28 de janeiro de 2015

TAXA DE HOMICÍDIOS DOLOSOS/100 MIL HABITANTES EM 2014: ESTADO DO RIO 3 VEZES MAIOR QUE S. PAULO: 30 X 10!

(Ex-Blog) Números divulgados pelos governos do Estado do Rio e do Estado de S. Paulo comparados por 100 mil habitantes. A Taxa de Homicídios Dolosos (vítimas) em S.Paulo alcançou 10,6 em 2014 e no Estado do Rio de Janeiro 30, ou três vezes maior. A Taxa de Roubos por 100 mil habitantes no Estado do Rio de Janeiro chegou a 969 e em S.Paulo 704, ou 37% maior no RJ. Em números absolutos, o Rio de Janeiro, com população de 16,3 milhões, teve 4.745 homicídios dolosos e S. Paulo, com 44 milhões, teve 4.294. Com população muito menor, Rio de Janeiro teve um número de homicídios dolosos maior.

1. (ISP/Jornais, 24) Os roubos a transeuntes no Estado do Rio cresceram 32,9% em 2014, em relação a 2013. O índice de vítimas de homicídios dolosos, quando há a intenção de matar, subiu 4,1% –com 4.939 no ano passado e 4.745 no anterior. Em 2014, 80.558 pessoas foram assaltadas nas ruas, ante 60.618 em 2013. Uma modalidade que teve crescimento significativo foi o roubo de celulares, de 5.465 em 2013 para 7.772 em 2014 (42,21%). Em dezembro, mês em que a cidade recebe grande fluxo de turistas, houve uma explosão, com 761 registros, 74,5% a mais do que no mesmo mês de 2013. O número total de roubos no Estado –incluindo cargas, veículos, residências, lojas, bancos e outros tipos– subiu 25,3% no último ano. Foram 158.069 notificações em 2014, ante 126.190 no ano anterior. Na cidade do Rio, a concentração maior de registros de roubos é na zona norte.

1.1. Homicídios Dolosos em 2014 foram 4.939 no Estado do Rio. Com a População de 16,3 milhões, a Taxa de Homicídios por 100 mil habitantes foi de 30.

2. (Folha de SP, 24) 2.1. O Estado de São Paulo registrou em 2014 a maior quantidade de roubos dos últimos 14 anos –desde que a série histórica do governo paulista adota os mesmos critérios.  Por outro lado, também teve a menor taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes nesse período. Os assaltos cresceram 20,6% em relação a 2013 –maior aumento anual já registrado. Passaram de 257.067 para 309.948.  Foi a 19ª alta consecutiva desse tipo de crime. Os roubos são aqueles crimes cometidos com violência ou grave ameaça e que criam uma sensação de insegurança na população.

2.2. Os dados divulgados pelo governo de SP, também mostram que em 2014 os homicídios dolosos, praticados com intenção de matar, caíram 3,4% na comparação com 2013. Passaram de 4.444 para 4.294 de um ano para o outro. Essa queda fez com que a taxa de assassinatos por um grupo de 100 mil habitantes caísse para 10,06. Trata-se do melhor resultado na série iniciada em 2001, quando havia no Estado um índice de 33,3 por 100 mil.  Os dados divulgados pelo governo do Estado consideram a quantidade de casos registrados, e não a de vítimas. Um mesmo registro pode ter mais de uma vítima. Considerando a quantidade de vítimas, São Paulo teria uma taxa um pouco maior: de 10,61 a cada 100 mil. Os 4.294 casos de homicídios em 2014 tiveram 4.527 vítimas.

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RELAÇÕES CÍCLICAS ENTRE CHINA E RÚSSIA!

(Joseph S. Nye Jr., cientista político e professor da Universidade Harvard – Fonte: Site PROJECT SYNDICATE).

1. Alguns analistas dizem acreditar que o ano de 2014 inaugurou uma nova era na geopolítica da Guerra Fria. A invasão da Ucrânia pelo presidente russo, Vladimir Putin, e a anexação da Crimeia foram respondidas com sanções pela Europa e EUA. Isso comprometeu o relacionamento da Rússia com o Ocidente, enquanto o Kremlin buscava o fortalecimento dos laços com a China. Resta ver se Moscou conseguirá construir uma aliança de fato com Pequim. À primeira vista, parece plausível. Na realidade, a tradicional teoria do equilíbrio de poder sugere que a supremacia americana em termos dos recursos que permitem esse poder deveria ser contrabalançada por uma parceria sino-russa.

