31 de julho de 2013

LULA E DILMA, 2005 E 2013: AS DIFERENÇAS!

1. LULA. Em dezembro de 2004 –segundo o Datafolha- Lula tinha 45% de ótimo+bom e 13% de ruim+péssimo. Em 14 de maio a ‘Veja’ em matéria “O homem chave do PTB” trouxe o caso de corrupção nos Correios. No dia 31 de maio de 2005, a avaliação de Lula havia caído para 35% o+b e 18% de r+p. Em 5 de junho a Folha de SP (Renata LoPrete) publica entrevista do deputado Roberto Jefferson denunciando o mensalão.

2. O ministro José Dirceu é exonerado no dia 16 de junho de 2005. Em julho Lula tinha 35% de o+b e 23% de r+p. Em agosto de 2005 o Datafolha divulga que a avaliação de Lula caiu para 31% de o+b e 26% de r+p. Em 1 de dezembro de 2005, José Dirceu é cassado. Em dezembro veio a pior avaliação de Lula: 28% de o+b e 29% de r+p.

3. Em pesquisa entre 1 e 2 de fevereiro de 2006 o Datafolha mostra uma recuperação de Lula: 36% de o+b e 23% de r+p.

4. DILMA. Em dezembro de 2012 o Datafolha deu a Dilma 62% de ótimo+bom e 7% de ruim+péssimo. Comparando com dezembro de 2004, dezembro antes do mensalão, a avaliação de Dilma, em grande medida herdada do final do segundo governo Lula, era bem maior que a de Lula antes dos escândalos.

5. Em março de 2013 Dilma tinha 65% de o+b e 7% de r+p. Na primeira semana de junho, antes das manifestações nas ruas, Dilma havia caído para 57% o+b e 9% de r+p. Na última semana de junho –já após as manifestações massivas- o Datafolha dava a Dilma 30% de o+b e 25% de r+p. O IBOPE entre 9 e 12 de julho repetia o o+b de 30% (31%), mas ampliava o r+p para 31%, um aumento –relativo- significativo de 24%.

6. Lula parte de um patamar menor e sua queda, em 2005, ao sabor dos escândalos, é progressiva. Os fatos não o atingiam pessoalmente (Jefferson na TV dizia: “Esse é um homem honrado” e carregou sobre Dirceu). Agiu rápido, exonerando Dirceu e a Câmara de Deputados completou, cassando-o. O piso de dezembro foi recuperado em menos de dois meses para um patamar que apontava para o de dezembro de 2004.

7. Dilma, após a queda, tomou medidas funcionais, apenas. Ela foi atingida pessoalmente pelos protestos -fora Dilma- com seu nome em faixas, cartazes e redes sociais. Poderia ter antecipado a reforma ministerial dando mais simbologia a sua reação. Mas preferiu jogar o problema para o Congresso, com plebiscito, ampliando a base de sua rejeição para o meio político. E com publicidade na TV, exaltando o problema mais destacado, a Saúde.

8. Em 2005 a oposição a Lula seguiu a orientação de FHC: Levantar o impedimento é colocar os sindicatos, associações nas ruas e conflagrar. O melhor caminho era deixar Lula sangrar. A oposição esperou a eleição e perdeu. Lula teve 43% (com brancos e nulos) e Alckmin 37%, no primeiro turno.  A economia ajudou: entre 2004-2006 cresceu, em média, 4,3%.

9. Agora há uma diferença fundamental. A oposição é social, sem controle, contínua e imprevisível. E pelos sinais do Ibope, o desgaste não terminou. Agora vem associado à dos governadores e prefeitos, com um multiplicador ainda mais intenso. E não há partidos, nem sindicatos, nem sociedade organizada para compensar, contrabalançar.

10. A probabilidade de recuperação até o final do ano é zero. 2014 vem aí com a simbologia que mobiliza as redes sociais: Copa do Mundo e eleições. E antes o Carnaval onde aos blocos carnavalescos se somarão os blocos das redes sociais.

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AUTÓPSIA POLÍTICA DO GOVERNADOR SÉRGIO CABRAL!

(Dora Kramer – Estado de SP, 31) 1. Sérgio Cabral Filho com seus minguados 12% de avaliação positiva à frente do governo do Rio, sua companhia tornou-se um embaraço federal para seus parceiros na política. Resultado da conjugação de abuso de poder na prática de hábitos faustosos, provincianismo político (demonstrado na excessiva confiança na influência de Lula sobre o Congresso quando da discussão sobre a distribuição dos royalties do petróleo) e arrogância tardiamente assumida com a promessa de ser “mais humilde”.

