16 de janeiro de 2013

AS MULTAS DE TRÂNSITO NO RIO! OU O SISTEMA CAÇA-NÍQUEIS!

1. Em 2000, último ano daquela prefeitura, as multas de trânsito bateram recorde: R$ 138,4 milhões, em valores atualizados para 2012 (Globo, 13). Pelo absurdo, foi um tema da campanha eleitoral que pode explicar a derrota na reeleição. Grande parte das multas vinha dos “pardais”.  O novo prefeito fez um levantamento sobre cada “pardal” e verificou que eram armadilhas sem sinalização. Todos passaram a ser sinalizados e retiradas as pegadinhas local/velocidade. O volume caiu quase  à metade.

2. Entre 2001 e 2008 a média anual de multas de trânsito atingiu R$ 86,8 milhões atualizados (Globo, 13). No último ano –2008- foram R$ 97,4 milhões. A curva tinha mudado de patamar a partir da metade de 2007. A investigação mostrou que os responsáveis haviam feito viagens ao exterior pagas pelas empresas de “pardais”, que, aliás, recebem proporcionalmente às multas. Exonerados preventivamente, foi aberta uma auditoria/sindicância. Aliás, arquivada pela atual administração, com promoção de responsável que estava sendo auditado.

3. Entre 2009 e 2012, o valor médio anual das multas de trânsito, atualizado (Globo, 13), foi de R$ 141,9 milhões, um crescimento de 63,5% em valores reais. No último ano, 2012 (Globo, 13), as multas alcançaram R$ 174,4 milhões, um crescimento sobre o último ano do governo anterior de 79,1%.

4. Os “pardais” –caça-níqueis, voltaram a não ser sinalizados e várias localizações/velocidades são armadilhas/pegadinhas. As empresas terceirizadas de “pardais”, que recebem proporcionalmente, estão certamente felizes. Distribuíram-se passagens ao exterior por mudança marginal de patamar, a uns poucos amigos, especula-se sobre…, agora.

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LULA INICIA A PRÉ-CAMPANHA PRESIDENCIAL E DEFINE PROGRAMA!

(Holofote – Veja, 16) O roteiro de Lula. Começa a ganhar forma o projeto do ex-presidente Lula de percorrer o país neste ano. O roteiro prevê visitas a obras realizadas no seu período de governo e a assentamentos de ex-sem-terra que se tornaram produtivos. As viagens estão concentradas em três ou quatro dias por mês, para não interferirem no calendário das lucrativas palestras internacionais do petista. Uma equipe deve concluir as primeiras etapas até o fim desta semana, já com Lula de volta das férias em Angra dos Reis (segundo Radar Online na casa  do controlador da Qualicorp, o bilionário José Seriperi Júnior).

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PREFEITO HADDAD MUITO MAL INFORMADO!

1. (Estado de SP, 16) O prefeito Fernando Haddad quer usar dinheiro da iniciativa privada para fazer 84 km de corredores de ônibus prometidos em campanha. O exemplo citado foi o BRT (da sigla em inglês Bus Rapid Transit) da cidade do Rio de Janeiro. “O BRT do Rio foi na modalidade PPP (Parceria Público-Privada). Não teve verba municipal nem federal. Contou com a própria iniciativa privada”, disse Haddad à Rádio Estadão.

2. (Ex-Blog, 16) Ô Haddad. Não repita besteira. Custou mais de R$ 1 bilhão à prefeitura do Rio e, ainda por cima, ao cortar as linhas de ônibus, garantiu monopólio à empresa de ônibus operadora. E conceitualmente é um grave erro, pois é uma linha reta em que as estações não têm conexão, o que encarece a passagem para quem fazia a viagem de ônibus direta e tem que fazer baldeação. Isso sem falar nos acidentes e defeitos de obra pagos pela prefeitura.

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“JAPÃO: A GRÉCIA DA ÁSIA”!

