02 de março de 2015

O RIO NÃO NASCEU NA REGIÃO PORTUÁRIA!

1. Num artigo na Folha de S.Paulo de domingo 01/03, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, escreve: “A região portuária, onde a cidade nasceu, passa por um processo de revitalização. O porto, aquele pedaço esquecido que, muito antes do Cristo Redentor, abria os braços para receber os nossos primeiros visitantes, renasce.”

2. Provavelmente não foi o prefeito que escreveu este artigo, ou pelo menos não escreveu este parágrafo do artigo. Afinal, a dita região portuária é produto de um grande aterro realizado no início do século XX, para a construção do novo e atual porto. Antes, o mar beijava o morro do Providência.

3. O porto, até o século XIX, era frontal à Praça XV. O aterro viabilizou a transferência do porto para a atual área portuária. obra que só amadureceu após 1910. A Avenida Rio Branco nasceu como Central, ligando o novo porto ao centro e aos caminhos que se abriam em direção à Zona Sul através da construção da Avenida Beira Mar por Pereira Passos.

4. O Rio, como cidade formal, nasceu na Urca e após a expulsão dos franceses teve sua sede alocada no entorno do morro do Castelo. Expandiu-se entre os jesuítas e os beneditinos no entorno da Rua Direita, hoje Primeiro de Março, costeando a entrada pelo mar do porto da época, onde ficava a sede do governo, o Paço – colonial.

5. Talvez, quem escreveu o artigo para o prefeito tenha confundido a entrada de escravos na área que é hoje a Praça Mauá, com toda a tragédia que a cercou, simbolizada pelo cemitério dos Pretos Novos, ou seja, os que morriam ao chegar ao Rio, pela barbárie do tráfico desde a África. Isso mais de 200 anos depois da fundação do Rio.

6. A expressão “abria os braços para receber nossos primeiros visitantes” talvez se explique pela vontade de o autor exaltar as obras em curso. Pois, de outra forma, seria chamar os escravos de visitantes e o tráfico de turismo.

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BRASIL: ENERGIA ELÉTRICA 180% MAIS CARA QUE O CUSTO MUNDIAL!

(CRQ) 1. O Sistema FIRJAN divulgou recentemente o estudo “Quanto custará a energia elétrica para a indústria no Brasil?” que afirma o aumento do custo da energia elétrica para o setor. O valor poderá chegar a R$ 459,20 por MWh ao final de 2015 e R$ 493,50 por MWh no fim de 2016. Atualmente, o custo médio de consumo da indústria brasileira gira em torno de R$ 360,70 por MWh. Uma diferença maior de aproximadamente 180% em relação ao custo mundial da energia.

2. O estudo levou em conta a inserção de fontes mais baratas na matriz e a bandeira tarifária vermelha durante os dois próximos anos, em função tanto do alto despacho térmico quanto da recuperação do nível dos reservatórios somente em 2017. Além disso, o estudo mostra que o aumento do custo da energia poderá chegar a 27,3% em 2015 e que para 2016 já está previsto um aumento de 7,5%, podendo ser maior.

3. Em suma, o custo da energia brasileira, em apenas três anos, terá subido cerca de 90%. Este aumento deixa o país em sinal de alerta para que alguma coisa seja feita.

4. Desde janeiro de 2013, quando o governo federal concedeu desconto às distribuidoras, o custo da energia para a indústria aumentou quase 90%. Hoje, o custo é de R$ 360,70 por MWh e o Brasil ocupa a oitava posição no ranking de países com custos mais elevados.