Para Cesar Maia, o aumento da passagem de ônibus não é justificado

O preço de uma passagem de ônibus é composto dos custos diretos de pessoal, combustível, materiais, etc., ajustado pelo número de passageiros transportados por quilômetro, que é um índice conhecido como IPK.

A política de transporte público da prefeitura do Rio tem sido de aumentar o IPK e, com isso, o faturamento e a lucratividade das empresas de ônibus. Nesse sentido, três medidas principais foram adotadas, com forte impacto no faturamento e na lucratividade das empresas de ônibus.

Primeiro, a entrada do BRT com eliminação de várias linhas de ônibus. Com isso, os passageiros na direção Santa Cruz-Barra da Tijuca são obrigados a usar o BRT com toda superlotação em certos horários. Dias atrás, o secretário de transportes disse que haviam calculado o número de passageiros do BRT aquém do que estava acontecendo. Da mesma maneira, a passagem BRT-integração é resumida a poucos trajetos e na Barra da Tijuca. Os passageiros que usavam linhas de ônibus para outros bairros agora têm que pagar duas ou mais passagens.

Segundo, a entrada dos corredores exclusivos para ônibus, chamados de BRS, o que aumenta o número de passageiros de ônibus, criando desconforto para as demais opções que perdem uma pista de rolamento. É o próprio sindicato das empresas de ônibus que afirma isso ao mostrar sua satisfação. Veja o site.

Terceiro, a retirada das Vans das linhas de maior fluxo, transferindo seus passageiros para os ônibus. Isso aconteceu especialmente na Zona Sul, Barra da Tijuca/Recreio e Centro, além da redução do número delas através de licitações com este objetivo. Também através desse mecanismo, a prefeitura do Rio aumentou o IPK e, assim, o faturamento e a lucratividade das empresas.

E mais duas que aumentam a lucratividade fora do IPK. O quarto elemento foi a quase eliminação do ISS das empresas de ônibus, antes estimado em 2% e cobrado pelo número de ônibus. O quinto foi o subsídio dado pela prefeitura do Rio às empresas de ônibus, que antes não existia. Hoje se encontra em mais de 100 milhões de reais.

Infelizmente, a CPI dos Ônibus na Câmara Municipal do Rio foi obstruída. Através dela se poderia demonstrar aritmeticamente a folga na tarifa de ônibus. E as empresas de ônibus e a prefeitura do Rio teriam espaço e transparência para contra argumentar. Preferiram ocultar-se.