24 de agosto de 2016

ELEIÇÃO PARA PREFEITO DO RIO: GOVERNO E OPOSIÇÃO!

1. Como ocorre sempre, independente do nível de popularidade ou impopularidade do prefeito em exercício, o candidato desse à reeleição de seu governo, será alvo dos candidatos da oposição. Ou seja, é melhor mudar ou continuar.

2. Nesse sentido, o desgaste sofrido pelo candidato do prefeito, Pedro Paulo, em função do caso com sua esposa amplamente divulgado, passou nos últimos dias por uma decisão jurídica. Tanto o procurador geral Janot como em seguida o Ministro Fux do STF entenderam que os fatos não caracterizavam a origem das agressões.

3. Do ponto de vista jurídico fortalece o argumento do candidato. Do ponto de vista político-eleitoral os desdobramentos serão mais complexos, pois dependerão do tipo de reação da opinião pública. Para a oposição os fatos não irão alterar seus argumentos. A intensidade da resultante de opinião só se conhecerá mais perto da eleição.

4. Outro elemento importante será o impacto da Olimpíada sobre a decisão de voto. Naturalmente, o candidato do prefeito maximizará a repercussão do evento sobre o voto, usando os programas de TV para capitalizar. Do outro lado, a oposição sublinhará as questões do gasto e a ausência de prioridade social numa cidade com tantas diferenças.

5. Outra vez, a força dos argumentos e da propaganda em campanha e de seus multiplicadores sobre a opinião das pessoas construirá a resultante eleitoral, coisa que só se poderá medir na segunda quinzena de setembro. É um jogo complexo porque as críticas não poderão passar como desinteresse pela cidade. E a publicidade correrá sempre o risco de passar como se o evento tivesse resolvido os problemas do Rio.

6. Um elemento novo surgiu com a última intenção de voto divulgada pelo instituto Paraná Pesquisa. No geral, reproduziu as demais pesquisas conhecidas antes da Olimpíada com Crivella acima dos 20%, Freixo acima dos 10%, Bolsonaro em seguida, e Feghali, Pedro Paulo, Osório e Molon com 5% ou menos.

7. A pergunta, aliás tradicional em pesquisas eleitorais, ao eleitor, que candidato independente de seu voto ele acha que ganhará a eleição, Crivella se mantém em seu patamar e a única mudança sensível é a intenção de voto no candidato do governo Pedro Paulo emparelhar com Freixo.

8. É um fenômeno comum o eleitor médio achar que o fator governo com que tem convivido nos últimos anos cria uma vantagem sobre os demais. Mas será a própria campanha que trará a resultante dos pontos negativos e positivos do governo e se vale a pena continuar ou se o tempo produziu o conhecido desgaste de material e é melhor mudar.

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PESQUISA PARA PREFEITO DO RIO:  IBOPE OLÍMPICO!

1. Não poderia haver um pior período para se fazer uma pesquisa eleitoral no Rio do que no coração da Olimpíada. Especialmente nos bairros com equipamentos olímpicos e com uma ampla interação e mobilização dos moradores nestas áreas.

2. Foi exatamente nesse período que o IBOPE escolheu para fazer o campo de sua pesquisa. Ouviu 805 eleitores no último fim de semana olímpico e no dia seguinte -segunda- quando a Olimpíada atingia seu auge de excitação pública. Mesmo nos bairros -digamos- não olímpicos, a intensa cobertura das TVs terminou envolvendo os demais moradores.

3. Na pesquisa estimulada do IBOPE por intenção de voto, Crivella do PRB lidera com 27% das intenções de voto. Em seguida vem Freixo com 12% e Bolsonaro com 11%. No segundo grupo Jandira e Pedro Paulo estão empatamos com 6%, seguidos de Índio da Costa com 5%, Osório com 4% e Molon com 2%, etc. 25% não escolheram nenhum deles.

4. Comparando com pesquisas de final de junho -antes da vibração olímpica- e portanto 50 dias atrás, Crivella até cresce, mas levemente. Freixo e Bolsonaro ficam onde estavam. A oscilação dos demais candidatos também é quase nenhuma, talvez com exceção de Pedro Paulo -candidato do prefeito- que cresceu 2 pontos.

5. A avaliação do prefeito Eduardo Paes fica aquém do que se imaginava com a exposição que teve nesse período. Ótimo+Bom 27% e Ruim+Péssimo de 32% com um saldo negativo de menos 5%. O evento melhorou a avaliação dele, embora menos do que se imaginava. 50 dias atrás seu saldo negativo era de menos 10%.

6. O IBOPE perguntou sobre a rejeição aos candidatos. Crivella e Jandira com 35% e Pedro Paulo com 33% tem os piores resultados. Comparando com as intenções de voto, Crivella tem saldo negativo de menos 8%, Jandira de menos 29% e Pedro Paulo de menos 27%. Bolsonaro com 31% tem saldo negativo de menos 20%. Freixo com 25% de rejeição tem saldo negativo de menos 13%. Índio, Osório e Molon menos 16%.

7. Para se ter uma ideia, em S.Paulo o IBOPE mostra Russomano líder na pesquisa com saldo positivo de mais 9%. Haddad tem um saldo negativo de menos 43%. Marta de menos 18%. Erundina menos 16%. Doria menos 3%.