29 de janeiro de 2015

NOTAS DE VERÃO: POLÍTICAS E ECONÔMICAS!

1. Ninguém fala mais na Reforma Política. Nem o governo tem proposta nem a oposição diz nada. Era um tema de campanha que explicava muita coisa, inclusive a corrupção.

2. Ano da Copa do Mundo foi um fiasco em matéria de atração de divisas. Dados do BC informam que os estrangeiros ampliaram em apenas US$ 210 milhões seus gastos no Brasil entre 2013 e 2014. Vejamos nos JJOO de 2016.

3. (Elio Gaspari – Globo, 28) A deslegitimação que vem por aí abalará primeiro o PT. Na mesa do juiz Moro há denúncias que abalarão também o PMDB e o PSDB. Isso para se falar só dois três maiores partidos.

4. (Folha de SP, 24) A desaceleração do crescimento no país fez as cidades brasileiras perderem espaço em ranking que mede o desenvolvimento econômico das maiores metrópoles do mundo em 2014.  A primeira brasileira a aparecer na lista é o Rio, na 162ª posição, em um total de 300. A cidade estava em 100º lugar no ranking anterior, de 2012, segundo estudo do Brookings Institute, de Washington, e do banco JPMorgan Chase.

5. (Folha de SP, 24) Macau, na China, cresce impulsionada pela indústria de cassinos, que hoje já supera a de Las Vegas (EUA).

6. (Editorial Folha de SP, 28) De 2010, quando 76 mil alunos recorreram ao programa, a 2014, quando cerca de 700 mil o fizeram, são mais de 1,8 milhão de contratos de financiamento na rede privada. Em valores corrigidos, os desembolsos nesse período saltaram de R$ 1,1 bilhão para R$ 13,5 bilhões. Quem votou em Dilma contando com essa agenda terá razão em se sentir traído.

7. (Monica Bergamo – FSP, 28) Pesquisa encomendada pelo TSE sobre as eleições revela um dado espantoso: 28% dos entrevistados dizem ter testemunhado ou tomado conhecimento de episódios de compra e venda de votos em 2014. Paraná e Distrito Federal  21%, seguidos de Piauí, São Paulo e Minas Gerais, com 22%, e Rio de Janeiro, com 23%.

8. (G1, 28) Arrecadação do governo tem primeira queda desde 2009 / Dívida Pública cresce 8,15% em 2014 e chega a R$ 2,29 trilhões / Ações da Petrobras caem 9%.

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“INCONTIDA EROSÃO DO ITAMARATI”!

Pedro da Cunha (filho do Embaixador Vasco Leitão a Cunha, ex-Chanceler – falecido em  1984) – 25 de janeiro de 2015.

1. Poucas instituições têm servido o Brasil tão bem quanto o Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty.  Respeitado pelas chancelarias estrangeiras, o diplomata brasileiro tem demonstrado profissionalismo de primeira qualidade, habilidade na sua atuação, conhecimento na avaliação e negociação dos temas de interesse do país. Muito tem contribuído para enaltecer a imagem internacional que até bem pouco o Brasil gozava nos fóruns internacionais.

2. Contudo, nestes últimos anos, esta Instituição vem sofrendo incontida erosão que decorrem do simplismo e da submissão aos arroubos ideológicos que emanam do cume executivo da República. Na tentativa de tornar o Itamaraty sucursal do Partido dos Trabalhadores, grande mal faz o governo Dilma aos interesses permanentes do Brasil. A importância devida ao Ministro das Relações Exteriores, cuja comunicação deveria  fazer-se diretamente com o primeiro mandatário, hoje se encontra subordinada, de fato senão de jure, ao Senhor Marco Aurélio Garcia, cuja qualificação está embasada no seu fiel alinhamento ao pensamento social-populista.

3. Por conseguinte, este filtro extemporâneo e constrangedor  nega a eficácia  necessária para que, através de dialogo direto com a presidência da República, sejam corrigidas as graves falhas que ocorrem tanto nos campos da política externa como no domínio administrativo.   No primeiro caso, ainda que boas relações com os vizinhos sejam necessárias, a atual   intensidade das relações com as nações Bolivarianas, mais especificamente Venezuela, Equador e Bolívia, só encontra sustentação na preferência ideológica. A inclusão da Venezuela no Mercosul não encontra justificação, seja pelas imposições regulamentares onde a Clausula Democrática se destaca, seja por benefícios econômicos e políticos que não se materializam.

4. A interrupção dos pagamentos aos organismos multilaterais, nos quais o Brasil participa, tais com o Tribunal Criminal Internacional, o fundo para as missões de paz das Nações Unidas e outros, revela desvio contrário ao objetivo de fortalecer a imagem internacional da nação.  No campo administrativo, a incúria orçamentária leva nossas representações no exterior ao ridículo, uma vez que inadimplências e calotes não passarão despercebidos, seja pelo Estado anfitrião, seja por nossos pares que bem queremos impressionar. Ainda, a gradativa redução de exigências qualitativas para a inclusão de candidatos ao Itamaraty  atenderá, talvez, a necessidade de assegurar a quantidade de novos diplomatas, mas certamente não a sua qualidade. Projeta-se assim, para o futuro, um servidor continuamente aquém da qualidade de seu antecessor.

5. Mau caminho escolheu a Presidenta Dilma; ou bem nomeia o Senhor Marco Aurélio Garcia como Ministro das Relações Exteriores, ou retira-lhe a canhestra interferência.  Quanto ao atual  Ministro das Relações Exteriores espera-se atitude clara em defesa da Casa de Rio Branco e do Brasil.