dos ajustes fiscais produzidos na Europa após a crise de 2008 tem sido a estagnação ou queda da produtividade das economias que adotaram estes ajustes. Mesmo os ajustes menos agressivos que vieram da crise, como no Reino Unido, tiveram esse desdobramento.

2. As exceções à regra têm sido e continuam sendo os Estados Unidos e a Alemanha, talvez pela atratividade e segurança que têm para os capitais financeiros, que migram.  Mas o fundamental, nestes dois casos, é que desde a resposta a crise, imediatamente após a implosão financeira de 2008, foram adotadas medidas e estímulos ao crescimento da produtividade com suas repercussões na competitividade das suas economias.

3. Mas nos demais acaso da Europa, o ajuste fiscal gerou reações econômicas defensivas no setor privado e um foco único no setor público. E a produtividade estagnou, quando não caiu, e a competitividade, naturalmente acompanhou. Com a rigidez do Euro, que impede a flexibilização cambial como forma de dar competitividade ao comércio exterior e a atração de capitais, esta estagnação se espalhou.

4. Portugal, Espanha, Itália, Grécia, França e até a Inglaterra, etc. Na América do Sul esse processo foi reforçado pela queda dos preços das commodities e em especial do petróleo. A resposta populista em casos como Venezuela e Argentina trouxe de volta a estagflação tão comum nos anos 70 e 80.

5. O Brasil inicia um processo de ajuste fiscal – inicialmente com maior rigor de caixa e medidas legais em discussão no Congresso Nacional. Até pela natureza do ministro da fazenda, com origem no mercado financeiro, só há um foco: ajuste fiscal pelo lado das despesas e das receitas.

6. Essa é a mesma receita adotada nos países europeus e que os têm feio afundar em relação à produtividade e a competitividade. Mas no caso do Brasil não há a rigidez do Euro e a válvula de escape é o câmbio e a inflação. É verdade que estes ajudarão o ajuste fiscal, mas não a produtividade e a competitividade da economia. Muito pelo contrário.

7. Como o ajuste fiscal está apenas no começo, seria básico que, simultaneamente, o governo adotasse medidas de apoio e incentivo ao desenvolvimento tecnológico e outras medidas que evitem prosseguir o desmoronamento da competitividade da economia, que vem ocorrendo nos últimos anos e que num quadro de ajuste fiscal exclusivo pode ser perigosamente acentuado.

* * *

ELEIÇÕES HOJE NO REINO UNIDO: VOTO ESTRATÉGICO NUM SISTEMA DISTRITAL SIMPLES!

(Timothy, Garton Ash, Professor na Universidade de Oxford, Especial para Estado de SP, 07) 1. Esta eleição geral definidora de país é a mais europeia que a Grã-Bretanha já viu. Com um papel crucial desempenhado por partidos menores e políticas divergentes em diversas regiões ou nações dentro do Estado, o desfecho quase certamente será um governo de coalizão ou de minoria: tudo assustadoramente não britânico e tipicamente continental.

2.  Mas esta mais europeia das eleições pode levar a Grã-Bretanha a sair da União Europeia (UE) e a Escócia, em seguida, a abandonar o Reino Unido. Pode significar também cortes drásticos em algumas áreas dos gastos públicos e mais desigualdade, em especial na Inglaterra, e uma nova erosão das liberdades civis. Como eleitor inglês, são essas as coisas que desejo evitar.

3. A maioria dos editoriais de jornais e revistas pré-eleitorais da Grã-Bretanha terminou nos conclamando, como nos velhos tempos, a optar por trabalhistas ou conservadores. Agora, as únicas duas pessoas com claras chances de ser primeiro-ministro são David Cameron e Ed Miliband, mas minha escolha como eleitor inglês individual é mais complicada do que isso.

4. Se tivéssemos um sistema continental de representação proporcional, eu poderia votar no partido do qual me sinto mais próximo, certo no conhecimento de que isso aumentaria sua presença no Parlamento e suas chances de moldar o novo governo. Não é assim em nosso sistema de maioria simples, que não é adequado ao tipo de política europeia com a qual a Grã-Bretanha topou.  Em muitos distritos eleitorais ingleses, o eleitor não terá de fato nenhuma chance, já que haverá as “cadeiras garantidas” para um candidato trabalhista ou conservador. Ouvi alguém dizer no rádio que sentia que seu voto não tivera nenhum valor em 40 anos.

5. Isso, às vezes, significa votar com a cabeça e não com o coração. Na Grã-Bretanha, isso se chama, tradicionalmente, uma “votação tática”, o que tem uma conotação levemente pejorativa. Mas o cientista político de Oxford, Stephen Fisher, considera que quase um a cada dez eleitores britânicos fez isso no passado, influenciando os resultados de aproximadamente 45 cadeiras. Mais de nós devemos fazê-lo desta vez, e deveríamos vê-lo como uma votação estratégica, e não tática.

