Pesquisas do Gerp, Vox Populi, GPP e, agora, do Ibope, elas por elas, nada mudou após a saída do Cabral do governo. Na frente –sistematicamente- entre 30% e 40% os que não marcam nenhum candidato, optando por branco, nulo e não sabe. Garotinho e Crivella continuam liderando. Garotinho um pouco a frente, no entorno dos 20%. Crivella, em seguida, um pouco abaixo dos 20%. Somam surpreendentes quase 40%. Os dois trocam votos parcialmente na mesma base, evangélica e popular.
Garotinho lidera com folga no Interior. E como radialista, tem uma rede de inserções em rádios. Faz uma distribuição capilar de uma “prestação de contas” sobre sua atuação em 2014 e o que fez antes. Crivella lidera na Capital. E ambos lideram na Baixada e São Gonçalo, com ampla vantagem. Crivella –depois de ser ministro- viu seu piso aumentar. Dos 14% anteriores, para 16%, em números redondos.
Logo após assumir o governo no lugar de Cabral e aumentar exponencialmente a sua exposição, Pezão passou a se situar no entorno superior dos 10%. E aí está. Três meses depois de sua posse, esperava-se que estivesse um pouco acima. Afinal, na conjuntura atual –pela exposição na mídia- ele é candidato sozinho. A partir de 5 de julho, acaba a propaganda do governo, não pode mais inaugurar nada e os demais passam a ter uma cobertura eleitoral. O jogo complica para ele.
Cesar Maia –também surpreendentemente- se mantém no entorno dos 10%. Surpreende porque não tem nenhuma exposição, não faz pré-campanha e ainda é coberto por um noticiário especulando sobre sua candidatura a partir das informações vazadas pelo PMDB. Nas contas do PMDB e de setores do PSDB, sua candidatura afetará Pezão na Capital, já que, na Capital e em Niterói, Cesar Maia aparece em segundo lugar. As pressões vindas da estratégia do PMDB-RJ para eleger seu candidato com apoio em nível presidencial continuarão até as convenções.
Lindbergh também surpreende, mas negativamente. Depois de uma avassaladora vitória para senador e apontado como favorito, vai se equilibrando nos 10%, apesar do noticiário que cobre sua candidatura, a pré-campanha que realiza e o apoio de Lula. E ainda terá que enfrentar a pressão da base aliada para que Lula apareça em todos os programas dos candidatos da “base-aliada”. Mesmo privilegiando Lindbergh, não poderá se negar a aparecer nos demais, confundindo o eleitor.
Miro vai sendo prejudicado pelo noticiário que dá conta dos conflitos internos entre PSB e PROS em função da elegibilidade de chapas conjuntas de deputados e que o atingem como candidato. Com isso, ele que vinha passando a fronteira dos 3%, volta a ficar no entorno negativo desses 3%.
A perspectiva hoje é a mesma dos últimos meses: quem estiver na fronteira dos 15% tem grande chance de ir para o segundo turno.
Uma novidade no Rio: os institutos de pesquisa não conseguem testar os nomes para o senado, pois mesmo os três nomes que são indicados ainda não têm certeza total de suas candidaturas.
O mais provável é que nada mude até o final da Copa. E que só pesquisas pós-Convenções e pós-Copa, a partir do dia 15 de julho, poderão informar se há tendências sobre o quadro atual, estável desde março.