09 de agosto de 2013

CABRAL: DE MARÇO A JULHO! PESQUISA GPP EM MARÇO E IBOPE EM JULHO: DINÂMICA DA IMAGEM!

1. Em 16 e 17 de março, o GPP realizou 2 mil entrevistas em todo o Estado do Rio. Com isso, o corte de 800 entrevistas na Capital valeu também como uma pesquisa.

2. Em todo o Estado, Cabral tinha 35,9% de ótimo+bom e 16,8% de ruim+péssimo. Portanto, estava longe de sua avaliação na campanha de 2010 e boa parte de 2011. Na Capital, obteve 33,6% de ótimo+bom e 21,3% de ruim+péssimo. Portanto, sua queda para 12% de ótimo+bom, pelo Ibope de julho, foi de 20 pontos. O aumento da rejeição foi de 21,3% (GPP) para 50% (Ibope), ou 30 pontos, bem mais que a queda do ótimo+bom.

3. Eduardo Paes, na Capital, tinha 48,9% de ótimo+bom pelo GPP em março. Agora, pelo Ibope, teve 29%, uma queda de 20 pontos, igual a Cabral. Em março, tinha 12,7% de ruim+péssimo. Agora, 33%, um crescimento da rejeição similar de 20 pontos.

4. Normalmente a queda de popularidade de um governante se dá por etapas: inicialmente reduzindo o ótimo+bom e aumentando o regular. Nos dois casos, tanto Cabral como Paes não houve transição e os números foram diretamente para ruim+péssimo, independente de onde tenham saído.

5. A pergunta “Qual sua maior reclamação ou insatisfação com governo Cabral” não apontava em março para os graves problemas de imagem que apontam hoje. É como se tivesse sido um processo cumulativo silencioso (ver teoria da catástrofe – René Thom, depois aplicada à politica). Em março, 44,7% não sabiam dizer o que achavam ser um ponto forte de Cabral. Mas –agora se vê- que era aquele processo cumulativo silencioso.

6. Saúde liderava com 22,4%, Violência/Segurança com 5,9%. Educação: 5,6%. Corrupto/safado/desonesto/ausente/ demagogo, apenas 4,2% em março. Transportes 3,1%.

7. Do outro lado, “qual a maior realização do governo Cabral?”, 63,1% não sabiam dizer. O destaque eram as UPPs/Segurança com 21,7%. Era esse o “pau que segurava a lona do Circo”. E ao qual se segura. Mas esse é consensual e não vai diferenciar candidatos em 2014.

8. Portanto, a “maioria silenciosa” que acumulava imagem negativa (vídeo bêbado no sambódromo, vídeo insultando morador em favela, agressões a médicos e bombeiros, amigos bilionários, desastre do helicóptero com amigos, uso de helicóptero…) construíram a ponte para a rejeição recorde que passou a ter. E é irreversível, pois é imagem. De nada adianta desistir de demolir equipamentos, desculpar bombeiros, se fazer de humilde…, inaugurar isso ou aquilo. Imagem desintegrada precisa de alguns anos para ser reconstruída.

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EM 2006 LULA DIZIA QUE BRASIL ERA AUTOSSUFICIENTE EM PETRÓLEO! 2013: DÉFICIT DE US$ 15 BILHÕES!

1. (Folha de SP – 24/04/2006) Lula diz que Brasil autossuficiente em petróleo é “dono de seu nariz”.

2. (Folha de SP – 09/08/2013) Produção menor, consumo maior e um atraso no registro de importações realizadas no ano passado pela Petrobras levaram a balança comercial de petróleo e derivados para o maior déficit da história. De janeiro a julho, o rombo na conta do petróleo atingiu US$ 15,4 bilhões –três vezes mais que em igual período de 2012. Mantida a tendência, o petróleo levará a balança brasileira ao pior saldo em mais de uma década.

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PERDAS COM A DEFICIÊNCIA NO TRANSPORTE PÚBLICO NA RMRJ!

(Carlos Eduardo Frickmann Young e Camilla Aguiar, professores e pesquisadores do IE/UFRJ- Jornal dos Economistas-RJ – Julho, 2013) 1. Um dos elementos mais acentuados da exclusão social não monetizada é a deficiência nos sistemas de transporte público, especialmente na periferia das regiões metropolitanas. Quanto maior o tempo (e custos associados) de deslocamento, menor a disponibilidade de tempo para educação e menor a participação na força do trabalho. As deficiências no sistema de transporte público transformam–se em um mecanismo de exclusão social. A situação é mais grave na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ). A população na RMRJ tem gasto médio com transporte público na ordem de 4,0 % do orçamento familiar. Quando se excluiu a população da capital, esse valor atinge 6,8%, valor que supera inclusive o gasto médio equivalente na periferia de São Paulo (3,3% do orçamento).