6. Algumas partes desta escolha estratégica são um tanto espinhosas. Claramente, se, para o bem da Inglaterra, você quer manter a Escócia no Reino Unido, então você tem de manter o Reino Unido na União Europeia.  Os trabalhistas têm uma política europeia mais racional e construtiva do que os conservadores. Mas não estou nem um pouco convencido de que cinco anos de um governo trabalhista de minoria, fraco, com palpável influência do PNE atiçando as chamas do ressentimento inglês e os conservadores mantendo a própria unidade interna desancando a Europa, ajudados e incentivados em ambos os aspectos pelo anti-Escócia Sun, nos colocariam numa posição melhor para ganhar um referendo sobre permanência que certamente virá, cedo ou tarde.

7. Alguns desses julgamentos podem ser complicados, mas a mensagem geral é clara: vote com a cabeça. Assim, se você for inglês e estiver indeciso entre trabalhistas e conservadores precisa antever que os trabalhistas serão dizimados na Escócia. Assim, se estiver preocupado com o equilíbrio geral no Parlamento de Westminster, essa é uma boa razão para votar nos trabalhistas por lá. Se, ao contrário, estiver numa vertente conservadora-liberal-democrata, não desperdice seu voto nos trabalhistas.

8. Por todas as prioridades que mencionei, é importante que haja um núcleo duro de talvez 35 representantes liberal-democratas capazes de uma coalizão com trabalhistas ou conservadores ou de influenciar um governo de minoria de esquerda ou de direita.  Eles também seriam fortes o bastante para levantar uma bandeira parlamentar por nossas muito desgastadas liberdades civis – uma questão pela qual os dois maiores partidos têm se mostrado cronicamente indiferentes.

9. Em suma: os ingleses precisam votar estrategicamente para que o centro liberal se mantenha. Desta vez, isso significa o centro liberal não somente da política britânica, mas da própria Grã-Bretanha.

* * *

DIRETORES E CONSELHEIROS DO FUNDO DOS FUNCIONÁRIOS DOS CORREIOS SÃO OS RESPONSÁVEIS PELO ROMBO!

(Estado de SP, 06) 1. Após seis meses de investigação, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) chegou à conclusão de que os diretores e conselheiros do Postalis, o fundo de pensão dos funcionários dos Correios, foram responsáveis por parte do rombo de R$ 5,6 bilhões no plano de benefício definido dos participantes do fundo. A constatação está em dois relatórios confidenciais, aos quais o ‘Estado’ teve acesso.

2. De acordo com os documentos da Previc os gestores “não agiram com zelo e ética”. São acusados de má gestão e de não observar, sobretudo, a rentabilidade dos fundos onde depositaram o dinheiro dos participantes. Entre os investimentos que levaram o fundo a apresentar esse déficit bilionário estão aplicações em títulos de bancos liquidados, como Cruzeiro do Sul e BVA, e investimentos atrelados à dívida de países com problemas, como Argentina e Venezuela.

* * *

DISTRIBUIDORAS DE VEÍCULOS DEMITEM 8 MIL QUE PODEM CHEGAR A 38 MIL NO ANO!

(Folha de SP, 06) 1. Ao encerrar mais um mês com queda nas vendas de veículos, a Fenabrave (federação que reúne as distribuidoras de autos) revisou para baixo as projeções para 2015 e mostrou que o fechamento de postos de trabalho já é um problema no setor.  Segundo a entidade, 12 mil funcionários foram demitidos no primeiro quadrimestre de 2015. A causa está no fechamento de 250 concessionárias autorizadas no Brasil, motivado pelo encolhimento do mercado.

2. Os dados da Fenabrave mostram que os emplacamentos de carros de passeio e comerciais leves recuaram 18,4% nos primeiros quatro meses deste ano em comparação ao mesmo período de 2014. Por isso, a federação das distribuidoras passou a acreditar que a queda no acumulado do ano chegará a 18%.

3. No início do ano, as 8.000 concessionárias autorizadas instaladas no país empregavam 411 mil funcionários. Caso a previsão de queda se confirme, a federação acredita que outras 550 lojas serão fechadas, o que totalizará uma queda de 10% no número de estabelecimentos. Com isso, seriam fechados cerca de 38 mil postos de trabalho, número que poderá ser compensado em parte pela abertura de novas lojas.

06 de maio de 2015

ÍNDICE DE TRATAMENTO DE ESGOTO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO CAI 31,27% EM 4 ANOS!

1. O Instituto TRATA BRASIL divulgou os dados de saneamento das cidades brasileiras. Num capitulo –página 54- separa os mesmos dados para as capitais. O estudo foi realizado com base no SNIS 2013 e divulgado em relatório de 22 de abril de 2015.

