07 de abril de 2014

ENTREVISTA DE CESAR MAIA A FERNANDO RODRIGUES NA TV UOL, DIA 27/03! VI – A MUDANÇA DE NOME DO DEM E A ELEIÇÃO NO RIO!

1. (Mudança de nome do DEM) Péssimo, péssimo. Isso foi uma ideia do Lavareda. Era “Partido Democrata”, copiando o americano, e aí inventaram que se podia fazer blague com P D, aí eles refluíram e improvisaram o Democratas. Um erro da maior gravidade. O Democratas não tem marca ainda não é nada –veja as pesquisa. O PFL tinha lá 4%, 5% colado ao PSDB. Um erro grave. Eu acho que dentro dessa linha que eu falei, vamos eleger 43 deputados, como elegemos em 2010, e vamos fazer um gabinete de crise, e vamos buscar que estratégia é essa que nos vamos adotar. Voltar ao nome PFL, não, não dá mais. Nós perdemos uma grande oportunidade lá atrás, que foi antes do PRB virar PP, que era nós adotarmos a denominação europeia PP. Nós perdemos essa oportunidade, enfim, muito grave.

2. Enfim, atrasamos. Aí entra o Lavareda que com o Bornhausen quase foi presidente do partido. Ele fazia as pesquisas nacionais, ele orientava, reunia, dizia. Mas pera aí. O marqueteiro é para dizer como que expõe as ideias dos políticos. E não para o marqueteiro dizer quais são suas ideias e os políticos seguirem. Tem sido assim com todos os partidos.  Ninguém foi contra porque afinal de contas o Bornhausen foi um excelente presidente do partido, fez o congresso da refundação, e parecia que as coisas estavam bem pensadas. Estavam, para Partido Democrata. Mas nunca para um Democratas genérico, que não dá nem para pronomizar.  Você tem que botar “o” Democratas, e a pessoa acha que você tem um erro de conjugação. Agora tem que esperar a eleição, e depois da eleição pensar direito se vale a pena insistir…

3. (Eleição para governador do Rio). Não, nenhuma chance de recuar. Hoje o DEM tem 10%.  Quem está na frente tem 17%, 18%: Crivella, Garotinho. Quem está lá atrás, que é o Pezão e o Miro, tem 5%, 4%. Todos sabem, pois todos são profissionais, que quem passar de 15% tem chance de ir para o segundo turno. Eu já fu para o segundo turno em 1992 com 16%. Eu já fui para o segundo turno em 2000 com 20%. Fôlego para ir para o segundo turno, passando de 15%, todos tem e eu posso ter. Principalmente que a situação do Rio de Janeiro é uma situação da maior gravidade em matéria de descontrole administrativo e de segurança pública. No primeiro turno o próprio Garotinho ou Crivella tem vantagem. No segundo turno os dois perdem. Aí ficam todos ansiosos para ver quem vai para o segundo turno com um deles. Essa é a ansiedade dos outros.

4. A grande surpresa que a gente está tendo é essa performance pré-eleitoral do Lindbergh. O Lindbergh foi eleito senador com uma votação espetacular, o Lindbergh talvez seja o político que melhor faz campanha na rua, vai bem na televisão. Como é que Lindbergh pode estar nesse momento em patamar tão baixo? O que que aconteceu, para ter 11%, 10%, como deu o último Ibope? Como é que pode? O Crivella tem uma explicação. Ele diz que o problema é que há uma fatia grande da população que acha que essas manifestações assaram do ponto e há um ‘bagunção’ nisso tudo. E como ele tem essa origem, colaram ele nisso, e ele tem que fazer um descolamento. Qual é a expectativa hoje dele? É que o Lula venha com a mão salvadora, que ele sente no colo do Lula. Só que como é que o Lula faz isso numa campanha com tantos candidatos no Rio de Janeiro da chamada base aliada. Você sabe que a Dilma não engole o Lindbergh. Você sabe que o Crivella é o mais confiável de todos eles para Dilma. Confiável é aquele que faz campanha onde você não tem voto. O Crivella fará isso daí. Então como é que o Lula vai se movimentar numa campanha como essa? A Dilma é muito próxima do Pezão, estabeleceu uma linha de amizade quando era ministra ainda. Então, enfim, é uma situação difícil para eles mexerem. Eu tenho que falar de pré-candidatura, porque eu só posso falar de candidatura em junho. Vai ser mantida, não tenho dúvida nenhuma.

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O QUE NOS DIZ O DATAFOLHA SOBRE 2014: CRESCE O PESSIMISMO!

