04 de janeiro de 2013

PREFEITURA DO RIO INICIA O PROCESSO DE PRIVATIZAÇÃO DA COMLURB! ATENÇÃO GARIS!

1. (G1/Globo, 03) Comlurb, empresa de limpeza urbana da prefeitura do Rio, passa a ter novo presidente: o economista Carlos Vinícius de Sá Roriz que veio da Ambev e do grupo Eike Batista.

2.1. (Ex-Blog) Como este Ex-Blog havia antecipado, meses atrás, o prefeito do Rio decidiu privatizar a Comlurb. Um primeiro teste foi feito na área portuária/centro. Mas com as eleições, tudo ficou aguardando na gaveta. Agora retoma o processo com a nomeação de um executivo de grandes empresas do setor privado.

2.2. O processo começaria com a terceirização progressiva em bairros do Rio até a Comlurb se transformar numa agência fiscalizadora da limpeza urbana. O custo da Comlurb dobrou nestes 4 anos, passando de 600 milhões de reais a 1,2 bilhão de reais. A projeção, com esta privatização, é que em dois anos chegue a mais de 1,7 bilhão de reais, o que abriu o apetite do setor privado, comensais da prefeitura do Rio desde 2009.

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AS TRÊS CARTAS E OS NOVOS PREFEITOS!

1. Uma história antiga, mas sempre presente. Um prefeito que saía entregou ao prefeito que entrava três cartas e disse para abri-las em cada crise. Veio a primeira, aberta logo após a posse e a carta dizia: coloque toda a culpa na herança perversa que recebeu. Na segunda crise, abriu a segunda carta e leu: mostre que há necessidade de ajustes no seu primeiro escalão e faça mudanças no secretariado. Na terceira crise, ao abrir a terceira carta, o prefeito se assustou ao ler: escreva três cartas para seu sucessor.

2. Todos os prefeitos recém-empossados abriram a primeira carta e cumpriram fielmente o que dizia: deitaram falação sobre a herança perversa que receberam. Curiosamente, os prefeitos reeleitos –independente dessa condição de aprovação- e que já haviam aberto a primeira carta no início da administração, abriram a segunda carta. E todos decidiram fazer uma reforma no secretariado.

3. Aos primeiros cabe ainda a chance da segunda carta. Aos reeleitos, abrir a terceira carta será fatal. Aqui no Rio a primeira carta foi usada e abusada. Na segunda carta, cumprida agora, se viu saírem o secretário de conservação; a presidente da empresa de limpeza urbana (a conservação ia mal); o de urbanismo (excesso de especulação imobiliária); o de transporte (caos no trânsito); o de assistência social (dobrou a população na rua); a de fazenda, um pouco antes (Por que, pergunta o mercado); o de cultura; o de esportes; o de defesa dos animais; e secretarias perderam funções para se criar 5 novas secretarias.

4. Aguardam-se novas emoções.

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FRANÇA: A IMAGEM DE HOLLANDE VAI MAL! ENTRA O ASSESSOR DE IMAGEM!

François Hollande solicitou o conselho do antigo jornalista Claude Sérillon sobre como remodelar sua imagem. Dois peritos em comunicações propuseram três soluções para reconquistar o coração dos franceses: (1) vigiar sua linguagem (por exemplo, jamais dizer “eu creio”); (2) cuidar de sua atitude corporal (por exemplo, fazendo atenção à preparação física e bebendo água em lugar de álcool); e (3) atentar para sua roupa (por exemplo, evitar o nó de gravata simples e a aparência negligenciada).

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AS MAZELAS DO RÉVEILLON DE 2012 NO RIO!

(Paula Costa, chefe da sucursal – Folha de SP, 03) 1. Na areia da praia de Copacabana, durante a virada do ano, empresas ocuparam grandes áreas com tendas imensas reservadas para convidados, distinguidos com pulseirinhas VIPs multicores. Na praia de Ipanema, quiosques faziam suas festas particulares -pagas- privatizando trechos da areia. Na Lagoa, alguns quiosques, que já funcionam normalmente sem autorização, aumentavam suas áreas sem cerimônia. O que já é irregular, tornou-se escandalosamente irregular.

2. A cidade segue muito desigual.  Últimos dias do ano de 2012: em uma rua de Ipanema -no trecho que passou anos atemorizado pela ameaça de traficantes que desciam para o asfalto-, uma família caminha e para a cada monte de sacos de lixo. A expressão de cada um impressiona pela falta de esperança e pela crueza da normalidade da situação. Abrem cada saco de lixo. Mexem em todos. Caçam todo tipo de objeto que possa ter valor ou utilidade. Estão longe de ser os únicos. Estão bem distante da ascensão estatística das classes pobres.

3. A cidade que se diz maravilhosa tem custo de vida de país desenvolvido e muitos cidadãos com condição de vida mais que subdesenvolvida. Que no final de 2013 mais gente esteja na rua atrás somente de alegria. Que a areia seja de todos. Que, na virada para 2014, para pular sete ondinhas do mar, não seja preciso pular sete cercadinhos na areia.

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UM NOVO CENTRO! RESSURGE O CENTRO-DEMOCRATA CRISTÃO NA ITÁLIA!

(El País, 31) 1. A decisão do ex-primeiro ministro Mario Monti de coordenar uma coalizão de partidos de centro complicou o início da campanha eleitoral de 24/25 de fevereiro. Monti se recusa a se apresentar diretamente como candidato. “Temos uma vocação majoritária, não nos alinhamos nem com a direita nem com a esquerda”, afirmou Monti, beneficiando-se do renascimento de um Centro que se propõe como terceiro ator em uma batalha que esquerda e direita imaginavam assunto dos dois.

2. “O nascimento de um Novo Centro é a novidade das eleições de fevereiro”, afirma Roberto D`Alimonte politólogo da Universidade Luiss de Roma. Esse Centro ocupava a Democracia Cristã que governou a Itália nos 50 anos do pós-guerra. Após a explosão do escândalo de corrupção se fragmentou. Gianfrancisco Pasquino, catedrático de Ciências Políticas da Universidade de Bolonha diz que “o que se forma agora é um Centro Puro, verdadeiramente alternativo aos dois blocos”.

3. Trocino do Corriere della Sera diz que coabitam neste centro formações ex-democrata-cristãs como a União de Centro de Pier Ferdinando Casini, (presidente da IDC), as associações católicas dos trabalhadores, mas também Andrea Riccardi ministro técnico para a Cooperação, desertores do partido de Berlusconi, Futuro e Liberdade de Fini e os seguidores de Luca Cordero presidente da Ferrari.

4. Seu programa não se baseia em valores, mas na economia: seguir com as reformas que ninguém quer assumir, (trabalhista, pensões, corte do gasto público), e manter o vínculo com Bruxelas e Frankfurt. O editorial da semana passada do Osservatore Romano, jornal diário da Santa Sé dizia: “O de Monti, é um chamamento a recuperar o sentido mais alto e nobre da política”. Angelo Bagnasco, presidente da Conferência Episcopal, pensa que “existe um reconhecimento comum da honestidade e capacidade de Monti”.

5. Para garantir seus votos os partidos de Centro oficializaram seu pacto para o Congresso: uma aliança de partidos, cada um com seu símbolo, nome e candidatos. Para o Senado onde os limites para ganhar cadeiras são mais altos, uma lista única que se chamará “Agenda Monti para a Itália”. As primeiras pesquisas sinalizam com uns 20% das intenções de voto.