2. Os dados da cidade do Rio de Janeiro surpreendem negativamente. No ranking geral das capitais o Rio –segundo mais importante centro econômico e cultural do país- ocupa apenas o décimo terceiro lugar entre 27 capitais, ficando, portanto, no meio da fila.

3. O índice de atendimento de água ficou estacionado em torno de 91 entre 2009 e 2013.  Faltam ainda 134.981 ligações de água. Estão faltando também 537.826 ligações de esgoto, embora o crescimento no período.

4. O dado que mais espanta por mostrar uma gravíssima reversão, com todas as consequências ambientais, é o Tratamento de Esgoto.  Os índices mostram que em 2009 eram 68,65, em 2010 eram 53,24, em 2011 eram 51,92, em 2012 eram 50,02 e em 2013 eram 47,18. Entre 2009 e 2013 –ponta a ponta- a queda foi de 31,27%.

5. Conheça o relatório completo de 62 páginas com todas as tabelas.

* * *

DEPOIS DE NIXON, AGORA A CHINA E A RÚSSIA PEDEM COMBATE RADICAL ÀS DROGAS!

(The Economist/Estado de SP, 04) 1. Em 1971, Richard Nixon declarou que as drogas eram o “inimigo público número um”, dando o primeiro tiro daquela que ficou conhecida como a “guerra às drogas”. Nos EUA e em outros países ricos que combateram ao lado dos americanos, a campanha levou à adoção de leis rígidas e condenações severas para pequenos traficantes e dependentes. Nos países pobres e tumultuados, de onde vinham a cocaína e a heroína, a ordem foi erradicar as plantações de coca, de papoula e treinar e armar as forças de segurança.

2. Bilhões de dólares desperdiçados e inúmeras vidas destruídas depois, as drogas ilegais continuam disponíveis e os combatentes antidrogas começam a ficar cansados. Nos EUA e na Europa Ocidental, a dependência é vista cada vez mais como uma doença. A maconha foi legalizada em alguns lugares. Em vários países, cogita-se seguir o exemplo de Portugal, onde o uso de drogas não é mais considerado crime.

3. Mas, justo agora, quando essa guerra às drogas começa a arrefecer, uma outra ganha força na Ásia, na Rússia e no Oriente Médio. Ecoando as palavras de Nixon, o presidente da China defendeu a implementação de “ações vigorosas para acabar com as drogas”. Seu colega indonésio declarou que elas são uma “emergência nacional”. Em janeiro, ele submeteu seis traficantes a um pelotão de fuzilamento – ato que se repetiu na semana passada, quando a Indonésia executou outros oito traficantes, ignorando pedidos internacionais de clemência. Atualmente, o Irã executa um número de traficantes cinco vezes maior do que há alguns anos.

4. A Rússia defende a pulverização com veneno das plantações de papoula do Afeganistão e tenta fazer com que seus vizinhos a acompanhem na proibição à metadona, opiáceo usado no tratamento de dependentes de heroína. No início do ano, a China pressionou a Agência das Nações Unidas para o Combate às Drogas e ao Crime Organizado (UNODC) a adotar restrições mais rígidas ao anestésico quetamina, mas ainda não obteve sucesso.

5. As proibições são sempre bem recebidas pelas organizações criminosas, que exercem controle exclusivo sobre um mercado global de aproximadamente US$ 300 bilhões anuais. Também convêm a autoridades e políticos corruptos, que podem embolsar um bom dinheiro fazendo vistas grossas ao tráfico.  De maneira geral, entretanto, o que move os novos inimigos das drogas é a mesma convicção que animava os antigos: a crença sincera, embora equivocada, de que a repressão aos traficantes e aos usuários acabará com a dependência. A lição a ser aprendida com a primeira guerra é que isso não vai acontecer.

6. Se os que se preparam para empreender a próxima guerra às drogas quiserem ver o que o futuro lhes reserva, basta olhar para o Ocidente: mais violência e corrupção, mais aids, prisões mais abarrotadas – e, apesar de tudo isso, a mesma quantidade inesgotável de drogas chegando às mãos dos que desejam utilizá-las.

* * *

IMIGRAÇÃO: TEMA CHAVE NA ELEIÇÃO BRITÂNICA DESTE 07/05!

(BBC, 06) 1. Segunda maior preocupação dos eleitores britânicos nesta eleição, a imigração é um tema polêmico e complexo no país. A direita os acusa de roubar emprego de britânicos e de abusar do sistema de benefícios sociais. Ao mesmo tempo, são, reconhecidamente, essenciais em serviços básicos no país – um terço dos funcionários do sistema público de saúde, por exemplo, são imigrantes.

2. Só no ano passado, 624 mil pessoas imigraram para o Reino Unido. Para se ter uma ideia, no Brasil – que tem o triplo da população e onde, principalmente após a chegada de haitianos, os imigrantes ficaram em evidência – foram 122 mil novos imigrantes, segundo o Ministério da Justiça.