12 de março de 2014

BALCANIZAÇÃO DAS ELEIÇÕES PARA GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO!

1. A Balcanização (‘fracionamento de uma unidade -país, etc.- em unidades menores, mais ou menos hostis entre si’) das eleições para governador do Estado do Rio, em 2014, torna o resultado imprevisível e elimina a grade de favoritos. É o único Estado do Brasil onde isso ocorre este ano.

2. Por quê? O estilo de governo do PMDB no Rio –estado e capital- é despolitizador, apostando num processo de desmoralização dos servidores públicos, da administração pública, dos deputados e vereadores, submetendo-os a subserviência dos favores com a chantagem dos riscos eleitorais.

3. Oferece como alternativa –mais que as privatizações e terceirizações bilionárias e de duvidosa moralidade- um suposto governo de especialistas, assessorias e consultorias milionárias. A mistura de ambas vai corroendo e desintegrando a máquina pública, cuja resultante inexorável é o fracasso administrativo e a desmoralização política. Em uma palavra: o caos nos serviços.

4. Essa despolitização, como política, não poderia dar outro resultado: a desmontagem das alianças políticas potenciais, a criação de expectativas para todos e a balcanização eleitoral. Se em 2006 tínhamos 2 blocos competitivos e em 2010 também 2 blocos competitivos, agora temos 7, por enquanto. Todos eles potencialmente competitivos.

5. As pesquisas confiáveis publicadas mostram que nenhum dos atuais sete candidatos atinge 20% e que a diferença entre os dois primeiros e os sexto e sétimo é de apenas 12 pontos. Se somarmos a intenção de voto do primeiro com o último e dividirmos por 2 temos 11%. Com isso, a expectativa é de que quem passar da fronteira dos 15% estará no segundo turno.

6. Todos pensam em crescer, mas à custa de quem? Os ditos ‘indecisos’, 30%, são mais eleitores que não querem votar em ninguém que eleitores aguardando para decidir. Todos pensam em tempo de TV. Pela imprevisibilidade eleitoral, os preços das ações na bolsa de valores de tempo de TV cresceram muito, como tem sido divulgado. Difunde-se que os que lideram não têm chance no segundo turno e quem carrega o peso da impopularidade governamental, nem no primeiro.

7. Mas com esse espectro de porcentagens de intenções de voto, todos se assanham e se entusiasmam hoje, mas em agosto essa balcanização produzirá um estresse eleitoral e a tendência é que a agressividade na campanha 2014 seja recorde. Aliás, confirmando a etimologia da expressão balcanização.

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“GUERRAS SUJAS (DIRTY WARS)”: DOCUMENTÁRIO VENCEDOR DO FESTIVAL DE SUNDANCE E FINALISTA AO OSCAR-2014!

1. Jeremy Scahili, repórter investigativo, busca os responsáveis pelas ações de forças especiais dos EUA, tipo “raid” e chega ao J-SOC (Joint Special Operations Command), grupo de operações especiais que atua paralelamente às Forças Armadas e responde diretamente ao gabinete presidencial dos EUA.

2. Scahili consegue demonstrar que o J-SOC é responsável por operações punitivas no Afeganistão, Iraque, Paquistão, Iêmen e Somália, onde atacam sem focalização, assassinando barbaramente civis que nada tem a ver com Al Qaeda, justificativa para as ações.

3. J-SOC ganhou notoriedade quando matou Bin Laden.

4. Um comentário que mostra os horrores destas operações especiais e o extraordinário trabalho do repórter de guerra.

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BIOECONOMIA!

(Jorge Castro – Clarín, 09) 1. A raiz da mudança climática é a destruição da natureza pela economia industrial, especialmente desde o surgimento do motor de combustão interna, movido – sem custo econômico até 1973 (primeiro choque do petróleo) – pelo uso massivo de combustíveis fósseis.

2. A necessidade agora impõe uma nova direção. Nos últimos 10 anos, os EUA tiveram os nove anos mais quentes de sua história, e a temperatura média em julho e agosto no Centro-Oeste (Cinturão do Milho) é hoje dois graus célsius maior do que era em 1850.

3. A essência da bioeconomia é não se opor a natureza, mas adotar suas regras e tornar-se “ciência da vida”. Daí sua categoria central ser a sustentabilidade, a reprodução da vida.  A agricultura avançada sustenta materialmente a bioeconomia. É a maneira que o capitalismo contemporâneo se apodera da agricultura e a transforma em uma melhoria produtiva da economia industrial, a ponto de absorvê-la e dar-lhe um novo significado.

4. Ao deixar para trás as três primeiras revoluções industriais, o capitalismo assume agora a lógica da vida.   Fiel à sua natureza, aumenta ainda a produtividade biológica e faz com que a natureza torna-se capitalista e trabalhe mais, mais rápido e melhor. A “renda agrícola” era o lucro da terra no passado e agora se torna uma excepcional fonte de receitas decorrentes do conhecimento mais avançado, que é a biologia.

5. A transformação incessante do capitalismo faz com que sempre se reencontre com o seu ponto de partida.