AVALIAÇÃO E PROBABILIDADES DE DILMA VENCER/PERDER!

(Cristiano Romero – Valor, 02) 1. Nos Estados Unidos, são comuns as pesquisas que procuram verificar as chances de ocupantes de cargos executivos a partir da avaliação de seus governos. No Brasil, quem está fazendo isso pela primeira vez é o cientista político Alberto Carlos de Almeida, fundador do Instituto Análise.

2. Num trabalho exaustivo sobre 104 eleições para governador ocorridas entre 1998 e 2010, Almeida constatou que, em 100% dos casos, os governadores que disputaram a reeleição e que, na última pesquisa antes do primeiro turno, tinham 46% ou mais de aprovação (soma de ótimo e bom) saíram vitoriosos. Descobriu também que 100% daqueles que tinham 34% ou menos de ótimo e bom foram derrotados.

3. Os números mostram, ainda, que 40% a 43% dos governadores que possuíam avaliação de ótimo e bom entre 35% e 45% foram reeleitos. “A derrota é um pouco mais frequente nesta faixa de avaliação”, explica Almeida.   Nos 104 pleitos analisados por Almeida, registraram-se 46 casos de reeleição “clássica”, 22 de reeleição “manca” e 35 de não reeleição.

4. Uma transposição da experiência dos governadores para a situação da presidente Dilma mostra que seu patamar de ótimo e bom neste momento – 36%, de acordo com a pesquisa CNI/Ibope – a coloca com aproximadamente 40% a 43% de chances de vitória em outubro. É pouco para quem já teve o governo aprovado por 63% da população (em março de 2013).

5. No início da campanha eleitoral de 1998, Fernando Henrique tinha seu governo avaliado como ótimo e bom por 38% da população. Durante a campanha, a avaliação melhorou, subindo cinco pontos percentuais (para 43%). O presidente liquidou a fatura no primeiro turno da eleição.   Em 2006, Lula começou a campanha com sua gestão avaliada como ótima e boa igualmente por 38% da população. A avaliação ao longo da campanha cresceu mais que a de FHC em 1998, chegando a 47% dos entrevistados na pesquisa realizada antes do primeiro turno da eleição. Lula venceu a disputa, mas, curiosamente, apenas no segundo turno.

6. “Tenho dito para todos que a avaliação da presidente está no limbo: se piora um pouco é o inferno, se melhora um pouco é o céu. Só depende dela”, diz Almeida, lembrando que limbo vem da palavra em latim que significa beira, borda.  É importante observar que, neste momento, as pesquisas de avaliação do governo são mais relevantes que as de intenção de voto. A razão é simples: afora a presidente, os contendores – até aqui, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) – ainda são desconhecidos da população, nada que uma campanha não possa mudar ao longo do tempo.

ENTREVISTA DE CESAR MAIA A FERNANDO RODRIGUES NA TV UOL, DIA 27/03! IV – O PMDB E O DEM!

1. O PMDB é uma confederação. Repare bem, o que está por trás da briga do PMDB com o PT? É óbvio que é regionalmente eleger mais deputados federais que o PT quer fazer o presidente da Câmara e o PMDB quer também. Repare que toda a movimentação do Eduardo Cunha é absolutamente funcional para esse desenho confederado do PMDB porque mostra que o PMDB não tem uma posição unitária e isso atende ao PMDB nacionalmente. -Nós não temos uma posição unitária, dirão. No Rio Grande do Sul pensam de uma maneira, em São Paulo de outra… Vejam: O nosso líder tem uma posição independente. Esse quadro dos conflitos do líder do PMDB, e essa disputa PT-PMDB mostram que o PMDB tem essa consciência dos problemas. E ele não pode se permitir que, nessa eleição, desça mais dois degraus. O que eles querem é afirmar a sua natureza confederada, querem sinalizar ao Brasil todo que eles estarão no governo no caso da vitória do Aécio Neves. Imagine, o grande nome do parlamento hoje do PMDB é o deputado Eduardo Cunha, inquestionavelmente. Se ele afirmou que está com Aécio Neves, estará, porque essa é uma marca da política que ele faz. Então, já tem uma ponte para o governo se o Aécio ganhar. Isso gera um certo conforto no PMDB pelo DNA do PMDB, pela natureza dele.

2. O PFL era um partido muito forte no Nordeste. O presidente Jorge Bornhausen, que está, enfim, aposentado, segundo ele, mas que foi um dos mentores do PSD, o presidente Jorge Bornhausen me procura em 1995, procura Jaime Lerner e diz que para ter uma opção de poder o PFL precisa caminhar para o Sudeste, para o Sul. E nos convida, com total liberdade no Rio de Janeiro: você pode ser de direita, alto, esquerda, eu não quero saber. Essa marca precisa ser forte no Rio de Janeiro. Pediu para eu ajudar, em relação a Jaime Lerner nós dois fomos do PDT e o Jaime Lerner entrou também. Resultado: o PFL elegeu, várias vezes, quatro vezes, o prefeito do Rio de Janeiro (uma via PTB). Elegemos duas vezes o prefeito de São Paulo. Essa era a estratégia do PFL se tornar um partido nacional e essa estratégia é desmontada por quem construiu essa estratégia. Se o PP da Espanha nos influencia para que a gente caminhe para o centro usando a marca no Sudeste e no Sul. E é exatamente aí em que há o desmonte em que o Colombo, governador de Santa Catarina, sai, em que o prefeito de São Paulo Kassab, sai, e ele tem uma marca de bom articulador de muitos anos.

