16 de abril de 2014

O QUE PASSA COM A PREPARAÇÃO DOS JJOO-2016? 2015: UM ANO CRÍTICO!

1. Primeiro foi a renúncia do ex-presidente do Banco Central –Henrique Meirelles- da coordenação geral das Olimpíadas 2016. Agora, mais recentemente, foi a renúncia de Maria Silvia Bastos, ex-secretária de fazenda municipal e alta executiva do setor privado. As razões são provavelmente as mesmas: a reversão das expectativas sobre a organização dos JJOO-2016 e os riscos de afetar a imagem desses executivos que têm prestígio no mercado.

2. Este Ex-Blog, há muitos meses, vem alertando sobre os problemas que viriam a ocorrer. O primeiro deles –e o mais evidente- é que, com a disputa da reeleição pela presidente Dilma, o ano de 2014 receberia toda a atenção, inclusive financeira para a Copa do Mundo. Um fracasso dessa a atingiria no meio do processo eleitoral. Ela só trataria dos JJOO-2016 a partir de 2015.

3. Isso já havia passado no PAN-2007. A vitória do Rio ocorreu em 2002, mas o presidente Lula –e sua ministra Dilma- só entraram para valer em 2006, quando a vitória eleitoral estava garantida. Com isso, o peso dos  investimentos –diretamente- relacionados com o PAN-2007 recaíram sobre a prefeitura do Rio, afetando sua capacidade de investimento diversificado e a própria conservação.

4. O atual prefeito -desde 2009- repete aonde vai que não repetiria o equívoco do prefeito anterior de assumir o PAN sacrificando sua gestão a partir de 2005. O governo do Estado, que praticamente não colocou um tostão de seus recursos no PAN, apenas aplicando recursos federais, decidiu repetir a dose. Concentrou-se naquilo que tinha que ver com a continuidade de seu grupo político: a Copa do Mundo em 2014 e o Maracanã, assim mesmo recebendo recursos federais. O Metrô, que ficou para 2016, anda na velocidade dos recursos federais e privados.

5. Por tudo isso, a comissão gestora dos JJOO-2016, tripartite (federal, estadual e municipal), e uma exigência do COI, não poderia funcionar. As críticas do COI foram crescendo e ao se aproximar os dois anos dos JJ00-2016, estressaram. Rigorosamente nenhum equipamento novo está ficando de pé, apenas aqueles que vêm do PAN-07, ou a praia e a baía, assim mesmo, essa com as críticas sobre a sujeira nas águas. A despoluição das lagoas da Barra da Tijuca foi esquecida.

6. A esse estresse se chamou “intervenção” do COI. O que traduzindo em miúdos significa que uma equipe do COI passará a fazer a checagem semanal do cronograma das obras. Sobre essa grave situação emerge outra mais. A crise e os desequilíbrios macroeconômicos brasileiros exigirão do próximo presidente –seja ele quem for- um forte freio de arrumação já no início do governo, atingindo o ano anterior aos JJOO-2016.

7. A atenção do presidente eleito estará focalizada nisso e não nos JJ00-2016. Portanto, é urgente que o COB convide os candidatos a presidente para reuniões reservadas, de forma a apresentar em detalhes as necessidades de hoje e especialmente a partir de 1 de janeiro de 2015. Reuniões sem coreografia ou entrevistas: apenas informações –efetivas e realistas- para que a assessoria do próximo presidente saiba desde já o que deve ser feito –física e financeiramente.

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JJOO-2016: OS GOVERNOS NÃO SE ENTENDEM ENTRE SI E COM O COI!

(Folha de SP, 15) 1. Os governos federal, estadual e municipal ainda não definiram os responsáveis por assumir gastos olímpicos atribuídos ao comitê organizador à época da candidatura do Rio como cidade-sede.  Há indefinição sobre volume de recurso, quais serviços serão executados pelo poder público e entes que assumirão cada responsabilidade. Todos os gastos referem-se a serviços ligados diretamente à organização das competições, principal preocupação do Comitê Olímpico Internacional ao intervir no Rio.

2. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), ainda busca reduzir o repasse. A sugestão para trocar a Vila de Mídia e Árbitros da zona portuária para Curicica foi uma tentativa. A mudança geraria economia de até R$ 100 milhões. A indefinição gera preocupação no COI e gera apreensão. Teme-se a repetição do episódio da responsabilidade pela construção do Parque Olímpico de Deodoro, que passou de mão em mão, gerando o principal atraso na obra de arenas da Olimpíada. A Folha apurou que R$ 950 milhões em gastos a serem repassados já foram estimados e ainda há outros serviços a serem calculados.

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PESQUISA INFLUENCIA OPINIÃO PÚBLICA? PELO MENOS NO ANDAR DE CIMA, INFLUENCIA!

1. (Ruy Castro – Folha de SP, 16) Uma lambança em forma de pesquisa produzida há duas semanas pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) concluiu que, para 65% dos brasileiros, “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Dias depois, descobriu-se que os dados estavam errados, que essa era a opinião de “apenas” 26% –mas não antes que os entendidos, por acatá-los sem discutir, verberassem o nosso machismo e atraso. Éramos uma nação de estupradores e não sabíamos.

2. (Ex-Blog) A divulgação dessa pesquisa mobilizou a imprensa, especialistas, sociólogos, psicólogos, militantes sociais, ONGs de defesa das Mulheres… E quando se trata de outras pesquisas –inclusive eleitorais? Se elas erram ou são manipuladas não influenciam opinião pública? Pelo menos afetam os que leram. Em geral, o andar de cima, que lê jornal. E se vão para a TV…, muito mais.

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TAXA DE DESEMPREGO REGIONAL NA UE: NAS DEZ MAIORES, MÉDIA DE MAIS DE 30%!

(El País, 15) Segundo os dados publicados hoje (15), a região com maior desemprego de toda a União Europeia é Andaluzia na Espanha com uma taxa de desemprego de 36,3%. É seguida por outras regiões espanholas: Ceuta –35,6%-,  Melilla –34,4%-, Canárias –34,1%- e Extremadura com 33%. Após as regiões espanholas aparece a região grega de Macedônia Ocidental com 31,8%. Castilla-La Mancha, na Espanha com 30% e a também grega Macedônia Central com 30%. Fecham a lista das 10 regiões com o maior desemprego proporcional Murcia na Espanha com 29% e Reunión na França 28,9%.

Conheça a tabela das 10 regiões com maior taxa de desemprego na União Europeia.

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NOVA EXECUTIVA DA CBF: NÃO SOBROU LUGAR PARA RIO, MINAS E RIO GRANDE DO SUL!

1. (Folha de SP, 16) Marco Polo del Nero, 73, advogado e presidente da Federação Paulista de Futebol. Os vices serão José Maria Marin, Fernando Sarney, Gustavo Feijó, Delfim Peixoto e Marcus Antônio Vicente.

2. Del Nero de S. Paulo. Marin de S. Paulo. Sarney do Maranhão. Feijó de Alagoas. Delfim de Santa Catarina. Marcus do Espírito Santo.