08 de outubro de 2014

MARINA: UM ERRO CRUCIAL DA CAMPANHA DE DILMA!

1. A entrada de Marina na campanha e sua presença inicial –explosiva- nas primeiras pesquisas levaram a campanha de Dilma (Santana?) a uma decisão açodada. Imaginando que o apoio a Marina no segundo turno pelo PSDB seria automático e não necessariamente o contrário, “Dilma” iniciou um bombardeio –aberto e fechado- a Marina.

2. Deixaram de lado a Teoria da Ballotage –das eleições em dois turnos que este Ex-Blog já apresentou algumas vezes. Esta ensina que nesse caso se deve escolher o adversário a ser atacado e poupar o outro ou outros, de forma a construir apoios naturais no segundo turno. “Dilma” atacou os dois.

3. Atacar ou não atacar Aécio não mudaria a posição do PSDB num eventual segundo turno entre Dilma e Marina. Dessa forma, “Dilma” construiu um cenário para o segundo turno com a aliança entre Marina e Aécio, fosse qual fosse o resultado do primeiro turno. E mais ainda: ajudou muito a tirar Marina do segundo turno. Ou seja: perdeu o apoio ou a neutralidade de Marina no segundo turno.

4. E provavelmente não contava que a dosagem usada estava sendo desproporcional. Dessa forma, a queda de Marina correspondeu um crescimento de Aécio que, em função da dosagem usada por “Dilma”, foi geométrico. Aécio, que no auge do efeito Marina chegou a 15% das intenções de voto, dobrou, chegando a 29% na urna, incluindo brancos e nulos.

5. Dilma, que havia se estabilizado em 40% das intenções de voto, fechou nas urnas com 37%, incluindo brancos e nulos. Ou seja: perdeu também com a tática que usou, talvez passando a imagem de autoritária, ao atacar outra mulher.

6. Resta agora saber se a transferência de intenções de voto de Marina para Aécio foi apenas parcial, ou seja, alcançou principalmente os que oscilavam entre Marina e Aécio e os que haviam migrado de Aécio. Ou o que ficou com Marina ainda alcança principalmente os que estavam indecisos entre Aécio e Marina.

7. As pesquisas que serão divulgadas esta semana farão esses cruzamentos entre Dilma x Aécio e em quem votaram no primeiro turno. Mas há que se ter cuidado, pois em geral essas pesquisas sobre em quem votaram no primeiro turno produzem alguma distorção de arrependimento do eleitor e dificuldades da própria amostragem e, por isso, devem ter outras perguntas para garantir os cruzamentos. Provavelmente Aécio terá mais do que teve e Marina menos do que teve.

8. Ideal seriam os institutos abrirem –mesmo que internamente- a pesquisa de boca de urna por gênero, instrução, renda, faixa etária, religião, região…, de forma a as equipes poderem avaliar os potenciais de migração. Nesse sentido –mesmo que de forma a sinalizar ao eleitor evangélico- que em geral migrou do Pastor Everaldo para Marina, Dilma e Aécio deveriam contatá-lo à luz dos refletores. Um gesto que pode valer milhões de votos na definição dos eleitores que votaram Marina no primeiro turno.

07 de outubro de 2014

ASPECTOS POLÍTICOS DAS ELEIÇÕES DE 2014 NO RIO!

1. Dois fatos confrontaram ideologicamente os candidatos a deputado federal: a questão dos valores cristãos da família e da vida, e a comissão da verdade nos 50 anos do golpe de 1964.  Venceu amplamente a visão conservadora. Jair Bolsonaro obteve 464.572 votos; Clarissa Garotinho obteve 335.061 votos e Eduardo Cunha, que diariamente publicou com grande destaque nos jornais suas posições sobre valores e que obteve 232.708 votos. Num total de 1.032.341 votos. Do outro lado, Chico Alencar obteve 195.964, Jean Willys 144.770 votos e Jandira Feghali 68.531 votos, num total de 409.265 votos, ou apenas 40% dos votos dos três candidatos de valores conservadores mais votados.  Vale lembrar que, em S. Paulo, o Pastor Marcos Feliciano obteve agora 398.087 votos.

2. Na eleição presidencial, a soma da abstenção com votos brancos+nulos alcançou 29% em todo o Brasil. No Rio, a soma de abstenção+brancos+nulos foi de 34% para presidente, 37,6% para governador, 40,1% para deputado federal, 40% para deputado estadual e 45% para senador.

3. Deputados Federais de longa tradição não se elegeram, como Jorge Bittar e Edson Santos do PT e –por herança- Brizola Neto do PDT. O Partido Verde, de igual e longa tradição e até aqui uma grife no Rio, não elegeu nem um deputado federal e nem um deputado estadual.  Graças a Marina Silva, a legenda mais votada para deputado federal foi a do PSB, com 120.686 votos.

4. O voto de protesto se repetiu este ano em S. Paulo com Tiririca, que obteve 1.016.796. Este ano chegou ao Rio, com Romário para senador, com 4.683.963 votos.

