17 de maio de 2016

ERA TUDO O QUE O GOVERNO MICHEL TEMER PRECISAVA!

1. O fator de insegurança dos Senadores no julgamento de Dilma Rousseff criava alguma esperança para ela. Afinal, um forte fato novo nestes 4 meses previstos, ou mesmo algum “jogo pesado”, geravam expectativas.

2. Mas a “base” política de Dilma se encarregou de desfazer qualquer dúvida e ampliar aquele fator de segurança de 3 para 5 votos ou mais. 54 votos dos Senadores batem na fronteira dos 2/3. Mas 59 votos já alargam a faixa de segurança para 72,8%.

3. Os fatos novos ocorreram…, mas contra a expectativa de Dilma. Já nos discursos dos Senadores tratando da admissibilidade do impeachment, alguns deles, do PT et caterva, afirmaram que não reconheceriam o governo provisório de Temer. Vale dizer que desqualificavam as decisões do STF e os votos de seus pares. Bem, passou como arroubos da retórica.

4. Mas, em seguida, a dita militância política, sindical e artística iniciou um processo de mobilização com vistas a obstrução nas ruas e radicalização nos discursos. Ou seja: amplo, geral e irrestrito, não reconhecimento do novo governo mesmo sabendo da sua condição de provisório e da legalidade dos atos.

5. Dessa forma, haveria uma pré-desqualificação da votação final do julgamento de Dilma. Se após o afastamento de Dilma houve e há a tentativa de aumentar a temperatura política e social, nos ambientes abertos e fechados, na segunda etapa, a promessa é de uma temperatura de fusão de metais.

6. A consequência imediata foi a insegurança jurídica, além da política. Como era de se esperar, alguns senadores que votaram contra a admissibilidade passaram a repensar o seu voto.

7. E se não fosse o bastante, os governos bolivarianos entraram na onda do não reconhecimento do governo Temer, mesmo sabedores dos fatos e da tramitação definida pelo STF. E agravaram pedindo o retorno de seus embaixadores. A Unasul fez o coro. No entanto, a pronta reação do Itamaraty expôs internacionalmente a tentativa de desequilibrar a democracia brasileira.

8. O impacto sobre os parlamentares e seus representados foi instantâneo. E muito especialmente sobre os Senadores que terão a responsabilidade de decidir -finalmente- sobre o impedimento definitivo de Dilma.

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1. Eleições municipais desse ano. Muito Interessado + Interessado: 25,4% / Pouco ou Nada Interessado: 73,1%.

2. Intenção de voto para Prefeito: Crivella 38,1%, Freixo 11,4%, Flavio Bolsonaro 8,1%, Jandira Feghali 7%, Pedro Paulo 4,4%, Molon 3%, Indio da Costa 2,2%, Osorio 1,4%, Ciro Garcia 1,3%, Hugo Leal 0,7%.

3. Segundo Turno: Crivella 58% x 16,6% Pedro Paulo // Crivella 53,8% x 23,8% Freixo.

4. Aprova x Desaprova. Dilma 26,9% x 68,8% / Pezão 13,2% x 83,9% / Eduardo Paes 32,6% x 64,1%.

5. Prioridade para próximo Prefeito do Rio.  Saúde 51%, Educação 22,3%, Segurança Pública 11,1%,

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PCC: UMA TRANSNACIONAL DO CRIME!

(Estado de S. Paulo, 15) 1. Passados dez anos da série de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo contra agentes públicos de segurança, o poder da maior facção do Brasil só cresceu. Hoje, a organização já movimenta 40 toneladas de cocaína e arrecada R$ 200milhões por ano, com atuação em praticamente todas as vertentes do crime. Segundo as investigações do MPE e da Polícia Federal (PF), às quais o Estado teve acesso, mais de 80% dos rendimentos do bando vêm do tráfico de drogas. O restante tem origem em assaltos a banco, sequestros, tráfico de armas, rifas vendidas à população carcerária e mensalidade de R$ 600 cobrada de cada um dos mais de 10 mil integrantes do PCC – mais de 7 mil estão presos.

2. Há uma década, a arrecadação anual era de aproximadamente R$ 120 milhões. A rota internacional de tráfico começava a dar os primeiros sinais de expansão em dois países vizinhos, Bolívia e Paraguai. Agora, em vez de sufocada pelo poder estatal, a facção amplia seus tentáculos internacionais. O MPE e a Polícia Federal já têm provas de que o tráfico de drogas, principalmente o de cocaína, atravessou o Atlântico e desembarcou na Europa e na África. O Porto de Santos é o ponto de partida dos carregamentos. Traficantes de Portugal e Holanda, por exemplo, já estão entre os clientes do PCC.

3. Ainda não há, porém, estimativa da quantidade “exportada” para os dois continentes. O poderio financeiro do PCC está diretamente relacionado ao tráfico de drogas. Uma amostra da força financeira do PCC, que se estrutura como uma empresa, está em uma planilha apreendida durante uma operação policial. Nela consta que a facção gastou mais de R$ 1,8 milhão com advogados só no primeiro semestre do ano passado em São Paulo. Nos outros Estados, o montante no período foi de mais de R$ 730 mil. o PCC tinha um perfil inicial mais limitado, mais politizado, com um discurso em defesa dos direitos da população carcerária. Com o tempo e com as ações criminosas, o ‘partido’ sofreu mutações até chegar aonde chegou, uma dinâmica como a de uma grande empresa, mas com foco no tráfico, que permite arrecadação contínua.

4. O PCC expandiu também seus limites territoriais. Se, em 2013, após três anos e meio de investigações, o MPE concluiu que a facção se espalhava por 22Estados, Distrito Federal, Bolívia e Paraguai, hoje o PCC se faz presente em todas as 27 unidades da federação e já tem bases também na Argentina, no Peru, na Colômbia e na Venezuela. Segundo o MPE, há evidências nas investigações que mostram contatos diretos de integrantes do PCC com o Exército do Povo Paraguaio (EPP), e com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O foco está no tráfico de drogas e armas com todos os países listados. Em janeiro de 2015, a polícia e o MPE descobriram contas na China e nos Estados Unidos que estariam sendo usadas para lavar dinheiro.

5. Segundo as investigações, o PCC não está familiarizado com a lavagem de dinheiro por meio de offshores e prefere operar com dinheiro vivo. Para isso, a organização guarda dinheiro em residências (enterrando em quintais, por exemplo) ou usa casas de câmbio para transferir valores para a compra de drogas na Bolívia e no Paraguai.