05 de setembro de 2016

PREFEITO DO RIO: PRIMEIRA QUINZENA ELEITORAL! PARTE 1: FREIXO E JANDIRA!

1. Depois de 15 dias, as pesquisas mostram Freixo no mesmo lugar, entre 10 e 11%. Jandira cresceu 2 pontos, chegando a 8%. Numa análise comparada entre candidatos a prefeito com o mesmo perfil político, em 2008 Gabeira chegou a 21% (incluindo brancos e nulos) e, em 2012, Freixo atingiu 23% (também incluindo brancos e nulos).

2. Em 2016, nas pesquisas até aqui, Freixo e Jandira somados alcançam quase 20%, muito próximo dos 21% de Gabeira e dos 23% de Freixo. Se agregarmos Molon, as pesquisas de 2016 e os resultados do voto mais à esquerda de 2008 e 2012 mostram um empate.

3. Suporemos que Molon não sairá do patamar que tem até aqui, o que repete sua votação para deputado federal. Sendo assim, o jogo será jogado entre Freixo e Jandira. Nesse caso, se um deles crescer, o outro cai, o que levaria ao voto útil ou estratégico, indo em direção ao candidato que teria mais chance de chegar ao segundo turno.

4. A campanha de Freixo, limitada pelo tempo na TV e por uma mobilização nas ruas aquém do que se imaginava, dependerá das aparições no RJTV-2 e nos debates na última semana. A chamada para as redes sociais e o jingle com Chico Buarque animam, mas não são suficientes.

5. As expressões do rosto de Freixo no RJTV-2 não denotam otimismo ou entusiasmo. A escolha dos cenários e dos temas para usar os 40 segundos reforçam aquelas expressões.

6. Jandira Feghali desenvolve uma campanha competente. Abriu como anticandidata. Afirmou-se focalizando Lula e, com isso, correndo atrás dos 15% dos votos que Lula tem no Rio. Se chegar a esses 15% estará no segundo turno (vide eleição de 1992 para prefeito). Mas, para isso, Freixo teria que cair uns 5 pontos, o que não é fácil, pois tem um voto duro acima disso.

7. Jandira fala muito bem. Escolheu os temas adequados (mulheres, jovens, ambulantes, saúde…) e assim fala para os de renda menor. É a única candidata que tem um jingle memorizador, que fala para o passinho de hoje e o zum zum de “ontem”. E ao fazer a defesa da mulher agredida, ataca Pedro Paulo, pela memória dos fatos.

8. Seus comerciais e programas na TV mostram uma ótima definição de imagem e um ótimo ritmo.  Sua capacidade em debates a ajuda nos auditórios e na TV na reta final de campanha. Seu teto estará definido pela força (voto duro) ou fragilidade de Freixo.

9. Nos últimos dias entrou em temas propositivos como passe livre no transporte público e saúde pública (clínicas da família), aproveitando o paradoxo do candidato do PMDB, entre o que diz e os fatos sentidos pela população que não distingue saúde federal, estadual ou municipal.

10. Será inevitável que na reta final da campanha Freixo e Jandira entrem forte na crítica recíproca.  Se não tiverem sucesso, o empate entre eles abrirá espaço para o crescimento dos demais candidatos.

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MERKEL/CDU DERROTADOS NA POMERÂNIA OCIDENTAL PELO SPD E AFD (POPULISTAS DE DIREITA)!

1. Precisamente um ano depois de Angela Merkel ter aberto as portas aos refugiados e um ano antes das eleições a nível nacional, a CDU, o partido da chanceler, foi ultrapassado pelos populistas da Alternativa para a Alemanha (Afd) e ficou em terceiro lugar nas regionais hoje disputadas em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Este é o estado onde Merkel joga em casa, aquele pelo qual é eleita deputada desde 1990.

2. “É uma derrota com um enorme simbolismo. Por agora, Merkel, a participar na cimeira do G20 que decorre na China, observa tudo a uma distância segura. Mas, quando regressar, vai encontrar um ambiente difícil, com os críticos dentro do próprio partido a exigir que a CDU se desloque mais para a direita”, explica ao DN Thorsten Benner, politólogo e diretor do Instituto de Políticas Públicas Globais, com sede em Berlim.

3. As eleições foram ganhas pelos sociais-democratas do SPD, partido situado no centro-esquerda do espectro político, com 30% (menos cinco pontos do que em 2011). A Afd, que concorreu pela primeira vez em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, obteve perto de 22% dos votos e relegou a CDU (União Democrata Cristã) para terceiro lugar, com cerca de 20% (menos três pontos do que nas eleições anteriores).

4. Ainda assim, o mais provável é que o SPD volte a coligar-se com a CDU e continuem à frente dos destinos do estado, algo que acontece desde 2006. As duas forças políticas juntas deverão somar 40 dos 71 lugares da assembleia. “Este resultado é uma bofetada na cara de Merkel. Os eleitores disseram claramente que estão contra as desastrosas políticas de imigração que tem vindo a seguir”, afirmou Frauke Petry, um dos principais dirigentes da AfD, assim que foram conhecidas as primeiras projeções.

5. Curiosamente, segundo revela The Guardian, o Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental é o terceiro estado alemão que menos refugiados recebeu. Em 2015 foram registrados 23 mil pedidos de asilo, cerca de um quarto dos alocados aos estado de Hesse, que tem sensivelmente a mesma dimensão. Com 1,6 milhões de habitantes, apenas cerca de 3,7% da população do Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental não é de ascendência germânica.