02 de março de 2017

A FORMAÇÃO DAS “BASES ALIADAS” A PARTIR DE 2016!

1. Este Ex-Blog comentou, após as eleições de 2016, que a proibição de doações empresariais e a restrição de propaganda nas ruas afetaram a votação daqueles candidatos que, mesmo tendo suas regiões de concentração de votos, terminavam se elegendo pelo espalhamento dos mesmos em outras regiões.

2. Os candidatos com forte base em um certo bairro/região continuaram se elegendo, só que com uma votação menor. Na medida em que a propaganda nas ruas foi eliminada, a propagação e conhecimento dos nomes em campanhas com forte apoio financeiro foram afetados.

3. Os candidatos de opinião pública que têm seus nomes conhecidos independentemente da região, viram suas votações crescerem, pois prescindem de propaganda nas ruas. Uma curiosidade. Opinião pública tende a ser menor nos muito conhecidos como artistas, atletas e os que aparecem na TV. Opinião pública passa a ser, principalmente, os conhecidos que o eleitor relaciona os nomes a suas atuações e ações. Pode ser quem na TV ou Rádio tem –por exemplo- programas de defesa do consumidor. Ou candidatos corporativos de opinião pública.

4. Dessa forma, o voto de clientela, através de favores fluídos, também perde importância. Há a necessidade do parlamentar –vereador, deputado- realizar ações locais que deem sustentabilidade a seu nome. Daí a vantagem dos candidatos efetivamente locais, que têm anos de ações na região.

5. Assim, o espalhamento dos votos através de clientela e ações locais vão requerer uma taxa de reconhecimento muito maior. E, por isso, terão que ter maior contundência e ser sustentada sua autoria com a presença de seus cabos eleitorais e legitimação governamental fora das eleições.

6. Se antes bastava aos governos atender pontualmente aos que votam com os projetos de lei do governo e contra aqueles que não são de interesse dos governos, agora eles vão precisar ter a paternidade clara de intervenções do governo que gerem memória.  

7. Essa será também uma dificuldade progressiva para os governos formarem as suas maiorias no legislativo. Não bastam os atendimentos pontuais –com cargos para os cabos eleitorais- e intervenções do tipo conservação. Terão que conversar com os parlamentares que lhes darão um apoio continuado sobre que tipo de intervenção terá essa memorabilidade.

8. Isso vai exigir uma gerência “política” mais complexa e vai trazer conflitos com os políticos de forte expressão local, que serão naturalmente afetados.