(Anne Seith –Der Spiegel- Estado de SP, 12) 1. Os olhares do mundo financeiro estão voltados para a Grécia e para outras nações da zona do euro extremamente endividadas. Entretanto, a situação do Japão é ainda pior. O montante da dívida do país é imenso e não para de crescer, a ponto de o país precisar gastar 25% do orçamento somente para o seu serviço.  Durante anos, a terceira maior economia do mundo se manteve, sem o menor remorso, tomando dinheiro emprestado mais do que qualquer outro país. Nas últimas décadas, os governos japoneses foram acumulando dívidas de cerca de US$ 14,6 trilhões, o que corresponde a 230% do Produto Interno Bruto, nível de endividamento muito superior aos 165% da Grécia.

2. Esses gastos desenfreados transformaram o Japão numa bomba relógio – e num exemplo que pode servir de lição para a Europa. O Japão, o país do milagre econômico do pós-guerra, nunca conseguiu se recuperar do colapso da bolsa e da crise imobiliária que convulsionou o país nos anos 90. O governo foi obrigado a ajudar os bancos; as seguradoras faliram. Desde então, as taxas de crescimento anuais têm sido frequentemente insignificantes e a receita com impostos não chega a cobrir a metade dos gastos governamentais. Na realidade, o país se encontra numa espiral inexorável de gastos deficitários.

3. O fato de essa tragédia desenrolar-se em relativo segredo pode ser atribuído a um fenômeno bizarro: contrariamente às economias carregadas de dívidas da zona do euro, o Japão continua não pagando juros sobre o que toma emprestado. Por exemplo, enquanto a Grécia teve de encarar juros de dois dígitos, os do Japão chegaram a apenas 0,75%. A própria Alemanha, a economia mais saudável da zona do euro, paga mais. Dinheiro sem fim. O motivo é simples: ao contrário dos países da zona do euro, em geral o Japão toma emprestado do próprio povo. Bancos e seguradoras nacionais adquiriram 95% da dívida soberana do país usando depósitos de poupança da população em geral. Além disso, os japoneses estão aparentemente tão convencidos de que, um dia, o país conseguirá saldar sua dívida que continuam emprestando ao governo uma quantidade aparentemente infinita de dinheiro.

4. “Se o Japão for obrigado a procurar investidores no exterior, uma crise da dívida será inevitável”, afirma Jörg Krämer, principal economista do Commerzbank, segundo maior da Alemanha.   O presidente do Banco do Japão (Banco Central), Masaaki Shirakawa, desistiu das políticas monetárias disciplinadas que seus colegas ocidentais pregam. Shirakawa mantém as máquinas de imprimir dinheiro funcionando para estimular a economia. Desde 2011, o banco lançou programas de emergência de aproximadamente 900 bilhões. Em comparação, os fundos de ajuda financiados pelos 17 países-membros da zona do euro somam apenas 700 bilhões.

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FRANÇA EM MALI!

1. No final do século XIX, Mali ficou sob o controle da França, tornando-se parte do Sudão francês. Em 1960, Mali conquistou a independência.

2. Com uma população de 15,5 milhões de habitantes, que se distribuem sobre o amplo território de 1,24 milhões de km², o Mali é um dos 25 países mais pobres do mundo. Seu PIB chegou no ano passado a US$ 16,0 bilhões,  correspondentes a um valor per capital de tão somente US$ 1.100. Não tem acesso ao mar, e é muito dependente na sua renda das exploração do ouro e da exportação de produtos agrícolas, bem como da ajuda financeira mundial.

3. O avanço da guerrilha muçulmana (islâmicos radicais apoiados pelo Irã) do norte prossegue sobre os territórios do sul e é composta em boa parte de mercenários provenientes da Líbia. A área tomada pelos rebeldes, classificada como estado de Azawad, e um pouco maior que a França em território e compreende cerca de dois terços da área do país africano. Desde o início da crise, o Mali já enviou quase 150 mil refugiados aos países vizinhos.

4. Veja a posição geoestratégica de Mali no Mapa.