3. Então é claro: se aplica uma estratégia e desmonta essa estratégia pelos mentores da mesma estratégia. Não é simples a recuperação. É preciso recuperar a nossa bancada, aí em torno de 40 deputados. Parar, criar um gabinete de crise para tratar desse assunto pós 2014. Em janeiro de 2013 todos votaram contra a ideia de gabinete de crise. Eu acredito que seja possível, seja viável, uma bancada em torno de 40 deputados e em seguida, sem esperar uma semana, construirmos um gabinete de crise nesse sentido, de como se reconstrói um partido que tem ideologia, um partido que tem uma marca, em um país em que ninguém quer ser conservador e de direita. Esse é um vetor que ocupa 20% do eleitorado, no mínimo.  Fusão no Brasil é muito difícil pelas diferenças regionais. Já se pensou nisso muito. Organicamente aquele que seria o nosso associado era aquele que já foi: o PP. Nós éramos um partido só. Mas também não é simples, porque o PP está de cabeça no governo. Porém, há o caso da senadora ao governo do Rio Grande do Sul, Ana Amélia. Essa candidatura da Ana Amélia impossibilita que a Dilma esteja flutuando nessa candidatura. Tarso Genro é candidato à reeleição e Ana Amélia tem sido uma crítica muito dura ao governo federal, até porque a sua origem, enfim, de mídia, etc., ela vai manter essa linha, que é uma linha de fácil exposição nessa conjuntura. Pode ser, depois disso, que se possa fazer um mapeamento e se possa construir uma fusão. Não houve conversa com o PP. Houve conversas, enfim, não importa quais. E no PSDB havia uma disposição, mas aí vem o problema de que espaço que eu ocupo.

4. O Democratas é o único partido no Brasil, além do PT, que faz política internacional. Nós temos um setor de política internacional, do qual eu faço parte, que faz política. Eu sou vice-presidente da ODCA, na América Latina, sou vice-presidente da UPLA na América Latina, sou vice-presidente da poderosíssima Internacional Democrata de Centro, que tem como núcleo o Partido Popular Europeu, que tem maioria no Parlamento Europeu. Agora mesmo tivemos, semana passada, uma reunião em Bruxelas. Nós fazemos política internacional e nós temos o nosso vetor desse tipo de trabalho que resulta muito bem, que começou com o próprio Bornhausen. O PSDB não tem secretário de Relações Internacionais, nesse mundo globalizado. O último foi Arthur Virgílio. Não tem. Como é que pode um partido como o PSDB não ter uma área de Relações Internacionais. Nós temos. Agora, como você faz para ter esse reconhecimento se o Fernando Henrique Cardoso, o relacionamento pessoal dele é com a socialdemocracia europeia, e o nosso é com a centro-direita europeia. O melhor para nós, nesse quadro inorgânico de pluripartidarismo no Brasil, o melhor para nós é voltar a ter uma bancada, repetir 2010, ter uma atenção desdobrada para a estratégia e não pragmática, e ver que partido é esse e para onde que nós vamos.

Cesar Maia defende retomada das negociações com fiscais de atividades econômicas

Eu sou testemunha de que todos os Vereadores presentes, seja de oposição, que somos poucos, nove ou dez, quanto do governo, se pronunciaram de forma rigorosamente dura, em relação ao que estava acontecendo. A começar pelo Presidente da Casa, o Vereador Jorge Felippe, que disse que isso era um desrespeito ao Poder Legislativo. O próprio Líder do Governo, Vereador Guaraná, disse que ele não havia sido chamado para a reunião em que, alguns Vereadores, no domingo, almoçando ou lanchando com o Prefeito, na casa da Gávea Pequena, foram informados de que, nesse momento, a demanda dos fiscais de atividades econômicas não pode progredir; tem que parar. Nós estamos num impasse. E falo isso com a falta de cabelos que eu tenho, os meus anos – eu tenho 68 anos, vou fazer 69 daqui a pouco -, nós precisamos resolver o problema, e não acentuar, intensificar esse impasse.

Um Vereador presente à reunião disse que o Prefeito havia informado que a demanda era insuportável financeiramente, em função das categorias que já foram atendidas, porque ela custaria R$ 90 milhões. Eu tirei a minha arma – eu ando sempre armado, há muitos anos -, que é uma máquina de calcular. É a arma com que eu trabalho. Peguei os R$ 90 milhões, dividi por 13, dividi por 800. A Vereadora Laura Carneiro disse: “Não, não são 900. São trezentos”. Eu vou ficar com oitocentos. Isso dava R$ 8.560,00 de aumento para cada um. E eu perguntei: Será que isso é possível? Estão pedindo mais R$ 8.600,00? Não é possível! Então, alguma coisa está errada. Para se começar esse processo tem que ter a planilha, saber quanto custa realmente.

Eu disse: “Olha, eu sou Economista, faço minhas contas e me coloco à disposição dos senhores para receber e estudar a planilha, verificar o custo e quais são as alternativas.

Será que o Imposto de Renda descontado na fonte foi incluído como custo? É receita da Prefeitura, enfim, acho que os valores não podem ser esses, devem ser muito menores. Com rigor, qualquer técnico da Fazenda ou da Controladoria poderia dizer qual é o valor exato.

Eu estava lutando aqui, Sr. Presidente, por um aumento para os servidores desta Casa nos bastidores, pois já não tenho mais idade para ficar de palanque, para ganhar mais um voto, mais dez votos. A Controladoria desta Casa me apresentou uma planilha detalhada do que significava aquilo que eu estava demandando. Eu recuei, mas tem que se saber que valor é esse, tem que se receber essa planilha com todos os detalhes.

