20 de fevereiro de 2019

É A MESA DE SEIS PERNAS!

(Sonia Racy – Direto da Fonte – Estado de SP, 16) Pergunta que não quer calar: por que os mercados estão tão entusiasmados, batendo recordes de alta e movimentação, mesmo ante a dramática situação fiscal e previdenciária brasileira?

Esse otimismo, segundo se apurou ontem, não se restringe à expectativa favorável com relação à melhora da economia e à aprovação da reforma da Previdência – mesmo que ela não seja ainda a ideal.

O fato se deve também à forte influência positiva provocada pelo cenário externo.

Entretanto, nem todos fazem parte dessa manada que estourou apostando no bom caminho da economia de maneira generosa, minimizando os possíveis percalços políticos pela frente.

Para alguns integrantes da área financeira faltam peças importantes de sustentação nesse quebra-cabeça.

Segundo relata reconhecido investidor – também perspicaz observador histórico dos movimentos econômicos e políticos no Brasil –, o governo de Jair Bolsonaro tem se sustentado em uma mesa de seis pernas.

Três delas, segundo ele, teriam solidez. As formadas pelos militares e pela equipes de Paulo Guedes e Moro – grupos cujos objetivos e rumos são fáceis de entender.

As outras três pernas ele considera “temerárias” e as divide entre três forças diferentes. A primeira, batizada de “grupo dos templários”, incluiria os ministros da Educação, do Itamaraty, mais Olavo de Carvalho e seguidores – cuja lógica o investidor considera precária.

A segunda, denominada “saco de gatos”, é constituída pela base de apoio ao governo no Congresso, cujo preparo considera fraco e sem o sentido de uma coligação real.

“Cada parlamentar tem indicado que vai trilhar o caminho que acha melhor”, observa. E a terceira, no seu raciocínio, se resume ao núcleo familiar de Bolsonaro, que certamente “nunca tentou fazer uma DR efetiva”.

A mesa fica de pé só com 3 perna? “Por ora sim,mas para dar passos mínimos,precisará das outras”.