2. Cabral, reeleito em 2010 no primeiro turno com votação espetacular, confundiu apoio popular com salvo-conduto para transgredir todas as regras. Sejam as de civilidade no convívio com os governados, sejam as balizas legais que exigem do governante respeito à transparência, à impessoalidade e à probidade. O governador achou que ninguém iria se incomodar com o fato de destratar professores, médicos e bombeiros chamados de vândalos e bandidos no exercício de movimentos reivindicatórios; de passar boa parte do tempo viajando ao exterior, incluindo aí ocasiões em que o Rio foi atingido por tragédias às quais não dava a devida importância evitando aparecer em público em momentos adversos.

3. Cabral considerou que, ao abandonar entrevistas no meio porque não gostava das perguntas, afrontava a imprensa – quando o gesto significava interdição do diálogo com a sociedade. Acreditou-se inimputável. Não teve noção de limite. Agora se diz arrependido por influência das palavras do papa. Ao que alguns chamam de senso de oportunidade outros dão o nome de oportunismo. Para não falar no egoísmo de pedir aos manifestantes que se retirem da porta de sua casa porque tem “filhos pequenos”, sem se importar com os filhos dos vizinhos.

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“NÃO HÁ BOTOX QUE ESCONDA AS RUGAS PROVOCADAS PELO DESLEIXO POLÍTICO”!

(Coluna Artur Xexéo – Globo, 31) Leio na imprensa que o governador Sergio Cabral já acionou a agência de propaganda que elabora as campanhas de seu governo para criar uma dose cavalar de publicidade mostrando os feitos (?) de sua administração. (…) Quero dar meu palpite. Governador, se ainda der tempo, o melhor é partir para outra. O povo não precisa de anúncios para saber que sua qualidade de vida melhorou. Quando isso acontece ele atesta no seu dia a dia. E as coisas no Rio não vão nada bem. Não há propaganda, por mais bem feita que seja, que disfarce o indisfarçável. Em casos assim a população costuma rejeitar a publicidade, pois sabe que o dinheiro gasto em reconstrução de imagem, seria mais bem empregado em outras áreas. Não há botox que esconda as rugas provocadas  pelo desleixo político.

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CARIOCA MORADOR NA BÉLGICA INFORMA SOBRE TRANSPORTE PÚBLICO!

(BI em 30/07) 1. Transporte púbico na Bélgica, só para dar fazer uma comparação. Aqui na Bélgica, todos os pais recebem uma ajuda do governo por cada filho. Eu recebo (com correção da inflação a cada mês) por volta de 1300 euros ao ano por um filho.

2. O custo do ônibus é 120 euros ao ano e recebo um “abono” para o filho. O que lhe dá direito a viajar quantas vezes queira dentro da cidade e nos fins de semana o “abono” dá direito a viajar por todo o “estado” (região Wallone). Não digo que aqui o transporte público não tem que melhorar, mas já é fantástico saber que o transporte está ao alcance de todos – com uma qualidade razoável,

3. O transporte é totalmente público, não foi ainda privatizado exceto algumas linhas entre cidades.

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FUSÃO ENTRE GIGANTES DA PUBLICIDADE APONTA PARA CONCORRÊNCIA COM GOOGLE E FACEBOOK!     

(Tanzina Veja – New York Times – Folha de SP, 30) 1. O anúncio, anteontem, da fusão entre dois gigantes do setor, os grupos Omnicom e Publicis, que cria a maior companhia de publicidade do planeta, sinaliza que agora o setor também está firmemente operando no mundo do “big data”: recolhendo e vendendo informações pessoais sobre milhões de consumidores. É um ramo competitivo, com empresas de tecnologia como o Google e Facebook usando seus imensos repositórios de dados para colocar anúncios.

2. O negócio da publicidade e marketing está sendo transformado pela tecnologia, porque as agências agora recolhem dados e direcionam anúncios a consumidores individuais. A TV continua a ser a maior beneficiária do investimento publicitário nos Estados Unidos, com US$ 66,35 bilhões em 2013, segundo estimativas da eMarketer. Mas a publicidade on-line (US$ 42 bilhões em 2013) cresce em ritmo muito mais acelerado.

3. Embora as agências de publicidade trabalhem de mãos dadas com Google, Facebook e Twitter, essas mesmas companhias também podem trabalhar diretamente com empresas como a GM e a Coca-Cola, o que inclui compartilhar dados. As agências de publicidade tradicional –intermediárias entre os anunciantes e plataformas como as redes de TV, rádios e sites– estão sob pressão para oferecer mais valor aos seus clientes ou terminarão excluídas da equação.