06 de março de 2015

IDC (INTERNACIONAL DEMOCRATA DE CENTRO) REUNIU SUA COMISSÃO EXECUTIVA EM BRUXELAS, DIA 01/03!

1. Os temas debatidos foram sobre a questão do Estado Islâmico, sobre a crise Ucrânia-Rússia, sobre a situação do novo governo da Grécia e sobre a crise política e econômica na Venezuela.

2. Esteve presente o Vice-Presidente da IDC, Cesar Maia, em representação do Democratas.

3. Resoluções adotadas.  Links 123 e 4.

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EUA DEVERIAM ABRAÇAR O ENGAJAMENTO CRESCENTE E POSITIVO DA TURQUIA NO ORIENTE MÉDIO!

(M. Hakan Yavuz, professor de ciência política da Universidade de Utah e autor de “Secularism and Muslim Democracy in Turkey” – Mujeeb R. Khan, doutorando em ciência política na Universidade da Califórnia, em Berkeley. International New York Times/ UOL, 12)

1. Por décadas, a Turquia foi um aliado atencioso e em grande parte seguiu a liderança americana. Mas desde a reeleição do Partido Justiça e Desenvolvimento, em 2007, ela adotou uma política externa mais independente no Oriente Médio, que frequentemente a coloca em atrito com Washington.

2. A crise em andamento no Oriente Médio apenas ressaltou a posição geoestratégica chave da Turquia: não causa surpresa que o papa Francisco, o presidente russo Vladimir Putin e o primeiro-ministro britânico David Cameron tenham visitado Ancara nos últimos meses. E os detratores da Turquia, em parte por não entenderem as fontes de sua nova assertividade, não conseguem ver que sua transformação na verdade atende aos interesses de longo prazo dos Estados Unidos.

3. A nova política externa da Turquia tem suas raízes nas reformas políticas e econômicas do primeiro-ministro Turgut Ozal nos anos 80, que aceleraram a democratização do país e a ascensão da classe média muçulmana no interior turco.  Após a fundação da República Turca em 1923, um pequeno establishment secular e autoritário afastou o país de sua magnífica herança islâmica. No final do século 20, entretanto, muitos turcos olhavam para trás com nostalgia, para a unidade e liderança proporcionadas pelo Império Otomano. Hoje, eles não mais simplesmente aceitam as políticas problemáticas do Ocidente na região, como seu apoio ao golpe que levou o general Abdel Fattah el-Sisi ao poder no Egito.

4. A Turquia continua sendo bem mais democrática que seus vizinhos. Suas eleições são livres e limpas, ela não elimina seus oponentes políticos e nem persegue minorias étnicas e religiosas.  A Turquia também está tentando remover a região do ciclo de despotismo, conflito e intervenção externa que a atormenta desde o fim da era otomana. Depois da primeira visita do presidente Bashar al-Assad à Turquia em 2004, a liderança do AKP abraçou as promessas do jovem presidente de reforma e as relações com a Síria melhoraram. Foi apenas depois que Assad ignorou os apelos do governo turco por reforma e realizou assassinatos em massa de civis sírios é que Ancara exigiu sua remoção.

5. Após a eleição do partido de Erdogan em 2002, ele fortaleceu os laços com Israel, sinalizando que a Turquia trataria o país como um parceiro legítimo em sua tentativa de mediar uma paz abrangente na região. Mas após centenas de civis palestinos terem sido mortos na Guerra de Gaza de 2008-2009 e de forças israelenses terem atacado o navio turco desarmado Mavi Marmara, em 2010, é que a Turquia decidiu não mais ser indulgente com as fantasias beligerante do Likud, o partido do governo de Israel.

6. O AKP também fez mais do que qualquer outra liderança turca para encerrar o conflito curdo. A Turquia conta com mais de 1,6 milhão de refugiados sírios, incluindo 200 mil curdos, cristãos e yazidis fugindo do Estado Islâmico. Ancara forneceu ajuda militar aos pesh merga curdos que combatem os radicais sunitas na Síria. E o Governo Regional do Curdistão, no Iraque, se tornou um dos principais parceiros estratégicos e econômicos da Turquia.

7. Para evitar mais dessas calamidades, os autores de políticas em Washington, e em outras capitais ocidentais, deveriam abandonar sua abordagem contraproducente: eles deveriam abraçar o engajamento crescente e positivo da Turquia no Oriente Médio.

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“ELEIÇÕES 2014 APONTAM UMA POLÍTICA MAIS CONSERVADORA”! E…, NENHUMA SURPRESA EM 2015!

TRECHOS DO EX-BLOG DE 16/10/2014.

1. No caderno ALIÁS, do Estado de SP (12), o DIAP afirma que esse é o Congresso mais conservador desde 1964. Nessa mesma matéria, o sociólogo Wagner Romão, da Unicamp, diz que “podemos esperar para os próximos quatro anos um legislativo mais refratário a mudanças na ampliação dos direitos humanos, na questão da homofobia ou do aborto, a favor de modificações quanto à maioridade penal”.

2. Romão afirma que esta é uma tendência que já havia ocorrido no Congresso, resultante das eleições de 2010 e acentuado agora em 2014. Paradoxalmente, na eleição presidencial de 2010 venceu o PT. Paradoxalmente? Ou os “estímulos” mensaleiros e petroleiros para “pacificar” parlamentares produziram candidatos financeiramente mais competitivos? Os excessos publicitários e de mídia em relação à opção sexual e comissão da verdade construíram o polo conservador oposto? Provavelmente ambos.

3. E a crise econômica? Quem sabe os ares e sabores europeus ajudem a explicar que a resposta à crise econômica atual no imaginário popular não passa pela esquerda? Esses aparentes paradoxos –executivo/legislativo- precisam ser analisados com calma pelos pesquisadores. Incluindo o segundo turno e as eleições para governadores Brasil afora, poderemos  apontar outro subproduto do ciclo lulo-dilma-petista: o caminho político conservador, em direção à direita.