VÃO MAL AS FINANÇAS DA PREFEITURA DO RIO! PELO JEITO, MUITO MAL!

1. As medidas anunciadas pelo prefeito do Rio, embrulhadas em celofane, deixaram claro que as receitas previstas para 2013 não serão suficientes para cobrir as despesas –digamos- contratadas. Em parte devido a compromissos assumidos para 2016; em parte devido a obras iniciadas contando com hipotética ajuda federal; e em parte pelo extravagante crescimento das despesas com terceirizações, especialmente com as OSs na área de saúde, mas não apenas nessa área.

2. O orçamento de 2013 dá sinais discretos para os distraídos e fortes para os atentos. Incha as transferências correntes, supõe novos empréstimos por quase 1,5 bilhão de reais. Não se vê de onde podem tirar os 3 bilhões que sonham em investir.

3. Não sem razões e sem nenhuma vergonha ou inibição, o prefeito foi à Brasília conversar com o ministro da fazenda e pediu a ampliação da capacidade legal de endividamento em 7 bilhões de reais, ou um crescimento de cerca de 80% sobre o endividamento atual.

4. Aí entram seus movimentos que a imprensa tem divulgado. O novo pacote olímpico com maquiagem ambiental é, na verdade, a transferência de patrimônio e receita à especulação imobiliária, para que esta realize desembolsos olímpicos previstos para a prefeitura. E dentro deste, como não poderia deixar de ser, questões de ordem de ética pública. Pelo menos 500 milhões de reais passam a ser executados pelo setor privado que, com isso, deverá ter um lucro líquido três vezes maior, pelo que foi divulgado.

5. Em seguida, as edições dominicais dos jornais estamparam nas manchetes um inacreditável aumento do IPTU que, traduzindo as entrelinhas, não ficaria por menos de 500 milhões de reais para o bolso do contribuinte. Fala-se em bondades para os contribuintes. Na verdade são as tradicionais leis de anistia que os governos tiram da algibeira sempre que enfrentam problemas de caixa. E aumentos e interpretações do ISS fechando o pacote. Imaginam que o otimismo fiscal e a passividade do poder legislativo poderiam agregar mais uns 40% sobre o que projetam para o “novo” IPTU.

6. E outros contrabandos, que certamente virão nos projetos de lei e que não são anunciados para não despertar resistências. E as promessas eleitorais que se danem. Afinal, depois do voto, o eleitor pouco conta para esses.

7. O princípio da reeleição é o governante se suceder e, com isso, evitar um ciclo fiscal irresponsável, pois o sucessor será ele mesmo. Mas, pelo jeito, esse princípio foi atropelado na busca do poder pelo poder e…, de suas benesses. E lixem-se a responsabilidade fiscal, os bolsos dos contribuintes. Que a classe média pague a conta em curto prazo e a cidade pague a conta em longo prazo.