ENTREVISTA DE CESAR MAIA A FERNANDO RODRIGUES NA TV UOL, DIA 27/03! VI – A MUDANÇA DE NOME DO DEM E A ELEIÇÃO NO RIO!

1. (Mudança de nome do DEM) Péssimo, péssimo. Isso foi uma ideia do Lavareda. Era “Partido Democrata”, copiando o americano, e aí inventaram que se podia fazer blague com P D, aí eles refluíram e improvisaram o Democratas. Um erro da maior gravidade. O Democratas não tem marca ainda não é nada –veja as pesquisa. O PFL tinha lá 4%, 5% colado ao PSDB. Um erro grave. Eu acho que dentro dessa linha que eu falei, vamos eleger 43 deputados, como elegemos em 2010, e vamos fazer um gabinete de crise, e vamos buscar que estratégia é essa que nos vamos adotar. Voltar ao nome PFL, não, não dá mais. Nós perdemos uma grande oportunidade lá atrás, que foi antes do PRB virar PP, que era nós adotarmos a denominação europeia PP. Nós perdemos essa oportunidade, enfim, muito grave.

2. Enfim, atrasamos. Aí entra o Lavareda que com o Bornhausen quase foi presidente do partido. Ele fazia as pesquisas nacionais, ele orientava, reunia, dizia. Mas pera aí. O marqueteiro é para dizer como que expõe as ideias dos políticos. E não para o marqueteiro dizer quais são suas ideias e os políticos seguirem. Tem sido assim com todos os partidos.  Ninguém foi contra porque afinal de contas o Bornhausen foi um excelente presidente do partido, fez o congresso da refundação, e parecia que as coisas estavam bem pensadas. Estavam, para Partido Democrata. Mas nunca para um Democratas genérico, que não dá nem para pronomizar.  Você tem que botar “o” Democratas, e a pessoa acha que você tem um erro de conjugação. Agora tem que esperar a eleição, e depois da eleição pensar direito se vale a pena insistir…

3. (Eleição para governador do Rio). Não, nenhuma chance de recuar. Hoje o DEM tem 10%.  Quem está na frente tem 17%, 18%: Crivella, Garotinho. Quem está lá atrás, que é o Pezão e o Miro, tem 5%, 4%. Todos sabem, pois todos são profissionais, que quem passar de 15% tem chance de ir para o segundo turno. Eu já fu para o segundo turno em 1992 com 16%. Eu já fui para o segundo turno em 2000 com 20%. Fôlego para ir para o segundo turno, passando de 15%, todos tem e eu posso ter. Principalmente que a situação do Rio de Janeiro é uma situação da maior gravidade em matéria de descontrole administrativo e de segurança pública. No primeiro turno o próprio Garotinho ou Crivella tem vantagem. No segundo turno os dois perdem. Aí ficam todos ansiosos para ver quem vai para o segundo turno com um deles. Essa é a ansiedade dos outros.

4. A grande surpresa que a gente está tendo é essa performance pré-eleitoral do Lindbergh. O Lindbergh foi eleito senador com uma votação espetacular, o Lindbergh talvez seja o político que melhor faz campanha na rua, vai bem na televisão. Como é que Lindbergh pode estar nesse momento em patamar tão baixo? O que que aconteceu, para ter 11%, 10%, como deu o último Ibope? Como é que pode? O Crivella tem uma explicação. Ele diz que o problema é que há uma fatia grande da população que acha que essas manifestações assaram do ponto e há um ‘bagunção’ nisso tudo. E como ele tem essa origem, colaram ele nisso, e ele tem que fazer um descolamento. Qual é a expectativa hoje dele? É que o Lula venha com a mão salvadora, que ele sente no colo do Lula. Só que como é que o Lula faz isso numa campanha com tantos candidatos no Rio de Janeiro da chamada base aliada. Você sabe que a Dilma não engole o Lindbergh. Você sabe que o Crivella é o mais confiável de todos eles para Dilma. Confiável é aquele que faz campanha onde você não tem voto. O Crivella fará isso daí. Então como é que o Lula vai se movimentar numa campanha como essa? A Dilma é muito próxima do Pezão, estabeleceu uma linha de amizade quando era ministra ainda. Então, enfim, é uma situação difícil para eles mexerem. Eu tenho que falar de pré-candidatura, porque eu só posso falar de candidatura em junho. Vai ser mantida, não tenho dúvida nenhuma.