25 de junho de 2013

POVO NAS RUAS QUER URGÊNCIA E DILMA PROPÕE MEDIDAS DE LONGO PRAZO E BLÁ, BLÁ, BLÁ!

1. Reforma Política. Dilma propõe uma constituinte específica. Constituinte para Reforma Política foi expediente que Hugo Chávez usou sendo depois copiado por Corrêa no Equador e Morales na Bolívia. Ou seja: votar no Congresso uma PEC de convocação da Constituinte. Convocar eleições e depois funcionar e deliberar. No mínimo 3 anos.

2. Saúde. Aceleração dos investimentos existentes, o que é tautológico em período eleitoral. Contratar médicos estrangeiros para o Interior. A crise da Saúde urbana fica na mesma.

3. Educação. 100% dos atuais royalties do petróleo não poderiam ter aplicação em curto prazo, pois quebraria o Estado do Rio e dezenas de seus municípios. Essa é a alegação dela mesma em relação à lei aprovada.  E 50% dos royalties do pré-sal, que mal se inicia a exploração.

4. 50 bilhões de reais para novos investimentos em mobilidade urbana -metrô, VLT e corredores. Só corredores – que são mais questão de gerência que de investimentos- podem ocorrer em curto prazo,

5. Pacto de responsabilidade fiscal, de combate à inflação e combate à corrupção. Blá, blá, blá sem consequência prática. Os dois primeiros itens dependem fundamentalmente dela mesma, pois a LRF controla estados e municípios, a menos que ela flexibilize, como tem feito.

6. Destacar responsabilidade fiscal e combate à inflação significa o reconhecimento da precariedade de seu governo nessas áreas.

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PESQUISA IBOPE COM OS MANIFESTANTES! E MICROCOMENTÁRIOS (MC)!

20 de junho com 2000 entrevistas em 8 capitais: 36% em SP e 22% no Rio.

1. Razões: Preço das Passagens 27,6% / Contra a Corrupção 24,2% / Melhorar a Saúde e a Educação: 17,4% / Contra a PEC 37: 5,5% / Gastos nas Copas –2013/2014: 4,5% / Demais < 1%. MC: Somando com Copas, corrupção já é o tema mais relevante, 4 dias após o início dos protestos.

2. Foi acompanhado: 78% / Sozinho 22%. MC: A rede é mobilizada principalmente por pessoas próximas entre si.

3. Primeira vez que vai a passeatas: 46%. MC: Esta é a taxa de desmobilização, produto da cooptação dos movimentos sociais pelos governos Lula/Dilma.

4. Informou-se como? Respostas múltiplas. Facebook 62% / Internet em geral 32% / Amigos 28% / Mídia 22%. MC: O início das mobilizações se dá diretamente via redes. Em seguida o multiplicador se dá por meio tradicional: amigos e mídia.

5. Mobilizado pelas redes sociais 86% / Convidou outros pelas redes sociais: sim 75%/ não 25%. MC: Ativos/passivos: 3 para 1.

6. Vão conseguir mudanças? Sim 94%. MC: Esse é o potencial de continuidade das manifestações.

7. Quem tem que pagar redução de tarifas: governos 46%/ empresários 29% / ambos 21%. MC: Confirma que governos são alvos mais nítidos que empresas.

8. O que fará agora? Não votar em candidato corrupto 82% / Se sente representado por algum político: não 83% / E por partido? Não 89% / Filiado a partido? Não 96% / A sindicato ou entidade estudantil? Não 86%. MC: Outro exemplo de desmobilização durante os governos Lula/Dilma.

9. Lembra em quem votou em 2012 e 2010? Prefeito Sim 91% / Governador 89% / Presidente 95%. / Muito interesse por política 61% / Médio 28% num total de 89%. MC: Público participante se sente como ator político, embora sem referências.

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BRASIL FICA EM PENÚLTIMO ENTRE 40 PAÍSES NA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO!

(BBC – UK, 25) 1. Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking global de educação que comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores.  A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países. Em primeiro lugar está a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong.

2. Os 40 países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição. Ao analisar os sistemas educacionais bem-sucedidos, o estudo concluiu que investimentos são importantes, mas não tanto quanto manter uma verdadeira “cultura” nacional de aprendizado, que valoriza professores, escolas e a educação como um todo. Daí o alto desempenho das nações asiáticas no ranking. Nesses países o estudo tem um distinto grau de importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos filhos são muito altas.

