CIDADE DAS ARTES (DA MÚSICA) ENTRE AS 15 MELHORES SALAS DE ESPETÁCULO DO MUNDO!

(fugasnoticias, 03) 1. A Emporis criou um top 15 dos “Most Spectacular Concert Halls” do mundo. Chamou-lhe “música para os olhos”. Dos EUA ao Azerbaijão, da Noruega à Espanha ou Brasil e China, há grandes projetos arquitetônicos em destaque. O top arquitetado por esta empresa global especializada em informação imobiliária viaja por grandes salas de espetáculos que valem a pena uma visita só por si. Incluem-se grandes obras assinadas por nomes como Calatrava (o palácio das artes de Valência ou o auditório de Tenerife), Zaha Hadid (o centro cultural de Baku), Gehry (a sala de concertos Walt Disney em LA) ou Foster (Gateshead, nos EUA). Pelo Brasil, o destaque vai para a Cidade das Artes, um colossal complexo cultural carioca assinado por Christian de Portzamparc.

2.  O top criado pela Emporis já dá a volta ao mundo, merecendo destaque nos mais diversos media, da CNN ao Huffington Post ou La Stampa. As 15 salas de espetáculos mais espetaculares:  Brasil Cidade das Artes Arquiteto: Atelier Christian de Portzamparc Rio de Janeiro / Portugal Casa da Música Arquiteto: Koolhaas (Office for Metropolitan Architecture) Porto / Espanha Auditorio de Tenerife Adán Martín Arquiteto: Santiago Calatrava Santa Cruz de Tenerife – El Palau de les Arts Reina Sofía Arquiteto: Santiago Calatrava Valência / Reino Unido Sage Gateshead Arquiteto: Foster + Partners Gateshead / Noruega Kilden Performing Arts Centre  Arquitetos: ALA Architects Ltd., SMS Arkitekter AS Kristiansan / Alemanha Philharmonie  Arquiteto: Hans Scharoun Berlim / ÁustriaMUMUTH – Haus für Musik und Musiktheater Arquiteto: UNStudio Graz / Suécia Uppsala Konsert & Kongress  Arquiteto: Henning Larsens Tegnestue A/S Uppsala / Islândia Harpa Arquitetos: Batteríið Architects, Henning Larsen Architects Reiquiavique / Azerbaijão Heydar Aliyev Center Arquiteto: Zaha Hadid Baku / Singapura Esplanade Concert Hall Arquitetos: DP Architects Pte Ltd, James Stirling, Michael Wilford & Associates, PWD Corporation Private Limited / China National Centre for the Performing Arts Arquiteto: Paul Andreu Pequim / EUA Kauffman Center for the Performing Arts Arquitetos: BNIM Architects, Moshe Safdie & Associates Kansas City – Walt Disney Concert Hall  Arquiteto: Gehry Partners, LLP Los Angeles

3. Matéria completa.

RIO: POR QUE OS TRAFICANTES ATACAM AS UPPs?

1. A cada dia crescem os ataques de gangues de traficantes às UPPs. Crescem e se tornam mais ousados, chegando aos escritórios das UPPs e a seus comandantes. Quais as razões? Afinal, no mínimo, aumentou muito a proporção dos moradores sem o temor de antes e com sensação de alívio. O secretário de segurança tenta explicar essa dinâmica pela ausência de serviços públicos e sociais. Uma desculpa para quem quer, simplesmente, transferir responsabilidades.

2. Por mais equivocada que sejam as ações de pessoas e abjeta que sejam as ações de grupos criminais organizados, elas se movem por racionalidade econômica. Ou seja: as decisões de todos os tipos, imaginam que dentro das possibilidades dos atores, isso gera ganhos para quem o faz.

3. Qual é a atividade fulcral dos traficantes? Claro, ganho financeiro com o comércio de drogas. Isso justifica a compra de armamentos caros e pesados, a manutenção de um grupo e os riscos de ocupação e manutenção de comunidades. Essa ocupação é a única forma de funcionar em grupo/gangue e garantir o seu negócio com drogas. Isso independe que após a recepção delas, as vendas sejam no local, como já foi anos atrás.

4. Para eles, o importante é contar com estas bases que, pelo valor do ponto, produz disputas bélicas entre facções. Quando a polícia ocupa uma comunidade e implanta uma UPP sem tiro e com aviso prévio, os traficantes –em princípio- se deslocam para outras comunidades.