2. Entretanto, aparentemente já existe um antecedente histórico dessa parceria. Nos anos 50, a China e a então União Soviética (URSS) aliaram-se contra os EUA. Depois da abertura do presidente americano Richard Nixon à China, em 1972, o equilíbrio mudou, e EUA e China uniram esforços para limitar o que consideraram um perigoso aumento do poder da União Soviética. O colapso da URSS pôs fim de fato à aliança sino-americana e deu início a uma reaproximação entre China e Rússia. Em 1992, os dois países anunciaram seu projeto de buscar uma “parceria construtiva”. Quatro anos depois, eles avançaram para uma “parceria estratégica”. E, em 2001, assinaram um tratado de “amizade e cooperação”.

3. Nos últimos anos, China e Rússia vêm cooperando estreitamente no Conselho de Segurança da ONU e adotaram posições semelhantes na questão da regulamentação da internet. Elas utilizam entidades diplomáticas – como o grupo dos Brics composto por importantes países emergentes (com Brasil, Índia e África do Sul) e a Organização de Cooperação de Xangai (com Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Uzbequistão) – a fim de coordenarem suas posições. Putin estabeleceu excelentes relações de colaboração com o presidente chinês, Xi Jinping, a partir da falta de liberalismo interno comum a ambos e do desejo de se contraporem à ideologia e à influência americanas.

4. Suas relações econômicas também parecem progredir. Em maio, pouco depois da anexação da Crimeia, a Rússia anunciou um acordo de US$ 400 bilhões para o fornecimento de 38 bilhões de metros cúbicos de gás à China por ano, ao longo de 30 anos.   O contrato entre a gigante estatal russa Gazprom e a China National Petroleum Corporation prevê a construção de um gasoduto de 4 mil quilômetros de extensão até a Província de Heilonjiang, na China.
É possível que isso prenuncie um relacionamento bilateral cada vez mais profundo.

5. Mas há um problema: os acordos sobre gás ampliam um considerável desequilíbrio comercial bilateral, uma vez que a Rússia fornece matéria-prima à China e importa manufaturas chinesas. Além disso, não chegam a compensar a perda do acesso da Rússia à tecnologia ocidental da qual necessita para desenvolver os campos localizados da fronteira do Ártico, e tornar-se uma superpotência energética, e não apenas uma mera fornecedora de gás da China.

6. Na realidade, os problemas de uma aliança sino-russa são mais profundos. A importância econômica, militar e demográfica da China provoca considerável ansiedade na Rússia. Além disso, o poderio econômico e militar da Rússia entrou em declínio, enquanto o da China explodiu. A ansiedade em relação à superioridade militar convencional da China provavelmente motivou, pelo menos em parte, o anúncio de uma nova doutrina militar feito pela Rússia em 2009, reservando-se explicitamente o direito de fazer uso em primeiro lugar de armas nucleares – posição que se assemelha à de força dos EUA durante a Guerra Fria. Esses desequilíbrios sugerem que a Rússia resistiria a uma estreita aliança militar com a China, mesmo que os dois países busquem uma coordenação diplomática tática mutuamente benéfica.

7. A disposição da China em cooperar com a Rússia também tem limites. Afinal, a estratégia de desenvolvimento da China depende de sua contínua integração na economia mundial – e, especificamente, da garantia de acesso à tecnologia e aos mercados americanos. Por sua vez, a legitimidade do Partido Comunista Chinês depende de um vigoroso crescimento econômico e de sua disposição de não pôr em risco essa estratégia com uma “aliança autoritária” com a Rússia.  Mesmo em fóruns internacionais, a relação entre Rússia e China está muito longe de ser equilibrada. Considerando que a economia chinesa é maior do que a soma das outras quatro economias dos Brics, as iniciativas do grupo – como por exemplo, seu novo banco de desenvolvimento – provavelmente refletirão uma influência desproporcional da China. Além disso, China e Rússia continuam concentradas na luta pela influência na Ásia Central.

8. A aliança sino-russa do século 20 foi uma consequência do enfraquecimento da China depois da 2.ª Guerra e no início da Guerra Fria – e, mesmo então, durou pouco mais de dez anos. A China de hoje é uma nação forte, e é improvável que se aproxime excessivamente da Rússia, cujo declínio foi acelerado pelo julgamento equivocado de seu líder. Em suma, quanto à possibilidade de uma aliança sino-russa que possa desafiar o Ocidente, é improvável que a história se repita. Contrariando as esperanças de Putin, 2014 não será lembrado como um ano de sucessos para a política externa da Rússia.