28 de fevereiro de 2013

A QUESTÃO ECONÔMICA E AS ELEIÇÕES DE 2014!

1. Há dois aspectos eleitorais, comprovados internacionalmente, relativos às questões econômicas.  Depois da assertiva de Carville, na primeira eleição de Clinton (É a economia, estúpido!), a questão econômica nas eleições, passou a ser tratada como um determinismo, o que tem se mostrado equivocado.

2. A questão econômica só é determinante numa eleição num quadro crítico que afeta o emprego e o bem estar da população. Mesmo numa conjuntura excepcionalmente favorável, ela será importante, mas não será determinante. A economia brasileira vai mal, mas se a situação da população não melhora, também não tem piorado. Se a eleição fosse em 2013, seria um fator desprezível.

3. Da mesma forma, candidatos se reunirem com economistas e depois repetirem as equações fiscais, monetárias, comerciais, etc., que ouviram, por mais certas que sejam, não ganharão um voto.  Todas essas questões apontam para um público introduzido no economês, que não representa 2% dos eleitores, ou provavelmente já tem opinião formada.

4. Mas tem utilidade na captação de recursos daqueles que se sentem incluídos na política econômica que o candidato projeta.

5. Dessa forma, o que cabe à oposição e ao governo é traduzir a equação econômica para o plano da rotina da população e, nesse plano, projetar culpados e melhoras que sejam percebidos naturalmente, sem tradutores e explicadores.

6. Por exemplo: com 20% da população brasileira ocupada, subempregada, como mostra o IBGE, são esses os mais facilmente atingíveis.

7. Toda a análise dos economistas -a favor e contra- serve, certamente, para reuniões com empresários, com repórteres de economia, com economistas… Tem função de projetar o futuro para eles, mas tem baixíssimo ou nulo impacto eleitoral.

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O “BOOM” DO “BRAND JOURNALISM”/ JORNALISMO DE MARCA!

(El País, 24) 1. As revistas Fortune, Wired e outras publicações econômicas ou de tecnologia estão tendo concorrentes gigantes. Transformadas em editoras de jornalismo digital, grandes empresas multinacionais desembarcaram no mundo da mídia. É o chamado “brand journalism” ou jornalismo de marca, um fenômeno em expansão. Entre 2011 e 2012, algumas das empresas mais poderosas do mundo, criaram portais informativos  que estão entre os mais visitados, influentes e citados. São redes tecnológicas como a The Network (propriedade da Cisco), CMO (Adobe) ou Freepress (Intel), financeiras como o The Financialist (Credit Suisse) ou de negócios como Businesswithoutborders (HSBC). A estes devem se juntar a OpenForum, da American Express, e o novo site corporativo da Coca-Cola- reformulado no ano passado, de acordo com o próprio jornal The New York Times, em “um a autêntico site de notícias” – o Coca-Cola Journey.

2. O novo fenômeno não tem nada a ver com as conhecidas revistas de empresas. Estamos diante de portais acessíveis globalmente, equipados com uma oferta de informação semelhante, e até maior, do que publicações tradicionais, atualizados diariamente, com excelente design e com redatores e colaboradores de primeira linha. A Coca-Cola emprega 44 pessoas em sua rede na internet, entre redatores fixos e colaboradores, além de profissionais de outras áreas da empresa. “Entre os nossos parceiros”, disse um porta-voz do Credit Suisse, editor do The Financialist, “existem analistas, banqueiros, economistas e executivos, bem como colaboradores externos”.

3. Cada um destes novos portais busca seu nicho. O OpenForum, da American Express, é especializado em empreendedores e pequenas e médias empresas. “A nossa missão”, diz o site, “é ser uma comunidade online para troca de opiniões e conselhos dos especialistas em desenvolvimento de pequenos negócios”.  Atualizado diariamente, o site tem centenas de artigos e vídeos sobre tecnologia, marketing, estilo de vida, gestão financeira e inovação. Alguns artigos recentes tratam de temas como salários dos gestores e estratégias para investir na Bolsa de Valores.

4. O CMO, da Adobe, um dos mais antigos portais de jornalismo de marca (lançado em 2009), aborda questões de marketing, especialmente online. Seus arquivos acumulam 4.000 artigos e entrevistas com especialistas e gestores. Existem fóruns, estatísticas e ferramentas de consulta com especialistas. Os editores, que afirmam que o CMO é o portal de marketing mais importante do mundo, explicam que seu material é obtido a partir de cerca de 100 fontes na vanguarda da indústria. A rede oferece a esses profissionais a oportunidade de publicar seus artigos.

5. O Freepress, da Intel, é apresentado como um “portal de notícias”, focado na “inovação e na indústria de computadores”. Esta semana, trataram da revolução da vida cotidiana na China, de novos sensores, de pioneiros do Vale do Silício ou dos robôs que visitaram a feira de tecnologia CES, em Las Vegas.  Outro destaque é Businesswithoutborders, do banco HSBC, com mais leitura que a habitual nas revistas Fortune ou Forbes e acordos de fornecimento de informações com o The Wall Street Journal e The Economist Intelligence Unit.

