06 de julho de 2015

A SURPREENDENTE VITÓRIA DO “NÃO” NO REFERENDO GREGO!

1. Os 37% dos votos que levaram ao poder o atual governo grego dava a certeza de uma vitória segura do “SIM”. Afinal, os meses de negociação do novo governo com as autoridades europeias foram acompanhados por um aprofundamento da crise, com saques bancários, sem circulante, com aumento do já enorme gigantesco desemprego…

2. O referendo foi convocado uma semana antes de sua realização. As pesquisas mostravam um resultado indefinido, algo como um empate. A participação ostensiva das lideranças europeias, projetando o caos econômico e financeiro no caso de uma vitória do NÃO, ia mexendo levemente com as pesquisas, anotando uma leve vantagem do SIM.

3. Fechada as urnas, as pesquisas de boca de urna mostravam uma pequena vantagem do NÃO, o que surpreendia. Os sites dos grandes jornais davam essa informação, embora alguns preferiram traduzir as pesquisas de boca de urna como um resultado indefinido pela margem de erro dessas pesquisas.

4. A taxa de abstenção foi praticamente a mesma das últimas eleições parlamentares, cerca de 35%. A hipótese de que o apoio ao partido do governo tivesse crescido de 37% para 50% nesses meses de gestão já era impensável. Seria um crescimento proporcional de 35% de apoio num quadro em que a decisão pró NÃO apontava para grandes sacrifícios da população.

5. Mas quando as urnas abriram nesse domingo, a surpresa foi muito, muito maior. As autoridades europeias mostraram perplexidade com os resultados. O NÃO obtinha 61% dos votos contra 39% do SIM. Ou seja: nesses meses do governo da esquerda essa ampliou substancialmente a confiança dos eleitores de 37% obtidos na eleição que venceu para 61% hoje.

6. Um crescimento em valores absolutos de 24 pontos e em valores proporcionais de 65%.

7. Agora é aguardar a reação dos mercados e a reação das autoridades europeias. Essas flexibilizarão os termos da negociação tendo em vista a vontade amplamente majoritária do povo grego?  Ou manterão os termos e farão a execução da dívida grega colocando o país em default? Como reagirá o governo grego? Legitimado pelo voto de ampla maioria da população aceitará reduzir um pouco os seus limites, ganhando apoio internacional e fechando o acordo?

8. As bolsas europeias abriram em queda: Paris: – 2,06 % / Frankfurt: – 2,1 % / Milão: – 3 % / Londres: – 1,07 % / Madrid: – 2,41 %. O euro caiu em relação ao dólar, passando a valer 1,1 do dólar. A taxa de risco da Espanha (acima do bônus alemão, por 10 anos) cresceu 157 pontos ou 1,57%. A italiana cresceu 160 pontos ou 1,6%.

9. Os institutos de pesquisas naufragaram neste referendo. Na véspera davam um empate em torno de 44%. Na boca de urna deram uma vitória do Não por 3 pontos.  O resultado foi uma vitória do Não por 22 pontos.

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SUGESTIVA VISITA À FOLHA DE S.PAULO!

1. (Painel – Folha de SP, 04) Visita à Folha Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava com Hamilton Caputo Delfino Silva, secretário de Controle Externo de São Paulo, e Ives Gandra Martins, advogado.

2. Ex-Blog. O Relator das Contas de Dilma estava acompanhado pelo jurista Ives Gandra Martins, que escreveu recentemente um parecer pelo impeachment de Dilma.