23 de janeiro de 2013

IBOPE E A SIMPATIA OU REJEIÇÃO AOS PARTIDOS POLÍTICOS NO BRASIL! ASCENSÃO DO PERSONALISMO!

1. O Estado de SP (20) divulgou pesquisa do Ibope sobre a identificação dos eleitores brasileiros com os partidos políticos. Apresentou também um gráfico desde junho de 1988 até essa última pesquisa de outubro de 2012. O gráfico destaca os três maiores partidos brasileiros: PMDB, PT e PSDB. A pergunta se refere à “preferência” e não à militância. Digamos: se refere à simpatia do eleitor por esse ou aquele partido político.

2. A principal curva é a que corresponde aos eleitores que não têm simpatia por partido algum. Desde junho de 1988 até maio de 2007, se a curva for ajustada (retificada) pela tendência, ela seria praticamente uma reta em torno de 40%. Ou seja, 40% dos eleitores nestes 20 anos não simpatizavam com nenhum partido.

3. Nas 3 pesquisas de março de 2010, outubro de 2010 e outubro de 2012, a curva muda de tendência e cresce para 50%, 54% e finalmente 56% em outubro de 2012. É fácil explicar 2012 como produto do desgaste dos políticos com os escândalos, mensalão…

4. Mas em 2010, quando  Lula alcançava uma enorme popularidade? O estilo de liderança de Lula –fenômeno bem estudado- se descola dos partidos, inclusive o seu. Portanto, a forma de atuar de Lula minimiza o papel dos partidos políticos e exalta a sua própria personalidade.

5. Quando se analisa a trajetória dos partidos políticos, o que mais chama a atenção é a curva do PMDB, fortemente decrescente. Um fenômeno natural para um partido que se ajusta a qualquer governo e tem característica confederada, ou seja, sem preocupação com a unidade. É um estilo eleitoralmente eficiente, mas que vai descaracterizando-o como referência na preferência ou simpatia do eleitor. Uma espécie de impessoalidade, de neutralidade, que se refere apenas a personagens locais.

6. Durante a Constituinte, o PMDB tinha a simpatia de 25% dos eleitores. Depois disso oscila e busca um novo patamar em torno de 20% até 1996. Daí para frente a curva é fortemente descendente em direção aos 10%, com uma oscilação em direção a 15% entre 2004 e 2007. Logo depois volta a tendência descendente vindo desde 2010 até 2012 se situar na faixa dos 5% de simpatias.

7. O PSDB, a partir da vitória presidencial de 1994, alcança um patamar de 10%. Aponta no segundo governo FHC para 5% voltando a crescer no período 2005-2007 para em torno de 8%. Volta a cair e entre 2010 e 2012 se situa na faixa dos 5% de simpatizantes.

8. O PT –retificando suas oscilações entre 1988 e 2000- tem a simpatia 15% dos eleitores. A partir daí cresce, até atingir com a eleição de Lula em 2002 e 2003, 33%. Volta a cair para pouco mais de 20% –provavelmente pelos fatos que cercaram o mensalão em torno de 2005. Com a eleição de 2010 retorna aos 33%. Em seguida volta a cair e em outubro de 2012 tem 24%.

9. Nas eleições de 2012 a votação em suas legendas e em seus vereadores apontaram os três partidos -PT, PMDB, PSDB- para 11%, 10% e 9% respectivamente. No caso do PT para menos da metade dos que se dizem seus simpatizantes e nos casos do PMDB e PSDB para o dobro dos que se dizem seus simpatizantes.

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ADAM SMITH EM 1776: ECONOMIA NÃO PODE FLORESCER SEM CONFIANÇA NO GOVERNO!!!!

Adam Smith, no Capítulo III de sua consagrada obra A Riqueza das Nações, 1776, declarou: “O comércio e a indústria  raramente podem florescer por muito tempo em um país que não tenha uma administração de justiça normal, no qual as pessoas não se sintam seguras na posse de suas propriedades, no qual a finalidade nos contratos não seja garantida por lei e no qual não se possa supor que a autoridade do Estado seja regularmente empregada para urgir o pagamento das dívidas por parte de todos aqueles que têm condições de pagar. Em suma, o comércio e a indústria raramente podem florescer em qualquer país em que não haja um certo grau de confiança na justiça do governo.”

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PARAGUAI E BOLÍVIA PAGAM JUROS MUITO MENORES QUE ESPANHA, ITÁLIA, GRÉCIA, PORTUGAL E IRLANDA!

1. O rendimento dos títulos espanhóis de dez anos ultrapassou 7% —tendo registrado o recorde de 7,29% durante o pregão dessa semana, para fechar a 7,076% ao ano. É o maior nível desde que a Espanha entrou na zona do euro, em 1999.  Os títulos italianos com vencimento em dez anos também avançaram, para 6,052%.   Os rendimentos são maiores nos títulos de dez anos de Portugal (10,01%), Grécia (24,95%) e Irlanda (7,09%). Essas taxas, porém, são no mercado secundário. Como os três países foram socorridos por UE e FMI, eles pagam as taxas cobradas pelos fundos de resgate europeus, na faixa de 5% a 6%.

2. Bolívia lançou títulos de 10 anos no mercado internacional à taxa anual de 4,5% um mês atrás. O Paraguai lançou títulos semana passada no mercado internacional à taxa anual de 4,2%. Em ambos os casos a oferta de recursos foi muito maior que a demanda de Bolívia e Paraguai. No caso do Paraguai mais de 10 vezes mais o que o Paraguai precisava: US$ 500 milhões e US$ 6 bilhões.