14 de agosto de 2013

ESTARIAM SE ESVAZIANDO AS MANIFESTAÇÕES/REDES SOCIAIS? CASTELS DIZ QUE NÃO!

A. (Ex-Blog) Nos últimos dias, as avaliações, em geral, da mídia brasileira, falam em um esvaziamento das manifestações de rua via redes sociais. Comparam com o auge, quase 500 mil pessoas,  pouco mais de um mês atrás. Manuel Castels –o principal pesquisador na matéria- ensina que há duas ruas para as redes sociais: a rua real e a rua virtual (que são as próprias redes na internet). E que a oscilação entre as duas é da natureza das redes sociais ativas, em qualquer lugar do mundo.

B. (Parte da longa entrevista de Manuel Castels, num café de Buenos Aires, na Revista Ñ do Clarín, 11). 1. São movimentos absolutamente diversos que crescem em culturas e contextos diferentes. Mas tem três características comuns. Primeiro, começam pela Internet, vivem sempre na rede e desde aí vão e vem ao espaço urbano. São rizomáticos.

2. Segundo, partem de uma indignação espontânea, e preliminarmente defendem a sua dignidade. E terceiro: em questão de objetivos programáticos, tem tantos programas que não tem nenhum. Não há um objetivo nem uma ideologia comum, mas em todos os casos o tema central é a democracia.

3. Na Espanha começou com o movimento ‘Democracia Real Já’, e fizeram o primeiro manifesto. Propugnam a construção de um novo sistema de representação das vozes dos cidadãos. São movimentos pro-democracia, mas de uma democracia em cuja busca estão. Não tem um modelo definido, mas buscam formas que não são as atuais. Os movimentos sociais desconhecem o sistema político.

C. (Ex-Blog) Essa heterogeneidade citada por Castels exige, para aglomerar nas ruas, fatos ou eventos nos quais caibam todas elas. Nesse sentido, um “cronograma” delas no Brasil tem datas prováveis: 7 de setembro, blocos carnavalescos (máscara de Guy Fawkes deve vender tudo), Copa do Mundo e Eleições 2014. E, nos intervalos, ações específicas que, por isso mesmo, não aglomeram e destacam pequenos grupos para-anarquistas.

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ESTADO DO RIO: 92 MIL PESSOAS DESAPARECIDAS EM 20 ANOS!

(Globo, 14) 1. Segundo levantamento feito pelo professor da UFRJ Flavio Araújo, que participou da audiência pública na Alerj, entre 1991 e maio deste ano desapareceram 91.807 pessoas no estado. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), em 2012 o número de casos no estado chegou a 5.934, sendo 2.488 na capital. Em 2013, já foram registrados 2.655 casos no estado, sendo 1.093 no município do Rio.

2. Dados do ISP revelam que, em média, 15 pessoas desaparecem a cada dia no Estado do Rio.

3. Desaparecidos entre 2007 e 2012: Rio-Capital: 1.858, 2.050, 2.268, 2.350, 2.221, 2.458/ Estado do Rio: 4.633, 5.095, 5.425, 5.473, 5.488, 5.934.  Capital: + 34% / Estado: +28%.

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RESISTÊNCIAS AO ACORDO DE PAZ NA COLÔMBIA??

(El País, 13) O Presidente da Colômbia –Juan Manuel Santos- anunciou (12) a reforma de toda a cúpula militar e policial do país ao designar novo comandante das Forças Militares e de cada uma delas (Exército, Marinha e Aeronáutica), assim como da Polícia Nacional da Colômbia. A reforma ocorre em pleno processo de negociação entre o Governo e as FARC. Segundo o presidente, os comandantes se vão com “a testa alta” depois de haverem cumprido suas missões.

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LA MOSQUITIA: NOVO ENCLAVE DE COCAÍNA PARA OS EUA!

(El País, 08) 1. A distante e esquecida zona caribenha de La Mosquitia, compartilhada entre a Nicarágua e Honduras, tornou-se um importante enclave disputado por grupos de narcotraficantes cujo último confronto deixou pelo menos 17 mortos, segundo as autoridades hondurenhas. Trata-se de uma região chave na rota de drogas que vai do sul do continente até os EUA, um formigueiro do tráfico onde cada vez são mais comum os confrontos e assassinatos realizados pelo crime organizado. Nessa região do Caribe existem vários grupos ligados ao tráfico de drogas que realizam trabalhos de provisionamento, proteção e transporte da droga para os grandes cartéis no México e na Colômbia.

2. Felix Maradiaga,  ex-secretário-geral do Ministério da Defesa da Nicarágua, disse: “A América Central deixou de ser apenas um corredor de drogas, para se tornar um centro de operação e de ação”. Aqueles que controlarem este enclave cada vez mais valioso, dizem os especialistas, vão conseguir benefícios cada vez maiores do lucrativo negócio de transporte de drogas: por Honduras passa cerca de 80% da droga que é enviado para os EUA. Em uma região mergulhada na pobreza, os habitantes veem neste negócio sua grande esperança de sobrevivência.

3. Conheça a localização de La Mosquitia.