3. Conheça a lista dos 40 países.

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NOTAS ECONÔMICAS BRASILEIRAS!

1. (Jornais, 22) O rombo na conta de transações correntes do Brasil, que registra as trocas de bens, serviços e rendas com o exterior, atingiu novos recordes em maio. Segundo o Banco Central, o saldo ficou negativo em US$ 6,4 bilhões no mês, o maior déficit para o período da série, iniciada em 1947. Em 12 meses, o déficit foi de US$ 73 bilhões, equivalente a 3,2% do PIB, o maior desde julho de 2002.

2. (Folha SP/Estado SP, 22)  Os ex-ministros Pedro Malan (Fazenda), Rodolpho Tourinho Neto (Minas e Energia) e Ellen Gracie (Supremo Tribunal Federal) deixaram o conselho de administração da petroleira OGX, de Eike Batista. A saída representa mais um golpe para a empresa, que enfrenta uma crise de credibilidade.

3. (Folha SP, 22) Nos últimos 12 meses, porém, o índice se acelerou e acumula alta de 6,67%, ante 6,46% em maio. O resultado é superior ao teto da meta de inflação do Banco Central, baseado no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), de 6,5%.

4. (Globo, 22) Criação de emprego formal tem pior mês de maio em 21 anos. O mercado formal de trabalho registrou no mês passado a geração líquida (admissões menos demissões) de 72.028 empregos, o menor resultado dos últimos 21 anos. Em relação ao mesmo período do ano passado, o nível do emprego com carteira assinada caiu 48,4%.

5. (Estado SP, 22) Importação de feijão pode ter incentivo. O Ministério da Agricultura propôs a Camex a isenção até dezembro da incidência da TEC (10%), nas importações de feijão, para aumentar a oferta do grão no mercado interno e aliviar a pressão da alta de preços sobre os índices inflacionários. O preço do feijão no atacado passou de R$ 140/saca em maio de 2012 para R$ 160/saca em janeiro deste ano e atualmente está na faixa de R$ 180/saca (+28,5%).

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GÁS LACRIMOGÊNEO!

(BBC, 23) 1. Protestos impulsionam indústria do gás lacrimogêneo.  A organização internacional War Resister League, que tem uma campanha específica contra o gás lacrimogêneo, identificou a presença de empresas americanas como Combined Systems Inc., Federal Laboratories e NonLethal Technologies da Argentina até a Índia; de Bahrein, Egito e Israel a Alemanha, Holanda, Camarões, Hong Kong, Tailândia e Tunísia.

2. A brasileira Condor Non-Lethal Technologies, uma das principais provedoras da Turquia, vende seus produtos a 41 países.  Durante a Primavera Árabe, empresas americanas exportaram 21 toneladas de munição, o equivalente a cerca de 40 mil unidades de gás lacrimogêneo.  Em termos de manejo de protestos, nada mudou com a democratização egípcia. Esse ano, o ministério Interior encomendou cerca de 140 mil cartuchos de gás lacrimogêneo ao mesmo elenco de exportadoras americanas.

3. Em fevereiro, o porta-voz do Departamento do Estado americano, Patrick Ventrell, defendeu a concessão de licenças para a exportação a essas empresas, dizendo que o gás lacrimogêneo “salva vidas e protege a propriedade”.  A empresa brasileira Condor Non-Lethal Technologies usa argumentos semelhantes.

4. A expressão “não letal” aparece no nome e marca de muitas companhias. Mas o uso dessa expressão é contestado por especialistas e grupos defensores de direitos humanos, que também questionam a relação próxima entre a indústria, as forças militares e de segurança e governos, que permitiu que o uso do produto fosse se consolidando como arma repressiva favorita ao longo das últimas décadas.

5. Na Primeira Guerra Mundial, o gás lacrimogêneo era classificado como arma química. Mas a partir daí, entrou um cena a força do lobby industrial-militar-governamental, como explicou Anna Feigenbaum.  “Por pressão dos governos e das corporações, mudou-se o nome de ‘arma química’ a ‘irritante químico’ ou ‘instrumento de controle de distúrbios’. Isso produziu uma normalização. O gás que começou a ser usado no ‘controle de multidões’ na década de 30 se generalizou a partir dos anos 60”, disse.