5. Mas por que retornam implantando o terror contra os policiais das UPPs, se a hipótese de recuperarem plenamente suas ex-bases é mínima? Claro, irão se convencendo disso progressivamente, mas…

6. A evidência nos traz a resposta: porque a venda de drogas permaneceu nas comunidades. A ideia de vários ‘policiólogos’ é que a venda de drogas que ocorre no cotidiano do ‘asfalto’ não tem por que não ocorrer também no cotidiano das comunidades, pois são partes integrantes da cidade tanto quanto os bairros.

7. A diferença é que a metodologia que os traficantes implantaram de bases de pontos de venda de drogas não é possível reproduzir no asfalto. Por isso a disputa por novas bases em outras comunidades aumenta. Vide o crescimento de mais de 30% da taxa de homicídios nos municípios metropolitanos do Rio em 2013.

8. E se a venda de drogas permanece nas comunidades UPPs é porque eles continuam presentes lá sem a ostensividade anterior, mas pelas mesmas razões. Quando a decisão das UPPs foi tomada, os policiais experimentados sabiam disso. A solução é recuar? Não, a solução é avançar e retirar a venda de drogas das UPPs e, com isso, desmontar a racionalidade econômica dos traficantes.

9. E a polícia –a partir de seu sistema de informações- ir preventivamente dando cobertura no entorno das comunidades mais atrativas para os traficantes que se deslocam. É um processo de prazo longo até que o tráfico de drogas busque seu espalhamento sem o uso de bases, como ocorre nos países do norte. O que coloca em risco as UPPs é a polícia entrar, ocupar, e tentar conviver com a venda de drogas.

Cesar Maia critica gestão da Comlurb pela atual prefeitura

cm discurso 06-03-14

Quando o noticiário fala em 300, 400 garis, está falando daqueles que com mais ousadia vão às ruas fazer uma mobilização, uma passeata, um protesto. Mas dentro da própria Comlurb, o cálculo que foi feito, em função do lixo esparramado, é que dez mil garis – ou dez mil e quinhentos, ou onze mil – estavam em greve. É o que corresponde ao lixo na rua! Aí se pergunta por quê? O Globo de hoje diz que há trinta e nove anos não há uma greve de garis na Cidade do Rio de Janeiro. É verdade! Houve greve de rodoviários, mas de garis, há 39 anos não temos! Os garis viveram um ciclo do qual tive muita honra de fazer parte, em que deixaram de ser lixeiros e passaram a ser garis, profissionais de limpeza urbana, profissionais ambientais. Um concurso para gari tinha cem mil candidatos. Eu me lembro, aqui no Sambódromo, um concurso cuja fila era interminável. O Presidente Lula achou até que era uma provocação a ele pelo desemprego. Nada!

Os garis comunitários viveram um processo de qualificação. Passou a haver um concurso para aqueles que sabem limpar. As associações deixaram de receber o dinheiro, passaram a receber apenas a taxa de administração. O dinheiro ia direto para a conta do gari. A fiscalização era sistemática. Acabaram com o gari comunitário! O MP fez uma ação, exigindo concurso público, como se na nossa cidade, com traficantes, meliantes, milicianos e não sei mais o quê fosse possível num concurso alocar garis!

Quando a atual Prefeitura, este Prefeito, entra na Comlurb, duas ações nítidas foram sendo tomadas. Uma primeira era a velha clientela. Qual é o Deputado ou Vereador que vai indicar o Coordenador Regional da Comlurb de Santa Cruz, não sei de onde, de Copacabana? Voltaram as nomeações feitas por indicações, coisa que a Comlurb não tinha mais, num contrato de gestão que uma empresa pública, estatal, profissional, tinha com a Prefeitura. Segundo, a privatização.

Primeiro, acabaram com a hierarquização. Quando aumenta o salário mínimo, aumenta o piso e a escala cresce progressivamente de valor. Depois, fizeram o primeiro teste de privatização. Acho que todos nós lembramos quando aqui no Centro, perto da área portuária, a empresa da área portuária contratou uma empresa de limpeza urbana para substituir os garis, com uniforme diferente. Foi um teste que eles fizeram para ver se aquela empresa funcionava com a mesma produtividade e qualidade dos garis. Fizeram uns acertos para levar o aterro de Gramacho para Seropédica e a licitação já estava feita. Mas tiveram que se acertar com a empresa, não sei se da Baixada Fluminense, para que se associassem e fossem para lá. E tinha que sair dali de Gramacho, pois era um aterro exaurido. Eles tinham que abrir as gavetas e ver a programação do custo, para saber de que maneira iriam financiar, se adequar. Saiu de R$ 2,00 a tonelada para R$ 25,00, R$ 35,00 ou R$ 40,00. Parece que agora vai para R$ 60,00 a tonelada. É claro que isso é outro tipo de relação. Não é mais uma relação do setor público. É uma relação de interesse do setor privado.