1. Uma nova pesquisa do Datafolha, 2 e 3 de abril.  Assim como no IBOPE, a avaliação ótimo+bom de Dilma caiu para 36%. O Datafolha nos diz que a intenção de voto em Dilma caiu para 38%. Somando os que não marcam nenhum candidato e os que marcaram os candidatos “menores”, são 35%. Sem eles, os que não marcaram nenhum, caem de 29% para 25%, como se uma lista grande confundisse o eleitor. Dilma passa a 43%, Aécio de 16% vai a 18% e Eduardo Campos de 10% vai a 14%.

2. O mais importante da pesquisa Datafolha é a reversão geral da opinião pública. Dilma cai. Todas as funções de governo têm sua desaprovação com forte aumento. A proporção daqueles que estão de acordo com as manifestações nas ruas, que havia diminuído, voltou a crescer passando de 52% para 57%.

3. Marina -que de certa forma sinaliza a antipolítica- e que havia caído nas últimas pesquisas, volta a subir, chegando a 27% e, com isso, provocando segundo turno. Pode ser que ela tenha se beneficiado dos comerciais e do programa do PSB. Mas o principal ator neles -Eduardo Campos- não teve nenhum ganho com a visibilidade. Registre-se que a pesquisa foi realizada logo após o programa e os comerciais do PSB.

4. Os segmentos onde a rejeição a Dilma eram maiores acentuaram essa rejeição. Ou seja: sudeste (29%) e níveis mais altos de renda (20%) e instrução (22%). Mas nos segmentos em que Dilma tem as maiores taxas de aprovação, ela mantém esse apoio: nordeste (54%) e níveis menos de renda e instrução. É aí que está ancorada.

5. São 63% os que acham que Dilma faz pelo país menos do que eles esperavam. Há cerca de um ano, essa taxa era de 34% /72% querem que o próximo presidente atue de maneira diferente da de Dilma.

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FAVELA-BAIRRO MUDOU DE NOME, MAS FOI SÓ ISSO: PAROU!

(Veja Rio, 05) 1. O Programa Morar Carioca (obs.: era o Favela-Bairro) foi anunciado com pompa e circunstância, em 2010, como um dos carros-chefes do governo municipal. A ideia era avançar em relação às iniciativas do passado e promover uma integração profunda entre as favelas e o entorno. Na ocasião do lançamento, a previsão era de que, até a Copa do Mundo, quarenta intervenções planejadas por escritórios de arquitetura escolhidos por concurso seriam implantadas em morros e complexos agrupados por região. Três anos depois e a dois meses da Copa, apenas duas tiveram obras iniciadas, e nenhuma deve ficar pronta até a final no Maracanã.

2. Tal demora azedou o humor dos arquitetos participantes, que reclamam não apenas do atraso, mas da indefinição que cerca os projetos. Nos bastidores, a revolta é tal que a empreitada já ganhou os apelidos de Demorar Carioca e Desmoronar Carioca. “É uma pena que um programa tão bem desenhado, com potencial para melhorar a vida de tanta gente, tenha perdido a prioridade”, lamenta Sérgio Magalhães, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), instituição que organizou o concurso.

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REFLEXOS DA REJEIÇÃO À POLÍTICA EM 2014!

(Blog do Magno Martins, 06) Uma pesquisa qualitativa que circula no diretório nacional do PT tem tirado o sono da cúpula partidária, segundo informa Denise Rothenburg, em sua coluna no Correio Brasiliense. E explica a colunista do jornal do Distrito Federal: ”Tudo porque leva a crer que a despolitização emergente nos movimentos de rua do ano passado permeia as classes favorecidas pelas políticas públicas. A maioria daqueles que ascenderam nas asas do Bolsa Família e da distribuição de renda dos últimos anos atribui o sucesso ao próprio esforço pessoal e familiar. As políticas governamentais não são vistas como responsáveis pela melhoria de vida. É isso que a campanha de Dilma tentará mostrar.

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ELEIÇÕES PARLAMENTARES NA HUNGRIA!

Presidente Viktor Orbán -centro-direita- consolidou seu poder na Hungria nas eleições legislativas deste domingo (06). Poderá continuar com as reformas que iniciou em 2010 quando venceu com uma enorme maioria de 2/3 do parlamento: aprovou 800 leis em 4 anos e uma nova Constituição, reformando o poder judiciário e o controle sobre a mídia. Orbán tem um perfil populista e uma marca nacionalista. Seu partido –Fidesz, com aliados- alcança 44,5% dos votos. A UNION, coligação de esquerda obtém 25,5%; a extrema direita Jobbik, 21,1%; os Verdes 5,1%; e os demais 3,7%.

A Esquerda somada aos Verdes cresceu de 26,7% em 2010 para 30,6%, agora. A direita agregada passou de 69,4% pra 65,7%.

Veja o gráfico.