E o valor vem de onde? Há algum elemento no Orçamento da Prefeitura que pode ser cortado para cobrir esse valor? O momento é até propício porque com toda essa rejeição a todos nós políticos, se pode tirar dinheiro da publicidade, por exemplo.

Ontem, foi dado um jeitinho com o Fundo da Procuradoria. Bem, houve consenso, mas eu tenho dúvidas porque o Fundo da Procuradoria vai poder cobrir despesas de pessoal genericamente, e ele não tem volume de recursos para isso. O Fundo da Procuradoria acumulou recursos, mas não os tem com essa elasticidade. Então, eu me coloco à disposição, como técnico e Economista, independentemente de político, para ajudar nesses cálculos e para ajudar na solução dos cálculos, de onde vamos tirar esses recursos. Vamos tirar esses recursos com algum incremento de receita, que sempre gera um problema com a sociedade, ou com redução de despesas.

Por exemplo, o primeiro, o segundo ou o terceiro ato da atual administração foi recriar o BDI das obras públicas, que eu tinha extirpado na Secretaria Estadual de Fazenda, que é custo fixo das obras públicas e que eles aplicam agora, depois 16% em cima de todas as obras públicas relevantes. Em uma obra pública que saiu no jornal, de R$ 1 bilhão, a Prefeitura paga adicional R$ 160 milhões, o que daria para pagar tudo, basta cortar o BDI, mas não querem porque fizeram acordo com os empreiteiros ainda na campanha eleitoral. Muito bem, então vamos ver outro caminho.

Uma proposta, e me dirijo às amigas e aos amigos, que foi feita quando eu vinha entrando aqui no Plenário é que, por acordo, se sustasse a reunião de hoje, a reunião plenária com votação. Se houver entendimento para isso, eu terei muito prazer em me ausentar, se alguém pedir verificação de quorum e cair a Sessão; se não houver entendimento, sou o primeiro a ficar, como fico em todas, mas essa seria a primeira em que eu sairia, mas sairia em nome de desfazer o impasse. Ontem saímos da reunião com uma janela aberta para decidir incluir a demanda dos fiscais, hoje ou amanhã? Não, para reabrir a discussão, pois é o mínimo. Nós vivemos todo aquele conflito com o Magistério porque numa reunião nossa aqui, o Presidente desta Casa, Vereador Jorge Felippe e o líder do PMDB, Vereador Prof. Uoston, propuseram tirar o regime de urgência do Projeto de Lei. Não foi o Vereador Paulo Pinheiro, não foi o Vereador Eliomar Coelho, Eduardo Moura, eu, Vereadora Veronica Costa, Vereador Renato Cinco, não; foram eles, mas a posição foi ir para o confronto e o confronto deu no que deu. E para quê? Para três meses depois a Secretária de Educação pedir o boné e ir embora para Washington? Que tipo de compromisso ela tinha com a Educação do Rio de Janeiro para produzir todos aqueles elementos de privatização, etc., e depois arranjar um bom emprego no Banco Mundial, não sei para onde foi? Enfim, eu acho que tem que se reabrir a porta de negociação.

Eu tenho certeza absoluta de que o líder do Governo está disposto a retomar as negociações e quebrar o impasse de domingo à noite, onde o Prefeito disse: “Não trato mais desse assunto”. Trata, sim. Trata, sim. E tem que tratar. E de que maneira que se encaminha? Comecemos pelo impacto financeiro e depois pelas alternativas que se pode ter. O que não podemos fazer – as amigas, os amigos, nenhum de nós e de oposição, a atual administração – é jogar no impasse. Vamos à briga. Viemos à Tribuna, brilhamos, vamos ser cumprimentados lá fora… “Não aceito! Não admito!” E a categoria fica por isso mesmo? Não. Baixemos a bola, nos acalmemos e pedimos que essas janelas e portas sejam abertas. Porque isso todos os Vereadores pediram ontem. E, segundo eu entendi, isso ia ser tentado, mais uma vez, imediatamente. Se, colabora, o consenso derrubando a Sessão, que se faça isso.

02 de abril de 2014

OS ROTEIROS DA CPI DA PETROBRAS: ESCÂNDALOS E PRIVATIZAÇÃO!

1. A cada dia e a cada declaração de governistas e oposicionistas, fica mais e mais claro que a CPI dos escândalos com a Petrobras já tem seu roteiro definido.

2. De um lado a oposição querendo demonstrar os desmandos do PT na Petrobras como o caso da refinaria de Pasadena, desmontando de vez a áurea do PT como partido sem máculas e defensor do Povo. O mensalão e suas prisões dão a “pièce de résistance” para isso e os demais casos que surgiram servem como confeite. Objetivo maior será mostrar a incapacidade gerencial de Dilma e, com isso, conseguir que ela desça mais degraus na avaliação das pesquisas.

3. Do outro lado, o PT usando as acusações como pretexto para afirmar a toda imprensa, ao vivo, em tempo real e nas matérias do dia seguinte, assim como nas redes sociais, que as denúncias da oposição não têm valor ético, por que não tem autoridade para isso, e que o objetivo mesmo é enfraquecer a Petrobras para privatizá-la. E aí entra o tradicional discurso acusando a oposição de privatista como o fez Lula no segundo turno de 2006 e que deu certo.

4. A primeira reação de FHC em relação a essa CPI foi ser contra, provavelmente receoso que o populismo irresponsável do PT desvie a atenção e traga a questão da privatização para o palco. Aécio –até intuitivamente- encaixou o discurso de defesa da Petrobras e de sua imunidade estatal. FCH cedeu aos argumentos.

