26 de fevereiro de 2015

O ESTRANHO CASO DO CAMPO DE GOLFE DA BARRA! PRESIDENTE DO COI DESMENTE PREFEITO DO RIO! ARQUITETA ANDREA REDONDO ANALISA!

1. (Globo, 26) 1.1. As declarações do prefeito Eduardo Paes, que disse na terça-feira ‘odiar ter de ter feito o campo de golfe’ para os Jogos Olímpicos de 2016, foram rebatidas nesta quarta pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach. – Fiquei surpreso com as declarações do prefeito, porque como todos sabem o prefeito pressionou muito pela construção desse campo. Tenho certeza que ele pensou muito antes da decisão de construi-lo – disse Bach, que foi sabatinado por universitários na sede do Comitê Olímpico Local na manhã desta quarta. A obra é uma das mais polêmicas dos Jogos desde a escolha do terreno, em área ao lado do Parque Natural de Marapendi, e a prefeitura tem sido questionada sobre a necessidade de existir um terceiro campo de golfe no Rio.

1.2. – Eu odeio ter de ter feito este campo de golfe. Por mim, não teria feito este campo de golfe nunca. Mas, infelizmente, todos os pareceres diziam que nem o Gávea Golf nem o Itanhangá serviam (para os Jogos). Procuramos os dois clubes, não tinha jeito. Por isso fiz a parceria privada. Se tivesse de botar dinheiro de IPTU ou ISS ali, não botava. Nunca – disse o prefeito do Rio.

2. (Blog Andrea Redondo) 2.1. Em 2013, para garantir a enorme área necessária às tacadas olímpicas, o prefeito e seus vereadores mudaram a lei vigente. O zoneamento ambiental foi alterado e a APA, mutilada; uma área pública que compunha a reserva, doada à cidade por exigência legal, foi excluída do Parque Natural Municipal de Marapendi e incorporada ao campo. Liberados de doar terras — que também seriam públicas — e construir a via, os empresários do mercado imobiliário conseguiram ainda mais privilégios e favores, como tantos feitos em nome dos Jogos de 2016. A lei nova aumentou a área de construção permitida e a transferiu para a Avenida das Américas, que receberá prédios mais altos.

2.2. As benesses urbanísticas que circundam o golfe olímpico apresentam sua pior face na prevalência do interesse particular sobre o público e no descaso com aspectos urbanísticos e ambientais relevantes para o Rio. Sacrificar parte da reserva ambiental concebida há mais de meio século; bloquear o livre contorno da Lagoa de Marapendi; suprimir uma rua necessária; e aumentar gabaritos em troca de um equipamento esportivo privado, para a elite (mesmo se aberto ao público), cuja necessidade não é clara (há outros locais dispostos a receber a modalidade), será um legado nocivo das Olimpíadas.

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JANEIRO DE 2015! S.PAULO X RIO DE JANEIRO – ROUBOS COMPARADOS!

Dados Oficiais de Registros das Secretarias de Segurança dos Estados.

1. Estado de S.Paulo:  25.880 – população 44,035 milhões / Roubos por 100 mil habitantes:  58,77.

2. Estado do Rio de Janeiro: 14.406 – população 16,471 milhões / Roubos por 100 mil habitantes:  87,46. Por habitante:  Rio de Janeiro 48,8% a mais que S.Paulo.

3. Cidade de S.Paulo: 13.416 – população 11,895 milhões / Roubos por 100 mil habitantes: 112,78.

4. Cidade do Rio de Janeiro: 7.765 – população 6,453 milhões / Roubos por 100 mil habitantes: 120,33. Por habitante: Rio 6,7% a mais que S.Paulo.

5. As Capitais têm muito mais Roubos por habitante que o conjunto do Estado:  S.Paulo: mais 91,9% / Rio: mais 37,5%.

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RJ DE COFRES VAZIOS: PEDIDO DO ESTADO AO JUDICIÁRIO É ADIANTAR R$ 11,7 BILHÕES DOS DEPÓSITOS JUDICIAIS!

(O DIA, 26) 1. Com os cofres do estado vazios, o governador Pezão, do PMDB, aposta todas as suas fichas em convênio com o Judiciário para pagar a folha de pagamento dos 260 mil inativos e pensionistas do Rio Previdência e arcar com custos de precatórios — ações perdidas pelo Executivo na Justiça. Para impedir o colapso das finanças, ele apresentou projeto aos desembargadores do Órgão Especial para usar pelo menos R$ 11,7 bilhões dos R$ 16,84 bilhões do Fundo de Depósito Judicial.

2. O baque nas contas do governo é resultado da queda na arrecadação dos royalties do petróleo. “Nenhum estado sofre como o Rio. Somos responsáveis por 82% da produção nacional”, explicou Espíndola. Durante a reunião com os desembargadores segunda-feira, no Órgão Especial, a portas fechadas, Pezão deixou claro que, sem a ajuda do Judiciário, as contas do estado não fecham.

3. Para convencer os magistrados, Pezão foi acompanhado do Secretário de Fazenda, Júlio Bueno; do secretário de Governo, Paulo Melo; do presidente do Tribunal de Contas, Jonas Lopes; do procurador-geral de Justiça, Marfan Martins Vieira; e do presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani, do PMDB. Em nota, a assessoria do presidente do Tribunal de Justiça, Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, informou que o desembargador não pode falar sobre o assunto porque participará da votação. Nos bastidores, muitos magistrados estão em dúvida. A preocupação é com a recomposição da verba. Mas Pezão está negociando com quem apresenta resistência. Espínola aposta na aprovação: “Os poderes são independentes. Mas o nível de convencimento é alto.”