23 de julho de 2015

OS PROCESSOS DE DEMOCRATIZAÇÃO EM CUBA E NA VENEZUELA!

1. As ditaduras têm dinâmicas distintas no processo de democratização. Algumas de dentro para dentro, como, por exemplo, nos anos 80 no Sul da Europa e na América Latina. Outras de fora para dentro, como, por exemplo, na segunda guerra mundial. Há casos mistos, como, por exemplo, a desintegração do sistema soviético.

2. Há situações em que a democratização se dá de dentro para dentro, mas de dentro -e entre- as próprias forças dominantes que governam.

3. Os casos de Cuba e Venezuela têm levado a construção de movimentos e partidos que lutam por suas democratizações. No caso de Cuba, organizados fora de seu território. Na Venezuela, dentro. Imaginam que esses regimes poderão desintegrar pela força dos grupos democratizadores internos – entro (Venezuela) e fora (Cuba) dos países- e pressão internacional. Ilusão!

4. Análises, estudos e pesquisas nesses países mostram que, no caso de ambos, o processo de democratização tenderá a ocorrer de dentro para dentro, mas de dentro das próprias forças dominantes que governam. Mas há nuances.

5. Nada ocorrerá em Cuba até o falecimento de Fidel Castro, que terá um velório de vários dias, com a presença de chefes de estado e governo de todo mundo, intelectuais, artistas, lideranças sociais…, e, depois, pelo menos seis meses de decantação. A democratização virá com grau decrescente de autoritarismo por vários anos, ajustando-se a um modelo econômico chinês (pela proximidade com os EUA) e político que tenderá a lembrar o desenho que o Marechal Tito deu à Iugoslávia no pós-guerra.

6. A condução será de lideranças internas que oferecerem maior taxa se confiabilidade e menor excitação pelos prazos ao partido comunista cubano e a base social do regime. Ou seja, uma transição sem traumas.

7. O caso da Venezuela virá com traumas, mas de dentro do próprio regime. A importância eleitoral dos partidos de oposição -e os acertos ou erros táticos- reduzirão ou ampliarão os traumas e os prazos. O poder na Venezuela é compartilhado por uns 5 grupos que a presença e o carisma de Chávez davam uma estabilidade relativa.

8. O anúncio de sua morte teve que ser prorrogado por semanas para que esses grupos pudessem definir os espaços de partilhamento. O caos econômico agrava os riscos de uma transição traumática em que os grupos dominantes percam poder.

9. Nesse sentido, prevalecerá o grupo que tenha -naturalmente- mais pontes de diálogo externo e com lideranças políticas -internas- moderadas e pacientes. Provavelmente a transição será conduzida pelos militares profissionais sem suspeitas de vínculos com narcos, com as FARC e sem dependência a Cuba.

10. Esses militares profissionais, naturalmente, ascenderão pelos riscos de desintegração com perda total de poder do consórcio chavista. Cabe às forças moderadas de oposição identificar esses militares e estabelecer com a discrição necessária, os contatos, sem ansiedade pelo exercício do poder.

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SUÍÇA ENTRA NO LAVA JATO!

(Drive – Fernando Rodrigues, 22) 1. Suíça entra na Lava Jato. Pânico entre políticos. O Ministério Público da Suíça já bloqueou centenas de milhões de dólares relacionados a investigações sobre a Petrobras. Cerca de 1.000 operações bancárias estão em análise em 30 instituições financeiras.

2. Operadores da Lava Jato que receberam ou enviaram dinheiro a políticos passando pela Suíça estão sendo devassados. Não há como se esconder atrás de empresas offshores. O políticos citados nesse caso estão encrencados. Há um clima de pânico em Brasília. Não há como evitar a coleta de provas –quando for o caso.