5. O roteiro que a oposição quer seguir é da comprovação da cumplicidade do PT com os escândalos e há fatos de sobra para isso. A presidente da Petrobras entrou pela linha –digamos técnica- de auditorias que ‘mostram’ que não houve propinas, como se propinas fossem contabilizadas. Mas o PT provavelmente irá além da desqualificação das denúncias, buscando um desvio de foco e colocar na mesa a polêmica sobre a privatização da Petrobras.

6. Com muito maior capilaridade, com a força da publicidade da Petrobras e da BR nos meios de comunicação médios e pequenos, terá armas poderosas para conseguir isso.

7. E o PSDB, o DEM e o PPS terão que escalar na CPI quadros que além das denúncias não permitam o desvio de foco e até mostrem que quem está enfraquecendo a Petrobras é o PT (valor das ações, endividamento, escândalos…) e que isso sim é privatizar, desviando recursos para a corrupção, mesmo com controle formal estatal.

8. Será muito menos uma batalha de auditores e investigadores e muito mais uma batalha política e comunicacional. Quem entrar com os melhores quadros para isso e estiver bem treinado para esse tipo de debate, no mínimo, não perderá. Agora é comprar ingressos nos melhores lugares e acompanhar a disputa.

* * *

ENTREVISTA DE CESAR MAIA A FERNANDO RODRIGUES NA TV UOL DIA 27/03! III) DILMA, AÉCIO E CAMPOS!

1. O que eu disse ao Aécio, olhando a pesquisa do Ibope, é que, em função da Copa do Mundo, que nós não vamos ter pré-campanha que isso volta na segunda quinzena de julho, 25, 27 de julho. Da convocação da seleção e da chegada das delegações, daí para frente acabou a pré-campanha. Então, como é que eles vão crescer os dois, o Aécio e o Eduardo Campos, em um quadro desses? Eles têm que esperar o mês de agosto. Então o único caminho que se tem para começar a produzir segundo turno é a Dilma cair. Não adianta querer imaginar que vai crescer o Aécio, que vai crescer o Eduardo Campos, porque pensa bem, o Aécio, governador de Minas, um bom governador, ele teve uma marca, um choque de gestão. O que restou do choque de gestão de um governador de Estado que tem 11% do eleitorado, o Estado com a importância que tem Minas Gerais, o que passou de imagem para os outros Estados? Nada, só em Minas Gerais. Qual é a marca do Eduardo Campos no país todo? Nenhuma. Tirando ali Pernambuco e as adjacências. Então, eles vão ter que trabalhar a queda da Dilma para se poder começar.

2. Bem, estão trabalhando. As declarações de Eduardo Campos têm sido fortes em relação à Dilma. Esse caso da Petrobras o Aécio entrou também forte. Eles conseguiram mobilizar o suficiente para uma CPI, que sai agora. A CPI, por mais que se queira que ela tenha um caráter técnico, ela será mais a crítica à corrupção, à gestão. A crítica à corrupção combina com o que o eleitor entende desse momento e isso pode produzir ou deve produzir uma queda de pontos na Dilma e a perda de pontos para quê? Pra dar segundo turno. A Dilma ela tem hoje 50% de chance de ganhar no primeiro turno, mas se ela for para o segundo turno, ela tem 50% de chance de perder o segundo turno. Ela não é a favorita no segundo turno, independentemente de pesquisas. Quando você faz o cruzamento e o corte daqueles que não votariam nela e que se opõe ao governo que está aí, querem mudança, etc. é uma eleição sem favorito.

3. É, não tem outra alternativa além dos dois. Aqui a gente não tem um vetor de antipolítica, como tem em vários países do mundo. Com o Eduardo Campos candidato, certamente o Aécio é favorito entre os dois. A gente pega essas últimas pesquisas que são publicadas e que não são publicadas, você teve um esfriamento do nome da Marina. Talvez aqueles que marcavam Marina queriam ver Marina em cima do pódio. Na medida em que ela veio para baixo do pódio, há uma perda de entusiasmo. Essa queda da Marina, ela fere muito a candidatura do Eduardo Campos, que contava muito com ela como vice como elemento alavancador da candidatura dele. Parece que não vai ocorrer isso da forma que ele imaginava.

4. Dilma vai para um segundo turno com uma chance enorme de perder eleição. O Aécio tem essa consciência. Ele tem essa consciência de que um segundo turno muda completamente o patamar dele, vírgula, o patamar do voto contra a Dilma, porque quando você espalha um pouco, o voto contra ela fica disperso, fica oculto. Agora, quando você coloca o segundo turno e vê quem não votaria nela, certamente é uma eleição completamente indefinida. A chance de que em um segundo turno a Dilma perca a eleição no Brasil é muito grande. Agora, o problema é ter segundo turno. Essa deveria, no meu ponto de vista, a estratégia dos dois, produzir segundo turno, mesmo que eles tenham que focalizar a Dilma, como o Eduardo Campos tem feito. E o Aécio de certa maneira também, com menos agressividade que o Eduardo Campos. Talvez pela parceria com a Marina, porque seu entorno exige que tenha uma comunicação mais forte e a gente vê isso. Ele tem que fazer essa comunicação porque a atração da Marina para vice ainda não está garantida.

* * *

HÁ RELAÇÃO ENTRE AS MANIFESTAÇÕES E AS ELEIÇÕES?