5. Dos 46 deputados federais eleitos apenas 6 são mulheres.

6. A maior expectativa frustrada foram os 87.003 votos de Alessandro Molon. Em 2010 havia obtido 129.515. Apesar da grande cobertura que teve seu trabalho no “marco civil da internet”, e da expectativa –ainda não descartada- que ascenderia em 2016 como candidato a prefeito da Capital, Molon viu sua votação cair 32,8%, talvez pelo efeito PT.

7. A eleição de 2014 no Rio abriu o leque de pré-candidatos a prefeito da Capital em 2016. Começando com Romário e seguindo com Marcelo Freixo, Clarissa Garotinho, Alessandro Molon, Leonardo Picciani, Pedro Paulo, Índio da Costa…, Bolsonaro tem dito que não pretende concorrer a prefeito da Capital. Lindbergh saiu muito agastado com o PT, que atribui a ele o fracasso eleitoral. PSDB e DEM, que tiveram candidatos em 2010, ainda não sinalizaram qualquer pretensão em 2016. De qualquer forma, é uma eleição que tende a ser pulverizada, ao contrário de 2012, na reeleição do prefeito Paes.

Respostas da Prefeitura do Rio aos requerimentos de informação

1. Equipamentos de Fiscalização Eletrônica em operação: 2008: 140 / 2009: 429 / 2010: 461 / 2011: 544 / 2012: 645 / 2013: 780.

2. Número de pensionistas homoafetivos Antes de 2008: 23 / 2008: 17 / 2009: 18 / 2010: 21 / 2011: 14 / 2012: 15 / 2013: 8 / TOTAL: 116.

3. O saldo das aplicações do Funprevi em 31 de dezembro de 2012 era de R$ 1.161.042.854,32 (Em 2008 o saldo era R$ 2.001.969.000,00).

4. O empreendimento Porto Vida (Porto Maravilha) possui 1.333 apartamentos. Nenhuma unidade foi vendida. 169 servidores fizeram reserva de unidade. Por não ser mais um equipamento olímpico, a entrega seguirá conforme definição do empreendedor.

5. Porto Maravilha. Até o presente momento o Fundo concluiu negociação de treze operações, que em sua maioria constituir-se-ão em complexos multiuso que devem abrigar torres de uso comercial, residencial e hoteleiro. Das referidas operações realizadas pelo Fundo, OITO se deram através de PERMUTAS ou participação em sociedades de propósito específico e CINCO através de alienação de CEPACs.

6. O contrato estabelece que os serviços de manutenção e operação da balança das Estações de Transferência-ETRs e do CTR Rio em Seropédica, devem ser de responsabilidade da concessionária. Portando, a Comlurb mantém nas unidades operadas pela concessionária apenas fiscais de pesagens. Estes empregados da Comlurb fiscalizam os serviços realizados pelos balanceiros da concessionária às 24 horas do dia, todos os dias da semana inclusive domingos e feriados.

Cesar Maia comenta as Eleições-2014 no RJ

1. Dois fatos confrontaram ideologicamente os candidatos a deputado federal: a questão dos valores cristãos da família e da vida, e a comissão da verdade nos 50 anos do golpe de 1964.  Venceu amplamente a visão conservadora. Jair Bolsonaro obteve 464.572 votos; Clarissa Garotinho obteve 335.061 votos e Eduardo Cunha, que diariamente publicou com grande destaque nos jornais suas posições sobre valores e que obteve 232.708 votos. Num total de 1.032.341 votos. Do outro lado, Chico Alencar obteve 195.964, Jean Willys 144.770 votos e Jandira Feghali 68.531 votos, num total de 409.265 votos, ou apenas 40% dos votos dos três candidatos de valores conservadores mais votados.  Vale lembrar que, em S. Paulo, o Pastor Marcos Feliciano obteve agora 398.087 votos.

2. Na eleição presidencial, a soma da abstenção com votos brancos+nulos alcançou 29% em todo o Brasil. No Rio, a soma de abstenção+brancos+nulos foi de 34% para presidente, 37,6% para governador, 40,1% para deputado federal, 40% para deputado estadual e 45% para senador.

3. Deputados Federais de longa tradição não se elegeram, como Jorge Bittar e Edson Santos do PT e –por herança- Brizola Neto do PDT. O Partido Verde, de igual e longa tradição e até aqui uma grife no Rio, não elegeu nem um deputado federal e nem um deputado estadual.  Graças a Marina Silva, a legenda mais votada para deputado federal foi a do PSB, com 120.686 votos.

4. O voto de protesto se repetiu este ano em S. Paulo com Tiririca, que obteve 1.016.796. Este ano chegou ao Rio, com Romário para senador, com 4.683.963 votos.

5. Dos 46 deputados federais eleitos apenas 6 são mulheres.

6. A maior expectativa frustrada foram os 87.003 votos de Alessandro Molon. Em 2010 havia obtido 129.515. Apesar da grande cobertura que teve seu trabalho no “marco civil da internet”, e da expectativa –ainda não descartada- que ascenderia em 2016 como candidato a prefeito da Capital, Molon viu sua votação cair 32,8%, talvez pelo efeito PT.

