10 de janeiro de 2018

TRECHOS DA LONGA ENTREVISTA DO DEPUTADO RODRIGO MAIA AO GLOBO – 09/01/2018 PG. 3!

1. É mais fácil um discurso populista sobreviver em um país com tanta desigualdade como o nosso. É mais fácil, e aí é competência do (Jair) Bolsonaro, que tem um discurso mais radicalizado na questão dos valores e da segurança. A agenda mais racional, que é a que defendemos, demora mais para entrar na agenda no cidadão. E será mais difícil ainda crescer num cenário onde não haverá inserções partidárias no primeiro semestre. Aquele que disputar a eleição com esse perfil, não sonhe com indicadores de intenção de voto muito promissores nos primeiros meses do ano. Vai ser eleição de chegada.

2. Uma coisa é risco e outra coisa é aventura. Eu não tenho problema de correr risco, mas não estou disposto a participar de uma aventura. Não vejo problema em discutir o assunto. Há partidos achando que eu devo avaliar. Agora, admito que o salto que preciso dar para ser candidato a algo que não seja deputado federal é muito grande. Sou deputado, nunca fui majoritário. Sei que esta seria uma construção que seria feita num ambiente em que a possibilidade de crescer nas pesquisas não é grande. Mas, se estou sendo cogitado como uma alternativa, é porque há uma avenida aberta. E quem vai dirigir por essa avenida? Quem não antecipar o processo, tiver uma base política importante e segmentos da sociedade que possa representar para largada.

3. O centro não é um ponto entre direita e esquerda, ou seja, um meio do caminho entre o Bolsonaro e o Lula. O centro tem que representar um ponto em que se tenha um espaço de diálogo com todas as correntes e que represente essa capacidade de transformação que o Brasil precisa. Centro não é não querer estado máximo ou mínimo. Centro é onde vai se dialogar com a sociedade.

4. O DEM está trabalhando para isso. O que não quer dizer que Cesar Maia vai aceitar. Meu pai diz que não (quer), mas outro dia a gente fez uma reunião com o prefeito de Rezende, dia 23 de dezembro, na minha casa. Quando a gente começou a conversa, ele disse: quero dizer que não sou candidato. E eu disse: “pessoal, podem ficar tranquilos porque se ele não fosse candidato ele não viria aqui hoje”. Acho que a crise que o Rio vive, para reorganizar o estado como se organizou a prefeitura do Rio tem que ser pessoa com capacidade de gestão muito grande. Hoje, acredito que as condições do Cesar Maia são melhores do que do Eduardo Paes para ser candidato a governador.