13 de fevereiro de 2014

DUPLO PALANQUE PRESIDENCIAL NÃO É TÃO SIMPLES!

1. Aécio Neves e Eduardo Campos –segundo o noticiário- vêm conversando sobre os diversos estados onde um pode recuar em favor do outro e até terem um mesmo candidato, como em Minas Gerais. Mas a teoria, na prática pode ser outra. Claro que é racional a ideia, na medida em que o crescimento de ambos é a razão do segundo turno.

2. Mas vai tudo bem até a campanha, quando o crescimento de um produza riscos para o outro. Riscos quanto à passagem para o segundo turno.

3. Mesmo quando é o PT que está na balança, a dinâmica não é simples. Por isso, o PSDB já decidiu centralizar as coligações estaduais evitando constrangimentos. Para o PSB não é tão simples. Vide o caso do Espírito Santo, em que o governador fará a campanha de Eduardo Campos e da Dilma. Os constrangimentos já se fazem sentir.

4. O PSB ainda enfrenta um triplo problema: os acordos informais e formais com o PSDB, as limitações impostas pela REDE e a proximidade do PT, num governo em que estavam até pouco tempo atrás, estabelecendo relações pessoais, políticas e regionais. Em países com sistema partidário binário ou ternário, como em geral são os países desenvolvidos, isso é uma impossibilidade. Em função disso, não há casos para os analistas e os estudiosos mergulharem. Não há onde ler.

5. Aqui no Brasil há as costumeiras “traições” regionais explícitas ou de fato. E são muitas. Mas não há o constrangimento formal. As presenças e as propagandas são separadas, até por força da lei.

6. Não são muitos os casos a serem estudados. Mas há um recente que merece a atenção dos analistas: O Estado do Rio de Janeiro na eleição de 2010. Gabeira, candidato a governador apoiando –e sendo apoiado- por Marina e Serra. Serra, nas vésperas da convenção no Rio, até previu, mas não dava mais tempo. Foram múltiplos os problemas. Como produzir material de propaganda. O que entra na TV. Mudanças de cenário porque um candidato vem num dia ou numa hora e outro no outro dia, ou noutra hora.

7. A troca de militância que cerca o candidato a governador apoiado por dois presidenciais nos eventos. Os questionamentos da imprensa e as “calças justas”. Pontos de vista opostos. Vide hoje o caso do agronegócio. Na falta de casos, talvez as equipes de Aécio e Eduardo Campos pudessem conversar com aqueles do PV e do PSDB que fizeram a campanha do Gabeira em torno dele e o próprio Gabeira. E levantar os problemas e constrangimentos.

8. Prudência, prevenção e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

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BRASIL: SEGUNDO MAIS VULNERÁVEL ENTRE 15 PAÍSES EMERGENTES!

(Editorial Folha de SP, 13) 1. O Fed, banco central dos EUA, engrossou o coro dos analistas e investidores que enxergam sérias fragilidades na economia brasileira. Num relatório divulgado anteontem, o órgão classificou o Brasil como o segundo mais vulnerável a choques externos, numa lista com 15 países emergentes –somente melhor do que a Turquia. Não é por acaso que o real foi uma das moedas que mais se desvalorizou desde abril do ano passado.

2. O documento do Fed aglutina seis indicadores em um único índice e visa a antecipar problemas financeiros. Um aumento muito rápido do volume de empréstimos, por exemplo, sugere critérios pouco cuidadosos de concessão de crédito por parte dos bancos e, portanto, maior risco de inadimplência. O déficit externo elevado (3,7% do PIB no caso brasileiro), por sua vez, pode favorecer desvalorizações abruptas da moeda, gerando pressões inflacionárias.

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…E MINISTRO DE RELAÇÕES EXTERIORES MAL CONSEGUE DESPACHAR COM DILMA!

(BBC, 12) 1. A ausência do Brasil em debates internacionais estratégicos está se acentuando no governo Dilma e pode prejudicar a posição do país na comunidade internacional, de acordo especialistas ouvidos pela BBC Brasil. Desde a substituição do ministro Antônio Patriota pelo atual chanceler, Luiz Alberto Figueiredo, o Brasil declinou um convite para participar da conferência de Genebra 2, que discute a crise na Síria, e também da Conferência de Segurança de Munique, fórum que reúne representantes das principais potências mundiais para debates sobre política de segurança, entre os dias 31 de janeiro e 2 de fevereiro.

2. Oliver Stuenkel, professor da Fundação Getúlio Vargas, é um dos principais críticos da política externa do governo Dilma e afirma que a diminuição da participação brasileira nos grandes debates internacionais ameaça “eliminar os ganhos importantes dos anos Lula”.  “Não ir a Genebra 2 e a Munique, na qual o Brasil esteve presente no ano passado com o Patriota, tem consequências diretas. A primeira é que o Brasil não sabe o que está acontecendo, deixa de acompanhar de perto as questões internacionais”, disse à BBC Brasil.

3. “A gente vê uma posição passiva brasileira em todas as áreas. Não vemos o chanceler no debate público porque existe um processo de centralização do poder no Planalto e Dilma não dá a ele muita liberdade para se pronunciar sobre questões como a Síria, por exemplo. O chanceler não se engaja muito com a sociedade civil e isso não é só culpa do Itamaraty”, afirma o especialista.

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PESQUISA, ELEIÇÃO PARA PREFEITO (A) DE PARIS!

CSA para Le Figaro (12), Orange e BFMTV.

Carine Petit -PS- Centro-Esquerda está em primeiro lugar, com 40%, diante de NKM, com 35 % -UMP- Centro-direita.  O Partido da Esquerda de Jean-Luc Mélenchon, com Leïla Chaibi, fica na terceira posição, com 7,5%, diante da ecologista Célia Blauel (6,5 %) e da candidata da FN, Tiphaine Leost (6 %).