17 de maio de 2018

ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A PESQUISA CNT-MDA! A ALEGRIA DOS ESPECULADORES, DOS ANALISTAS E DA MÍDIA!

1. Havia uma expectativa que a pesquisa de maio, comparada com a de março, traria alguns sinais que pudessem projetar o futuro eleitoral, mesmo que próximo. Afinal, março foi o mês limite de troca de legendas e confirmação de candidaturas. Mas, maio, comparado com março de 2018, mostra uma espécie de imobilidade da opinião pública.

2. Uma das razões é que o desgaste é geral. Desgaste dos políticos, desgaste dos governos nos três níveis (federal, estadual e municipal), desgaste dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário). Isso, num quadro de alto desemprego e expectativa econômica.

3. Nenhum movimento ocorreu em relação a percepção das funções do governo. A percepção negativa se mantém em todas elas. Talvez com uma exceção: Segurança Pública teve uma abertura negativa maior. Os fatos por todo o país e a cobertura dos mesmos pela mídia ajudam a explicar.

4. Nenhum candidato a presidente atingiu 20%. Todos estão estacionados nos seus patamares. E os de cima, levemente decrescentes. Isso deve entusiasmar os de baixo. E traz um sinal que ainda há espaço para o surgimento de um nome fora dos destacados nas pesquisas.

5. Nesse sentido, a surpresa foi os outsiders mais conhecidos terem saído fora do jogo prematuramente. Com os espaços partidários ocupados, quase não há alternativa para novos outsiders, com 3 meses do início da campanha.

6. Quando a mídia explica o refluxo dos outsiders por pressões familiares, esquece de lembrar que essas pressões vieram do enorme risco de desgaste antecipado por notas e fotos, com acusados, doleiros e patrimônio no exterior. Os outsiders não estão blindados.

7. A intenção de voto com uma pequena lista de 4 candidatos -método utilizado para se avaliar potencial de voto útil ou troca de candidatos, nada acrescentou.

8. Na hipótese de segundo turno com os dois nomes, em várias hipóteses, o aumento da soma deles foi insignificante. Com isso, os eleitores que não marcam nenhum deles -em geral- supera os 50%.

9. As pesquisas insistem em incluir o nome de Lula. Como ele é incluído na primeira lista apresentada, isso confunde o eleitor entrevistado. Melhor seria colocar a hipótese Lula como última pergunta, no final da pesquisa, para não contaminar as anteriores.

10. A pergunta sobre rejeição aos candidatos mostra que todos eles estão acima dos 50%. Ou seja, que o eleitor não votaria de jeito nenhum.

11. Num quadro desses, o ideal seria que as pesquisas perguntassem no início se o eleitor pretende votar, pretende não votar ou, se for à urna, marcará branco ou nulo. Essa pergunta deveria ser feita de forma isolada, sem estar apenas como hipótese aos candidatos numa mesma pergunta de intenções de voto.

12. Se há alguma dedução com esta e outras pesquisas é a enorme taxa de imprevisibilidade nestas eleições, para a “alegria” dos analistas (amadores ou profissionais), da mídia e dos especuladores no mercado financeiro e cambial.