(Clovis Rossi – Folha de SP, 01) 1. Quem viu a imponente massa que ocupou as ruas das grandes cidades da Turquia em maio do ano passado só poderia acreditar que o governo, conduzido pelo primeiro-ministro Recep Tayyp Erdogan, seria surrado em grande estilo na primeira oportunidade em que a Turquia votasse. Afinal, os protestos começaram para defender um parque central que seria devastado por uma reforma de discutível gosto urbanístico, mas logo se tornaram uma campanha pela renúncia de Erdogan. Ainda por cima, depois vieram denúncias de corrupção envolvendo, entre outros, o filho do premiê, e, mais recentemente, uma tentativa de bloquear o Twitter e o YouTube, o que só poderia escandalizar os manifestantes de maio passado, que se mobilizavam exatamente pelas redes sociais, agora perseguidas.

2. Nada disso foi suficiente para que o eleitorado desse as costas para Erdogan, há 11 anos no poder, durante os quais conquistou por três vezes a maioria absoluta dos votos. O premiê fez questão de transformar as eleições locais de domingo em um plebiscito a respeito de sua gestão. Ganhou, e com uma porcentagem de votos (44%) superior aos 39% que obtivera nas municipais anteriores, em 2009.  Seu partido, o islamita moderado Justiça e Desenvolvimento (AKP da sigla turca), levou ainda as prefeituras das duas principais cidades, Istambul e Ancara.

3. No caso da Turquia, parece claro que há um divórcio entre os setores urbanos modernos e conectados e as massas conservadoras e tradicionais apoiadoras do AKP. E no caso do Brasil? Minha impressão: não surgiram lideranças capazes de empolgar a turma que inundou as ruas em junho passado.

4. Conclamação de Elena Valenciano, cabeça de chapa do PSOE da Espanha para as eleições europeias de maio: “Não basta indignar-se, é preciso votar e ganhar”.  Contexto: Valenciano está, na prática, fazendo um apelo à massa de “indignados” que tomaram as ruas da Espanha no ano passado, movimento de resto imitado em incontáveis outros países (Brasil inclusive), mas com nulos resultados do ponto de vista eleitoral.

HÁ RELAÇÃO ENTRE AS MANIFESTAÇÕES E AS ELEIÇÕES?

(Clovis Rossi – Folha de SP, 01) 1. Quem viu a imponente massa que ocupou as ruas das grandes cidades da Turquia em maio do ano passado só poderia acreditar que o governo, conduzido pelo primeiro-ministro Recep Tayyp Erdogan, seria surrado em grande estilo na primeira oportunidade em que a Turquia votasse. Afinal, os protestos começaram para defender um parque central que seria devastado por uma reforma de discutível gosto urbanístico, mas logo se tornaram uma campanha pela renúncia de Erdogan. Ainda por cima, depois vieram denúncias de corrupção envolvendo, entre outros, o filho do premiê, e, mais recentemente, uma tentativa de bloquear o Twitter e o YouTube, o que só poderia escandalizar os manifestantes de maio passado, que se mobilizavam exatamente pelas redes sociais, agora perseguidas.

2. Nada disso foi suficiente para que o eleitorado desse as costas para Erdogan, há 11 anos no poder, durante os quais conquistou por três vezes a maioria absoluta dos votos. O premiê fez questão de transformar as eleições locais de domingo em um plebiscito a respeito de sua gestão. Ganhou, e com uma porcentagem de votos (44%) superior aos 39% que obtivera nas municipais anteriores, em 2009.  Seu partido, o islamita moderado Justiça e Desenvolvimento (AKP da sigla turca), levou ainda as prefeituras das duas principais cidades, Istambul e Ancara.

3. No caso da Turquia, parece claro que há um divórcio entre os setores urbanos modernos e conectados e as massas conservadoras e tradicionais apoiadoras do AKP. E no caso do Brasil? Minha impressão: não surgiram lideranças capazes de empolgar a turma que inundou as ruas em junho passado.

4. Conclamação de Elena Valenciano, cabeça de chapa do PSOE da Espanha para as eleições europeias de maio: “Não basta indignar-se, é preciso votar e ganhar”.  Contexto: Valenciano está, na prática, fazendo um apelo à massa de “indignados” que tomaram as ruas da Espanha no ano passado, movimento de resto imitado em incontáveis outros países (Brasil inclusive), mas com nulos resultados do ponto de vista eleitoral.

ENTREVISTA DE CESAR MAIA A FERNANDO RODRIGUES NA TV UOL DIA 27/03! III) DILMA, AÉCIO E CAMPOS!

1. O que eu disse ao Aécio, olhando a pesquisa do Ibope, é que, em função da Copa do Mundo, que nós não vamos ter pré-campanha que isso volta na segunda quinzena de julho, 25, 27 de julho. Da convocação da seleção e da chegada das delegações, daí para frente acabou a pré-campanha. Então, como é que eles vão crescer os dois, o Aécio e o Eduardo Campos, em um quadro desses? Eles têm que esperar o mês de agosto. Então o único caminho que se tem para começar a produzir segundo turno é a Dilma cair. Não adianta querer imaginar que vai crescer o Aécio, que vai crescer o Eduardo Campos, porque pensa bem, o Aécio, governador de Minas, um bom governador, ele teve uma marca, um choque de gestão. O que restou do choque de gestão de um governador de Estado que tem 11% do eleitorado, o Estado com a importância que tem Minas Gerais, o que passou de imagem para os outros Estados? Nada, só em Minas Gerais. Qual é a marca do Eduardo Campos no país todo? Nenhuma. Tirando ali Pernambuco e as adjacências. Então, eles vão ter que trabalhar a queda da Dilma para se poder começar.

