30 de abril de 2013

PRIMEIRO DE MAIO: NÚMEROS DO IBGE (MARÇO-2013) DE EMPREGO MOSTRAM QUE NÃO HÁ NADA A COMEMORAR! É UMA TAXA IBÉRICA!

1. Este Ex-Blog tem insistido que o IBGE não mede taxa de desemprego, mas taxa de desocupação. Os jornais insistem em chamar de taxa de desemprego. Já o Jornal Nacional, na sexta-feira, chamou corretamente de taxa de desocupação. A diferença é que quando a ocupação é precária não é considerada emprego. Alguns países chamam de emprego precário. Os números do Brasil, nesse sentido, são iguais aos do Paraguai, por exemplo: 5% de desocupação e 20% de ocupação precária.

2. Vejamos os números do IBGE de março de 2013: PEA –população economicamente ativa- 24 milhões 295 mil. / Pessoas Ocupadas: 22 milhões 922 mil. / Pessoas Desocupadas: 1 milhão 373 mil. Taxa de Desocupação 5,7%.

3. Vamos aos números da Ocupação Precária. Pessoas Marginalmente Ligadas a PEA: 713 mil / Pessoas Subocupadas por Insuficiência de Horas Trabalhadas: 413 mil / Pessoas Ocupadas com rendimento por hora menor que o salário mínimo por hora: 3 milhões 533 mil / O IBGE informa essas taxas: 2,9% + 1,8% + 15,4% = 20,1%.

4. Ou seja, os Desocupados e os Ocupados Precariamente que constituem a efetiva Taxa de Desemprego representam 5,7% + 20,1% = 25,7% da PEA.  Essa é a Taxa de Desemprego efetiva. Ibérica!

5. Outros dados do IBGE que reforçam a precariedade do emprego no Brasil. Pessoas que saíram do trabalho no período de 365 dias: 2 milhões e 36 mil. Dividamos pela População Ocupada, ou 22 milhões e 922 mil = 8,9% que é a rotatividade anual no emprego.

6. Mais um dado: Pessoas Ocupadas, mas procurando outro emprego nos últimos 30 dias: 2,2% ou 534 mil.

7. E, finalmente, atenção: Pessoas Empregadas no Setor Privado, mas Sem Carteira Assinada: 2 milhões 250 mil ou 9,8% das Pessoas Ocupadas.

8. São números que mostram o que está por trás da propaganda governamental que fala de baixa taxa de “desemprego”. É altíssima, é ibérica, é espanhola, pois alcança 25,7%.

9. Veja você mesmo a tabela do IBGE.

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O FIM DA ERA DE OURO DAS COMMODITIES!

(Liam Denning – The Wall Street Journals, 26) 1. O que houve com o mercado de commodities? Desde 1998, ele vinha em franca ascensão — o chamado superciclo, em que a demanda crescente por matérias-primas supera a oferta, elevando os preços a picos incomuns.  Ultimamente, porém, as commodities estão indo ladeira abaixo.  Duas coisas sustentaram a alta das commodities industriais. Primeiro, preços baixos desencorajaram investimentos em novas minas e campos de petróleo durante boa parte dos anos 80 e 90. Segundo, a demanda em mercados emergentes, principalmente na China, deu um salto.

2. Nenhum desses fatores continuará o mesmo nesta década.  Preços altos incentivaram investimentos em novas fontes. O exemplo mais óbvio foi a recuperação da produção de petróleo e gás natural nos Estados Unidos. Os gastos mundiais com recursos petrolíferos foram de US$ 700 bilhões neste ano, mais do quádruplo de dez anos atrás, segundo estimativa da consultoria IHS Herold.  Algo semelhante está acontecendo com os metais e minerais usados na indústria.

3. Agora, é o cobre que está sentindo os primeiros efeitos. O banco Barclays projeta que a oferta mundial do metal ultrapassou o consumo no ano passado e continuará à frente pelo menos até 2014, revertendo os déficits de 2010 e 2011. Agora que a oferta está acelerando, o crescimento da demanda diminuiu.  O baixo crescimento e o uso mais eficiente dos combustíveis, principalmente nos EUA, levam a Agência Internacional de Energia a prever que a demanda de petróleo nas economias avançadas em 2017 será menor que em 1997.  Essa de ouro das commodities chegou ao fim.

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STF DE LÁ DIZ QUE ESTADO PLURINACIONAL DA BOLÍVIA É DIFERENTE DE BOLÍVIA! MORALES PODE SER RE-RE-CANDIDATO!

1. Há coisas na América Latina que ou vão para realismo fantástico de Gabriel Garcia Marques ou para Stanislaw Ponte Preta.  Em janeiro de 2013 foi o STF da Venezuela aceitando a posse do vice de Chávez com este em coma em Havana.

2. Agora é o STF da Bolívia, ontem (29). A Constituição proíbe a re-reeleição. Mas o STF decidiu que não se trata mais da “República da Bolívia” e sim do “Estado Plurinacional da Bolívia,” como passou a chamá-lo a Constituição. Dessa forma, Evo Morales pode ser candidato a presidente para um PRIMEIRO MANDATO de Presidente do Estado Plurinacional da Bolívia.

3. Arghhhhh!!!!!!!

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“AMÉRICA LATINA IRÁ ENFRENTAR UMA EPIDEMIA DE CÂNCER”!

(El País, 27) 1. A América Latina irá enfrentar uma epidemia de câncer nos próximos anos, caso os governos não melhorem o sistema de saúde e tratem os mais pobres. A principal razão para que isso venha a ocorrer no continente, de acordo com os autores de um relatório publicado sexta-feira na revista The Lancet Oncology, é que grande parte das pessoas é diagnosticada tardiamente, quando a doença é mais difícil de tratar.

2. Na região são contabilizadas 13 mortes para 22 casos de câncer, enquanto nos Estados Unidos são 13 mortes para cada 37 e na Europa o mesmo número de mortes para cada 30. “Em 2030, 1,7 milhões de casos serão diagnosticados na América Latina e no Caribe e haverá mais de um milhão de mortes pela doença”, segundo o texto que foi apresentado na conferência do Grupo de Cooperação em Oncologia Latino-americana (LACOG).

3. Os mais atingidos, como em outros lugares, são os pobres. O acesso ao tratamento é muito desproporcional. Cerca de 70% do dinheiro destinado ao tratamento desta doença, só chega a apenas 20% dos seus habitantes. Quando se trata de saúde, existem duas Américas Latina: “Uma elite com acesso aos mais recentes tratamentos e outra, a grande maioria, que somente recebe tratamento na fase final da doença, quando já é terminal”, diz o relatório.

4. Paul Goss, especialista da Universidade de Harvard que liderou a pesquisa, acredita que os países latino-americanos têm focado seus investimentos na prevenção de doenças infecciosas, enquanto os gastos com as doenças não transmissíveis, como o câncer, foram deixados de lado. “Isso afeta principalmente as pessoas mais velhas”.

5. Rádio. Fala o professor Paul Gross, (em inglês). 6 minutos.