18 de outubro de 2013

DE VAN GOGH AOS CANDIDATOS EM 2014!

(Das cartas de Vincent Van Gogh a seu irmão Théo)

1. (Julho de 1878 com 25 anos) “Não é de repente, mas somente após muitos exercícios, que se adquire o dom de dirigir-se ao povo com gravidade e sentimento, e sem violência e afetação, pois as palavras, a dizer, devem ter um significado e uma intenção moral e devem conseguir incitar os ouvintes a se esforçarem para que suas inclinações tomem raízes na verdade. Em uma palavra é ser um pregador popular para ali ter chances de êxito.”

2. (Julho de 1880 com 27 anos) “Há homens que tem uma espécie de couraça, uma armadura de aço de preconceitos e convenções; estes quando estão a testa dos negócios, dispõem dos cargos e, por meios indiretos, buscam manter seus protegidos e excluir os homens naturais. ”

3. (Julho de 1880) “A pátria é tudo o que te envolve, tudo o que te criou e te alimentou, tudo que amaste, este campo que vês, estas casas, estas árvores, estas jovens que passam ali rindo, são a pátria. As leis que te protegem, o pão pago por seu trabalho, as palavras que tu trocas, a alegria e a tristeza provenientes das coisas ou dos homens entre os quais vives, são a pátria. O quartinho onde outrora viste tua mãe, as lembranças que ela te deixou, a terra em que ela repousa são a pátria. Tu a vês, tu a respiras em todos os lugares. Imagines os direitos e s deveres, as afeiçoes e as necessidades, as lembranças e o reconhecimento, reúne tudo isso numa palavra e esta palavra será a pátria.”

4. (Setembro de 1881- 28 anos) “Uma vez que o primeiro carneiro passar pela ponte, o resto da tropa o seguirá. Fazer passar este primeiro carneiro pela ponte, aí está a dificuldade.”

5. (Setembro de 1881) “Acredito que se pense muito mais corretamente quando as ideias surgem do contato direto com as coisas e pessoas, do que quando se olham as coisas e pessoas com o objetivo de encontrar esta ou aquela ideia sua.”

6. (Abril de 1882 – 29 anos) “O resultado do que se quer fazer deve ser um ato, não uma ideia abstrata. Só aprovo princípios e os julgo dignos quando eles se traduzem em atos. Determinar se os atos de um homem devem conduzi-lo aos princípios ou os princípios aos atos, esta é uma coisa que me parece tão difícil de saber, e que vale tanto à pena quanto saber quem nasceu primeiro, se a galinha ou ovo. ”

7. (Abril de 1882) “Onde há convencionalismo, há desconfiança, e da desconfiança nasce toda espécie de intrigas. Com um pouco mais de sinceridade, tornaríamos a vida mais fácil para todos.”

8. (Abril de 1882) “Quase todos os que procuram seu próprio caminho tem atrás de si, ou ao seu lado, alguém que permanentemente desestimula. Pode ocorrer que isto atormente e perturbe e que terminem aturdidos, por assim dizer.”

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CARTA-PROTESTO DO DIRETÓRIO ACADÊMICO DE HISTÓRIA E CIÊNCIAS SOCIAIS DA FGV À PREMIAÇÃO DA SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO DA PREFEITURA DO RIO (OBS.: PROFESSORA DA FGV)!

Rio de Janeiro, 14 de Outubro de 2013.

1. Nós, alunas e alunos dos cursos de História e Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPDOC/FGV), buscamos, por meio desta carta, nos posicionar publicamente a respeito da premiação “Personalidade Educacional 2013”, promovido pela Associação Brasileira de Educação (ABE), Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e pela Folha Dirigida, que, dentre outros e outras profissionais, irá homenagear a atual Secretária de Educação do Município do Rio de Janeiro, Claudia Costin. Manifestamos nossa estranheza e preocupação diante de tal escolha. A recente greve dos profissionais de educação municipal no Rio de Janeiro é apenas umas das expressões da insatisfação da classe perante as políticas adotadas pela secretária desde o começo de sua gestão, em 2009.