2. Bem, estão trabalhando. As declarações de Eduardo Campos têm sido fortes em relação à Dilma. Esse caso da Petrobras o Aécio entrou também forte. Eles conseguiram mobilizar o suficiente para uma CPI, que sai agora. A CPI, por mais que se queira que ela tenha um caráter técnico, ela será mais a crítica à corrupção, à gestão. A crítica à corrupção combina com o que o eleitor entende desse momento e isso pode produzir ou deve produzir uma queda de pontos na Dilma e a perda de pontos para quê? Pra dar segundo turno. A Dilma ela tem hoje 50% de chance de ganhar no primeiro turno, mas se ela for para o segundo turno, ela tem 50% de chance de perder o segundo turno. Ela não é a favorita no segundo turno, independentemente de pesquisas. Quando você faz o cruzamento e o corte daqueles que não votariam nela e que se opõe ao governo que está aí, querem mudança, etc. é uma eleição sem favorito.

3. É, não tem outra alternativa além dos dois. Aqui a gente não tem um vetor de antipolítica, como tem em vários países do mundo. Com o Eduardo Campos candidato, certamente o Aécio é favorito entre os dois. A gente pega essas últimas pesquisas que são publicadas e que não são publicadas, você teve um esfriamento do nome da Marina. Talvez aqueles que marcavam Marina queriam ver Marina em cima do pódio. Na medida em que ela veio para baixo do pódio, há uma perda de entusiasmo. Essa queda da Marina, ela fere muito a candidatura do Eduardo Campos, que contava muito com ela como vice como elemento alavancador da candidatura dele. Parece que não vai ocorrer isso da forma que ele imaginava.

4. Dilma vai para um segundo turno com uma chance enorme de perder eleição. O Aécio tem essa consciência. Ele tem essa consciência de que um segundo turno muda completamente o patamar dele, vírgula, o patamar do voto contra a Dilma, porque quando você espalha um pouco, o voto contra ela fica disperso, fica oculto. Agora, quando você coloca o segundo turno e vê quem não votaria nela, certamente é uma eleição completamente indefinida. A chance de que em um segundo turno a Dilma perca a eleição no Brasil é muito grande. Agora, o problema é ter segundo turno. Essa deveria, no meu ponto de vista, a estratégia dos dois, produzir segundo turno, mesmo que eles tenham que focalizar a Dilma, como o Eduardo Campos tem feito. E o Aécio de certa maneira também, com menos agressividade que o Eduardo Campos. Talvez pela parceria com a Marina, porque seu entorno exige que tenha uma comunicação mais forte e a gente vê isso. Ele tem que fazer essa comunicação porque a atração da Marina para vice ainda não está garantida.

OS ROTEIROS DA CPI DA PETROBRAS: ESCÂNDALOS E PRIVATIZAÇÃO!

1. A cada dia e a cada declaração de governistas e oposicionistas, fica mais e mais claro que a CPI dos escândalos com a Petrobras já tem seu roteiro definido.

2. De um lado a oposição querendo demonstrar os desmandos do PT na Petrobras como o caso da refinaria de Pasadena, desmontando de vez a áurea do PT como partido sem máculas e defensor do Povo. O mensalão e suas prisões dão a “pièce de résistance” para isso e os demais casos que surgiram servem como confeite. Objetivo maior será mostrar a incapacidade gerencial de Dilma e, com isso, conseguir que ela desça mais degraus na avaliação das pesquisas.

3. Do outro lado, o PT usando as acusações como pretexto para afirmar a toda imprensa, ao vivo, em tempo real e nas matérias do dia seguinte, assim como nas redes sociais, que as denúncias da oposição não têm valor ético, por que não tem autoridade para isso, e que o objetivo mesmo é enfraquecer a Petrobras para privatizá-la. E aí entra o tradicional discurso acusando a oposição de privatista como o fez Lula no segundo turno de 2006 e que deu certo.

4. A primeira reação de FHC em relação a essa CPI foi ser contra, provavelmente receoso que o populismo irresponsável do PT desvie a atenção e traga a questão da privatização para o palco. Aécio –até intuitivamente- encaixou o discurso de defesa da Petrobras e de sua imunidade estatal. FCH cedeu aos argumentos.

5. O roteiro que a oposição quer seguir é da comprovação da cumplicidade do PT com os escândalos e há fatos de sobra para isso. A presidente da Petrobras entrou pela linha –digamos técnica- de auditorias que ‘mostram’ que não houve propinas, como se propinas fossem contabilizadas. Mas o PT provavelmente irá além da desqualificação das denúncias, buscando um desvio de foco e colocar na mesa a polêmica sobre a privatização da Petrobras.

6. Com muito maior capilaridade, com a força da publicidade da Petrobras e da BR nos meios de comunicação médios e pequenos, terá armas poderosas para conseguir isso.

7. E o PSDB, o DEM e o PPS terão que escalar na CPI quadros que além das denúncias não permitam o desvio de foco e até mostrem que quem está enfraquecendo a Petrobras é o PT (valor das ações, endividamento, escândalos…) e que isso sim é privatizar, desviando recursos para a corrupção, mesmo com controle formal estatal.

8. Será muito menos uma batalha de auditores e investigadores e muito mais uma batalha política e comunicacional. Quem entrar com os melhores quadros para isso e estiver bem treinado para esse tipo de debate, no mínimo, não perderá. Agora é comprar ingressos nos melhores lugares e acompanhar a disputa.

01 de abril de 2014

ENTREVISTA DE CESAR MAIA A FERNANDO RODRIGUES NA TV UOL, DIA 27/03! II – DEM E PSDB!

