01 de julho de 2013

ERÁ QUE DILMA APOSTA NUMA CRISE INSTITUCIONAL?

1. A priorização de uma Constituinte –que caiu por absurda 12 horas depois- e em seguida de uma Reforma Eleitoral/Política por plebiscito, desqualificando o Congresso, aproveitando o enorme desgaste dos partidos e dos políticos e as palavras de ordem dos protestos, é iniciativa de alto risco.

2. Há três hipóteses: a) Dilma quer jogar o desgaste para o Congresso e se separar do desgaste político; b) Dilma não controla mesmo o Congresso e quer produzir o seu “fechamento” de fato antes da campanha de 2014 em 12 meses mais; c) Dilma está perdida e não sabe o que fazer e quer ganhar tempo, pois o processo para o plebiscito levaria 3 meses.

3. Os desdobramentos são dois. i) Dilma se esquece da máxima democrática: “Pior que um Péssimo parlamento é não ter parlamento”; ii) A base parlamentar de Dilma estava sem controle e agora não existe mais. O Presidente do Senado – aposta em respostas populistas- devolvendo a Dilma o desgaste pela inviabilidade de suas propostas e o Presidente da Câmara se fortaleceu nessa crise junto aos deputados, inclusive do PT e vai apostar no confronto com Dilma, sempre modulando a retórica.

4. Esse quadro de crise institucional possível será agravado pelo STF, que também está se descolando de uma crise que não é sua, muito pelo contrário. A prisão de deputado federal apenas antecipa a confirmação em plenária da prisão dos “mensaleiros”. E como tradição da política em todo mundo, num regime democrático, lembrando outra máxima –em política não há vácuo- o STF mais que nunca arbitrará as decisões políticas –PECs, Leis e Decretos.

5. Apertem os cintos, pois há turbulência pela frente.

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RESULTADOS DO DATAFOLHA/FOLHA DE SP REFORÇAM SAÍDA DE DILMA E VOLTA DE LULA!

Pesquisa nacional dias 27-28/06 com 4.717 eleitores.

1. Voto para presidente: Dilma 30%, Marina 23%, Aécio 17%, Eduardo Campos 7%. Dilma caiu 21 pontos e os demais cresceram 11 pontos. Os que preferiram não votar neles cresceram de 12% para 24%. Dilma 30% e os demais 47%.

2. Com Joaquim Barbosa, este teria 15%. Dilma 29%, Marina 18%, Aécio 15%, Campos 5%. Os que não votariam diminuem 6 pontos. Dilma 29% e os demais 53%.

3. Com Lula, este teria 45% e os demais 43% com Barbosa. Sem Barbosa, Lula teria 46% e os demais 37%.

4. Oito em cada dez brasileiros (81%) apoiam as manifestações que tomaram as ruas do país nas últimas semanas, segundo pesquisa Datafolha. Apenas 15% dizem ser contrários aos protestos.

5. 81% apoiam as manifestações e 65% afirmam que elas trouxeram mais lucros que perdas ao país. 26% acham o contrário. 9% não opinaram.

6. Avaliação de Dilma cai 35 pontos em relação a março. Dilma: Ótimo+Bom 30%, Ruim+Péssimo 25%.
Sobre a postura em relação aos protestos, a resposta é igual observando a margem de erro. Dilma perdeu sempre 25 pontos ou mais em todas as regiões do país em relação a março e em todos os recortes de idade, renda e escolaridade.

7. 68% aprovam um plebiscito para reforma politica. A aprovação da gestão econômica caiu de 49% para 27%. A expectativa que o desemprego vai crescer subiu de36% para 44%. E os que acham que o poder de compra vai cair eram 27% e agora são 38%.

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PESQUISA DATAFOLHA 27/28-06 PARA GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO!

(Folha de SP, 01) 1. No primeiro cenário, o senador Lindbergh Farias (PT), com 17%, o deputado e ex-governador Anthony Garotinho (PR) e o vereador e ex-prefeito Cesar Maia (DEM), ambos com 15%, estão à frente, empatados tecnicamente. Candidato de Cabral, o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) aparece no segundo grupo com 8%, mesmo percentual do deputado federal Romário (PSB) e tecnicamente empatado com o também deputado federal Miro Teixeira (PDT), com 6%.

2. No cenário sem as candidaturas de Lindbergh e Romário, Garotinho e Maia lideram com 20%.  A posição de Pezão pouco se altera. O vice-governador segue no segundo bloco, com 12%, empatado tecnicamente com Miro (9%).

3. Gráfico da pesquisa.

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TAXA DE LUCRO DAS EMPRESAS DE ÔNIBUS!

(Folha de SP, 30) 1. O lucro líquido das empresas de ônibus de São Paulo é um terço superior à média nacional, segundo planilhas da SPTrans. Os valores foram comparados com dados da NTU que reúne 538 companhias do país. Lucro líquido é o recurso que o empresário ganha após pagar os investimentos, a operação e os impostos.

2. Empresas de ônibus terão um lucro líquido de 6,8% sobre os R$ 6 bilhões que devem receber este ano da prefeitura como remuneração, segundo a SPTrans. O lucro equivale a R$ 406,8 milhões. No restante do país, o lucro líquido das empresas é de 4,5%, segundo o presidente da associação das empresas, Otávio Cunha. Se esse índice fosse aplicado a São Paulo, o lucro líquido das empresas cairia para R$ 270 milhões.

3. A taxa de lucro de 6,8% é considerada alta por economistas e empresários porque no setor de transporte urbano as margens de lucro variam de 4% a 5% no país.

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GRAVE A SITUAÇÃO NO EGITO!

1. Há um ano, ao herdar um país contaminado pela corrupção e destruído economicamente, Mohammed Morsi e seus companheiros da Irmandade Muçulmana assumiram a liderança do Egito com a promessa de mudar a trajetória da nação em apenas 100 dias. Mas, passado um ano desde sua eleição, ele enfrenta a ira e a frustração de grande parte do país, em meio a uma crise econômica sem precedentes (em parte causada pela considerável redução das receitas do turismo), com suas consequências sociais (desemprego e subemprego sem precedentes também).

2. Semana passada, nas ruas do Cairo, em frente a uma mesquita no distrito de Nasr, apoiadores e oponentes do governo Morsi entraram em violento confronto. A tensão entre os dois grupos parece estar se espalhando por todo o país, com dezenas de feridos e pelo menos um morto em Alexandria (segundo a TV estatal egípcia, seria um jornalista norte-americano).  Estima-se que ao menos cinco pessoas tenham morrido durante os confrontos no norte do país, o que indica o retorno de um cenário de instabilidade política.

3. Diante dessa inquietante quadro, o Ministro de Defesa declarou, há alguns poucos dias, que as Forças Armadas não se furtarão à obrigação de manter a ordem e preservar o desenvolvimento do país. Uma ameaça de nova intervenção dos militares, que se mantiveram no poder desde a independência e até a derrubada de Mubarak.

4. Os jovens egípcios também parecem ter embarcado na campanha de oposição, com o movimento chamado Tamarud (Rebelde), e apoiam partidos e figuras opositoras como ElBaradei. Durante a campanha, eles afirmaram ter coletado mais de 15 milhões de assinaturas pedindo que Morsi deixe do poder.   Os islâmicos que apoiam o governo Morsi também passaram a organizar manifestações – e o encontro dos dois grupos pode resultar em um violento conflito.