08 de outubro de 2012

CURIOSIDADES SOBRE AS ELEIÇÕES-2012 NO RIO-CAPITAL!

1. Líderes que não conseguiram eleger vereadores, seus apoiados explícitos: Lindbergh não elegeu Gusmão / Garotinho não elegeu Peregrino / Wagner Montes não elegeu Wagner Montes filho/ Cidinha Campos não elegeu Ricardo Campos/ PCdoB-Jandira Feghali não elegeu Roberto Monteiro/ Pedro Paulo, primeiro secretário do prefeito, não elegeu Bruno Ramos / Zé Dirceu não elegeu Marcelo Sereno/ Flamengo não elegeu sua presidente Patricia Amorim / PCdoB e PPS não elegeram um só vereador.

2. Abstenção+Brancos+Nulos. Em 2008, 1.272.473 eleitores não votaram, o que correspondeu a 27,9% dos eleitores inscritos. Em 2012, 1.472.537 eleitores não votaram, o que corresponde a 31,2%. Ou 200.064 eleitores a mais não votaram.

3. A maldição da Cidade da Música. Os campeões da CPI anti-Cidade da Música – Vereadora Andréa Vieira não se candidatou e seu candidato Arraes, de seu partido, não se elegeu. E Roberto Monteiro do PC do B, presidente da CPI, não se elegeu e usou o tema como seu carro-chefe na TV.

4. Dezoito partidos estarão representados na Câmara Municipal de 51 Vereadores.

5. Só um candidato –Vereadora Rosa Fernandes- conseguiu atingir o cociente eleitoral. Em 2008 também e com a mesma votação, Vereadora Lucinha.

6. Essa foi proporcionalmente a eleição mais pulverizada dos últimos anos no Rio. Apesar do eleitorado ter crescido, o cociente eleitoral para eleger um vereador caiu em relação a 2008, de 64.310 para 63.668.

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ELEIÇÕES 2012: NOTAS NACIONAIS!

1. Os resultados das urnas contrariaram os institutos de pesquisa em Curitiba (prefeito não foi para o segundo turno), em Salvador (ACM Neto venceu) e em Vitória (ex-prefeito perdeu o primeiro turno).

2. Entre os prefeitos de capitais, só o de Curitiba não foi reeleito no primeiro turno. Faltou “carisma”, segundo analistas, pois sua administração estava bem avaliada. Uma administração pelo menos regularmente avaliada nas capitais, a reeleição é certa ou quase. Os adversários se fortalecem desde que foquem na campanha a política sem estresse eleitoral.

3. Haddad passa a ser favorito em SP. Inquestionavelmente, sua vitória encobriria a derrota nacional do PT e ainda colocaria vantagem. E o ego de Lula teria que ser administrado pela NASA.

4. O PSDB –se Veloso Lucas perder em Vitória, o que é provável- perderia todas as capitais do sul e do sudeste. Sua vitória em BH leva a legenda do PSB.

5. A ordem do PT –pelo menos nos restaurantes de SP e Rio ontem à noite- é se somar a todos os candidatos que puderem derrotar o PSDB Brasil afora. Mesmo que não sejam “aliados”.

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PULVERIZAÇÃO DOS VOTOS NO RIO E REFORMA POLÍTICO-ELEITORAL!

1. Em 2012  foram 1.715 candidatos a vereador  33,627  por vaga. Em 2004 eram 1.109 candidatos a vereador  22,180  por vaga. A proporção de candidatos que não chegaram a ter MIL votos em 2012 ficou próxima a 90%. Mais uma razão para reforma politico-eleitoral.

2. A esquerda que aderiu ao PMDB -PT, PC do B e PPS- só elegeu um vereador e no PT. Os demais do PT nada têm a ver com o PT.

3. Os coordenadores de programas assistenciais do governo e da oposição, não se elegeram. Os subprefeitos não se elegeram.

4. Os evangélicos orgânicos elegeram 5 vereadores: 3 da Igreja Universal, um do Pastor Malafaia e o filho do Pastor Kessler.  A Igreja Mundial e RR Soares não elegeram seus candidatos.

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VITÓRIA DE CHÁVEZ EM CAMPANHA INTENSA DA OPOSIÇÃO O LEGITIMA!

1. O resultado final da eleição presidencial venezuelana com a vitória de Chávez –54,44% x 44,97%- não foi surpresa para quem lá esteve e acompanhou as pesquisas e análises do instituto DataAnálisis, talvez o único confiável.  Chávez participou da campanha, mobilizando e coreografando intensamente.

2. A oposição da mesma forma. Participou de um jogo que não poderia ter evitado. Mobilizou, criou expectativa de vitória e com isso legitimou o mandato de Chávez. A abstenção de 19% foi semelhante à abstenção nas eleições brasileiras. Lembre-se que na última eleição nacional parlamentar a oposição venezuelana foi vencedora nominalmente com um pouco mais de 50%.

3. O resultado era esperado. Cesar Maia, como vice-presidente da UPLA, esteve em Caracas e pode observar duas coisas: que Chávez venceria. Mas que a oposição sairia estrategicamente vitoriosa, pois a idade de seus líderes garante um projeto com fôlego de médio e longo prazos. O estilo Chávez não abre espaços para herdeiros. Nesse sentido, a oposição perdeu e ganhou. Perdeu hoje e se prepara para ganhar “amanhã”.

4. Em seguida, ainda este ano, virão eleições para governador dos Estados. A oposição deve seguir como se a campanha continuasse para manter seus espaços atuais e conquistar outros mais. Desmobilizar agora seria dar a Chávez uma vitória, aí sim, ainda maior, conquistando espaços regionais hoje com a oposição.

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A ECONOMIA BRITÂNICA SE CONVERTE EM UM DOS LÍDERES DA NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL!

(Jorge Castro – Clarín, 08) 1. A economia britânica se contrai esse ano –0,3%. O PIB se encontra 4% abaixo do PIB de 2007, e é a economia do G7 que tem os piores resultados dos últimos 4 anos, depois da Itália. Alguns indicadores não são coerentes com estes dados. A indústria manufatureira que representa 10% do PIB cresceu 4% nos últimos dois anos com crescimento de 3,2% em julho.

2. Criaram 700 mil postos de trabalho desde 2010, ou 1,4 milhão desde o ultimo trimestre de 2008. Isso que o setor público dispensou 660 mil empregados. A taxa de participação do trabalho cresceu 4 pontos desde 2008 e se encontra agora em seu maior nível histórico.

3. O essencial é que a demanda se expande de forma extremamente desigual, com um crescimento industrial bem maior que o do setor de serviços, e em primeiro lugar o de empresas de alta tecnologia que cresce a um ritmo de 2 a 3 vezes o da manufatura em geral.

4. As empresas de alta tecnologia que vendem a escala global, em nichos de demanda altamente especializados, se colocam entre as primeiras do mundo. Os lucros dessas empresas cresceram 23,7% em 2011, e o valor de suas ações superou o resto do índice industrial em 334% e 92% de suas vendas se realizam fora do Reino Unido sendo que 65% nos países emergentes.

5. As exportações fora da Europa alcançaram em julho um recorde histórico e o déficit comercial caiu a seu menor nível em 17 meses. Londres se converteu num “Silicon Valley”, com firmas “start ups” provenientes do mundo inteiro. Até julho receberam investimentos de pelo menos  1 bilhão de dólares.

6. Com isso Grã-Bretanha se converteu num dos líderes da “nova revolução industrial”.