1. (DEM satélite do PSDB) – Concordo. Na prática foi isso. Por quê? A campanha majoritária em grandes Estados, na presidência da República, é uma campanha de personagens. O Democratas, o PFL, não conseguiu construir esse personagem e o PSDB construiu, eu diria, por sorte. Porque quando o presidente Itamar Franco chamou Antônio Britto e que ele refluiu, não aceitou, aí entrou a candidatura do Fernando Henrique Cardoso, que entra e ascende. Com a economia, com aquela inflação toda. Ele era ministro de Relações Exteriores, que aceita e tem a coragem de bancar uma proposta que já haviam apresentado ao Marcilio Marques Moreira, que não adotou.  O Fernando Henrique não apenas bancou, não apenas assumiu, como trabalhou coordenando uma equipe que era uma equipe conflitiva. Portanto, ele teve esse grande mérito de produzir uma coordenação de ideias que ele não dominava na época, acreditar naquela proposta, tocar para frente, enfim, se elegeu com ela.

2. Agora mesmo nós estamos vivendo isso.  Eu também tenho dúvidas. Agora, não sei se essa estratégia vai ser bem-sucedida. Era forte dentro do governo Fernando Henrique Cardoso. Outra coisa é você hoje… E agora com uma dúvida: se entra o vice ou não entra o vice. Na eleição de 2010 foi um desrespeito completo. E se aceitou esse desrespeito. O nome do senador José Agripino, que é o nosso presidente, não é favorito na escolha do Aécio para quem será o vice-presidente. Espero que seja ele, mas não é favorito. Eles estão pensando em São Paulo, fazendo aquela contazinha eleitoral, Minas, São Paulo, Rio, etc. O PSDB está errado. Completamente errado. Todos os presidentes da República pós 46 fizeram chapas cruzadas. Eles têm que contar com um partido da força do PSDB em São Paulo, com um governador como o Alckmin, que é imbatível no interior, não digo na região metropolitana, que esse partido vai levar a candidatura do Aécio e que ele pode fazer um cruzamento regional que permita a ele ter uma presença na seleção que ele fizer que agregue a ele mais votos do que ele vai agregar colocando alguém de SP. O Serra é um poço de mágoa, porque em 2010 o Aécio colocou uma candidatura e ele acha que essa candidatura retardou o processo de amadurecimento da candidatura dele e o Aécio só saiu em dezembro, ele também só saiu em dezembro, para dar o troco. Acho que não contribui. Acho que ele devia entrar, entender que o partido dele no poder contribuiria muito mais na maneira deles pensarem o Brasil e para ele também, e o grupo dele.

3. Agora, no mínimo que uma decisão dessas, para ser tomada, gere algum tipo de compensação na eleição de deputado. Você pode chegar em um Estado e dizer “eu quero nesse Estado ter uma coligação que me garanta eleger dois federais”, Enfim, você tem maneiras de gerar uma compensação que te eleja mais três deputados federais, ou quatro ou dois, e que você abra mão de um direito que seria natural de ser o maior partido que apoia o Aécio Neves.  É, depende do segmento do Democratas, né? Tem um segmento no Democratas que ainda insiste na candidatura do Ronaldo Caiado, dizendo “vamos entrar pela direita, não tem esse vetor representado na política brasileira. Nós partimos de uma representação forte do agronegócio. Entramos com valores conservadores, valores cristãos, conservadores. Isso daí nos eleva para 9%, 10% do eleitorado”. Há esse vetor. Há outro vetor que é hoje o mais forte que apoia o Aécio e leva tempo de televisão e que o DEM deve ter a Vice-Presidência com a presença do Agripino. E, enfim, tem a tese do completo pragmatismo. Eu abraçava a corrente de que o partido devia ter candidato próprio. Isso ficou muito forte em dezembro, janeiro, quando houve aquela atitude grosseira da Marina [Silva] com o Caiado. Hoje eu diria que ela se tornou pouco viável.

3. Então esse é um quadro difícil. É um quadro em que se tem que trabalhar olhando para o fortalecimento nosso, do ponto de vista parlamentar, mas já produzindo uma visão de dentro da lógica da política brasileira de criação de personagem. Caiado seria ideal.  Ah sim, carismático, grande orador, um grande quadro nosso. Eu acho que Marina cometeu um equívoco gigantesco porque o Eduardo Campos teve que fazer uma espécie de peregrinação no agronegócio e não recuperou e não vai recuperar. A vantagem quem teve foi o Aécio que ficou com o agronegócio todo em cima do colo dele. Então eu acho que foi um erro deles porque o Caiado já estava combinado, acertado com o Eduardo Campos. Foi um momento que foi superado, infelizmente.

* * *

ALONGAR PRAZO DE DÍVIDA IMOBILIÁRIA PODE TRIPLICAR A DÍVIDA COM IMÓVEL!

(Estado de SP, 31) Crédito farto e juros menores tornaram a compra da casa própria mais fácil nos últimos cinco anos. A facilidade foi acompanhada por prazos maiores – hoje o período de financiamento de um imóvel, em média, é de 26 anos, contra 20 anos quando o Banco Central começou a medir esse indicador, em 2011. O alongamento dos prazos, às vezes excessivo, acaba colocando o comprador em uma promoção às avessas – a dívida com imóvel pode ser quase três vezes o valor financiado. Com algumas simulações, é possível notar que o valor da parcela não varia tanto em 20, 25 ou 30 anos, mas o impacto final na dívida pode superar os R$ 200 mil.

