02 de maio de 2016

POSSE DO GOVERNO TEMER ABRE ESPAÇO PARA NEGOCIAÇÕES ENTRE PARTIDOS DE SUA BASE PARLAMENTAR NAS ELEIÇÕES PARA PREFEITOS DAS CAPITAIS E GRANDES CIDADES!

1. As eleições municipais -especialmente nas capitais e grandes cidades- passam a ter um outro ambiente político após a posse de Temer como Presidente. O quadro anterior era de uma disputa aberta entre os candidatos dos diversos partidos, sem referência preferencial do governo federal.

2. E dentro de um quadro confuso, de imprevisibilidade, ao meio da crise fiscal e disputa de recursos escassos entre os ministérios para favorecer os candidatos de seus partidos. O resultado final não deveria mudar de forma significativa a relação de forças municipais entre os partidos. Provavelmente com o PT sofrendo alguma perda nas capitais e grandes cidades.

3. Com a ascensão de Temer à presidência numa situação crítica -econômica, social e moral- sem soluções no curto prazo, o fator que poderá estabelecer nova correlação de forças será o fator político, através das eleições municipais, superando o impasse político.

4. Os partidos que formam o bloco do “não vai ter golpe” passam a ser franco atiradores, além de oposicionistas. E disputam entre eles a hegemonia do “não vai ter golpe”. A eleição municipal de início de outubro será um teste fundamental para a sustentação do governo Temer, com referências nas capitais e grandes cidades. A mera repetição do quadro de poder atual após outubro de 2016 será percebido como derrota do governo Temer.

5. Sendo assim, o fator político é o único em que o novo governo pode se mostrar vitorioso em menos de 5 meses. Num quadro de crise econômica, social, moral e política, qualquer sinal de fracasso do governo Temer afetará diretamente os partidos que compõem a sua base.

6. Nesse sentido, a prioridade máxima dos partidos que votaram e votarão o impeachment de Dilma e comporão o gabinete Temer será o sucesso como perspectiva. E no curto prazo só o fator político pode cumprir esse papel. E a tempo definido: as eleições municipais deste ano.

7. Por essas razões, as pré-candidaturas a prefeito das capitais e grandes cidades, já colocadas, deveriam refrear seus ânimos e dar tempo para que, desde já, reavaliassem as possibilidades de recuos, de novas coligações e novos nomes ou mesmo de apenas um deles.

8. Tomemos o exemplo do Rio de Janeiro. No quadro atual, nenhum candidato dos partidos orgânicos da base de Temer irá para o segundo turno. Uma derrota para algum candidato do bloco “não vai ter golpe” seria percebido como fracasso político do governo Temer, repercutindo na unidade de seu governo em função da opinião pública eleitoral.

9. No Rio, há 3 candidatos do bloco “não vai ter golpe”.  E um outro candidato que não tem como participar de uma coligação de partidos pró-Temer, seja por ser líder das pesquisas, seja por ser candidato pela quarta vez.

10. Portanto, caberia aos pré-candidatos do PMDB, PSD, PSDB, PSC e demais partidos ainda sem candidatos estabelecidos como DEM, PR, PP…, recuarem de qualquer pré-candidatura e sentarem numa mesa redonda estimulada nacionalmente pela coligação Temer para buscar uma candidatura de unidade que seja desde já competitiva. E, assim, em outras capitais e grandes cidades.

                                                    * * *

A QUALIDADE DA EQUIPE ECONÔMICA QUE DUROU 15 ANOS!

(Vinicius Mota – Folha de S. Paulo, 02) 1. Durante a agonia de um governo arruinado, o Brasil começou a melhorar. A substituição da equipe do calote, de Zélia Cardoso, pela do diplomata Marcílio Marques, em maio de 1991, iniciou período de 15 anos de prevalência da sobriedade na política econômica.

2. Sob Marcílio atuavam Pedro Malan, Armínio Fraga, Francisco Gros e Gustavo Loyola, que se tornariam protagonistas a partir da segunda metade daquela década.

                                                    * * *

MINAS GERAIS: 15 MESES DEPOIS DA POSSE E DA CAMPANHA DE PROMESSAS DO PT!

(Folha de S. Paulo, 02) 1. 15 meses depois da posse, além de ter amargado um rombo de R$ 8,9 bilhões nos cofres públicos em 2015 e de prever o mesmo déficit para 2016, o governo de Minas Gerais enfrenta dificuldades para pagar o funcionalismo público, manter a estrutura administrativa e quitar suas dívidas. Por conta disso, todos os investimentos foram congelados.

2. Nem o uso de dinheiro de depósitos judiciais e o aumento da alíquota de ICMS sobre uma série de produtos e serviços poderão evitar um 2016 ainda pior do que 2015. Em janeiro passado, os salários dos servidores foram pagos com atraso. A partir de fevereiro, passaram a ser parcelados em até três vezes. Pimentel disse que a medida irá durar, no mínimo, até julho.

3. O governo de Minas Gerais também começou a atrasar o pagamento da dívida com a União, de aproximadamente R$ 420 milhões mensais, sob risco de ter impostos detidos até a quitação do débito.   De dezembro a março, as dívidas que deveriam ser pagas logo após o dia 30 de cada mês foram quitadas, em média, no dia 10 do mês seguinte –durante o período de atraso, o Estado é incluído em uma lista de inadimplentes do Tesouro Nacional.