Cesar Maia comenta fatos que atingiram a centralidade cultural do Rio

No ex-blog do dia 19 de maio, Cesar Maia fez uma breve retrospectiva sobre os fatos que fizeram com que o Rio perdesse a centralidade cultural no país. Passando por alguns momentos da História do Brasil, o ex-prefeito ressaltou que o Rio deteve a posição por várias décadas, quando passou a perder espaço e, mesmo assim, tentou reagir ao criar novas centralidades. A análise também traz o papel da imprensa neste processo. 

 

Cesar Maia lembrou que a partir do momento em que a semana de arte moderna de 1922, por circunstâncias adjetivas, foi para São Paulo, anos depois o Rio sofreu outro golpe com o fechamento da Universidade do Distrito Federal, criada por Anísio Teixeira e Pedro Ernesto. Nomes como Cecília Meireles, Hermes Lima e Candido Portinari foram perseguidos. Com isso, Candido Portinari migrou para São Paulo, onde depois foi candidato a senador.

 

– Com o término da Segunda Guerra e as obras de arte na Europa a preço da bacia das almas, Chateaubriand passou o pires aos empresários brasileiros. Praticamente só os de São Paulo apoiaram e estas obras de arte passaram a ser o acervo do MASP.

 

Cesar Maia destacou que mesmo diante deste quadro o Rio, de baixo para cima, através da cultura popular com o samba, com desdobramentos por setores médios com a Bossa Nova, ou a partir do CPC da UNE, que abriu espaços para o Cinema Novo, reagiu e forçou novas centralidades. Com o regime autoritário e o foco no Rio, novamente a cidade foi debilitada como centro cultural.

 

– A experiência internacional indicava que a recuperação da centralidade cultural exigia que equipamentos de alta qualidade que cumprissem esse papel aglutinador. Um exemplo mais recente foi o Museu Guggenheim de Bilbao. Com isso, na campanha eleitoral de 2000, a associação do Rio à Fundação Guggenheim foi apresentada como programa de governo e aprovada pelo eleitor carioca.

 

Neste período, relata Cesar Maia, foi iniciado o processo de contratação com a Fundação Guggenheim, culminando com os estudos para que o Museu, centrado em Arte Contemporânea, pudesse cumprir o papel de retomar para o Rio a centralidade em artes plásticas contemporâneas e, também, revitalizasse como âncora a área portuária. O contrato foi assinado em Nova York, com a presença da imprensa dos Estados Unidos.

 

O ex-prefeito recorda que o consagrado arquiteto francês, Jean Nouvel, desenhou o projeto básico. No entanto, uma forte pressão de parte da imprensa estimulou uma oposição política e finalmente o projeto, que já estaria pronto hoje, foi obstruído no judiciário.

 

De forma a não passar por provocação, a ideia matriz permaneceu, mas um Museu de Artes Plásticas foi substituído por um Centro de Artes Musicais, depois Cidade da Música. Mais uma vez, um arquiteto consagrado em projetos deste porte, Christian Portzamparc, foi chamado e assumiu o desafio. Foi quando nasceu a Cidade da Música, hoje localizada na Barra da Tijuca. Com o projeto pronto e os investimentos previstos em orçamento, o processo eleitoral assumiu a crítica demagógica. Na avaliação de Cesar Maia, outra vez parte da imprensa assumiu para si a função de voltar a opinião pública contra o projeto.

 

– E mais uma vez um projeto que recuperará para o Rio a centralidade em artes musicais sofre um processo de obstrução com prejuízos enormes para a Cultura do Rio. Enquanto isso, São Paulo constrói o Museu da Língua Portuguesa, de alta qualidade e sofisticação, e o Museu do Futebol da mesma forma. Vitória investe em um Centro Cultural Múltiplo. E o Rio mais uma vez é atingido por interesses menores e eleitorais (2010), prejudicando a marca de identidade de nossa Cidade. E… La Nave Va!