ALONGAR PRAZO DE DÍVIDA IMOBILIÁRIA PODE TRIPLICAR A DÍVIDA COM IMÓVEL!

(Estado de SP, 31) Crédito farto e juros menores tornaram a compra da casa própria mais fácil nos últimos cinco anos. A facilidade foi acompanhada por prazos maiores – hoje o período de financiamento de um imóvel, em média, é de 26 anos, contra 20 anos quando o Banco Central começou a medir esse indicador, em 2011. O alongamento dos prazos, às vezes excessivo, acaba colocando o comprador em uma promoção às avessas – a dívida com imóvel pode ser quase três vezes o valor financiado. Com algumas simulações, é possível notar que o valor da parcela não varia tanto em 20, 25 ou 30 anos, mas o impacto final na dívida pode superar os R$ 200 mil.

ENTREVISTA DE CESAR MAIA A FERNANDO RODRIGUES NA TV UOL, DIA 27/03! II – DEM E PSDB!

1. (DEM satélite do PSDB) – Concordo. Na prática foi isso. Por quê? A campanha majoritária em grandes Estados, na presidência da República, é uma campanha de personagens. O Democratas, o PFL, não conseguiu construir esse personagem e o PSDB construiu, eu diria, por sorte. Porque quando o presidente Itamar Franco chamou Antônio Britto e que ele refluiu, não aceitou, aí entrou a candidatura do Fernando Henrique Cardoso, que entra e ascende. Com a economia, com aquela inflação toda. Ele era ministro de Relações Exteriores, que aceita e tem a coragem de bancar uma proposta que já haviam apresentado ao Marcilio Marques Moreira, que não adotou.  O Fernando Henrique não apenas bancou, não apenas assumiu, como trabalhou coordenando uma equipe que era uma equipe conflitiva. Portanto, ele teve esse grande mérito de produzir uma coordenação de ideias que ele não dominava na época, acreditar naquela proposta, tocar para frente, enfim, se elegeu com ela.

2. Agora mesmo nós estamos vivendo isso.  Eu também tenho dúvidas. Agora, não sei se essa estratégia vai ser bem-sucedida. Era forte dentro do governo Fernando Henrique Cardoso. Outra coisa é você hoje… E agora com uma dúvida: se entra o vice ou não entra o vice. Na eleição de 2010 foi um desrespeito completo. E se aceitou esse desrespeito. O nome do senador José Agripino, que é o nosso presidente, não é favorito na escolha do Aécio para quem será o vice-presidente. Espero que seja ele, mas não é favorito. Eles estão pensando em São Paulo, fazendo aquela contazinha eleitoral, Minas, São Paulo, Rio, etc. O PSDB está errado. Completamente errado. Todos os presidentes da República pós 46 fizeram chapas cruzadas. Eles têm que contar com um partido da força do PSDB em São Paulo, com um governador como o Alckmin, que é imbatível no interior, não digo na região metropolitana, que esse partido vai levar a candidatura do Aécio e que ele pode fazer um cruzamento regional que permita a ele ter uma presença na seleção que ele fizer que agregue a ele mais votos do que ele vai agregar colocando alguém de SP. O Serra é um poço de mágoa, porque em 2010 o Aécio colocou uma candidatura e ele acha que essa candidatura retardou o processo de amadurecimento da candidatura dele e o Aécio só saiu em dezembro, ele também só saiu em dezembro, para dar o troco. Acho que não contribui. Acho que ele devia entrar, entender que o partido dele no poder contribuiria muito mais na maneira deles pensarem o Brasil e para ele também, e o grupo dele.

3. Agora, no mínimo que uma decisão dessas, para ser tomada, gere algum tipo de compensação na eleição de deputado. Você pode chegar em um Estado e dizer “eu quero nesse Estado ter uma coligação que me garanta eleger dois federais”, Enfim, você tem maneiras de gerar uma compensação que te eleja mais três deputados federais, ou quatro ou dois, e que você abra mão de um direito que seria natural de ser o maior partido que apoia o Aécio Neves.  É, depende do segmento do Democratas, né? Tem um segmento no Democratas que ainda insiste na candidatura do Ronaldo Caiado, dizendo “vamos entrar pela direita, não tem esse vetor representado na política brasileira. Nós partimos de uma representação forte do agronegócio. Entramos com valores conservadores, valores cristãos, conservadores. Isso daí nos eleva para 9%, 10% do eleitorado”. Há esse vetor. Há outro vetor que é hoje o mais forte que apoia o Aécio e leva tempo de televisão e que o DEM deve ter a Vice-Presidência com a presença do Agripino. E, enfim, tem a tese do completo pragmatismo. Eu abraçava a corrente de que o partido devia ter candidato próprio. Isso ficou muito forte em dezembro, janeiro, quando houve aquela atitude grosseira da Marina [Silva] com o Caiado. Hoje eu diria que ela se tornou pouco viável.

4. Então esse é um quadro difícil. É um quadro em que se tem que trabalhar olhando para o fortalecimento nosso, do ponto de vista parlamentar, mas já produzindo uma visão de dentro da lógica da política brasileira de criação de personagem. Caiado seria ideal.  Ah sim, carismático, grande orador, um grande quadro nosso. Eu acho que Marina cometeu um equívoco gigantesco porque o Eduardo Campos teve que fazer uma espécie de peregrinação no agronegócio e não recuperou e não vai recuperar. A vantagem quem teve foi o Aécio que ficou com o agronegócio todo em cima do colo dele. Então eu acho que foi um erro deles porque o Caiado já estava combinado, acertado com o Eduardo Campos. Foi um momento que foi superado, infelizmente.