6. Além dos já citados, existe também o The Financialist, do Credit Suisse, lançado em maio do ano passado, especializado em economia e negócios. Esta semana você poderia ler sobre “os 10 maiores investidores em pesquisa e desenvolvimento no mundo”, “A Superliga de futebol chinesa”, ou os primeiros seis meses da Rússia na OMC, além de resenhas de livros. “Cada dia colocamos dois ou três novos artigos”, diz um porta-voz.

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RIO: UPP DO LEME DESMANCHA!

(Blog RioReal, 27) 1. UPP existe aqui? É isso que disse um morador de uma das favelas atrás do Leme ao RioRealblog, após presenciar o que chamou de “invasão” por integrantes do Comando Vermelho, na madrugada do dia 20 de janeiro. Os morros da Babilônia e de Chapéu Mangueira receberam a quarta UPP do Rio de Janeiro, em junho de 2009. Desde então, eles têm sido considerados um modelo de pacificação, atraindo visitantes nobres, como o ator Harrison Ford com sua família, poucos dias atrás.

2. Supostamente, criminosos da facção ADA ficaram no morro Chapéu Mangueira, trabalhando sem mostrar armas, após a pacificação. Até aí, nada de novo. O tráfico continua em toda a cidade, como acontece em praticamente qualquer metrópole do mundo. O propósito da pacificação não é acabar com o tráfico, mas retomar territórios e diminuir a violência. O que houve no dia 20, de acordo com moradores, é que chegaram membros de uma segunda facção, a CV. “Eram três da manhã. Passaram por nós meninos do tráfico que a gente conhece, da ADA,” diz um morador. Correndo atrás deles, um grupo de homens encapuzados, armados.

3. Esses voltaram depois, para nos assegurar que não corríamos perigo. Essa fonte acompanhou uma pessoa do local em que estavam até o asfalto, passando pelo paradeiro usual dos policiais da UPP, em frente à quadra da FAETEC, na ladeira Ary Barroso. Mas policial nenhum estava lá. Desde aquela noite, moradores dizem que não dormem em paz. “Houve toque de recolher para os moradores e na última sexta, 22/02, e domingo, 24/02, houve tiroteios às 19h e 21h, respectivamente,” diz um.

4. De acordo com eles, a nova concorrência entre as facções levou a uma corrida armamentista. Desde o fim de janeiro, à noite é comum ver fuzis AK47, pistolas e metralhadoras nos braços de homens do tráfico. “O CV invade um dia. Depois é a vez dos ADA,” comenta um dos moradores. De acordo com uma fonte qualificada que não quis ser identificada, as tais batalhas noturnas se resumem a alguns tiros dados do alto do morro do Chapéu Mangueira.

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UM MILHÃO DE EMPREGOS ELIMINADOS NA ZONA DO EURO EM 2012!

(Le Monde/UOL, 26) 1. O índice de desemprego na zona do euro deverá continuar a subir em 2013, atingindo em média 11,1% da população ativa dos 27 países-membros da UE, e 12,2% da zona do euro, segundo a Comissão Europeia. A zona do euro deverá ficar em ligeira recessão este ano. Diferentemente do que aconteceu com o brusco recuo da economia em 2009, após a crise financeira, o mercado de trabalho desta vez foi atingido em cheio pelas dificuldades da indústria e do setor de serviços, com a falta de crédito.

2. A zona do euro sofreu a eliminação de um milhão de empregos em 2012, e deve esperar por resultados da mesma ordem em 2013, segundo Bruxelas. O número de desempregados deverá ultrapassar os 26 milhões este ano entre todos os 27 países-membros, mas com “discrepâncias” entre países que “atingiram uma magnitude sem precedentes”, observa Olli Rehn, o comissário encarregado dos assuntos econômicos e monetários.

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QUASE 200 MIL ITALO-ARGENTINOS VOTARAM NO DOMINGO!

O voto dos argentinos com nacionalidade italiana foi favorável ao Movimento Associativo Italiani all’Estero (MAIE), a lista vencedora na circunscrição da América do Sul, cujos candidatos obtiveram duas cadeiras na Câmara dos Deputados e uma no Senado.

O MAIE obteve 39,25% dos votos do eleitorado sul-americano para a Câmara Baixa (43,99% na Argentina) e 40,91% em nível regional para o Senado (49,47% na Argentina), segundo o Ministério do Interior italiano. O segundo lugar ficou com o Partido Democrático – força vencedora na Itália, liderado por Pier Luigi Bersani e que colocou um deputado e um senador pela América do Sul – e o terceiro para a Unione Sudamericana Emigrati Italiani (USEI), com uma cadeira na Câmara Baixa. O número total de eleitores na Argentina foi de 174.925 para o Senado e 197.725 para Câmara, em um eleitorado de mais de 500.000 pessoas.