2. Usando dados do Censo Demográfico de 2010, resultados preliminares de estudo em andamento estima-se que na RMRJ gasta-se em média 100 minutos diários no deslocamento para o trabalho. Nos municípios da Baixada Fluminense mais afastados da capital, esses valores alcançam médias diárias de tempo de deslocamento de 146 minutos em Japeri e 128 minutos em Queimados. Se esse tempo desperdiçado fosse valorado conservadoramente como apenas 50% do rendimento médio por hora, as perdas alcançariam R$ 7 bilhões anuais, ou cerca de 3% do PIB da RMRJ. Se a perda for contabilizada pelo valor integral da hora média de trabalho, os valores alcançariam R$ 13,5 bilhões anuais, ou 6,2% da RMRJ.

3. Em termos municipais, o desperdício de horas trabalhadas é ainda pior: usando o redutor de 70% do valor médio da hora de trabalho, 11 municípios teriam perdas superiores a 5% do PIB: São Gonçalo (7,2% do PIB municipal), Belford Roxo (6,9%), Nilópolis (6,5%), Maricá (6,2%), Japeri (6,1%), São João de Meriti (6,0%), Nova Iguaçu (5,9%), Itaboraí (5,7%), Magé (5,6%), Niterói (5,6%) e Queimados (5,1%). Se o custo da hora perdida for estimado pelo valor integral do rendimento médio, a perda do PIB de todos os municípios da RMRJ, em termos agregados, alcançaria 4,9% do PIB.  É interessante notar que, na RMRJ, Itaguaí apresenta a menor perda relativa (de 0,7% a 1,3% do PIB). Esse município caracteriza-se pela presença de um polo econômico (Porto de Itaguaí), e 80% da população ocupada trabalha dentro do próprio município. De forma semelhante, Duque de Caxias, outro município com polo econômico em seu interior (refinaria), apresenta perda relativamente pequena (de 1,3% a 3,6% do PIB).

4. Em contraste, as perdas maiores ocorrem em municípios- -dormitório, com baixo nível de atividade em seu território e com a maioria da população deslocando–se para fora (principalmente para a capital do Estado) para trabalhar. Os valores mais altos ocorrem em São Gonçalo (de 4,7% a 9,4% do PIB) e Mesquita (de 4,7% a 9,3% do PIB) com alto tempo de deslocamento, mas com rendimento médio superior aos municípios mais distantes, Japeri (de 3,9% a 7,9% do PIB) e Queimados (de 3,3% a 6,6% do PIB). Isso significa que não basta apenas investir na melhoria do transporte público: a descentralização de atividades econômicas fora da capital é também fundamental para garantir a redução do tempo de deslocamento e, de forma geral, melhoria na qualidade vida, de forma espacialmente mais equilibrada. Os resultados também mostram que quanto menor o nível de educação formal, maior o tempo gasto em deslocamento.

5. É fortíssima a relação negativa entre o tempo de deslocamento e o componente “educação” do Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) para o Estado do Rio de Janeiro. Esses resultados sugerem que a redução do tempo de deslocamento traria benefícios não só para o aumento da produtividade do trabalho como também para políticas de educação, qualificação e, de forma geral, inclusão social. Em outras palavras, garantir melhor transporte público é condição necessária para garantir melhor instrução e qualificação e, portanto, inclusão social. Por fim, deve-se ressaltar que só se considerou a perda de tempo das pessoas ocupadas. Além disso, a perda está subestimada por não considerar outros aspectos relacionados ao desconforto e perda de qualidade de vida (contaminação do ar, doenças cardiorrespiratórias, riscos de acidentes). Embora esses custos não sejam diretamente computados, eles acabam percebidos pela população que sofre cotidianamente desses problemas.

6. Em outras palavras, uma melhoria significativa no sistema de transportes públicos, junto com a descentralização dos polos econômicos do Estado do Rio de Janeiro, evitaria não só o custo de horas de trabalho desperdiçadas, mas também os custos oriundos do passivo ambiental, além de ser instrumento fundamental para garantia de inclusão social e cidadania, principalmente para a população residente nas periferias da Região Metropolitana.

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MAIS UMA DO EIKE: QUEDA VERTICAL DE PRODUÇÃO DE PETRÓLEO!

(Estado de SP, 09) A OGX, petroleira do grupo de Eike Batista, anunciou ontem (08), que a produção de óleo e gás de julho registrou queda de 40,4% em relação ao mês anterior, atingindo a média de 13,7 mil barris. No campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, o tombo foi de 90,7%. O campo, que chegou a ser apresentado como a principal aposta da companhia, com estimativa de reserva de 110 milhões de barris, produziu apenas 900 barris de óleo equivalente (associado ao gás) por dia. No mês anterior, Tubarão Azul já havia decepcionado, com produção de 9,7 mil barris/dia.

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AUTORIDADE OLÍMPICA ESVAZIADA EXPLICA RENÚNCIA DE SEU PRESIDENTE!

(Molica – Dia, 09) A queda de braço com os governos federal, estadual e municipal foi determinante para a decisão de Marcio Fortes, presidente da APO (Autoridade Pública Olímpica), pedir exoneração do cargo. Consórcio público formado pelos três níveis de poder, a APO deveria coordenar ações relacionadas à preparação da Olimpíada de 2016, mas teve sua atuação esvaziada.