 

No ex-blog do dia 19 de maio, Cesar Maia fez uma breve retrospectiva sobre os fatos que fizeram com que o Rio perdesse a centralidade cultural no país. Passando por alguns momentos da História do Brasil, o ex-prefeito ressaltou que o Rio deteve a posição por várias décadas, quando passou a perder espaço e, mesmo assim, tentou reagir ao criar novas centralidades. A análise também traz o papel da imprensa neste processo. 

 

Cesar Maia lembrou que a partir do momento em que a semana de arte moderna de 1922, por circunstâncias adjetivas, foi para São Paulo, anos depois o Rio sofreu outro golpe com o fechamento da Universidade do Distrito Federal, criada por Anísio Teixeira e Pedro Ernesto. Nomes como Cecília Meireles, Hermes Lima e Candido Portinari foram perseguidos.  Com isso, Candido Portinari migrou para São Paulo, onde depois foi candidato a senador.

 

– Com o término da Segunda Guerra e as obras de arte na Europa a preço da bacia das almas, Chateaubriand passou o pires aos empresários brasileiros. Praticamente só os de São Paulo apoiaram e estas obras de arte passaram a ser o acervo do MASP.

 

Cesar Maia destacou que mesmo diante deste quadro o Rio, de baixo para cima, através da cultura popular com o samba, com desdobramentos por setores médios com a Bossa Nova, ou a partir do CPC da UNE, que abriu espaços para o Cinema Novo, reagiu e forçou novas centralidades. Com o regime autoritário e o foco no Rio, novamente a cidade foi debilitada como centro cultural.

 

– A experiência internacional indicava que a recuperação da centralidade cultural exigia que equipamentos de alta qualidade que cumprissem esse papel aglutinador. Um exemplo mais recente foi o Museu Guggenheim de Bilbao. Com isso, na campanha eleitoral de 2000, a associação do Rio à Fundação Guggenheim foi apresentada como programa de governo e aprovada pelo eleitor carioca.

 

Neste período, relata Cesar Maia, foi iniciado o processo de contratação com a Fundação Guggenheim, culminando com os estudos para que o Museu, centrado em Arte Contemporânea, pudesse cumprir o papel de retomar para o Rio a centralidade em artes plásticas contemporâneas e, também, revitalizasse como âncora a área portuária. O contrato foi assinado em Nova York, com a presença da imprensa dos Estados Unidos.

 

O ex-prefeito recorda que o consagrado arquiteto francês, Jean Nouvel, desenhou o projeto básico. No entanto, uma forte pressão de parte da imprensa estimulou uma oposição política e finalmente o projeto, que já estaria pronto hoje, foi obstruído no judiciário.

 

De forma a não passar por provocação, a ideia matriz permaneceu, mas um Museu de Artes Plásticas foi substituído por um Centro de Artes Musicais, depois Cidade da Música. Mais uma vez, um arquiteto consagrado em projetos deste porte, Christian Portzamparc, foi chamado e assumiu o desafio. Foi quando nasceu a Cidade da Música, hoje localizada na Barra da Tijuca. Com o projeto pronto e os investimentos previstos em orçamento, o processo eleitoral assumiu a crítica demagógica. Na avaliação de Cesar Maia, outra vez parte da imprensa assumiu para si a função de voltar a opinião pública contra o projeto.

 

– E mais uma vez um projeto que recuperará para o Rio a centralidade em artes musicais sofre um processo de obstrução com prejuízos enormes para a Cultura do Rio. Enquanto isso, São Paulo constrói o Museu da Língua Portuguesa, de alta qualidade e sofisticação, e o Museu do Futebol da mesma forma. Vitória investe em um Centro Cultural Múltiplo. E o Rio mais uma vez é atingido por interesses menores e eleitorais (2010), prejudicando a marca de identidade de nossa Cidade. E… La Nave Va!