7. A eleição de 2014 no Rio abriu o leque de pré-candidatos a prefeito da Capital em 2016. Começando com Romário e seguindo com Marcelo Freixo, Clarissa Garotinho, Alessandro Molon, Leonardo Picciani, Pedro Paulo, Índio da Costa…, Bolsonaro tem dito que não pretende concorrer a prefeito da Capital. Lindbergh saiu muito agastado com o PT, que atribui a ele o fracasso eleitoral. PSDB e DEM, que tiveram candidatos em 2010, ainda não sinalizaram qualquer pretensão em 2016. De qualquer forma, é uma eleição que tende a ser pulverizada, ao contrário de 2012, na reeleição do prefeito Paes.

06 de outubro de 2014

AS PESQUISAS, OS RESULTADOS ELEITORAIS E O SEGUNDO TURNO!

1. A abstenção no Rio alcançou 20% dos eleitores inscritos para votar. Os que votaram em branco ou anularam seus votos somaram quase 15%. Ao todo uns 35%. Um dado recorde para o Rio desde a introdução da urna eletrônica. Esse número retrata o desinteresse por essas eleições que foi em geral no Brasil.

2. Isso explica as flutuações e os desvios das pesquisas, especialmente na reta final. Exemplos estão aí, como a subida exponencial de Sartori do PMDB no Rio Grande do Sul, a diferença de Garotinho no Rio entre os 28% apontados pelo Ibope e os 19% que conquistou, a subida também exponencial de Rui do PT na Bahia e por aí vai.

3. Tomemos as séries das 8 últimas pesquisas para presidente do Datafolha e do Ibope incluindo brancos e nulos. De um lado Dilma atravessou as 4 primeiras pesquisas do Datafolha com um nível de 36% das intenções de voto. De outro lado a soma de Aécio + Marina nessas 4 primeiras pesquisas alcançou a média de 48%. No Ibope, da mesma forma, Dilma teve a média de 36% e Aécio+Marina dos mesmos 48% do Datafolha.

4. Mas nas últimas 4 pesquisas Dilma avançou: 40% no Datafolha e praticamente os mesmos 40% no Ibope.  A soma Aécio+Marina caiu para 45% no Datafolha e praticamente isso no Ibope. Na pesquisa de boca de urna (a nona) sobre os votos dos que compareceram, Dilma obteve 40%, o mesmo das últimas 4 pesquisas e a soma Aécio+Marina 47%, subindo 2 pontos e também voltando ao mesmo das 4 primeiras pesquisas.

5. Mas nas urnas o resultado foi diferente. Dilma chegou a 37% sobre os votos dos que compareceram, caindo 3 pontos em relação às ultimas 4 pesquisas e voltando ao patamar das primeiras 4. Mas a soma Aécio+Marina cresceu 4 pontos para 49% sobre as últimas quatro pesquisas, mas voltando quase ao nível das 4 primeiras pesquisas.

6. Duas mudanças ocorreram: perda de Dilma para Aécio+Marina de 3 pontos. E perda de Marina para Aécio. Nas últimas pesquisas ocorreu um empate entre os dois: digamos 50% x 50%. Mas, na urna, Aécio obteve 60% dos votos da soma com Marina. Portanto, dois efeitos pró-Aécio: troca com Dilma e troca com Marina.

7. Dessa forma e comparando com o que Aécio tinha antes da morte de Eduardo Campos, ele passou de uns 22% para 30%. E comparando com o que Aécio tinha depois da morte de Eduardo Campos, ele passou de uns 18% para 30%. Dilma voltou ao patamar que sempre teve antes dos últimos 10 dias de campanha, ou uns 37%.

8. O crescimento de Aécio ocorreu principalmente no Sudeste: em SP cresceu uns 25 pontos em uma semana e no Rio cresceu uns 14%. Isso explica 7 pontos de crescimento de Aécio, ou 90% do crescimento que teve após o empate com Marina.

9. Dilma continua pisando solo firme nas suas duas fortalezas: Nordeste e entre os de Menor Renda. Entra no segundo turno com uma diferença de uns 7 pontos. Aécio terá dificuldades em entrar nestas duas fortalezas, mas poderá compensar continuando a crescer no Sudeste e no Sul e reduzindo a abstenção+branco+nulo que são um potencial de crescimento por sua postura crítica em relação ao governo de Dilma e vencer por aí.

* * *

2010 X 2014! AÉCIO REPETE SERRA! MARINA REPETE MARINA! DILMA CAI!

Usando como referência os Votos Válidos, Aécio que obteve 34%; repetiu Serra em 2010, que chegou a 33%. Marina subiu um pouco: 21% contra 19% em 2010. Mas Dilma caiu forte. Em 2010 chegou a 47% dos votos válidos e agora 42%.