28 de janeiro de 2020

CAFÉ GANHA CONSUMIDORES E COOXUPÉ FESTEJA RESULTADO!

(O Estado de S. Paulo, 27) A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), a maior do mundo em café, está animada com o potencial de consumo da bebida nos próximos anos. Enquanto o setor como um todo viu os resultados de 2019 serem pressionados pelos baixos preços da commodity, a empresa mineira comemora seu desempenho. O faturamento no ano que passou cresceu pelo menos 8%, para R$ 4,1 bilhões. Carlos Augusto de Melo, presidente da Cooxupé, afirma à coluna que os números ainda serão auditados, mas é possível dizer que o montante representa um recorde. “Está acontecendo um ‘boom’ de consumo na Ásia. Até o Oriente Médio passou a tomar café”, diz. As vendas internas e externas da cooperativa somaram 6,4 milhões de sacas, 21% mais que em 2018. Só as exportações saltaram 41%, para 5,5 milhões de sacas, outro recorde. » Quem guarda tem. Em 2019, ano de baixa produção, a Cooxupé recebeu de seus cooperados e produtores terceirizados 5,1 milhões de sacas de 60 quilos de café, 20,3% menos que em 2018. A cultura do café alterna um ano de grande safra com outro de menor colheita. No ano passado, o avanço nas vendas só foi possível porque havia reservas da temporada anterior, quando a entrega por parte dos cafeicultores alcançou 6,4 milhões de sacas. Para 2020, Melo espera que o volume de produção seja semelhante ao de 2018, de safra cheia.

Mas vai faltar. Após o salto na comercialização do ano passado, o presidente da cooperativa diz que os estoques de passagem da cooperativa atingiram o menor patamar dos últimos nove anos – ele não revela o montante. “Teremos de buscar cafés de terceiros para fazer blends. A oferta estará curta em todo País até junho”, afirma.

Convence. Representantes do agronegócio brasileiro aproveitaram o Fórum Econômico Mundial, realizado na semana passada em Davos, na Suíça, para mostrar que o País quer se tornar uma “potência agroambiental”. “A nossa mensagem foi bem recebida. Muitos reconhecem o que já fizemos de bom e que buscamos soluções construtivas para alguns problemas que persistem”, conta à coluna Flávio Bettarello, secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura.

De olho. O tom dos debates, relata o diplomata, foi mais moderado que em outras regiões da Europa. “Em alguns países, a discussão muitas vezes é sequestrada por interesses protecionistas ou por ativistas mais radicais”, avalia Bettarello. Ele adiantou que fundos “verdes” e entidades civis se mostraram interessados em contribuir com projetos agrossustentáveis no Brasil, ligados à segurança alimentar.

Sem comprometer. O Ministério da Agricultura negocia um acréscimo de R$ 500 milhões ao seguro rural em 2021, para um total de R$ 1,5 bilhão. A ideia, segundo um interlocutor, é que o valor adicional não venha de linhas de crédito previstas no Plano Safra. A pasta vai tentar usar recursos de outras áreas do governo, cuja previsão é gastar menos no ano que vem, afirma a fonte. O assunto está em discussão para que seja definido até maio, quando o projeto de lei orçamentária será enviado ao Congresso. » Gado tech. A Friboi vai investir R$ 600 mil em sua unidade de Campo Grande 2, em Mato Grosso do Sul, para testar uma tecnologia de classificação automatizada de carcaças bovinas, por meio de câmeras digitais. Os recursos fazem parte do pacote de R$ 8 bilhões que a JBS vai investir no Brasil em cinco anos e a tecnologia vem da Normaclass, empresa francesa adquirida no ano passado pela Scott Technology, controlada pela JBS.

Às compras. A Auster Nutrição Animal tem planos de expansão para 2020 e quer adquirir uma indústria concorrente ou com atuação complementar no Brasil. No fim de 2019, a companhia elevou em 30% a armazenamento de insumos, produtos finais e capacidade de produção de sua unidade em Hortolândia (SP). Do investimento total de R$ 15 milhões, metade foi destinada para estas melhorias e o restante será utilizado em aquisições.

Perspectiva. Paulo Portilho, CEO da Auster, espera que o faturamento da empresa alcance R$ 250 milhões neste ano. “Em 2019, ano de ligeira recuperação das margens, as empresas de aves, suínos e leite apostaram na produtividade”, conta. Nas vendas da Auster, somente a área de suínos responde por 45% dos resultados, enquanto a de frangos de corte fica com 34% do total.

De cima. A SLC Agrícola usará a startup Perfect Flight para o monitoramento aéreo da pulverização de defensivos em mais de dois milhões de hectares – a área plantada gira em torno de 450 mil hectares, mas a aplicação é repetida.

Pioneiro. Leonardo Luvezuti, gestor de operações da Perfect Flight, diz se tratar da maior área monitorada em um único contrato na agricultura mundial. “Nem nos Estados Unidos há projeto parecido.” Serão 16 fazendas em vários Estados e o treinamento das equipes já começou. O prazo inicial é de um ano. A SLC compartilhará parte de sua tecnologia com a Perfect Flight.