02 de março de 2018

ELEIÇÕES NO RIO: INTERVENÇÃO TRANSFORMA SEGURANÇA PÚBLICA EM UM NÃO TEMA! AS AGENDAS TERÃO QUE SER  RECICLADAS! 

1. Até uma semana atrás havia uma certeza sobre as eleições de 2018 no Rio. Haveria um tema que monopolizaria a campanha e os debates: a segurança pública.

2. Há meses que os pré-candidatos mobilizaram suas equipes, levantaram as estatísticas, cadastraram artigos de especialistas e sobretudo formaram grupos de trabalho de policiais e militares para debater o tema.

3. As primeiras propostas iam construindo os programas de governo dos candidatos para a Segurança Pública. Os coordenadores de suas equipes e destes grupos de trabalho já faziam palestras e expunham suas ideias aos públicos para os quais se apresentavam.

4. O interesse atraía pessoas de todas as idades, nas faculdades, nos locais de trabalho, nos quartéis, em associações, nas comunidades, nos condomínios…

5. Mas uma semana atrás o governo federal surpreendeu a opinião pública, os políticos e surpreendeu a imprensa: um decreto presidencial determinava a intervenção na Segurança Pública do Rio de Janeiro.

6. O Congresso, por ampla maioria das duas casas, aprovou o decreto. Todos os projetos de emendas constitucionais tiveram que ser sustados enquanto permanecer a intervenção.

7. As primeiras pesquisas de opinião mostram um enorme apoio à medida. Os generais responsáveis pela intervenção foram nomeados e passaram a ter dimensão pública.

8. Em torno de 90% dos eleitores do Rio de Janeiro apoiam as medidas. Criou-se uma expectativa positiva e geral.

9. Com isso, as equipes e grupos formados pelos pré-candidatos perderam sentido. A base eleitoral (dos pré-candidatos) favorável à intervenção passou a não ter mais interesse naquelas ideias. O programa para a Segurança Pública desses passou a ser a própria intervenção.

10. Do outro lado, os pré-candidatos e suas equipes alinhados pela esquerda e críticos da ênfase nas ações policiais, recuperaram o discurso de sempre: a insegurança e a violência são efeitos e, portanto, as ações sociais é que devem ser destacadas.

11. Mas como ninguém é eleitoralmente suicida, as críticas avançaram com suavidade, sublinhando as questões democráticas e os direitos constitucionais.

12. A 6 meses das eleições, se não há tempo para um sucesso completo da intervenção, também não há tempo para um fracasso da intervenção. E jogar o tema para 2019 ou mais não resolve a questão eleitoral.

13. Por tudo isso -seja por um lado, seja por outro-, seja pela direita, seja pela esquerda, a questão da Segurança Pública passou a ser um NÃO TEMA ELEITORAL. E os pré-candidatos, suas equipes e marqueteiros terão que reciclar as agendas eleitorais de 2018 no Rio de Janeiro.