07 de dezembro de 2015

UM JANTAR EM HAVANA EM DEZEMBRO DE 2004!

1. Em dezembro de 2004, o prefeito do Rio, Cesar Maia, foi convidado para os eventos em torno dos 490 anos de Havana, fundada em 1514. O prefeito do Rio teve oportunidade de conversar com o vice-presidente da república, com o responsável do comitê central para a América Latina e com o coordenador da revitalização do centro histórico, também membro do comitê central.

2. O tema que mais preocupava o secretário para a América Latina era a política econômica do governo Lula, classificada por ele como neoliberal e inadmissível. No jantar com o comandante José Ramon Fernandes, Vice-Presidente, e o Embaixador do Brasil, Tilden Santiago, o tema foi a reunião em 2002 que Cuba realizou de análise da crise dos mísseis de 1962, 40 anos depois, dirigida por FIdel Castro e coordenada por duas universidades norte-americanas, com a presença dos personagens da crise, como McNamara. O prefeito Cesar Maia pediu e conseguiu um vídeo completo dessa reunião.

3. Dois dias depois, o Embaixador Tilden Santiago e sua esposa convidaram para jantar o prefeito Cesar Maia, seu secretário de governo, o vice-prefeito de São Paulo à época, Dr. Helio Bicudo, e um jovem secretário de relações internacionais da prefeitura de S. Paulo.

4. O Embaixador falou da pesquisa que estava fazendo sobre a participação de um padre na guerrilha de Sierra Maestra. O Embaixador, nos anos 60/70, quando padre, fez parte do movimento dos Padres Operários e serviu no Oriente Médio.

5. Naturalmente, a conversa passou à situação do Brasil e a política econômica do governo Lula e as críticas da esquerda sobre o seu caráter neoliberal. O prefeito Cesar Maia falou sobre a inevitabilidade daquelas medidas de continuidade do governo FHC, produto da crise anterior.

6. Foram interrompidos pelo Dr. Hélio Bicudo, que disse a todos que o problema do governo Lula e do PT não era a economia, mas a CORRUPÇÃO que se ampliava e generalizava.

7. O prefeito do Rio, constrangido, pediu licença para se retirar, pois era uma conversa pessoal entre Dr. Hélio Bicudo e o Embaixador Tilden Santiago. O Dr. Hélio Bicudo pediu que o prefeito permanecesse, pois não era segredo e o assunto era muito grave. E falou dos problemas em nível federal e municipal e o choque que teve da forma que se financiou a campanha eleitoral de 2004 em S. Paulo.

8. E esse foi o tema que acompanhou o jantar até o final, com cordialidade e sem estresse. Para surpresa do prefeito.

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SUBSÍDIOS DADOS POR DILMA DOBRARAM E SÓ O AUMENTO DARIA PARA COBRIR O AJUSTE FISCAL!

(Estado de SP, 06) 1. O ‘Estado de SP’ teve acesso em primeira mão, a um estudo que quantifica o tamanho da conta. De 2011, ano em que Dilma assumiu, a 2015, os benefícios fiscais dobraram: passaram de R$ 209 bilhões para R$ 408 bilhões. No ano que vem, vão a R$ 419 bilhões. A maior parte desses benefícios, 75% do total, é constituída pelos gastos tributários: cortes de impostos e contribuições – renúncias de arrecadação – que levam à redução da receita da União.

2. Neste ano, em que o governo está no vermelho e ameaçou não pagar até as contas de água e luz, serão R$ 309 bilhões que não vão entrar no caixa. Para os autores do estudo, a crescente dispensa de grande volume de recursos desorganizou as finanças públicas e reduziu o poder de investimento do governo. “O excesso de benefícios abalou a geração de recursos do governo e ajudou a empurrar o País para o abismo da pior recessão do pós-guerra”, diz um dos autores do estudo, o economista do Ibre/FGV, e professor do Instituto Brasileiro de Direito Público. Afonso é referência no estudo do tema.

3. O levantamento atual, chamado “Benefícios Fiscais, tão requisitados tão desconhecidos” é um dos mais completos. Consolida valores no longo prazo, dando uma ideia mais precisa sobre em quanto aumentou a concessão de incentivos. É possível ver que os valores hoje são muito generosos para os padrões de outros tempos. Entre 1988, quando se promulgou a Constituição, e 2003, a soma dos benefícios concedidos anualmente, equivalia a 2% do PIB. Entre 2003 e 2010, no mandato de Lula da Silva, subiu para 4% ao ano. A partir de 2011, quando Dilma assume, a alta engrenou. As benesses passam a consumiu, em média, por ano, o equivalente a 6% do PIB. Em 2015, vão bater record :6,5%. Como o ministério da Fazenda conseguiu cortar alguns incentivos, o total cede para 6,2% do PIB em 2016. Se Lula e Dilma tivessem mantido os 2% do PIB, hoje o governo teria disponível cerca de 4% do PIB – perto de R$ 200 bilhões. “Em tese, dispensaria ajuste fiscal.”

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OPOSIÇÃO VENCE ELEIÇÃO NA VENEZUELA: JÁ ELEGEU 60% DOS DEPUTADOS. FALTAM APURAR 13%! PSUV DE MADURO 27%!

(UOL, 07) A oposição conquistou a maioria da Assembleia Nacional da Venezuela na eleição parlamentar deste domingo, numa vitória arrasadora que reequilibra forças num país onde o governo chavista exerce poder hegemônico há 16 anos. O resultado foi anunciado à 0h30 (3h no horário de Brasília) pela presidente do órgão eleitoral (CNE), Tibisay Lucena. Com 96% dos votos apurados, ela afirmou que os candidatos opositores, agrupados na coalizão MUD (Mesa da Unidade Democrática), obtiveram ao menos 99 das 167 cadeiras do Parlamento unicameral –72 por voto nominal e 27 por lista. O PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) obteve 46 deputados. A participação foi de 74,25%, um número que superou com folga as projeções.