2. Através de uma série de projetos, a homenageada impôs à rede municipal do Rio diversas políticas que, frequentemente, desconsideravam todo o histórico educacional que a rede já havia construído. Com base em estatísticas rasas, busca ranquear as escolas municipais, com critérios únicos para realidades completamente distintas, como podemos perceber analisando as mais de 1.060 escolas do município – que refletem a própria heterogeneidade social da cidade. Ao estabelecer metas de desempenho para as escolas, a Secretária demonstra uma clara preocupação muito maior com resultados e índices do que propriamente com o processo pedagógico através do qual essa educação se dará.

3. Além disso, também nos preocupa o fato de termos cada vez mais em nossas instituições públicas a presença de projetos oriundos da iniciativa privada, dentre os quais da própria Fundação Roberto Marinho, cerceando a liberdade pedagógica de professores e professoras. Diante do exposto e do contexto conturbado que estamos vivenciando, indagamos sobre os critérios que levam à escolha de tal profissional a receber um prêmio que visa “ao reconhecimento público do trabalho desenvolvido por profissionais de diversas vertentes que se dedicam à melhoria do ensino no país*”. O que as ruas e vozes dos docentes que lá se encontram nos mostram é um cenário oposto – que a Secretária Claudia Costin vem prestando um desserviço à educação pública ao vincular uma roupagem meritocrática à ideia de qualidade de ensino.

4. Nós, como alunas e alunos de Ciências Sociais e História, demonstramos nosso apoio aos professores e às professoras da rede municipal – e estadual – de educação, acreditando que é ouvindo quem está cotidianamente dentro de sala de aula que podemos entender melhor o significado das palavras qualidade e democracia.

Diretório Acadêmico de Ciências Sociais e História – CPDOC/FGV

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E, TALVEZ, POR TUDO ISSO: SOLENIDADE É…, ADIADA!

A solenidade para a entrega do título de Personalidade Educacional, que estava prevista para ser realizada na próxima semana, teve sua data suspensa pela comissão organizadora. O novo dia para realização do evento ainda não foi definido, pois depende da escolha de novo local. A entrega, que seria feita no dia 17, teve de ser suspensa por razões logísticas, uma vez que o Jockey Club Brasileiro, onde a solenidade vinha sendo realizada nos últimos treze anos, encontra-se em obras. Ass. Folha Dirigida

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ENQUETE SOBRE BLACK BLOCS TAMBÉM NO FACEBOOK DE CESAR MAIA!

1. O jornal O DIA fez em seu site enquete sobre os Black Blocs. 70% responderam SIM aos Black Blocs e 25,7% responderam NÃO.  4,3% apoiariam se não houvesse violência

2. O Facebook de Cesar Maia fez a mesma pergunta (Você apoia a ação dos Black Blocs?).

3. O resultado foi diferente:  SIM 31,7% e NÃO 56,8% / Apoiariam se não houvesse violência 11,5%.

4. Claro: são perfis diferentes. Mesmo assim os 31,7% são altos.

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PARTE DOS ELEITORES (EM GERAL OS INDECISOS) É QUE DECIDE MUITAS ELEIÇÕES!

(Mariano Grondona – La Nacion, 17) 1. Napoleão dizia que nas mochilas de seus soldados se escondia um bastão de marechal. Na eleição talvez sejam alguns pontos de diferença que farão com que alguns se sintam vitoriosos e outros derrotados. Em uma democracia, são estes alguns pontos que podem definir a diferença entre uma vitória e uma derrota, ainda que as eleições apresentem milhões de eleitores.

2. Alguns poucos eleitores, em suma, substituirão a grande maioria. É a “lógica-ilógica” da democracia. Milhões de vontades se manifestam nela. Mas apenas algumas milhares de vontades, dos eleitores indecisos, em dúvida ou marginais, realmente contam. O ideal da democracia é unanimidade. Mas ela existe apenas em situações excepcionais.   Em situações “normais”, ao contrário, contam, sobretudo as pequenas diferenças. As mínimas distâncias que elas marcam, definem a jornada e, talvez, definam história.

3. Com John Locke e o liberalismo político, afirma-se que não existe uma “vontade geral” e tudo o que existe são diferentes grupos que ganham ou perdem dependendo das circunstâncias, sem que nenhum deles possa reivindicar o monopólio da representação popular, porque apenas ganhará, afinal, até as próximas eleições. Esta interpretação de Locke é a de todas as constituições democráticas. Você ganha por um período, somente até o próximo mandato.