PRIMEIRA QUINZENA ELEITORAL PARA PREFEITO DO RIO! PARTE 3: CRIVELLA, OSÓRIO E MOLON! E QUESTÕES GERAIS!
1. MOLON.
Molon ainda não conseguiu fazer convergir sua capacidade com carisma. Abriu com os mesmos 2% que ainda tem. Sua aparição com Marina no RJTV-2 foi pífia. Seus comerciais reproduzem outro de Gabeira em 2008, só que agora com Eduardo Cunha. Mas a linha deles nada tem a ver com seus programas. E para piorar tudo, foi um senador da Rede (Randolfe) que, numa questão de ordem, provocou o fatiamento do impeachment e a manutenção dos direitos políticos de Dilma. Se senador Renan articulou com o fatiamento, foi Randolfe o operador do acordo.
2. OSÓRIO.
Osório, durante alguns dias, apareceu na TV falando em diagonal, usando uma forma que desapareceu há mais de 10 anos. Sua imagem na TV carece de definição, ficando um pouco nublada. A eloquência que o trouxe à política -primeiro como secretário da Prefeitura e depois do Estado- perdeu brilho. Durante dias, carregou na comunicação antipolítica e mais recentemente passou a olhar de frente para a câmera e bater forte com críticas à Prefeitura. Abriu com uns 4% e permanece assim.
3. CRIVELLA.
Curioso que Crivella, com os recursos audiovisuais que tem, apareça na TV com imagem insuficiente de definição e um tanto de cor “pastel”. No sábado a definição melhorou. Rapidamente adotou uma linha estratégica de vencedor, atuando na linha de frente como crítico da Prefeitura. A crítica à Saúde tropeçou num número errado de desvio de 1 bilhão de Reais para a Olimpíada. Limpou esse trecho de suas entradas na TV. Acertou em jogar com a contradição da comunicação do candidato do PMDB em mostrar unidades de saúde assépticas e sem fila e a realidade do que acham 70% dos eleitores. Também acertou em mostrar que em vez de construir prédios para a saúde e a educação, a Prefeitura deveria fazer funcionar o que está aí. E deu um exemplo forte: constrói-se outros prédios escolares mas o número de matrículas em ensino fundamental despencou 60 mil. As suas entradas no RJTV-2, que tem mais audiência que o programa eleitoral, deveriam ser melhor escolhidas, seja pelo cenário, seja pelos “papagaios de pirata” que o cercam como ocorre com os favoritos em todas as eleições. Mas isso desarruma a imagem, pois não pode controlar caras e bocas dos “papagaios de pirata”. Crivella antecipou as carreatas numa tática “cabralina” de candidato favorito, buscando a sustentação de seus patamares atuais. Abriu com quase 30% e assim se mantém. E se os demais não começarem a acertar nas suas comunicações, o deslizamento para baixo que teve em outras eleições não ocorrerá.
4. ALGUMAS QUESTÕES GERAIS:
A. Com a nova legislação eleitoral, as ruas estão despoluídas de propaganda política. Com menos recursos, até aqui a quantidade de panfleteiros e cabos eleitorais é mínima, comparada com outras eleições. Pode ser que os candidatos a prefeito e vereador estejam guardando recursos -escassos- para a reta final.
B. Com as ruas “vazias” de campanha eleitoral, nesta eleição, em vez de o eleitor ser alcançado, onde estiver, pela propaganda, tende a haver uma inversão. Ou seja, o eleitor, para decidir seu voto, irá atrás de seu candidato, acentuando a conversa coloquial como forma de construir a opinião eleitoral. Eleição do eleitor em direção ao candidato, mais que ao contrário.
C. Os futuros debates na TV tendem a reproduzir os dois de S.Paulo: esquecer Russomano e lutar pela segunda vaga. Ou seja, esquecer Crivella e lutar pela segunda vaga. Pode ser que a imprensa cumpra esse papel crítico em relação ao líder das pesquisas.
D. Alguns temas estão surpreendentemente fora da campanha eleitoral na TV, como a situação financeira crítica do Estado (que vai ressurgir em novembro) e os Servidores (talvez pela discussão da crise fiscal do governo federal). O tema golpe e as figuras de Lula e Dilma só servem para buscar esse voto, que corresponde a um subconjunto de 15% do eleitorado.