06 de julho de 2018

NOTA DO DEMOCRATAS À IDC SOBRE A CONJUNTURA BRASILEIRA!

BRASIL:

1. POLÍTICA.

Brasil terá eleições gerais para presidente, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais em 7 de outubro de 2018. O quadro político geral é de grande rejeição aos políticos. As eleições recentes que ocorreram por afastamento de dois governadores e alguns prefeitos, mostraram uma alta taxa de abstenção + votos brancos e nulos, que somaram mais de 40%. Com isso a imprevisibilidade para outubro é muito grande. A operação “Lava Jato” – versão brasileira da operação “mãos limpas” italiana, continua com prisões de políticos, empresários e doleiros (operadores de câmbio). Lula foi condenado e permanece preso em uma sala da policia federal. Mesmo assim, seu nome continua liderando pesquisas para presidente com 30%, embora a justiça em todas as instâncias decidiu que ele não pode ser candidato a presidente. As pesquisas mostram um deputado (ex-capitão do exército) de extrema direita liderando com 20%. Está em um pequeno partido o que o prejudicará em campanha pelo tempo de TV. Segue Ciro Gomes de centro-esquerda, com 10%, que procura se aproximar do centro, inclusive do Democratas, e chamou um economista liberal para assessorá-lo e suavizar sua imagem. Seguem Marina Silva, 10%, de origem como ecologista, ex-senadora e ex-ministra, ex-candidata a presidente, também de um pequeno partido; e Alckmin, do PSDB, de Cardoso, ex-governador de S.Paulo, que surpreende pela baixa intenção de votos (7%). As coligações de apoio aos candidatos ainda estão em formação. As convenções ocorrerão em agosto. A impopularidade do presidente Temer é recorde, com apoio de menos de 10% dos eleitores.

2. ECONOMIA.

As reformas liberais que vinham sendo aplicadas com sucesso foram interrompidas, especialmente a reforma previdenciária, após denúncia pelo procurador geral contra o presidente, o que mobilizou o Congresso na votação da autorização para seu afastamento. O Congresso negou e o processo volta em janeiro de 2019, quando Temer perder o foro de presidente. A inflação caiu para 3% ao ano, subindo agora um pouco após a greve geral dos caminhoneiros, que parou o país por 15 dias. O PIB cresce lentamente e a previsão para 2018 é que cresça 2%. A taxa de desemprego de 10% vem diminuindo muito lentamente. Uma notícia positiva é que todos os candidatos a presidente têm declarado, através de seus porta-vozes e assessores econômicos, que já no início de 2019 as reformas, especialmente a previdenciária, prosseguirão. Um problema adicional é a crise argentina, que tem afetado a economia brasileira. A economia argentina é frágil por seu pequeno mercado financeiro e poupança preferencial em dólar.

3. JUDICIÁRIO.

Há um enorme empoderamento do poder judiciário, não só pela operação “Lava Jato”, como pelos seus desdobramentos. O Supremo Tribunal Federal tem destaque diário na imprensa, com suas decisões. Passou a ser o poder de fato. Neste momento, se encontra dividido. São 11 ministros distribuídos em 2 câmaras de 5 ministros. A presidente só delibera em plenário completo. Numa câmara há resistência aberta aos excessos da operação “Lava Jato”.

4. DEMOCRATAS.

O Democratas não deve lançar candidato a presidente da República. Sua prioridade é eleger deputados e continuar presidindo a Câmara de Deputados, que tem enorme poder. A Câmara de Deputados é pulverizada. Os dois maiores partidos (PMDB e PT) tem um pouco menos de 15% dos deputados. PSDB 10%. Democratas 8%. São 513 deputados. A imprevisibilidade quanto à próxima eleição é grande. A eleição de Lopes Obrador no México era previsível. O que não era previsível é que seu partido recém criado (Morena) elegesse a maioria relativa de deputados e senadores.

CESAR MAIA