03 de março de 2017

OS ERROS EM RELAÇÃO AO LEGADO OLÍMPICO ESPORTIVO DE 2016! OS ÚNICOS ACERTOS VIERAM DE 2007!

1. O fracasso do legado olímpico 2016, através de seus equipamentos esportivos, se deve a algo muito simples: não analisar e avaliar as experiências anteriores. As únicas exceções foram herança do PAN-2007. O Engenhão, a Arena Multiuso, o Parque Aquático e o RioCentro, todos eles com contratos desenhados e equipamentos concedidos em 2007, após o PAN, que agora foram basicamente mantidos.

2. Os jogos olímpicos de 2016 não seguiram o mesmo caminho. Deixaram os equipamentos para serem licitados em 2017. Em 2007, a prefeitura do Rio contatou os clubes do Rio e as federações de esportes olímpicos e, claro, o COB. Flamengo e Fluminense se desinteressaram pelo Engenhão, pois tinham a promessa do governador que seriam cogestores do Maracanã. Levaram uma rasteira e voltam, agora, 10 anos depois, à luta. Vasco tem seu estádio e o Botafogo participou sozinho da licitação.

3. O Fluminense se interessou pelo Parque Aquático, mas o COB pediu a concessão para ele. O velódromo obteve um enorme sucesso em seu uso, com ocupação 24h por dia. Mas o COB achou que isso prejudicaria o piso e o assumiu. No final, um desperdício financeiro, pois decidiram construir outro velódromo com custo pelo menos 7 vezes maior. E os atletas em formação ficaram sem velódromo.

4. Em relação aos equipamentos olímpicos 2016, nenhuma iniciativa nem contato foi feito com os clubes, federações de esportes olímpicos e com o COB. Talvez imaginassem que as concessões dariam à Prefeitura um ganho significativo. Resultado: nada aconteceu e estão todos fechados. Certamente teria havido interesse dos clubes do Rio para pelo menos o basquete e o vôlei.

5. O Fluminense, em 2007, tinha a ideia de gerir o Parque Aquático e usar esse equipamento como uma subsede do clube na Barra da Tijuca. A ideia continua boa. E agora ampliada para a multiplicidade de equipamentos. Com um sistema de manutenção adequado e com o multiuso das quadras poderiam ter vindo subsedes dos clubes do Rio que já praticam esportes olímpicos.

6. Ali estariam novas “escolinhas” e a possibilidade de introduzir o gênero sócio-atleta. Uma opção próxima para as famílias levarem seus filhos. E o desenvolvimento de práticas esportivas de pessoas com deficiência, dando continuidade às paralimpíadas e “sêniores” e de pessoas de terceira-idade

7. Isso beneficiaria os clubes, o esporte, a população, e uma região ampla e distante das sedes dos principais clubes do Rio. Bem, ainda há tempo de pensar, tanto a prefeitura do Rio quanto os clubes. E eliminaria o risco iminente de predação dos equipamentos e da crítica clássica aos “elefantes brancos”.

02 de março de 2017

A FORMAÇÃO DAS “BASES ALIADAS” A PARTIR DE 2016!

1. Este Ex-Blog comentou, após as eleições de 2016, que a proibição de doações empresariais e a restrição de propaganda nas ruas afetaram a votação daqueles candidatos que, mesmo tendo suas regiões de concentração de votos, terminavam se elegendo pelo espalhamento dos mesmos em outras regiões.

2. Os candidatos com forte base em um certo bairro/região continuaram se elegendo, só que com uma votação menor. Na medida em que a propaganda nas ruas foi eliminada, a propagação e conhecimento dos nomes em campanhas com forte apoio financeiro foram afetados.

3. Os candidatos de opinião pública que têm seus nomes conhecidos independentemente da região, viram suas votações crescerem, pois prescindem de propaganda nas ruas. Uma curiosidade. Opinião pública tende a ser menor nos muito conhecidos como artistas, atletas e os que aparecem na TV. Opinião pública passa a ser, principalmente, os conhecidos que o eleitor relaciona os nomes a suas atuações e ações. Pode ser quem na TV ou Rádio tem –por exemplo- programas de defesa do consumidor. Ou candidatos corporativos de opinião pública.

4. Dessa forma, o voto de clientela, através de favores fluídos, também perde importância. Há a necessidade do parlamentar –vereador, deputado- realizar ações locais que deem sustentabilidade a seu nome. Daí a vantagem dos candidatos efetivamente locais, que têm anos de ações na região.

5. Assim, o espalhamento dos votos através de clientela e ações locais vão requerer uma taxa de reconhecimento muito maior. E, por isso, terão que ter maior contundência e ser sustentada sua autoria com a presença de seus cabos eleitorais e legitimação governamental fora das eleições.

6. Se antes bastava aos governos atender pontualmente aos que votam com os projetos de lei do governo e contra aqueles que não são de interesse dos governos, agora eles vão precisar ter a paternidade clara de intervenções do governo que gerem memória.  

7. Essa será também uma dificuldade progressiva para os governos formarem as suas maiorias no legislativo. Não bastam os atendimentos pontuais –com cargos para os cabos eleitorais- e intervenções do tipo conservação. Terão que conversar com os parlamentares que lhes darão um apoio continuado sobre que tipo de intervenção terá essa memorabilidade.

8. Isso vai exigir uma gerência “política” mais complexa e vai trazer conflitos com os políticos de forte expressão local, que serão naturalmente afetados.