14 de setembro de 2015

“GRAMPO NO INSTITUTO LULA”? TÁTICA E ESTRATÉGIA!

1. Lula e seu entorno perderam completamente qualquer expectativa em relação a Dilma e seu governo. E acham mais: sua continuidade será um abraço de afogado em Lula e no PT. Melhor seria ela sair logo. A possibilidade de um impeachment, com todo o ritual desgastante de autorização pela Câmara de Deputados para julgamento pelo Senado, seria descarnar Dilma e o PT e inviabilizar qualquer projeção de Lula para 2018.

2. Nixon –nesta etapa, ou seja, na autorização para julgamento- preferiu renunciar. Collor da mesma maneira. O impeachment suprime direitos de Dilma de ser ex-presidente (proventos, assessoria…). Ficaria desprotegida para sua “aposentadoria”.

3. Num quadro como este, o melhor para Lula, para o PT e para Dilma seria ela sair sem perder seus direitos. Desta forma, há um único caminho: a licença médica sem prazo definido para tratamento, seja por razões físicas, seja por razões psíquicas. Lula estaria não só de acordo com este caminho, mas entusiasmado com esta hipótese: a companheira estaria financeiramente protegida.

4. O entusiasmo é maior pelas novas perspectivas que seriam criadas para Lula e para o PT. Com Dilma em licença e com assistência médica, Michel Temer, seu vice, assume a presidência. Na construção de cenários por Lula e seu entorno, Temer iria construir um governo de união nacional com a base aliada e a oposição. Mas o PT –alegando incomodidade política- não participaria.

5. Em seguida, colocaria em campo sua banda de música de defesa das conquistas sociais e, portanto, de oposição às medidas que estariam sendo adotadas. E em cima do trio elétrico reapareceria Lula –em defesa dos fracos e oprimidos que estariam perdendo direitos conquistados em seu governo- e assumindo, na “tragédia”, um papel que cumpriram tão bem –ele, o PT e a CUT-  por anos: oposição a tudo que se está fazendo.

6. Esse novo cenário, em pouco tempo, colocaria Lula liderando a comissão de frente da sucessão em 2018. Contariam com o que chamam de memória tênue da população. Em menos de dois anos, o governo seria o PMDB, o PSDB, e aliados. Seria como se o PT tivesse sido derrotado e assumido um novo governo defendendo o interesse das elites econômicas.

7. E em junho de 2018, uma grande mobilização no lugar mais favorável para a concentração popular exigiria que Lula assumisse a candidatura a presidente. Lula, emocionado, tomaria uma criança nos braços, derreter-se-ia em lágrimas e diria, vestindo a fantasia de salvador da Pátria: Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao Povo que…, aceito a honrosa missão.

8. E encerrando a reunião: Quanto mais cedo melhor!

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PROPOSTAS DO PSDB/ARMÍNIO FRAGA PARA ENFRENTAR A CRISE!

(Armínio Fraga – Globo/Estado de SP, 13) Medidas emergenciais: l Metas de saldo primário de 1%,2% e 3%do PIB para os próximos três anos, baseadas em premissas realistas e em receitas recorrentes (as metas atuais não estão sendo cumpridas e de qualquer forma são insuficientes). l Aprovação da idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres (para gerações futuras) e reaprovação do fator previdenciário. L Desvinculação do piso da Previdência do salário mínimo (a vinculação é cara e regressiva). l Introdução de um limite para a dívida bruta do governo federal como proporção do PIB.

– l Reforma do PIS/Cofins e do ICMS já proposta, acrescida da unificação e simplificação das regras do ICMS (por muitas razões, inclusive a integração interna do País). l Mudança das regras trabalhistas também na mesa (em que o negociado se sobrepõe à lei). l Aumento da integração do Brasil ao mundo (um primeiro passo seria transformar o Mercosul em zona de livre-comércio). Sem algo nessa linha a crise deve se aprofundar e alongar.

– Medidas mais fundamentais relativas ao Estado: l Discussão sobre o tamanho e as prioridades do Estado o que requer limite ao crescimento do gasto, o que, por sua vez, demanda as seguintes reformas. l Fim de todas as vinculações e adoção de um Orçamento base zero (sem prejuízo de espaços plurianuais, nunca permanentes). l Meritocracia e a boa gestão no setor público. L Revisão da cobertura da estabilidade do emprego no setor público. l Revisão do capítulo econômico da Constituição (adotar a economia de mercado. Qualquer interferência do Estado deverá ser justificada e seus resultados posteriormente avaliados). Sem algo nessa linha o Brasil dificilmente se desenvolverá plenamente.

(Ex-Blog) Apenas um comentário: terminar todas as vinculações atinge as vinculações à educação e à saúde.