Depois disseram: “Agora, está na hora de privatizar.” Aí, trouxeram da Ambev, aquela empresa das latinhas de alumínio, um dirigente para ser presidente da Comlurb. Primeiras declarações dele, que hoje até O Globo repete: “Vamos reduzir custos. Vamos demitir, fazer e acontecer!”

E trouxeram parte da diretoria e dirigentes da Webjet, aquela empresa aérea que quebrou, que o Dr. Jacob Barata comprou. Trouxeram gente de lá para ser os dirigentes da Comlurb. Iriam preparar esse processo de privatização. Há uns dois anos, resolveram que era mais fácil controlar, substituindo merendeiras por gari preparador de alimentação.

Essa Comlurb padrão de administração pública no Brasil e no mundo, é a única empresa pública estatal de coleta de lixo no Brasil, e na América Latina provavelmente. Eu fiz testes de comparação entre elas e aqui mesmo no Rio. Por razões de produtividade, de qualidade, de dedicação ao serviço, a Comlurb vencia de todas elas, que a terceirização era alguma coisa absolutamente contrária ao interesse da própria cidade, da empresa. A Comlurb passou a ser, os garis passaram a ser, em pesquisas, o número 1 de popularidade, passando os bombeiros. Eu tomei a decisão de que se os garis seriam da cor laranja, decisão tomada antes do governo Brizola, portanto ainda no governo do Marcos Tamoio, portanto muitos anos atrás eu disse: – temos que ir atrás daqueles que são um espelho para esta Cidade e coloquei toda a Prefeitura de cor laranja, as escolas, os hospitais com a marca laranja, a propaganda da Prefeitura de laranja. O laranja não foi um logotipo esperto de publicidade. Não, foi simplesmente a Prefeitura acompanhar aquele grupo de servidores que tinham conquistado pela sua capacidade, pela sua competência, pela sua dedicação, por tudo que fizeram, tinham conquistado o coração e o respeito da Cidade do Rio de Janeiro. Essa é que é a questão de fundo.

Mas, o Prefeito atual a cada dia tem derrapagens fascistas de maior intensidade, às vezes, quando esse choque de ordem age. Vou aos meus livros e vejo ali as SA, da Alemanha do início dos anos 30. São medidas fascistas que são tomadas de forma reiterada. Agora são 300 garis só. Como, meu filho? Faz as contas da quantidade de lixo na rua. São 10 mil grevistas e 300 mais ousados se mobilizando na rua. 10 mil grevistas!

E aí… vou demitir! Agora é: vou colocar a polícia para obrigar o gari a trabalhar. Vamos pensar, onde é que você já viu a polícia, com exceção do controle de equipamentos de alta segurança, refinaria de petróleo, usina elétrica, quando se já viu polícia com arma para o trabalhador trabalhar? Nos presídios, campos de concentração. Agora é um campo de concentração móvel nas ruas, com o ônibus de choque para o gari varrer a rua.

É triste que a gente tenha chegado a esse ponto. E não tenha dúvida nenhuma que isso que está acontecendo dentro da Prefeitura, que aconteceu na educação, está acontecendo com os garis, isso não vai ficar apenas em relação a essas categorias. Li hoje sobre o SEPE, li hoje sobre o Sindicato dos Petroleiros, que se solidarizam com os garis. A Comlurb, quando assumi, tinha uma série de problemas. Eu trouxe um grupo de controle de qualidade da Telerj para assumir a Comlurb, junto com técnicos de alta experiência da própria Comlurb, que realizaram um trabalho extraordinário, magnífico, com contrato de gestão com a Prefeitura. Ali não havia nomeação por indicação; ali o que se dizia, se abria, era transparente à administração.

Espero que o Prefeito pare com esse processo que é uma violência contra a administração pública do Rio de Janeiro.