05 de janeiro de 2017

OS QUE USAM MENOS AS REDES SOCIAIS SÃO OS DE MENOR RENDA, MENOR NÍVEL DE INSTRUÇÃO, MAIS VELHOS E NÃO-ESTUDANTES! (ATENÇÃO À COMUNICAÇÃO POLÍTICA)!

(Globo, 23) 1. Apesar dos avanços, o acesso à internet é desigual no país. As diferenças são percebidas tanto em relação ao rendimento quanto ao grau de instrução. No caso dos estudantes, divergem os percentuais de conexão à rede de alunos de escolas públicas ou privadas. Quase todos os brasileiros de renda mais alta têm acesso à rede, mas a parcela entre os de menor rendimento é de apenas um terço.

2. Na população acima de dez anos, o acesso chega a 92,1% do total entre aqueles cujo rendimento domiciliar per capita está acima de dez salários mínimos. Na outra ponta, entre aqueles com até um quarto do salário mínimo, essa taxa é de apenas 32,7%. No grupo com rendimento domiciliar per capita entre um e dois salários mínimos, o acesso à internet ficou em 57,9% em 2015.

3. As diferenças no acesso se repetem de acordo com o nível de instrução. Entre aqueles com quatro a sete anos de estudo, 42,4% usaram a internet em 2015, frente a uma taxa de 92,3% no grupo com 15 anos de estudo ou mais. No grupo mais precário, com no máximo um ano de estudo, só 7,4% tiveram acesso à internet no ano passado.

4. Os dados do IBGE também apontam as distâncias entre estudantes e não estudantes. Apenas metade (51,7%) daqueles acima de dez anos que não estudavam tinha acesso à internet, enquanto a parcela entre os estudantes alcançava 79,8%. Entre os estudantes, o acesso para os alunos da rede pública chega a 73,7% e para os da rede privada fica em 97,3%.

5. — Ainda existe uma diferença gritante em termos de acesso à internet entre aqueles que têm mais dinheiro e os que têm menos dinheiro. Isso se vê não apenas nos dados por rendimento, mas também quando se comparam os estudantes da rede pública e da rede privada. O Estado tem que estar atento e fornecer esse acesso. Senão, esses jovens já entram defasados no mercado em termos de analfabetismo digital — afirma Eduardo Magrani, professor da FGV Direito Rio e pesquisador do Centro de Tecnologia e Sociedade.

6. O papel dos jovens. Os jovens se mantêm como o grupo etário em que é maior a participação do uso da internet, mas os indicadores mostram avanço mais expressivo do acesso entre os mais velhos. Do grupo de jovens de 18 e 19 anos, 82,9% usaram internet em 2015, ante 81,1% em 2014. Na faixa entre 20 e 24 anos, a parcela era de 80,7% em 2015. Já no grupo entre 50 a 54 anos, a participação dos que acessavam a internet subiu de 39,1% em 2014 para 44,3% em 2015. Entre os que tinham acima de 60 anos, a fatia avançou de 14,9% em 2014 para 17,4% em 2015.