ENTREVISTA DO SOCIÓLOGO (PUC-RJ) LUIZ WERNECK VIANA AO ESTADO DE S. PAULO (03)! PARA ONDE VÃO LULA E O PT! DESTAQUES!
1. ESP: Como o sr. avalia a crise envolvendo Lula e o PT? / LWV: Essa vizinhança das investigações com relação ao ex-presidente Lula é algo muito preocupante. Ele é uma das maiores lideranças políticas do Brasil contemporâneo, criou um partido que é uma presença ainda relevante na nossa história política. Em algum momento esse partido, que tinha uma trajetória feliz, falhou pensando na ampliação da sua projeção. Com isso, trouxe também uma carga negativa, o patrimonialismo (a falta de distinção entre patrimônio público e privado). Essa (investigação) é uma questão política, certamente, embora agora esteja sendo tratada como fato policial. Espero que o ex-presidente tenha um tratamento justo do ponto de vista policial. Do ponto de vista político, no entanto, é inevitável constatar que isso chegou a seu sistema nervoso central (do PT), sua liderança maior partidária. Que sua defesa seja feita fora dos trâmites policiais e passe a ser feita no fórum da política. O PT passou da hora de fazer uma autocrítica. A esta altura, as lideranças mais pesadas não ignoram os elementos de erro que se introduziram. O PT não vai acabar, aliás, não deve acabar, mas deve mudar.
2. ESP: Qual o papel do Lula nessa mudança do PT? / LWV: (Ele) Tem que se defender bem e definir uma linha de ação onde as mudanças fiquem muito presentes no horizonte. Não podem ser palavras ao vento. // ESP: O sr. vê algum sinal de melhora para o PT no cenário até as próximas eleições? / LWV: A economia pode melhorar, soprando a favor do governo. Esse é um ponto, pois pode melhorar sim. Se há melhora na economia, o mundo do trabalho olha com jeito mais favorável para o governo. // ESP: Analistas econômicos acham difícil uma melhora a curto prazo. O sr. acredita então que há exagero nessa avaliação? / LWV: Você vê e lê de tudo aí, não é uma ciência exata. Quando eles estão falando em economia, a linguagem deles está mais orientada para um mundo das expectativas do que para o mundo das coisas efetivamente reais. O que está valendo é a narrativa. A economia real, as coisas sólidas estão andando.
3. ESP: Como o sr. vê informações de que Lula e seu grupo gostariam da troca do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo? / LWV: Aí ele (Lula) está cometendo um equívoco de personalizar as vicissitudes dele mesmo nesse ministro. Mesmo que o Cardozo quisesse, ele não teria como mudar o curso de nenhuma investigação porque essas agências – como a Polícia Federal e o Ministério Público Federal – não vão voltar atrás. Podem até entender uma tentativa de freá-las como sinal para aprofundar mais nas investigações. A Operação Lava Jato vai se diversificando e duvido que agora essa orientação que eles tomaram em direção ao Palácio do Planalto mude de direção.
4. ESP: O sr. avalia que o impeachment pode ocorrer de fato? / LWV: É um risco imenso, pode ser que ele venha. O PT tem seus apoios na sociedade, inclusive de setores organizados dos trabalhadores subalternos da sociedade. Getúlio (Vargas), em 1954, quando se mata, vivia um isolamento político quanto às elites e aos trabalhadores. No dia em que ele se mata, a manchete do jornal Novos Rumos, do Partido Comunista, era pela derrubada de Getúlio. Na madrugada, quando se soube do suicídio, esses jornais foram recolhidos da banca pelos próprios editores porque o suicídio tinha mudado a onda negativa, consensualmente negativa. Mas não é a Dilma que tem isso, é o PT, é o Lula. / ESP: Isso quer dizer que a onda negativa poderia ser revertida se houver impeachment? / LWV: Essa onda negativa pode virar positiva sim.
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ELEIÇÕES GERAIS NA ESPANHA: 20 DE DEZEMBRO DE 2015! MUDA TUDO?
1. Todas as pesquisas mostram o crescimento dos novos partidos que emergiram dos movimentos sociais e políticos nas redes nos últimos 2 anos. O PP e o PSOE, que tradicionalmente somavam 75% dos votos, agora tendem a somar 45% dos votos. Ciudadanos e Podemos, que nas últimas eleições de 2011 não existiam, agora tendem a somar 40%. Pesquisa Metroscopia/El País, 01/11.
2. Seria bom para a Espanha que nas próximas eleições gerais governasse nosso país outro partido que não o PP e o PSOE? SIM 69%. NÃO 23%.
3. Aprovação dos líderes. Rivera do Ciudadanos 54% / Sanchez do PSOE 33% / Iglesias do Podemos 28% / Rajoy do PP e atual chefe de governo 28%.
4. Intenção espontânea de voto: Abstenção 35,4%. PP 15,4%, Ciudadanos 13,9%, PSOE 12,1%, Podemos 10,9%, IU 4,3%, Outros + brancos 8%.
5. Intenção de voto –válidos: PP 23,5%, Ciudadanos 22,5%, PSOE 21%, Podemos 17%, IU 6,3%, Outros + Brancos 9,7%.
6. Projeção das bancadas levando em conta a característica do voto distrital em lista. Total 350 deputados. PP 93 a 100 deputados / PSOE 88 a 98 deputados / Ciudadanos 72 a 84 deputados / Podemos 42 a 46 deputados / IU 5 deputados / Outros partidos 33 a 34 deputados.
7. De qualquer forma o próximo governo espanhol terá que ser de coalizão entre pelo menos 2 partidos. Uma negociação difícil pela característica de cada partido.
8. Conheça a pesquisa completa da Metroscopia.
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PESQUISA REALIZADA PELA JDEMOCRATAS-RIO EM 30/31/01! 450 ENTREVISTAS!
Centro da Tijuca, Largo do Machado e entorno, Calçadão de Bangu.
1. Avaliações: presidenta DILMA: Ótimo+Bom 7,6%, Ruim+Péssimo 68,1% // governador PEZÃO: Ótimo+Bom 10%, Ruim+Péssimo 46% // prefeito Eduardo Paes. Ótimo+Bom 23%, Ruim+Péssimo 45,6%.
2. Se a eleição fosse hoje, em quem você votaria para Prefeito?
CENÁRIO 1: – Pedro Paulo – 3,7% / – Crivella – 9,7% / – Molon – 3% / – Freixo – 14% / – Bolsonaro – 13% / – Otávio Leite – 3,7% / – Romário – 16% / – Índio da Costa – 1% / – Clarissa Garotinho – 5% / – NS/NR – 31%.
CENÁRIO 2: – Pedro Paulo – 2,7% / – Crivella – 7,7% / – Molon – 2% / – Freixo – 13% / – Bolsonaro – 7,7% / – Otávio Leite – 2% / – Romário – 14,3% / – Índio da Costa – 3% / – Clarissa Garotinho – 3,3% / – Cesar Maia – 8% / – NS/NR – 36,3%.
3. Em quem você votaria para Presidente hoje?
CENÁRIO 1: – Dilma Rousseff – 4,7% / – Aécio Neves – 25% / – Marina Silva – 18,3% / – Ciro Gomes – 3% / – NS/NR – 49%.
CENÁRIO 2: – Dilma Rousseff – 5,3% / – Geraldo Alckmin – 21,7% / – Marina Silva – 21,3% / – Ciro Gomes – 2,7% / – NS/NR – 49%